sábado, 25 de junho de 2016

PÁTRIA LUSITANA



Na caminhada da vida, ao Povo,
nesta pátria de Camões,
sobram tempos de incertezas;
rogamos ao Sonho novo,
aos poderes da Terra oriundos
que não arrastem tentações
nem desalentos profundos;
dêem confiança, às certezas.

Neste barco cumprimos os fados
embriagados na ternura,
na glória das madrugadas;
nesta viagem amarrados
no amor, querer e frescura
das paisagens sonhadas.

Há rios e serras de encantar,
tanto lugar desigual
neste paraíso em flor.
Fica o coração a palpitar
nesta tela divinal
que embeleza Portugal.
Esplêndida obra do Pintor!

O passado dita ao pensamento
nas noites, em horas certas
trazidos pela agonia do vento
nos poemas, tristes, dos Poetas.


Setúbal, 24/06/2016
Inácio Lagarto



O SONHO DO HOMEM

O sonho do homem é grande ou pequeno,
com a cruz, os castelos cresceram.
A Pátria ergueu-se em sol moreno,
os mares e povos, lá longe, venceram. 
 
Setúbal, 24/06/2016
Inácio Lagarto






domingo, 19 de junho de 2016

FOGUEIRA DE VAIDADES



Viajo na Vida, como crente,
ao sonho sou aprisionado.
Aqui e ali fico angustiado
do perigo que ronda presente.

Ventos sopram no espaço,
trazem ilusões à verdade.
Não basta ter heroicidade
e ao crer dou um abraço.

Neste mundo há pobreza
na erva rasteira a crescer.
Não iguala, a árvore, no vencer
na força altiva de grandeza.

O solo fecundo, bem cuidado,
brota ambição no fresco florir.
Prazer, ao olhar, no existir.
Estéril se não for trabalhado.

Na fogueira da cobiça
ateada por senhores
vivem fortunas e louvores
gente fraca....apenas atiça.

Filhos de nobres marinheiros
não honram belas memórias.
Façanhas foram glórias
por mares, distantes, pioneiros.

Na nova era Global
sopram vaidades acesas.
Névoas nas incertezas
trocam sedas por capital.


Setúbal, 17/06/2016
Inácio Lagarto

terça-feira, 7 de junho de 2016

O DESPERTAR DE UM POEMA

Erguido, frenético, exigente
não tolero vento bizarro.
Sou fruto, antes semente,
moldado no saber do barro,
cozido no tempo. Sou gente!

Sonhar não foi desencanto,
no despertar, senti a Vida.
Afago a tristeza no canto,
com Poesia livre, sentida
quase esquecendo o pranto.

Adormeço com mente cansada
dos tormentos, chama misteriosa.
À noite, sobre a almofada,
brilha uma luz silenciosa
numa esperança....renovada.

Com mão, no papel, a girar
escrevo, vontade florescida.
Palavra germina, a saltitar,
numa viagem percorrida
cuja memória quer resgatar.

São sinais de fantasia
sombras lavradas de emoção.
Fontes de trabalho e alegria.
Factos narrados com o coração
que vêm adoçar o Dia.


Setúbal, 07/06/2016
Inácio Lagarto