CALENDÁRIO DA VIDA

O calendário findou!
Novo Ano reaparece
para embalar o viver.
Nasce Paz e Acreditar...
vêm sarar a ferida
num coração a bater.

A esperança não morre,
habita dentro de nós,
vai crescendo em sonhos.
A fé faz-nos reflectir...
meditar sobre o momento
por sentimentos risonhos.

Solidão rouba o prazer 
criando dor na alma;
a verdade afecta a mente.
A vida é caminhada
com curvas, na subida;
só chega a fim...quem sente.

A luz projecta no chão
com sopro, mágoa do vento
e o pensamento estremece!
Com barulho das águas mansas,
molha sonho que foi seu.
Vem o Natal... tudo esquece.


Setúbal, 30/12/2013
Inácio Lagarto

Natal - 2013

A Noite brilha no mundo,
falsos actores falam...
ao ofertarem quimeras.
Beijar é elo profundo
que ternos corações calam,
quando palavras são sinceras.


 inácio lagarto

ACENDE-SE A LUZ

Natal...a noite é fria,
lares aconchegados!
Na rua...há vida perdida,
sentida, faminta;
a oração mora vazia,
por erros passados.
Olham as vidraças
com olhos no céu,
o tempo também é seu.
O homem...acolhe a desgraça,
a solidão e nostalgia,
dos que deixam de sorrir.
Natal brilhou...
acendeu-se a luz!
Aos pedidos e desejos.
O Messias Nasceu!
O mundo embalou...
o sonho acordou,
nova esperança conduz!
O pensamento sente.

Convive na harmonia -
Paz e Amor;
chega a noite! Rompe alegria!
Com estrela vinda do Oriente!
Partilha a dor.
No coração aquece o calor
e pede ao sonho...Um Novo Dia!
Jesus é força presente.

Setúbal, 08/12/2013
Inácio Lagarto

CRIATIVIDADE

Criatividade
é pão que vem à boca;
liberdade que toca
na expressão e amizade.
Saber pensar
desenvolver
toda a forma em ebulição
moldar
pintar
escrever
sentir
...transmitir dizer.
Olha as estrelas,
mergulha na mente
partilha, belo saber
esconde as fontes
refresca o beber.


Quem na vida não sonhou,
imaginou ter asas e voar...
entrou no mundo da fantasia
desbravou a vida com alegria...
navegou por rio e mar!
Assim é a Poesia.

Setúbal, 24/11/2013
Inácio Lagarto

TALVEZ NOVEMBRO

Olha os meses do ano
não esqueças, Novembro
com seu ar ufano
...do Outono em despedida;
as folhas vão caindo
no renovar da vida.
Os ventos vão soprando,
arejando a terra;
as águas rolando...
vêm fortes da serra!
Os rios murmuram na solidão,
limpam pedras, campo para florir;
o solo fertiliza
pela lama que tudo pisa
dando ao sonho... renovação.

Estação da esperança
antevê as invernias
com o frio da confiança;
o contemplar que não se apaga,
no sentir que se afaga
ao acreditar em novos dias.


Setúbal, 19/11/2013
Inácio Lagarto

QUASE

No viver e conseguir
há uma distância a percorrer
desde o berço  lutar
até a meta atingir.
Há um quase no existir
um tão perto para vencer;
um beijo que fica por dar
o troféu que não ergueu.

O quase oculta o sonho
no cercar que fica longe;
na liberdade próxima...
ainda não alcançada!
O grito que não é dado
porque o tempo não é risonho.
A bola que não entrou
naquela bela jogada.

O nada nunca ilumina
não aquece o coração;
está perto, quase queima
o medo nada ensina
fica à espera da razão...
não cumpriu seu tema.


Setúbal, 18/11/2013
Inácio Lagarto

Ao remexer no passado
quantos temas escondidos;
sentir que foi lavrado
no livro está guardado,
páginas escritas
lutas vencidas  ou perdidas!
No tempo...foram escolhidas.

06/11/2013
ILagarto

T R O I N O

Como raio radiante,
como sol a projectar...
naquele Rio que é Azul,
vem correndo , lá do Sul,
está perto e tão distante!...
Traz passado a relembrar.
Velhas casas para habitar
e muitas são as escadinhas,
para pisar e  sonhar!
Aquelas ruas estreitinhas,
históricas e tortuosas,
facilitam a altitude;
gastas e luminosas
dando acesso...
À Senhora da Saúde!
Estrelas, com bela luz,
altivas e sobranceiras.
Perto do céu e nos seduz
é a da Rua das Oliveiras.
Protegem a Fonte Nova!
Lembram grandes pescadores,
as fainas e seus amores.
Vigiam a Tróia, com uma benção;
vieram de lá ou talvez não?!
Aqui vivem na saudade;
Troiano é sua razão
...Povoação!
Setúbal ... sua Cidade.

Setúbal, 05/03/2002
Inácio Lagarto

JARDIM VERDEJANTE

Tantas são as flores verdejando
na força e saber repartidas;
somam sonhos e manhãs vividas
com o vento da serra soprando.

Cingem-te canseiras do sol dos montes,
chama das Primaveras floridas;
do passdo e com lucidez sentidas
pela corrente da água das fontes.

És luz acesa na amizade
que ilumina e sossega o dia...
candeia a brilhar na Irmandade.

És o amparo no barco em viagem,
estendes os braços à harmonia...
vestindo a vida com doce aragem.

Setúbal, 08/11/2013
Inácio Lagarto

VOEI NAS ASAS DO VENTO

Minha terra, deu-me o sonho
ser um dia outro alguém;
voei nas asas do vento
na força que dele vem.
Aportei no paraíso
desfrutando...ora bem.

Ao deixar a planície
trouxe comigo o luar;
segui a estrada da vida
com saudade a marcar.
Mergulhei nas águas do Rio
a bela Serra ...vim beijar.

Do peito e vida sonhada
libertei minha corrente;
acendi terna candeia
no brilhar da chama ardente.
Deixei a alma que chora
ao olhar fixo...da mente.

Recordo a velha lareira
como o conto ao serão;
os filhos aqui nascidos
são sementes deste chão.
Nesta partilha sentida
bate forte...o Coração.

Setúbal, 27/10/2013
Inácio Lagarto

FLORIR E SONHAR

Com o barro roubado à terra
e a mão livre no criar
queimei a lenha da Serra
no meu florir e sonhar.

Afeiçoado à vida
iniciei a caminhada
pintando a dor sentida
na argila trabalhada.

Não sei se foi talento
se acordei só metade
...se um destino perdido.

Talvez o querer do momento
o Saber feito da idade
fez entrar...meu pedido.

Setúbal, 24/10/2013
Inácio Lagarto

É preciso acreditar
no que a vida vai dando;
É preciso ...meditar!
É urgente sempre lutar,
o bem estar ... conquistando.

ILagarto

A C R E D I T O

Acredito na fé, nascer,
acredito no embalar;
acredito, quero Viver
acredito num novo olhar.
Acredito no fim da fome
numa fronteira que consome
escondendo a escravidão;
acredito e vejo magia
no sol que do alto irradia,
dando tom à melodia
que traga à mesa o pão!

Acredito, grito sem medo,
acredito que sinto o laço,
acredito ouvir enredo,
acredito num abraço;
acredito na união
por quem sabe dar um não
naquela força desigual;
acredito no mar e prece
na água que da Serra desce,
no luar que sempre aparece...
acredito na Paz real.


Setúbal, 22/10/2013
Inácio Lagarto

Mais alto, naquele espaço,
está Alentejo ali à mão!
Em montado sangrando;
gente que sofre e dá abraço
ao solo do trigo e criação
que o tempo vai perfumando.

Inácio Lagarto

ALENTEJO FIEL À LIBERDADE

Alentejo de trigo maduro,
Alentejo de velha idade,
Alentejo do cântico puro,
Alentejo fiel à liberdade;
Alentejo de sonhos dispersos
da planície descrita em versos
no sol quente e sentimento;
Alentejo o gado sustenta,
no verde campo apascenta
que inverno despido...atormenta!
Rasga conforto ao pensamento.

Alentejo do fumo à lareira,
Alentejo da casa caiada,
Alentejo da fome à sua beira,
Alentejo da rua pisada;
Alentejo da dor e ferida
beijando o desejo e vida
ao entardecer com coragem;
Alentejo de sombra e chama
ao vibrar da fonte com fama
abraça o solo que clama...
Alentejo de encanto e paisagem.

Setúbal, 21/10/2013
Inácio Lagarto

Hoje acordado e sonhando
vou renovando o divagar;
novo estilo cinzelando,
com mistério sigo lutando...
Quero o sonho cantar!

ILagarto

O S O N H O

O sonho floresce às cores,
o sonho  bate asas e voa,
o sonho alegra os amores,
o sonho perdido não entoa;
o sonho da noite embala
quando a mente não se cala
e deixa sorrir o coração;
o sonho percorre o prado
no dorso do cavalo montado,
segue em verde atapetado...
o sonho faz ver sem visão.

O sonho é riso e claridade,
o sonho cria desejos,
o sonho é loucura e saudade,
o sonho perfuma com beijos;
o sonho é mágico farol
que ilumina a vida como sol
e quantas vezes com utopia;
o sonho aponta a corrente
à água que vem da nascente,
acalma a alma que sente...
o sonho abraça a Poesia.

Setúbal, 20/10/2013
Inácio Lagarto

GATO AMIGO

Tenho amigo musical
percorrido que é o caminho,
noite e dia, sem parar
nesta cruzada do viver;
Bocage poeta divinal
encarna felino especial
e nunca me deixa sozinho.
Vem o sono perturbar
solidário ao anoitecer,
envolvente no olhar.

Tal a sua mansidão
usa toque no partilhar...
exigente na independência!
Rebola, brinca no chão
é por vezes refilão
redobrando o miar
quando perde a paciência.

Amarelo de linda cor,
Palmelão de nascimento
e de cauda mui comprida;
Europeu por amor
esguio em passo lento,
sentinela à doce Vida.


Setúbal, 19/10/2013
Inácio Lagarto

Parabéns

Outubro floresceu
no Outono sem vento;
deixou um rebento
e como fruto cresceu.
Em belo momento
reforçou a vida
que nosso sonhar sentiu.
Com tal encantamento,
na voz ouvida...
entre a Serra e o Rio.


Setúbal, 18/10/2013
Inácio Lagarto

CAMINHADA

Envolto na magia e encanto
vamos percorrendo a caminhada,
em que é preciso acreditar
e urgente saber vencer!
Uma estrela vestida com manto
acende a luz de Fada;
protege a força do lutar
e querer ver... teu sonho florescer.

Na mente mora o viver
que partilha com a dor;
o lucro não está no Ter
nem no cumprir a profissão.
Ao peito fala o amor
que alimenta a paixão.

Somar anos: - são a verdade e glória
em cortejo, escritos, aos quadradinhos;
silêncios, pedaços da história,
rios correndo na memória
ou, o voar alegre dos passarinhos.

Setúbal, 18/10/2013
Inácio Lagarto

TORMENTA

Homem!
O que pensas com mente perdida,
da teia que o mundo teceu?

Segues na estrada da vida,
com sentimento nublado;
vives fraco, amarfanhado,
com o tempo que não morreu.

Porquê pensar?
Julgar o que atormenta?

O relógio não parou!
Vai renovando a caminhada,
na mesma rotação.
Todas as horas toca e tocou,
não calou na alvorada;
acreditou na força dada...
reforçando a razão.

Desperta do Eu, já sonhado
e da esperança despida;
não fiques aprisionado...
entrega teu solo amado
à criança adormecida.

Setúbal, 02/10/2013
Inácio Lagarto

VIAGEM DO SADO

Se olhares o Rio Azul
por Alácer é abraçado;
tem curso que vem do sul,
à Foz de Outão é chegado.

Da Serra tem protecção,
na Baía fino cristal;
no Mar termina missão
nesta Costa de Portugal.

De rosmaninho vestindo,
por Arrábida clamando...
tem densa rama florindo,
bela paisagem verdejando.

A corrente não secou,
seja noite ou mesmo dia;
com terra se misturou
no sangue da serrania.

Rola água entre margens
ondulada ao som do vento;
vem sulcando nas viagens
sem parar....um só momento.

Passa por choupos e freixos
no meio de descampados;
ao sol e luar dando beijos
saciando verdes prados.

Setúbal, 01/10/2013
Inácio Lagarto

TARDE EM PORTO COVO

Sinto saudade do mar,
das águas revoltadas
batendo no rochedo.
Sentado junto à praia
olho belo balançar...
espumas lançadas
à terra sem medos,
deixando segredos!
A onda desmaia,
calma e fluida,
vai molhando o sonhar.

Com a solidão
na areia me deito;
acendo as falhas
com lágrimas, flores do coração.
Com serenidade
ouço a voz do peito,
o esvoaçar das gralhas...
em intensidade
que passam em procissão.

Vivo mais um dia,
pinto minha tela vazia...
com temas de muitas cores!
Memórias, sonhos e amores
adornados com Poesia.

Porto Covo, 24/10/2013
Inácio Lagarto

PORTUGAL MULTICOLOR

           

                Mote
 Portugal multicolor
 quão diferente nas paisagens;
 recebe do mar belo valor
 com a terra, partilha imagens.
  

                  I
No Minho abrem-se rotas
Rio Douro beija o Porto;
Mondego com corrente a gosto,
na Figueira acenam gaivotas
a Coimbra lágrimas soltas
na semente do amor.
Lisboa no seu esplendor
olha Tejo extasiada;
da Cruz de Belém Sagrada
Portugal multicolor.

                 II
Rio Sado o mar perfuma
com Arrábida e miradouros;
glórias colhidas aos mouros -
areais perdidos na bruma,
segredos trazidos na espuma
entre janelas, miragens.
Ecos, silêncios das paragens
da planície  Alentejana;
mergulhados no Guadiana
quão diferente nas paisagens.

                   III
Adornam vilas e cidades
do Norte a Sul profundo;
riquezas, acervos do mundo
nas memórias das vontades
vão vencendo as idades
no País do Adamastor.
Com um grito criador
Alentejo no semear;
Setúbal estrela a brilhar
recebe do mar belo valor.

                  IV
No tempo o sonho floresceu
na sombra escondida nos montes;
querer penetra horizontes
chega a Évora Museu,
a fonte dali não morreu
em Faro desbrava aragens.
As nuvens ofuscam viagens
da ave que esvoaça;
tanta força por lá passa
com a terra, partilha imagens.

Setúbal, 18/08/2013
Inácio Lagarto             



             

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Virgem Maria, Mãe sublime da bondade,
luz Sagrada de terna união;
intercede por nós, concede perdão,
no Teu olhar brilha paz...claridade.

Acende a estrela que nos guia
...Rainha e Santa que veneramos tanto!
Dá aos Seres um novo encanto
para que os sonhos sejam de poesia.

Foste elevada em corpo e alma
ao Céu, queres a dor do crente calma
e no trono estendes... protecção.

De lá geras vida e esperança,
sinal pleno de fé e confiança
e no homem tocas... no coração.

Setúbal, 15/08/2013
Inácio Lagarto

ESCREVER DIZENDO

Mil sons sentidos, lançados ao vento
dão retorno ao caminho da luz;
vibram no silêncio, acalmam a cruz
das mágoas... sonhos em movimento.

Na beleza da palavra escrita
dispara o dizer ao coração!
Abre o pórtico da mente à razão,
enlaçando verdade... força dita.

Ao tempo e solidão vamos falando
na noite com estrelas divagando
na poesia... floresce um ideal!

Eleva-se o belo na chama acesa,
o sol aparece na vida indefesa
embalando a voz... em ritual.


Setúbal, 10/08/2013
Inácio Lagarto

SUSPIRA A ALMA REPARTIDA

             Mote
Sofre o homem de ilusão
com saudade de mudança;
hoje a força da razão
está ferindo a confiança.

I
Sombra criou ar profano
empoeirou a igualdade
no cupido da liberdade;
com vento forte e tirano
assombra o Ser humano.
Toca na força do coração
num futuro em procissão
não deixando vencedor;
pelo presente com fervor...
sofre o homem de ilusão.

II
Suspira a alma que  repartiu
por trabalho como dever
...rico prémio do vencer;
a árvore que floriu
frágil...  depois caiu
naquele sonho de criança.
Na incerteza avança
num doce olhar ausente;
o perigo espreita em frente
com saudade de mudança.

III
Foram alternando cenários
em poder, quimeras ao peito,
sonhos por povo eleito;
bandos, votos voluntários
lançados em campanários,
às estrelas dando a mão.
Partilharam confusão
porque o eco demora;
este fadário apavora
hoje a força da razão.

IV
A voz da espuma desabrocha
na primavera da flor,
com luz quente de amor;
a água batendo na rocha
crepita, sente e afrouxa
cintilando a esperança!
O sol apaga e não avança,
molha o corpo e solidão
nesta cruzada em divisão
está ferindo a confiança.


Setúbal, 06/08/2013
Inácio Lagarto

B O C A G E

Bocage de olhar firme e puro,
esguio, alma presente, um sonhador;
com as damas era conquistador...
de pés e nariz seguia seguro.

Homem inteligente, de bom prosar,
culto. tristonho, de livre paixão...
espalhou arte, ciúme , ambição
de quem no tempo só queria amar.

Usando hábil força de quem peleja,
no meio circundante,criou inveja,
por ser mordaz, ousado e profano...

desterrado nos mares  e ao viver,
sedento da partilha e do prazer
deixou ao Mundo...um penhor humano.

Setúbal, 04/08/2013
Inácio Lagarto

ARRÁBIDA PELO SADO É BEIJADA

A Arrábida pelo Sado é beijada,
do alto protege os marinheiros;
na Costa rompe os nevoeiros,
a verdura com sol é misturada.

Bosques florindo, na fina rama,
vão vertendo pétalas silvestres;
paixões, cheiros dos musgos campestres
...silêncios e sonhos de quem ama.

Grito ecoa no arvoredo,
do barco que chega ao cais...sem medo!
Na onda longínqua do mar.

Ancorado na Baía sonhada,
olha e vê a estrela sentada
na Serra... segura a vigiar.


Setúbal, 03/08/2013
Inácio Lagarto

ESCOLA DOS SONHOS

Que vejo? Além da minha janela
que faz  saciar o meu olhar...
vejo reflectir a vida!
Crianças correndo
como aves voando,
abrindo asas;
sinto-me presente
revejo-me nelas,
lá dentro brincando
na Escola dos Sonhos.
Ouço belo cantar
em sinfonia e aprender;
prazer descarado
história da luz
...coração a brilhar.
Fui Eles no passado
de bata e sacola -
meninos adorados;
como eu irão encontrar
igual futuro, as mesmas imagens
caminho duro...
os mesmos sonhos
perfumando as aragens.

Setúbal, 31/07/2013
Inácio Lagarto

FÉRIAS

Das aulas tenho saudade,
dos amigos não digo nada;
férias dão liberdade
...não fazem esquecer a amizade
nesta curva da estrada.
Com erros e defeitos
nos horários a cumprir;
este lazer não aceito,
faço o que tenho direito
quero chegar e partir.
Sigo dura caminhada
com versejar no florir;
numa árvore renovada
que não deixa de sentir.


Setúbal, 28/07/2013
Inácio Lagarto

CHORA E GRITA O CORAÇÃO

Vai o mundo em confusão
segue o País moribundo.
Violência espreita ocasião
vive próxima, ali ao fundo.
Do mar acenam gaivotas
atravessando a neblina;
a fome, o emprego, batem às portas
aguardam a resposta divina.

Os desejos são cansaços
do sonho que um dia brilhou
nas margens de bons marinheiros;
o querer uniu braços
da fonte que água brotou.
A riqueza se evaporou
nos bolsos  de maus troveiros
esfumados entre laços.

Chora e grita o coração
ao ver cortejo e tristeza;
abunda gente sem pão,
neste sol que aquece o chão
e no sonhar... a incerteza.


Setúbal, 27/07/2013
Inácio Lagarto

SORRISO DE MARIA

Sorri Maria
de mão dada;
corre da fonte a poesia,
caminha na vida
com lindo pulsar...
esperança renovada,
livre, de chama ardente,
neste sonhar de menina!
Descalça vai a criança,
uma boneca a dançar
...ninguém a faz parar.
De olhar doce, segue em frente,
pisando o verde com confiança;
uma flor...uma inocência...
quer o futuro beijar.
                                                  

Palmela - Lau, 7/07/2013
Inácio Lagarto

BAPTIZADO DA MARIANA

No dia do baptizado
a Mariana brilhou,
com Família a seu lado...
lindo bebé encantou!
O Padre enalteceu,
bela Igreja e memória;
Alhos Vedros não esqueceu
as façanhas da história.

Seguiu-se a caminhada
com estrela no viajar;
Mariana diva animada
em imagens de sonhar,
entre papoilas saltitando
com lembranças que acarinham!
Pais e amigos partilham
na Quinta da Nevada
o espaço, calmo jardim;
no respasto foresceram ...
palavras musicando,
numa união sem fim.

A infância do pensamento
com prima Maria no amor
e outros meninos também...
misturando a paleta de cor!
São flores do momento,
frutos doces em movimento
que trazem à mente outro alguém.

Como se agitam os segredos,
pura fé numa criança,
reforçando o carinho;
todos nós perdemos medos,
criamos sonhos, com confiança
e o coração não bate... sozinho!

Palmela - Lau, 07/07/2013
Inácio Lagarto 

ANAC

Somos um grupo atento
nosso clamor está presente;
não apaga o pensamento
mantendo a chama ardente.

A Caixa é oficina
de amizade e união;
no querer que ilumina
o respeito ao irmão.

ANAC é nossa voz
dum passado a brilhar;
liga a força de todos nós,
não silencia...o sonhar.

Nosso riso foi guardado
em futuro com guarida;
a alma do aposentado
é a luta pela Vida.

Demos vigor ao saber
e ao jovem na estrada;
hoje vivemos do lazer...
da candeia apagada!

ANAC é nossa voz
dum passado a brilhar;
liga a força de todos nós,
não silencia...o sonhar.

Setúbal, 11/07/2013
Inácio Lagarto

SONHAR NO OUTONO DA VIDA

Sonhos da idade do outono
nascem na primavera da vida;
florescem no verão da juventude,
à noite esquecem o sono,
embalados na dança vivida.
Agarram a estrela em altitude.

A folha pintada cai,
a cada dia se renova
como canção cantada ao vento.
Deita semente ao futuro,
num ritual de mudança.
Escuta grito da planta nova
ao brotar...um colorido puro.

São amigos do sol
da água livre correndo;
das ervas verdes do caminho
do fogo, da chama...ardendo.

São amigos do vento,
da nuvem rendilhada;
da chuva caindo do céu
e da ternura...sempre musicada!

Setúbal, 24/06/2013
Inácio Lagarto

AMANHECER

Na lei do existir
há sempre um amanhecer,
ao terminar o longo dia;
muda-se a corrente ao rio,
olhamos de frente o sentir,
dormimos sobre o aprender.
Ouvimos o eco que nos guia,
lava-se a vida e a mente
com caminhar árduo e frio.

Limpa-se a solidão 
agasalhando a alegria
no querer e formosura;
fixa-se o horizonte...
não deixando de lutar!
O sol está baixo e quente,
vem aquecer o coração.
Carrega...para nova ventura,
serve ao viver de ponte.
O futuro é o presente
para que o possas agarrar.

Emprega mais os cuidados
só a terra dá sabor;
com os verdes são misturados,
os saberes cultivados...
nesta fonte de calor!

Setúbal, 01/06/2013
Inácio Lagarto

VIVO DOS SONHOS

Sou poeta  dos sonhos
do cheiro da paisagem
em campo lavrado;
dos verdes risonhos
da cor da imagem...
que da terra, com coragem,
nasce o pão ceifado.

Nasci dos sobreiros,
no barro da infância
seguindo a luz...
do celeiro fecundo.
Com Mestres obreiros
senti a fragrância,
da poesia do mundo
que ao tempo nos conduz.

Sou filho da vida,
do rosmaninho,
da casa caiada.
Em lua descida
brinquei com o vizinho
em liberdade cantada...
Vivo dos Sonhos!

Setúbal, 31/05/2013
Inácio Lagarto

BRINDO À VIDA

Brindo à vida...que ao tempo pertence!
Embrião nascido dos sonhos,
arado desbravando caminhos.
Uso silêncio com alegria
...sorriso aberto à mente
 em que a noite fala ao dia.
O sono quebra e vence,
deixando a razão ausente.
Fosse a rosa sem espinhos
era igual em beleza,
uma pérola com magia.

Vivem sonhos na vontade
em viagem escondidos
à procura da ciência;
dando a eles a liberdade!
São perigos, desejos destruidos,
criando espaço à existência.

O coração afago,
deixo de gritar;
olho de frente a esperança...
sem a taça esvaziar.


Setúbal, 28/05/2013
Inácio Lagarto

RENDIDOS AO SABER

Se na tecla digitamos
imploramos o pensar;
alimentamos o ego
seguimos livres, no navegar!
olhamos o sol brilhante,
a lua em fases mudando
tão unidos no partilhar.
À vaidade não vergamos
nem ao poder cego;
no espaço vamos fixando
a luz da estrela polar.

Claridade é emanada
do sonho raiando vida;
tecnologia avançada
com luta superada à noite,
da corrente que foi o dia.
Solidão é fechada,
guardada, com a nostalgia
e no cofre...bem escondida.

Viajando na verdade,
rendidos ao saber
trazem pressa ao futuro.
ventos fortes na tempestade
na onda do conhecer...
buscando um cais seguro.

Setúbal, 08/06/2013
Inácio Lagarto

DO PEITO...SENTIR LAVRO

Abraçando a madrugada,
badaladas tocando
com sons, sorrisos de nada,
no vazio...fico esperando.

Há ansiedade a mais,
corrente do rio sem lugar;
gotas caindo desiguais,
no vitral...sem estilhaçar.

Dança sonho em confusão
 ao som da nova flauta;
mimos da vida ou paixão
rasgada que é... a pauta.

cinzas da flor rememoro,
fumo que agita brisa,
ideais que tanto choro
da promessa indecisa.

Esqueço horas transviadas
em silêncios enternecidos;
pedras que foram pisadas,
pensamentos percorridos.

Lembro viagem e liberto,
do peito...sentir lavro!
O rapaz em mim desperto
e a mente ao tempo abro.

Setúbal, 03/06/2013
Inácio Lagarto

ANOITECEU

Anoiteceu...
doce sono não vem
a palavra aparece;
a imagem retém,
Coração estremece!

Anoiteceu...
a paz revolta-se
acende-se a luz;
a criança solta-se
saudade...conduz!

Anoiteceu...
a lembrança vela,
vida acaricia;
o sentir se revela,
versar...principia!

Anoiteceu...
no dia forçado
com rico e pobre;
em ego moldado
sem um gesto...nobre!

Anoiteceu...
há barcos parados
em éguas dormindo;
futuros traçados
e beijos...surgindo!

Anoiteceu...
um florir na mente
alimenta o Eu;
colhe o presente
que sonho...escreveu!


Setúbal, 04/06/2013
Inácio Lagarto

NAUFRÁGIO

Por onde anda este povo

que naufraga na incerteza

esquecendo a primavera?

Segue perdido e assombrado

em misteriosa bruma;

é levado pela corrente,

à espera de novo milagre

....que traga o trigo à mesa

e não seja...quimera.

Acende a candeia da alvorada

que a azeitona perfuma;

não te esqueças...Tu és Gente!

Mantém os olhos abertos

valente povo por inteiro!

Constrói teu próprio destino

que as lágrimas desapareçam.

O sol é quente, bom braseiro

nesta barca ,desde menino.

Setúbal, 29/05/2013

Inácio Lagarto

     

ROMARIA A CAVALO

Dizendo presente à religião
dois concelhos traçam caminho,
partilham linda romaria;
rasgam campos sem fim,
a cavalo...por tradição,
com fé e imenso carinho
levam cultura ao coração!
Um saber vasto e profundo,
unidos por forte magia;
comem e bebem no festim...
são romeiros deste mundo.

Como fonte que brota e corre
Senhora D´Aires é a escolhida
por visita que de longe vem.
Percorrem terra batida,
na charneca abrindo flor,
com lágrimas que caem por bem
emprestando à vida, pétalas de amor.

Com o vento peregrino
cintila da Moita o sentir
na Senhora da Boa Viagem;
Viana alegra o destino,
no abraço a repartir
e do Alentejo...brilha a paisagem.

Setúbal, 26/05/2013
Inácio Lagarto

ARRÁBIDA ACALMA O SADO

Murmurando ao Rio e Mar
a Arrábida acalma o Sado,
na voz suave do rosmaninho;
vem o golfinho embalar
que na maré adormeceu.
No ar há perfume exalado
do alecrim, arvoredo;
das águas livres correndo
dando esperanças ao caminho.
Oferece ao homem a claridade
que a "Serra Mãe" teceu,
ao brotar beleza sem medo
em trono real de saudade.

No azul do Sado mergulha,
desfolha-se em beijos na Serra
entre chilrear das aves em sinfonia.
O sol do céu lança fagulha
que vem aquecer a água e a terra,
neste paraíso de harmonia.

Setúbal, 15/05/2013
Inácio Lagarto

TERRORISMO SOCIAL

Terrorismo Social
é comentado com ironia,
ao querer julgar um povo.
O galo pela luz, sobe ao poleiro
no escuro, perde o essencial;
numa escalada vazia
vai erguendo um mundo novo,
como solista sorrateiro,
num cantar...tão desigual.

Vai guardando as bicadas
das promessas falhadas, 
não as apagues da vida.
Como pão, as esperanças,
o sonhar e a saúde...
tiradas sem alma nem coração;
correm nuas, sem confiança,
sem respeito na atitude!
Cresce solidão, em mentes fechadas,
deixando aberta a ferida.

Vertem sombras e desencantos,
numa corrente inacabada
tombando cabeças erguidas;
volta nuvem já passada
com cobiças desmedidas.
Os sinos estão tocando,
trazem à mesa ventos e prantos
Nesta Vida... abençoada!

Setúbal, 12/05/2013
Inácio Lagarto

DIA DE ROSAS

Maio, mês das rosas,
num jardim a florir,
trigo a crescer verdejante.
Este Dia faz sorrir
dando força ao existir,
numa luz tão brilhante.
Mãe!
É presente de elegância
futuro, de sonho e amparo,
gravado e robusto
libertando fragrância.

Setúbal , 03/05/2013
Inácio Lagarto

ÁRVORE VELHA

Árvore frondosa radiante
soube no tempo meditar
sobre valores em movimento;
não secou criatividade,
ao querer está vigilante .
Usa saber, sabe partilhar
...apoia berço sem lamento,
seus ramos ...sem idade.

Vai dizendo não à vida
o mesmo diz à terra
repete-o ao escuro
e a tudo que não agrada...
a quem lhe rouba o sonho!
Tem céu como guarida,
a lua como fada
e do sol faz braseiro.
Floriu, deu fruto risonho,
um amparo verdadeiro
no caminhar para o futuro.

Tem das raízes saudade
traz na seiva o existir,
o trepar na vontade,
sombra e manto da verdade.
Ser velha...é vencer mocidade!
Renovação do sentir.

Setúbal, 02/05/2013
Inácio Lagarto

TRABALHADOR

Vamos cantar a canção
do escritório à oficina
do trabalhador em geral;
ninguém cala o coração...
esta força divina,
a alma, nosso ideal!

Trabalho - tem magia, encanto,
um poder bem antigo
que trepa como a hera;
penetra com ambição
em  Liberdade,
Igualdade...
não deve  acabar em pranto,
nem no sentir magoado
que o homem traz consigo.
Não é simples quimera ! 
Ele é vinho e pão.

Do camponês corajoso
que grita contra a opressão;
do emigrante em degredo
ao mineiro generoso
que são lucro da razão.
Sem temor, sem medo,
partilhando a mestria,
com calma, melodia
e Deles... embala o segredo.

Setúbal, 01/05/2013
Inácio Lagarto

P A L A V R A S

De formas simples e belas
dão à vida um sorriso,
um lavrar de sementeira.
Brilham como as estrelas,
abrem alas ao paraíso
que vão crescendo à nossa beira.

Podem palavras estar fechadas,
em livros,
na estante...
não deixam de ser articuladas,
lidas e sentidas.
São segredos da alma, da vida,
do silêncio e fantasia.


São pensamentos descendo à rua,
à dor e agonia;
libertação ou opressão...
da imagem pura e nua.
Trazem o raiar e a paixão,
ao sonho e novo dia;
à melodia
...ao germinar da razão.
São sons,são Poesia!

Setúbal, 29/04/2013
Inácio Lagarto

P O E M A

Os poetas escrevem
como planta que brota e cresce
em plena liberdade.

Os leitores lêem...
e o que o tear tece
vestem na intimidade.

A poesia navega 
no barco e em ondas sonoras.
Em águas em que se deve mergulhar.

O poema é lavrado
esculpido
semeado
colhido...
quem pensa, 
quem ouve,
não deve ficar aprisionado
nem amortalhado.
O pensamento é livre!


Setúbal, 28/04/2013
Inácio Lagarto

MIRADOURO SENHORA DO CAIS

Miradouro Senhora do Cais
tão belo ajardinado;
feito em socalcos aos ais
num sonho bem acordado.

Nossa Senhora do Amparo
do alto vigia a cidade;
sobre tapete...gosto raro
é olhada em igualdade!

Freguesia da Anunciada
festejando a Liberdade;
deixa obra ilustrada...
um presente à Sociedade.

Trabalho com galhardia
lá no cimo da montanha;
olhando o Sado, maresia
sente pulsar da façanha.

Vê-se multidão, telhados,
o Rio Azul a correr;
barcos da faina carregados
para na Lota vender.

Setúbal  de céu aberto
veste-se de cor iluminada;
no tempo com sentir perto
pela Serra é abraçada.

Setúbal, 25/04/2013
Inácio Lagarto