Ó VIRGEM SENHORA DE AIRES

Acreditamos na Virgem Mãe com confiança

Que traga chuva a fim de regar a terra;

Para que haja semente, fruto e bonança, 

Fertilize as hortas, a planície e a serra.

Abençoe  fevereiro de água e reflexão,

Que alimente a vida meigamente;

Alegre o povo, o amor e a paixão,

Proteja a caminhada que sofre e sente.

O gado, já tem fome e sede, para viver,

Vós, Nossa Senhora D´Aires, podeis socorrer!

Com terno olhar de luz e de bondade.

O futuro precisa de ajuda e ternura, 

Desse Santuário repleto de cor e frescura!

Dali emana... Crer e Fraternidade.

Setúbal, 31/01/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

TESTEMUNHO SOFRIDO

Testemunho sofrido carrega ao ombro ironia

Quando deveria transportar esperança;

O povo não festejou, dezembro, com harmonia,

Acredita num sorriso alegre e de confiança.

Corre o tempo, como um rio até ao mar,

Espera que naveguem nele docemente;

Aguarda, pela linda  flor ao sol a brilhar,

P´ la Natureza em cântico permanente.

O sonho é belo para partilhar e viver

Jamais para  fomentar cobiça e sofrer!

Obrigando o mundo à falência.

Há uma primavera a chamar por nós na vida

Que renova o querer e a dor sentida!

È a cruzada unida do Saber e Ciência.

Setúbal, 27/01/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

O QUE É UM POEMA

Perguntei-te um certo dia

O que era um poema cantado?!

São palavras sentidas com magia

Num dizer, em tom musicado.

Na tasca, tertúlia ou salão, 

À guitarra, ao piano ou falado!

É acompanhado com o coração

E na voz do Poeta partilhado.

Poesia, divulga factos e sente,

Para quem escuta suavemente

Escreve memórias imortais!

É como água a brotar das fontes,

Corre livre por rios e horizontes,

Bela herança de avós e pais.

 

Setúbal,  24/01/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

A TERRA SOFRE

 

Penso na vida com amor ardente!

Quero compreender as jogadas do mundo;

Beijar os horizontes ternamente

O Planeta Terra deambula moribundo.

As árvores, os rios e os campos crepitam!

O homem não acredita nos bons conselhos;

Os lucros fáceis no tempo ressuscitam,

Roubam futuro a jovens e velhos.

Deus omnipresente acorda o povo que sente

Para que ninguém seja indiferente

Ao terno encanto e sonho aventureiro!

À luz da força e do querer extasiado

Fala ao grande cortejo iluminado

Ao som musical de novo conselheiro.

Setúbal, 23/01/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

SONETO À LIBERDADE

 

Aguardo-te  liberdade, penso nos dias

Da caminhada, já distante, da esperança;

Os sonhos traídos que davam confiança

Estão escondidos pela virose, filosofias.

No tempo, fico em silencio, recordando

O modelar na vida, o barro e a poesia;

Olhando a paisagem entre paz e alegria,

Com os sons dos campos sempre falando!...

As calçadas, das ruas, estão desertas,

O povo, escolhe o calor em horas certas

E não partilha a fraternidade!

Sózinho, de telemóvel, o mundo é vivido,

Segue cambaleando, com futuro sentido,

Procura no progresso, carinho e bondade.

Setúbal, 22/01/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

   

MEMÓRIA QUE FALA

                                                                 (Foto retirada do google)

Partilhar a Freguesia - São Sebastião

É sentir nas ruas a voz do viver;

Escutar o sentido da luta e união

Do povoado alegre e com paixão

Que ilumina os Bairros no vencer.

Floresce do passado na memoria

Sobre rio, mar e o bravo pescador;

Fala da faina, escreve páginas de glória,

Do Poeta Bocage, da honra e história,

Olha a Serra da Arrábida com amor.

Tem a Troia e o Sado a seus pés,

Protege a Bela  Baía lá no alto;

Percorre a longa costa de lés a lés,

Vigia a mudança do tempo as marés

E a labuta piscatória em sobressalto.

Canteiro sagrado, no jardim de flores,

Espreita o sol ao amanhecer;

Sofre, com o temporal grandes dores, 

Da fábrica de conservas dos senhores 

Que hoje alimentam o adormecer.

Povo de ideal forte e valente

Perante o perigo não recua;

De alma e de crer contente

Pelo Vitória, por Setúbal sente,

Agarrado ao sonho continua!...

Setúbal, 17/01/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

 

NA PROCURA DO SONHO ELEITO

 

Em temporal imperfeito

Surgem novas ambições;

Tecnologia, saberes, missões

Na procura do sonho eleito.

De olhos húmidos de cansaços

O Ser caminha e pensa! 

Na ternura de paz imensa

Para reconquistar abraços.

Visões ilustres se esfumam

Por entre homens e donzelas;

Através do brilho das estrelas

Ferem nos raios de luz e espumam.

Ouvem-se silêncios e gemidos

Neste mundo a implorar!

Pelo bater das ondas do mar 

Sentem futuros interrompidos.

Fantasmas vindos irmanados

Acompanham guitarras, cantares;

Aparecem na sombra aos pares

Vestidos de roupagem disfarçados.

Em janeiro, o povo rompe vencido,

Com esperança no Senhor Deus;

Pede protecção à Ciência, aos céus

Como humano arrependido.

Setúbal, 11/01/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

NASCEU UM ANO NOVO

Tenho saúdades de Viana,

De São Vicente, da Senhora de Aires!

Do Castelo sopram bons ares

Que beijam a Planície Alentejana.

De Évora guardo fortes lembranças,

Das ruas,  becos que partilhei!...

O futuro, a liberdade desbravei,

Convento Santa Clara doou confianças.

Por Aguiar foi minha passagem,

No meu olhar uma lágrima derramei;

Pelo terno sagrado que ali encontrei

Entre o povoado e a paisagem.

Tradições agrícolas por inteiro

Modelando a terra a trabalhar;

Gente de sofrer e força no lutar

Enfrentando o tempo soalheiro.

Acompanhei de perto no viver

Desta maravilha transtagana;

Unida de saber com alma humana

Partilhando no cante e, no lazer.

No Alentejo visito o montado, 

Searas, ao vento, do verde pão;

Sacio no cristal das fontes o coração,

Desato memórias do passado.

Glórias p´ra Ano Novo a iniciar,

Envolto em drama e pureza;

Confiar na Mãe Natureza

Sem esquecer a razão do Amar.

Setúbal, 01/01/2022

Inácio José Marcelino Lagarto