terça-feira, 26 de abril de 2016

RUÍNAS DE TRÓIA



Sentado à Beira Rio
olhando o Sado Azul
na primavera do calor!
Tróia me acenava ao longe.
Ancorado, vi um navio
que navegava para o sul,
branco, como pomba de amor.
Na margem, a Serra vigia
a foz do Outão que irmana.
Aquela que abrigou o monge,
Frei Agostinho da Cruz,
no perfume que dali emana.


Nem uma nuvem se atrevia
a calar tão doce companhia;
o tempo não se escondeu,
deixou brilhar a mais bela Baia
...o sonho floresceu.


Mistério maravilhoso
ao visitarmos a caldeira
do Império Romano.
Ruínas Cetóbrigas
num recordar constante;
naquele ritmo ruidosos
vemos actuação verdadeira!
Em beleza e força humana
dando ânimo ao caminhante.


Afecto embala a Cultura
desde os Actores aos Saberes
na partilha das diversões.
O mitológico esteve presente,
descrito com formosura!
Com lendas, jogos, guerreiros
e senhores
que tocam nossos corações.




Setúbal, 24/04/2016
Inácio Lagarto

... ... ... ...

Fomos beijar os areais
à procura do bom lazer;
as ruinas sabem mais
do tempo dos nossos pais,
escrevem páginas de saber..




Setúbal, 24/04/2016
Inácio Lagarto

quinta-feira, 21 de abril de 2016

DANÇA E POESIA

No rodopiar da Vida
o sonho é maravilhoso
numa liberdade sensual.
Os corpos se misturam
com o vento a girar,
numa nuvem sentida;
em bailado sumptuoso
estão unidos em paixão real.
Segredos perfumam
irradiados...do par.


Seduzem como amantes,
sorriem ousados
mergulhando nas fontes;
silêncios errantes
olhares trocados
perdidos...nos horizontes.


São pássaros voando
procurando guarida
numa, expectativa forte
Poema criando;
a exaltação vivida
e ritmo...entregues à sorte.


À Arte, ao movimento
dão a alma e fantasia.
Vivem a música, embalam as cores;
com alquimia do pensamento
pintam...um quadro de magia,
de palavras, luz e flores.


Setúbal, 20/04/2016
Inácio Lagarto


. . . . . .



Quero  desfilar pela pista
exaltar a liberdade
fazendo o tempo florir.
Beijar sonho como artista,
derrubar a ansiedade
criando um belo existir.


Setúbal, 20/04/2016
Inácio Lagarto

sexta-feira, 1 de abril de 2016

LEVANTA-TE



Cais, também te levantas!
Da solidão em silêncio
se, na tristeza, não fugir a alegria.
Com riso deves erguer
a esperança, fé no vencer.
As lutas e o querer são as mantas
que aquecem a nostalgia.


No sonhar encontras:
- um coração aberto,
  amor e fantasia
  em cofre dourado.
- Um abraço do dia
  ao acreditar vindo de perto;
- um beijo, dado, com harmonia
   e no peito fica guardado.


Não acharás amizade
na queda quando cais!
Na dura caminhada
ou, na subida com falsidade.
sacode as palavras frias
numa tarde, bem passada,
sem ais...
num jardim junto ao mar.
No campo verde a florir
reencontras, a tua idade,
um novo despertar.


Radiante, na Vida, a sorrir
com o tempo, vais falando...
do brinquedo que perdeste
naquela tarde de verão;
berlinde que vendeste
para comprar um peão;
o comboio que viste partir,
uma lágrima derramando
na saudosa estação.


Chegado, com crença e vigor,
no rio calma navegava
a primavera em flor.
Do alto a serra iluminava
o Poeta que declamava.
Nesta Cidade do Amor.


Setúbal, 02/04/2016
Inácio Lagarto

. . . . .

Na terra que ontem nascemos,
percorridos muitos caminhos...
na água viemos ancorar.
Sonhos que aqui vivemos
entre o sol e os remoinhos
são partilha do doce olhar.


Setúbal, 02/04/2016
Inácio Lagarto