domingo, 31 de agosto de 2014

VERDADE, MENTIRA OU INCERTEZA

Verdade, mentira ou incerteza
o homem não vive delas 
na sua filosofia de vida;
vai acreditando na pureza
como um jardim de flores belas,
não numa justiça ferida.


ILagarto

TEMPO DE INCERTEZAS



Pairam no ar incertezas
entre cortinas sombrias,
espreitam cobiças inacabadas!
Causam solidão e tristezas
em que se perdem os sonhos.
Ávidos de jogadas vazias
vagueiam, em políticas erradas,
novos aventureiros medonhos;
trazem de volta o passado
...soa a badalada distante!
Deixam futuro errante
aos jovens sem Mercado.

O sol continua a brilhar
aquecendo a doce alma;
as estrelas beijam o luar,
os dias e as noites, permanecem iguais
e só os Povos não crescem.
Alguns têm de emigrar
como um rio que sai do leito;
os que ficam...vivem aos ais
porque os perigos florescem.

A mente murmura em segredo...
conta ao corpo que anda perdida!
Querem calar as ambições.
Estão cortando no arvoredo
eliminando a paz colhida
e sangrando os corações;
na viagem das multidões
...nesta Pátria desavinda.


Setúbal, 29/08/2014
Inácio Lagarto

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

TERTÚLIA


Segunda feira
no ar há saudade,
convívio à maneira
de festejar em harmonia.
Falar de Poesia
com humildade
verdade
emoção
em que partilham amigos;
dos tempos antigos
tertúlia de versos
diálogo...de temas dispersos
entre chá e torradas!
Palavras trocadas
no libertar o coração.

Setúbal, segunda feira, 18/08/2014
Inácio Lagarto

sábado, 16 de agosto de 2014

FALO COM A MANHÃ



Falo e conto à manhã
o que a noite me dissera!
Ela com o dia é irmã
guardam vida como talismã
e palavra ...quando sincera.

Inácio Lagarto

ACORDAR NA AVENIDA


Desfilam, correm em turbilhão,
gente e carros na Avenida!
A visão é repartida
com esplanada no passeio,
numa caminhada apressada
quando nasce a madrugada,
no cumprir da coesão
...num terno enleio.
Rompem a fúria do tempo
ao longo do belo dia,
numa constante melodia
com buzina ou sirene a apitar...
da urgência a anunciar
e avisar o peão.
Cresce no homem a fé,
vai ao comércio, ao café,
no acreditar da existência;
lê o jornal com paciência
buscando novo sonhar.

Cai a estrela do sol quente
aparece a do luar.
São horas de televisão...
noticiário, desporto ao serão!
A cama está a chamar
para renovar na mente
...tudo o que sente.

Dando à Vida o paladar.


Setúbal,16/08/2014
Inácio Lagarto

domingo, 10 de agosto de 2014

CONTEMPLANDO O LUAR


Perdido no tempo
contemplando o luar...
vi as estrelas piscando!
Naveguei no Belo.
Uma me guiava a florir
naquele espaço a flutuar.
Mergulhei no azul do céu,
esqueci o que fora cuidado;
Segui na Via Láctea - caminhando,
aquele sinal envolto em véu.
Traço firme e raro desenhado
quis tocá-lo no cabelo.

Em recolhimento sincero
encontrei cheiros e cores:
os amigos da infância
os sonhos envoltos no sonhar
a luta da felicidade
e as borboletas beijando as flores.

Naquele sagrado silêncio
de olhar fixo...perdi o medo
e o luzir tentei agarrar!
A sombra sorriu projectada no chão.
Deu claridade ao segredo
...deixou coração a palpitar,
calou minha solidão.


Setúbal, 09/08/2014
Inácio Lagarto

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

SOMBRAS NA SAUDADE


Tantos invernos alvoraçam o ninho,
despem-se as serras de rosmaninho
quando a vida na caminhada
é pelo sol e luar acarinhada;
buscando alegria, fugindo da solidão,
filhos da terra, filhos da criação.
Bebem da videira o sumo da uva,
descansam numa cama de chuva
...tapam-se com lençóis de vento;
a luz vem das estrelas em movimento,
as aves esvoaçam nos ares
quando o céu é o tecto dos lares.

Na noite sossegam os dias,
nos silêncios florescem ousadias
na corrente que rega os sonhos;
servos de fantasmas tristonhos
ouvem a palavra que mente,
calam a voz da razão que sente.
A bela alvorada esfria,
do olhar triste uma lágrima caía
ao escutar promessas de ilusão
com o tempo fechado na mão
e folhas secas pisadas na liberdade
surgem...sombras nublosas na saudade.


Setúbal, 16/06/2014
Inácio Lagarto

terça-feira, 5 de agosto de 2014

AS MÃOS (DE MINHA MÃE)



Resgatando ao passado
o belo que a vida encerra
em memória e paixão;
o tesouro tirado à terra,
no brilhar após vidrado
pelas mãos de minha mãe
deram alma à tradição.

Afagaram os sonhos
cozinharam
costuraram...
cosendo qualquer rasgão
...amassando sagrado pão.

As mãos de minha mãe
envoltas em ternura
ceifaram terno grão;
abraçaram as sementes
uma, a outra não julgava
e unidas...eram valentes!

Faziam a Vida segura.

As mãos de minha mãe
estão presentes na Viagem
envoltas em doce magia;
hábeis no trabalhar
vão colorindo a fantasia
...vêm meu rosto tocar.




Setúbal, 05/08/2014
Inácio Lagarto