terça-feira, 17 de agosto de 2021

TEMPOS SONHADOS

 



Fui  à fonte beber água,
Saciar o pensamento;
O calor trazia mágoa,
Não soprava o fresco vento.

Tenho saudades do Castelo,
De ser jovem e brincar;
Saltar ao eixo era belo
Jogar à bola, ver o pião rolar.

Na rua ou, no Largo de São Luís
Corria, andava de bicicleta,
Cantava ao luar, era feliz
Planeava futura meta.

Os amigos eram  irmãos,
No aprender e no partilhar;
Unidos à vida davam as mãos
Queríamos o mundo conquistar!

Minha praia era o Rio Xarrama,
Subi à serra, aos  penedos;
À sombra do arvoredo fiz cama
Tempos sonhados sem medos.

 Segui nobre e sublime ideal
Que chama por todos nós!
Sou do Alentejo, filho de Portugal,
Descendente de nossos avós.

Acendeu-se a luz das candeias
À medida que o tempo avança;
Dividi -se o sonho a meias,
Ilumina-se a fé com esperança.



Setúbal, 17/08/2021
Inácio José Marcelino Lagarto

domingo, 15 de agosto de 2021

PORTA SAGRADA

 



Lembrança bela! Do Santuário a brilhar! 
Irradia do nobre Altar uma luz que ilumina;
Na nave principal há silêncio, convinda a meditar
E nos guia a Nossa Senhora D´Aires, Mãe Divina.


Sente-se um perfume feliz de transcendência
Dentro daquele espaço vindo da linda Imagem;
Solenemente ajoelho e rezo, bebo da essência,
Deixo-me embalar ao sabor da calma aragem.


Em Viana do Alentejo, desde jovem, abraço a fé,
No barro, no sonho, como o verde trigo cresci de pé,
À poesia, ao convívio social dedico o momento!

Partilho o tempo entre o aprender e o saber,
Caminho, sem nunca fugir ao bom dever, 
Sempre ouvindo a voz do pensamento!


Setúbal, 16/08/2021
Inácio José Marcelino Lagarto  


sexta-feira, 13 de agosto de 2021

TERRA ABENÇOADA

 




No alto, de São Bartolomeu do Outeiro,
Cercado por denso montado
Deslumbra-se a Barragem do Alqueva
Em que brilha o campo soalheiro,
Sonho verdejante partilhado
Por gente lutadora que foi serva.
Visiona-se Oriola e Portel
Terras ricas e de bom mel;
Beijam Senhora De Aires com devoção
O Santuário com carinho
Povo amigo vizinho;
Abraçam Viana do Alentejo,
Tocam no céu com o coração.
Neste tempo ambicioso
Sobre progresso venturoso
Jamais falta a harmonia
Ou, de quimera ao peito,
Por causa da pandemia
Como temporal eleito.
Banhos da Casqueira vivem na mente,
Riqueza perdida que sente
Foram deitadas ao vento;
Hoje doutores, sábios e velhos
Cujos corpos escutam os conselhos
Em defesa da viagem 
Que ilustra tão nobre paisagem
Iluminam a planície sagrada
E por Deus Abençoada!


Setúbal, 13/08/2021
Inácio José Marcelino Lagarto


quinta-feira, 12 de agosto de 2021

SANTUÁRIO EM VIANA DO ALENTEJO


 
Ao visitar o Santuário em Viana
O Alentejo ficou  maravilhoso
Assim como, a envolvência sagrada;
Ficámos  frente ao altar rezando
Vimos a Santa Mãe iluminando!
A força humana
O querer ditoso
Protegendo a nossa caminhada.
Como paz, graças e amor
Ouvimos o tocar dos sinos,
Lembram anjos a musicar hinos
Acordando as horas da terra;
Lá dentro!... O silêncio nos espera,
Abrigo, conforto, beleza e milagres
(Salas de promessas pedidas)
E pelo povo sentidas.
Orámos a Nossa Senhora D´Aires
Que tem no regaço Seu Filho Jesus
Quando desceu da Cruz;
Na paisagem irradia esplendor,
Frescura ao lindo olhar
Daquele paraíso de bela cor
Que do céu vem a brilhar!... 
Percorre os horizontes
Em oração por povoados e montes,
Vigia gado, lavoura, pastores
Na labuta diária dos trabalhadores,
Mentes de todos os pensares.


Setúbal, 12/08/2021
Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

ALEGRE TRABALHADOR

 


Lá no campo ou na oficina
Ao sol quente, à luz divina,
No Alentejo a trabalhar!
De arado, martelo na mão,
Vai cumprindo nobre missão
Sempre alegre no bom cantar.

Noite e dia a lançar semente
Caminha, com força ardente,
Envolto em saber fecundo!
Haja chuva, frio ou calor
Mergulha na dura dor
Que corre veloz pelo mundo.

Na chama do tempo avança
Vive de querer e de esperança,
Luta contra os impuros!
Eleva a saúde e a arte,
A família como estandarte,
Adora a terra, corações puros.

Com ambição futura
Pensa na paz e ternura,
Fazer bem e ser gente!
Carrega no peito sofrimento,
O progresso dá-lhe alento
Quer formar um lar contente.


Setúbal, 06/08/2021
Inácio José Marcelino Lagarto

 


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A CORRENTE ALENTEJANA

 


Alentejo da casa branca caiada
Com a cal cozida no forno
Da rocha extraída da terra;
De faixas de listas certeiras,
Em portas e janelas nas ombreiras,
Como decoração iluminada!...
De azul ou amarelo que o belo encerra  
Ao luar das estrelas
E junto aos beirais dos telhados é vê-las!
Mostram ao tempo formosura
Protecção ao sol do dia,
Carinho à noite quente;
Serenidade e harmonia
À imensa planura.
Da fonte vai jorrando água
Que traz alegria ao povoado,
Sangue novo brotando vida,
Numa partilha sentida
Acalma a sede e a mágoa;
Cria sonhos todo o ano,
Afina o cante em união
Do povo alentejano 
Que ao trabalho entrega o coração.
Terra Mãe amiga e conselheira,
Como seu filho amo e beijo;
Envolta de montados e olivais
Paisagem de alma verdadeira
Entre estevas e trigais,
Península criadora com ensejo!


Setúbal, 03/08/2021
Inácio José Marcelino Lagarto