QUEM AMA A POESIA

Quem ama a Poesia
não pode ficar calado;
sabe usar a melodia
a palavra, a fantasia
e vai cantando tal fado.


Falas de amor, de ilusão,
sente a força da vontade


olha as pedras do caminho.


Ouve o pássaro a chilrear
na varanda do arvoredo;

vê o vagabundo na rua
amplia o luar;
a esperança flutua
espreita a luz sem medo
numa estrela a brilhar.


Setúbal, 13/03/2011
Inácio Lagarto

RIO DO INFORTÚNIO

É servido pelo Tâmega e Douro
e tem como pano de fundo
um fortíssimo vale de ouro,
tão rico e tão fecundo.
Seu caudal enche Barragens,
passa por Entre - os - Rios
e Castelo de Paiva;
corre com mágoa e raiva
por entre serras e montes!
Olham campos verdejantes,
rasgam os horizontes,
unidos como amantes,
fundem-se num só Rio.
No Douro, tão indomável,
numa paisagem real;
entra no Porto afável
símbolo "Beleza de Portugal".
Zangou-se e a ponte ruiu...
Hoje, vive de tristeza
e quantos sonhos já feriu
ao Povo com tanta dureza!?
Perdoam sua maldade!
Ele é esperança e futuro;
esperam só piedade
Daquele Deus que é puro.


Setúbal, 04/03/2001
Inácio Lagarto