segunda-feira, 29 de junho de 2020

OLHAR COM TERNURA



Cansa olhar com ternura
Ao pensar no horizonte,
Realça a vida futura
Bebendo palavras na fonte.
O sonho perde sossego,
Aguarda ajuda divina,
O mundo caminha sem emprego
Na luz do sol que ilumina!

Das trevas surgiu destemido,
Corre veloz com ironia;
Assalta o globo sem sentido,
Rouba amizade, harmonia.
Os ventos sopram  assustados,
As vivências remexidas
Por mistérios desgastados
Não dão as lutas vencidas!

Bate no peito a saudade
Segue num tempo esquisito;
Acredita na força da caridade,
Na Ciência encontra o grito.
Sobre tamanha maldade.
Traga de volta a real paixão,
A consciência, a liberdade,
O abraço, o carinho de união! 

Na bondade de São Pedro erguida
Mostra ao pescador que é valente,
Lança ao mar a rede querida,
Enche a barca de peixe presente.
Ouvem-se vozes, tocam os sinos,
Por onda de crise cismadora,
Cantam artistas louvados hinos
Pela Paz terna, consoladora!


Setúbal, 29/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto


sábado, 27 de junho de 2020

CAMINHA NA LIBERDADE


Quanta incerteza instalada
Neste tempo adormecido;
Não sabem calar o gemido
Neste Universo de claridade!
Os olhares jamais encontram tino,
Destino 
Não dominam a fera maldosa,
Aguardam a luz da madrugada
Que surja radiosa,
Venha animar este desatino!

Perderam os mapas da rota,
A bússola que orienta a vida;
Navegam sem rumo na frota
Entre nevoeiro, sem guarida.

Ao longe, vêm uma estrela a brilhar,
Iluminando a noite escura
Que mostra o poder de Deus
Dando ao sonho esperança!
Ternura, conquista nos irmana,
Força humana
Domine tamanho segredo,
Acabe com o confinamento.
Traga alegria e não medo,
Com visões, mágoa nos engana!

Foi imposta quarentena
A fim de criar um mundo novo;
Guiam o viver através de antena 
Fica sem trabalho frágil povo!

Graças às leis da humanização
Profissionais com sua bondade
Oferecem o Saber com o coração
No Caminho da Liberdade!

Setúbal, 28/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto




quinta-feira, 25 de junho de 2020

ARRÁBIDA CONSOLADORA


Ó Arrábida consoladora
Desde o sopé ao alto da Serra 
Protege a terra, o rio e o mar,
Numa paisagem esplêndida de cores
Que ao sol, à chuva e ao vento
Escrevem sobre Ela, Poetas, Escritores,
Pintores!...
Dialogou com Sebastião da Gama
Acalentando a dor com carinho
Entre vegetação fenomenal
Que Ele amou como Serra Mãe
Jamais esquecendo "pelo sonho é que vamos".
Forte luz de Deus brilhou 
Dando alma a ternos poemas,
Glória por quem na vida sonhou,
No silêncio partilhou o caminho!

Com a Serra virgem adormeceu
E com ela não deixou de divagar
Elevando o pensamento ao céu,
Escutou uma lágrima a murmurar!

Naquela paraíso verdejante,
Templo sagrado dos Poetas, 
Também Frei Agostinho da Cruz
Ali viveu em recolhimento,
Vestindo de Monge da Arrábida.
Homem Sábio da Ciência
Utilizou os segredos das plantas 
Como o rosmaninho, o alecrim,
Os sabores dos frutos silvestres
Em prol da Saúde, da Existência.

Outro Poeta de olhar aceso
Mergulhou no Sado, com sentimento,
Entre o Outão e a Figueirinha,
Na Praia das Pedras
Do Doutor Cabral Adão,
Ilustrando tão belas arribas,
Toda a faina e flora
Que o guardam com Paixão!

Setúbal, 25/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto 




sábado, 20 de junho de 2020

SÃO PEDRO

São Pedro apóstolo de Cristo
Na Igreja Chefe de Roma;
Nasceu para abraçar o mundo
Jamais esquecer o sofrer 
Do povo no sem caminhar.
Tem as chaves que abrem tudo,
Pescador de profissão;
Nos festejos o mais sisudo.
Homem de grande nobreza
Está no Céu junto a Deus.
Acende a luz, sopra o vento
Abre as portas à eternidade,
Ao amor e ao perdão!

Crente na esperança divinal
Por Nero foi crucificado;
Sepultado em forma especial
E assim, como Jesus, foi julgado.

Um ilustre missionário
Entre apelos e inovações ;
Foi Bispo na fé Católica,
Defensor do pensamento,
Portador hábil da palavra.
Em glória celebra junho,
Com baile, livre musicar,
Foguete, vaso de manjerico
Adocicam o sonho, a mente,
Libertam do medo o viver
Deste vazio estranho
Que causa tamanha dor,
Termina com alma a cantar!

Cumpridas com inteligência
Surge o campo, o mar a convidar;
A vida alegre sem exigência
Leva na proa São Pedro a comandar.



Setúbal, 20/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 19 de junho de 2020

GUARDADORES DO TEMPO


Que enlevo de crianças
Com olhares que aprecio e louvo;
Filhos dos meus filhos
Netos dos meus pais
Avós de gente futura.
Frutos de frondosas árvores
Plantadas com esperança
Numa felicidade sem fim,
Assim, 
Criadas em lindo jardim
Cheias de pureza
Crescendo com confiança!

De mãos dadas com a vida
Sentem amor e comoções
Nesta dócil caminhada,
Um palpitar de corações.

Falam da vivência passada,
De valores no amanhã;
Na vontade em aprender
Com outra geração,
O sonho partilhando.
No embalar do berçário
Alicerçando o destino;
Trazidos em belo regaço
Acendendo as estrelas,
Modelando a existência,
Ver triunfar novo Ser
Seja menina ou menino!

Pensando no que já fomos
Na estrada sempre andando;
Apaixonados que somos,
Guardadores do tempo sonhando!

Setúbal, 19/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto





terça-feira, 16 de junho de 2020

SÃO JOÃO BAPTISTA

Ó São João Baptista
Meu querido São João;
Ao som do baterista,
De manjerico e balão!
Não falta o martelinho,
O bater do alho porro -
Alegrando o vizinho 
Na cabeça sem gorro.
Vem para a rua brincar,
Saltar a quente fogueira
Ou na marcha desfilar
Com arco e bandeira!

Vem olhar as estrelas
Bendizendo a vida; 
Dizer palavras belas
Entre a chama vivida!
Beijar a noite, o luar,
Sentir o calor da luz,
O anjo em terno musicar,
De perto abraçar Jesus.
Com mente transparente
Continua a caminhar,
Com carinho e ser gente,
Contra o vírus vamos lutar!

Esquece duro tormento,
Tão triste sonho conduz;
Não faças julgamento
Ao povo que carrega a cruz!
Somos filhos do mesmo Deus
Nesta Terra florida
Sob a abóbada dos céus
Unidos na Paz sentida.
Avança, sorri contente,
A Festa traz  ternura
Um vencer piamente
Contra terrível loucura!

Setúbal, 17/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

domingo, 14 de junho de 2020

MÊS DA SAUDADE



Junho ouve o povo em contentamento,
Recorda com alegria a alma infinita
Obedecendo à lei da saúde, da vida, grita!
Sabe esperar, para o ano, feliz momento.

Camões, Corpo de Deus, noite de Santo António, 
Aguardam por São João, São Pedro, o pescador;
Elegem a Poesia, o Altar, todos com amor
E que o mundo respeita como património!

Festejados, com orgulho, entre gala e folguedo,
No Templo, salão, na rua com saudade!
Glórias de feitos, sagradas, fantásticas acções.

Saciam a sede, a fome, o destino sem medo,
Assim, agradecem ao sonho a Liberdade!
Unindo aos corpos as mentes, os corações.


Setúbal, 14/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sábado, 13 de junho de 2020

SANTO ANTÓNIO


Lisboa acordou triste
Sem brilho ao Santo António
Cujo sonho e viver persiste
Rezando no seu oratório;
Falta marcha, riso e balão
Caminhando pela noite fora
A quadra popular entre paixão
Este ano em prece implora!

A Mouraria do fado
Fala da fresca sardinha
Do desfile encantado
Deixa a Avenida sozinha.
Do Bairro Alto à Madragoa
Não esquecem a bela Severa
O pregão que varina entoa
Memórias de outra Era.

Confinados os arraiais
Não há cortejo, procissão,
 casamentos tradicionais;
Apelam à compreensão
Perda do cenário real;
Neste dia não desce à rua
Imposta por distancia social
A Vida fica mais pobre e nua!

Não há fogueira, grelhador
Vinho e pão, versejar à mesa;
Bailarico, palavra de amor,
Envolvendo tanta riqueza.
Na partilha calma ao luar
Pedem, ao Santo Franciscano,
A terna arte em dialogar
Fixada no sofrer humano.

Setúbal, 13/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 12 de junho de 2020

ANO DE CONFINAMENTO


Ano de confinamento
Mudou o sonhar e o querer
Alterou a personalidade
O relacionamento
Na rua, casa ou trabalho
Na amizade
Fraternidade
O Social tornou-se diferente
Elegeu a tecnologia no Mercado
A Criatividade no mundo em geral.

Trouxe stress ao ideal e viver
Aumentou o sentimento
Abriu as portas à força do lar!

Revolucionou o comportamento
A chama nobre do olhar
Criou personalidade individual
Ao dia de luz fez-se treva
O povo a Deus, à Mãe reza
Pensa no Mar, na Terra, no Céu
Solta lamento vão!...
Como irá ganhar o pão!

Reagindo às dificuldades
Modificou o sorrir, atitude
Defendendo o Eu e a Família.

Gere conflitos de interesses
Preservando a dignidade
Ouve as vozes  com empatia
Não altera no outro a sua bondade
Jamais fechar-se na solidão
Vai dando alma à Liberdade!

Setúbal, 12/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 11 de junho de 2020

C O N F I A N Ç A




Sossega vida atribulada
Nesta imensa tristeza
Criando quadro solitário
Sombra aos sonhos
Revolta e medo;
Pedindo ajuda a Deus
Que indique o caminho
Sem espinho
Não imaginário
Somos heróis, queremos viver!

Porque ferem o sentimento
A palavra que bem haja
O simples aperto de mão?

Não deixam mostrar o rosto
Fica quase coberto
Como hábeis ladrões
Nós é que fomos atacados
Não é miragem
Só desejamos falar
Sorrir com alegria 
Jamais entre nostalgia
Ver o olhar brilhar
Sem cair uma lágrima das fontes.

Temos pressa em cumprimentar
O amigo que está chegando
Do trabalho, luta, ao longo do dia.

Eles contam suas estórias
Até a ansiedade
Que habita no pensamento
Partilham a esperança
A liberdade
Um futuro, repleto de confiança!

Setúbal, 11/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto














quarta-feira, 10 de junho de 2020

DIA DE PORTUGAL

DIA DE PORTUGAL

Camões acende a alvorada
Traz a chama que ilumina
A memória de brava gente
Jamais cala a caminhada
Duma luta em tempo divina
Lançando ao viver semente.

Com Deus no céu reinando
Vigia de perto tormentos
Por mares, lá longe, navegados!
Novos lugares desbravando
Enfrentando fortes ventos
Entre olhares extasiados.

Sua Obra é feito humano
Glória de ilustre geração
Conhecimento doado ao mundo.
De um povo lusitano
Lavrou sonho sem condição
Espalhando saber profundo.

 Camões na onda perdido
Hábil e sagaz aventureiro
Defendendo a Poesia.
Deu aos Lusíadas sentido 
Palavra e sonho verdadeiro
Mergulhando na nostalgia.

Lugar de vida, séculos erguidos
Recordados nesta pandemia
Gritos imortais do momento.
Como ontem serão vencidos
Vão perfumando este dia
Despertando o pensamento
Os povos acreditam nas razões
Do sol, das forças com pureza,
Limpam lágrimas sem fim
Assim,  afagam emoções 
Brindam à livre Natureza
Que foi atacada por erva ruim!

Setúbal, 10/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto













domingo, 7 de junho de 2020

QUERO BRINDAR À VIDA

Palmilhando o tempo vagarosamente
Vagueio dando corda aos sapatos
Olho e sonho constantemente
Sacudo o pó vindo dos matos.
Ouço o chilrear da passarada
Que vem do rio ao saciar a sede
Dormem no arvoredo em ninhada
Escondem-se na noite por causa da rede!

Penso, nos mistérios da vida
Em quem criou tamanha riqueza;
Na mente que caminha distraída
Esquecendo o Belo da Natureza.
Com régua, esquadro planeada
Para conforto da humanidade;
Pelo fogo, por  incúria, é queimada
Fomentando a desigualdade! 

Em teimosia a Terra refloresce
Jamais perdoa crime, grande dor!...
O fruto, ao temporal, amadurece
Paga o sofrer com terno amor.
Os riachos renovam a corrente
As serras vigiam os horizontes
A geologia torna-se diferente
Constroem casas na água das fontes!

Nesta existência gloriosa
Não há vírus que meta medo
Na sua força tão desastrosa
Vamos ultrapassar o degredo.
Os perigos são longos demais
Tornam a esperança em paixão
Queremos brindar a novos Natais
Ao Santo António, ao São João!

Setúbal, 08/06/ 2020
Inácio José Marcelino Lagarto

  


sábado, 6 de junho de 2020

A VIDA É POESIA

Vamos à praia ver o mar
Em grupo e pompa mostrar
Queremos viver com magia
Por conta da economia;
A riqueza anda cansada
no tempo mal equilibrada
Procurando solução
Sem emprego não há pão.
A sombra protege lentamente
E o mundo segue dormente;
É invadido por rochedos
Em que habitam segredos!

O povo espreita os martírios

Cheira de perto os lírios
Ao calor do sol, areais 
Ou ao fresco dos pinheirais;
Suspira em ais que apavora
Maldito vírus não vai embora
Que o vento o leve de repente
Porque ataca tanta gente.
Viaja livre nos caminhos
Roubando nossos carinhos
Só resta a Natureza
Como raiz e firmeza!

É junho! Começa o verão!
Guiado por fé, concentração
Acredita com galhardia
Que nasça um novo dia;
O povo sente e sonha
Numa conquista risonha
No Saber da Ciência
Em fértil experiência.
A luz do olhar em Deus
Ou os anjos vindos dos céus
Acalmem a dor, ventania
A Vida é  bela Poesia!

Setúbal, 06/06/2020

Inácio José Marcelino Lagarto 


quarta-feira, 3 de junho de 2020

FUTEBOL


F U T E B O L

Voltou o futebol
À noite e não ao sol
Que esteve parado
Do campo arredado;
Atento ao momento
E ao sofrimento
Perdeu a doçura
Dando à vida ternura.
Para manter emprego
A força  e segredo
Floresce a jornada
Na luta desejada!

Traz partilha social
Ao grito  Nacional
Soltam lamentos vãos
Todos somos irmãos;
Com troféu erguido
Pelo Club sentido
Que o torna imortal
Luz forte no ideal.
De emblema como paixão
Milita com o coração
Desejo divino
Entoa belo hino!

A Humanidade
Enlaça bondade 
Esquecendo fadiga
Na labuta amiga;
Desfralda bandeira
Eterna companheira
Brilha telejornal
A notícia em geral.
O técnico, o jogador
Mostram na bola valor
O árbitro em acção
Comentador a razão!


Setúbal, 04/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

MÊS DE CAMÕES

MÊS DE CAMÕES

No mês de Camões
Falam de emoções
Sentimentos unidos
Sonhos vencidos;
Memórias de gente
Conquista diferente
No mar profundo
Glória no mundo.
Há Poesia
Na noite e dia
Cante e farras
Vibram guitarras!

Há bailaricos
Fados e petiscos
Balões nos céus
Pedidos a Deus;
Ao Santo António
Toca o harmónio
À luz do luar
Mistério a desvendar.
Em livre momento
No pensamento
Marulham águas
Ondeiam mágoas!

Brilham flores
Beijam amores
No meio da aragem
Encurtam viagem;
Altar aceso
Ajoelho e rezo
Olho as estrelas
Vejo donzelas.
Vivo e suspiro
Ao vento vampiro
Num grito imortal
Viva Portugal!

Setúbal,  03/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

terça-feira, 2 de junho de 2020

MÊS SONHADO


Junho,  mistura da Natureza
Em que a primavera beija o verão
Num amor sem fim
E assim,
Os rios descansam as correntes,
O mar convida a mergulhar; 
O areal estende o seu manto,
Tornam a paisagem em belo jardim!

Santos Populares vêm para a rua,

Acompanhados de arco e balão
E de alegre musicar,
Cantar
Entre harmonia, brincar, fantasia
Há fraternidade, liberdade,
Bailarico e terna paixão
Caminham no tempo a marchar!

O povo com olhar em Deus

Esquece  por ora o momento
Vendo a aurora raiar,
A dançar
Cala a dura incerteza, fadiga
das horas longas a trabalhar;
Entoa palavras ao Céu e Senhor
Porque o futuro está ali ao virar!

Acredita na conquista

Sobre a fogueira, de alecrim, a arder;
Pensa na terra, no pobrezinho,
No vinho
Que na tasca surge a brilhar,
Na partilha da mente
Na vida sonhada com carinho!

Setúbal, 02/06/2020

Inácio José Marcelino Lagarto