quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A FADISTA NÃO MORREU


A Fadista não morreu
Sua voz ao Mundo deu
Está no Céu a cantar

Ao Povo a lágrima cedeu
Mas a alma não perdeu
AMÁLIA de lenços a acenar

Mulher de amor sonhado
Viveu a vida no Fado
Com poemas de encantar

No beco em verso chorado
Ou no cantar desgarrado
Numa bondade sem par

Na tristeza e na amargura
Tal era a verde frescura
De força e sensualidade

Cerrava olhar de ternura
E numa doce loucura
Rezava à saudade

Em criança na ribeira
A correr sempre ligeira
A palavra não secou

Aquela flor vendedeira
Em manhã fria ou soalheira
Belos limões apregoou

No pregão duma varina
Ali traçou tão bela sina
Cantadeira do velho mar

Foi mui Grande a menina
Tornou-se Fadista - Divina
Deixou coração a sangrar

AMÁLIA tu és Canção
Teu viver não foi em vão
Foi longo, com sentimento
-
Quem lhe daria o condão
Estendeu o xaile no chão
Naquele primeiro lamento.


Setúbal, 28/10/2009
Inácio Lagarto




OH NATUREZA


Oh Natureza em cores,
Renova nos homens a ambição!
A esperança ...
O amor
Para que o Mundo acorde em Paz.
Pede às aves e à flora,
Para que ensinem ...
O que é liberdade
... Dar e receber!
A VIDA, é de multicolores,
De prazer e de paixão,
De confiança!...
Não de dor.
O querer não tem medo,
Nem segredo...
De tudo é capaz!
Ri e não chora,
Não implora;
Meditem...
Somos filhos, da igualdade,
Das lindas paisagens...
Temos sede, em aprender,
No perfume das aragens!


Setúbal, 26/10/2009
Inácio Lagarto


SOPRO DAS VENTANIAS


Fiquei com coração escuro,
Nesta vida emparedado,
Por entre saltos e acrobacias;
De sonho, quase maduro,
O fruto, ficou quebrado,
Com o sopro das ventanias.
A Cruz do Alto, fugiu,
Secou na árvore, verde rama;
O campo, gemeu chorando,
Porque o ninho ruiu;
Perdeu a força e chama,
Num casal que estava sonhando.
Passados meses e dias,
A razão, jamais se esquece,
Vive o tempo, em noites frias,
Minha alma, perde-se nos montes...
A aragem entristece!
Faz gelar as ternas fontes;
A saudade permanece,
No orar aos horizontes.


Setúbal, 25/10/2009
Inácio Lagarto

MEU PORTUGAL


Os sonhos de ontem se memoram,
são lágrimas de saudade.
No olhar os gritos imploram
aqueles feitos que ao vento afloram,
são tesouros ganhando idade.

Traçados foram caminhos
do norte surgiu afinal ...
Uma disputa entre povos vizinhos,
ânsia e luta por novos ninhos,
assim nasceu belo Portugal!

Mundo de Abril ressurgido
duma liberdade desejada.
Entre o silêncio e o gemido,
o sono da noite, foi interrompido
pelo cantar da Madrugada.

O Mar ao longe desabrocha,
no Atlântico a pesca seduz.
A onda na costa bate na rocha,
vozes da terra acendem a tocha
no sol da vida, brilha a luz.

Dança no clima o Verão,
as areias guiam gente.
O Inverno molha a razão
dilui paz na solidão
... Meu País pensa e sente.


Setúbal, 21/10/2009
Inácio Lagarto

domingo, 18 de outubro de 2009

LINDA ROSA




Neste canteiro que já foi jardim,
Há uma rosa a florescer;
Secou raiz, num grito sem fim,
Ficou esperança ao sobreviver.

Quando o sonho quebra e atormenta,
Numa vida alegre, em cavalgada;
Perde-se coragem e de alma lenta,
Razão, Ter e Ser, não são nada.

Cansado, como mendigo verdadeiro,
Persisto, na luta do amanhã;
Faz bem sorrir, sentir, ser gente...

Nem todo o tempo é derradeiro!
Porque saudade mora em vida sã,
À sombra do existir, finalmente.


Setúbal, 18/10/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O TEMPO COMANDA A VIDA


Guia-nos no tempo a vida,
A noite e o dia, o caminho;
A floresta vai alastrando,
Aqui e ali, surge um espinho,
Dum silvado, duma roseira,
Tocam na alma sonhando.
São sinais da dor sentida,
Do Mundo à nossa beira;
Será apenas um arranhão
... Uma cicatriz
Que quer marcar o coração?
É a verdade, para ser feliz.
O tempo, corre vacilante,
Vive instável, a nossa idade;
Entre o Sol e o Luar,
Agarramos o volante,
Sem a perda de identidade;
Naquela viagem distante,
Na janela da liberdade...
Não deixamos de gritar,
Ao arco-íris da vontade!

Setúbal, 16/10/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A FORÇA DUM PAÍS


Transporta Alentejo, a saudade,
A Estremadura, a força e o querer;
Oferece Algarve, águas e liberdade,
Sopra do Minho a esperança do ser.


Bebe-se na Natureza envolvente,
Nas areias brancas de Portugal;
Lavadas pelo mar, em nossa mente,
Por ondas revoltas em vendaval.


Partilha a Pátria, com rios e arvoredos,
Ama as serras, planícies e povoados;
À noite e ao dia dá terno abraço...


Mostra na História feitos e segredos
que em Monumentos estão revelados,
por Raças e Povos em forte laço!


Setúbal, 08/10/2009
Inácio Lagarto

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ARRÁBIDA É MEU PAÍS


Da Arrábida, olhei o Mar,
Admirei quanta beleza!
Na encosta, vi densa flora,
Entre paisagens maravilhosas.
Cheirei alecrim e medronho
E logo, comecei a sonhar...
Fiquei embebido, pelo Sado,
Na água azul, cristalina!
Mergulhei na Baía, bela e fina,
Extasiado pela Natureza;
Revoltado, o eco demora
Que do Céu gela, afinal,
Desce às flores, mais mimosas;
Do cansaço me recomponho...
São memórias de Portugal!
Vozes da velha razão
... A ruídos na Serra perdidos;
Vêm alegrar o coração,
Dando força, aos sentidos,
Nestes recantos escondidos -
Arrábida é meu País.



Setúbal, 08/10/2009
Inácio Lagarto

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

AMANTE DA NATUREZA


Na Arrábida, o Sol rompeu
E toda a Serra brilhou;
Desceu do cimo ao mar,
Azeitão recebeu a luz,
Belo sonho floresceu...
Força e pensar nos seduz!
Sebastião da Gama lutou,
Um PROFESSOR de harmonia,
Amante da Natureza,
Amigo no partilhar
... Pedagogo no AMOR,
Na SERRA, venceu a poesia.
À sombra, de tamanha magia,
Escreveu, páginas com beleza;
Apesar da sua dor
Navegou, no fácil rimar.
Homem de olhar fundo,
Nos recantos foi rezando;
As nuvens, levam-no ao Mundo
Que no Céu, vai transportando.

Setúbal, 05/10/2009
Inácio Lagarto

sábado, 3 de outubro de 2009

ADEUS TRISTEZA




Adeus tristeza,
Até depois!...
Deixa a raiva, sê feliz.
Volta alegria, vem de mansinho
... Ouve o que a VIDA diz!
Traz de novo, a certeza
Que um dia, já foi a dois.
Perdeu força no caminho
Mas o Sol, lá longe acena...
Vem dizer o que sente,
A esta alma, triste nua!
Quero saber, o que sou,
Libertar minha pena;
Escutar coração e mente,
Perdidos,no meio da rua;
Não sei se chego se vou,
Na procura de aragem
... Busco na bela paisagem,
Entre sonho tão sonhado!...
Vejo brilhar, saudosa imagem,
Deleitoso, fico acordado.

Setúbal, 03/10/2009
Inácio Lagarto