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São dois afáveis amigos,
no respeito partilham o brincar;
com eles trazem saberes antigos,
identidade no caminhar.
Cachorros e os gatinhos
crescem no tempo tão depressa;
na bagunça jamais sozinhos,
tornam-se meigos quando interessa.
Usam a língua gestual!
O
toque, o cheiro, como motivação;
acordam a hora matinal…
belos animais de estimação.
Valorizam o terno momento,
compreendem a voz do dono;
criam o envolvimento!
Depois, deixados ao abandono.
Comunicam entre a alegria
animando a casa e o lazer;
vivem em alerta … noite e dia
no cumprir o hábil dever.
De olhar como a criança,
p
uros e fiéis companheiros!
E
ntregam-se com confiança
sem a troca dos dinheiros.
Unidos na aprendizagem
numa harmonia ousada!
C
ompletam a nobre viagem
na vida do Ser acossada.
A Magali muito ladina
e o Bocage maroto!
Como irmã tudo domina…
protege, ordena no posto.
Setúbal, 20/05/2019
Inácio José Marcelino Lagarto
Viana ilumina o peregrino,
com Nossa Senhora De Aires presente
n
o Altar na Planície Alentejana.
Ali rezam por um belo destino
e guie a luta diária de bens e gente
que na luz de Deus vive a força humana.
Pela manhã celeste tocam ao sinos,
acordam no campo as alvoradas,
rolam os sonhos por entre arvoredos.
À tarde, entoam melodias, ternos hinos,
agradecem à Vida as caminhadas
dos trabalhos encetados, vencidos os medos.
A voz da Mãe no Alentejo ouve-se além!..
Atravessa o sol, a chuva, o frio e o vento
naquele Amor Sagrado e profundo.
Escuta do longe o suspiro de alguém!...
Estende Seu Manto. protege o momento,
com o calor do Santuário do Mundo.
Oferece a Paz e a doce Ventura!
Dá - nos as graças, alimenta a esperança!
Embala o coração ferido e desfeito.
Companheira fiel na faina dura,
transforma a seara em bonança,
cinge a alma num abraço perfeito.
Concelho de fé e tradição,
unido no querer e fraternidade!
Afaga o viver nos ideais e na chama.
Vai partilhando - Cultura e Ambição,
frutos de um passado e da Liberdade
lavrados em monumentos de fama.
Setúbal, 14 de Maio de 2019
Inácio José Marcelino Lagarto
Desponta o Sol Nascente,
levanta-se o caminhante;
o luar é transparente,
segue o Povo para a faina ardente
sem mudar de semblante.
Leva no sonho a cruz erguida,
cumpre entre gargalhada o dever;
tem a conta, impaciente perdida,
naquela hora tão sentida…
usa as mãos como força do vencer.
Regressa de enxada ao ombro
depois de ter cumprido o labor;
tratou a Natureza com assombro
cujo prémio foi mais um tombo!
Resta-lhe a Família para o pranto e dor.
Sai do trabalho vem â taberna,
desabafa, completa a acção;
volta a casa e hiberna…
atravessa a noite e a vida terna!
Pede à madrugada protecção.
A luz da fé torna-se fria ou quente
para tamanha ansiedade
o cansaço é permanente
de ouvir falar tímidamente
da conquista da Liberdade.
Chega a noite finda o dia
canta alegre uma cantiga;
vai perfumando a fantasia,
protege o amor com magia!
Alimenta a chama antiga.
Setúbal, 12/05/2019
Inácio José Marcelino Lagarto
Partilhando a Poesia
neste convívio fraternal
brilham amizade e magia
no Alentejo fértil e rural.
Unidos no criar e ao dizer
usamos a força da mente,
cada um lavra o que sente
deste rico solo de poder,
seja a falar ou a escrever…
respeitamos a harmonia.
Pensamos na noite e no dia,
descrevemos a saudade
na luta e na liberdade!
Partilhamos a Poesia.
Viana. guarda no peito o barro,
Alcáçovas orgulha-se do chocalho
e, Aguiar da Anta e do trabalho!
Abraçam o montado e o tarro
como a charrua e o carro.
Beijam Évora e a Catedral
e o Templo de Diana divinal;
Alimentam-se na confiança,
bebem sonho de esperança
neste convívio fraternal.
Concelho de Inovação Social
e da Festa da Minha Terra;
do belo que nela encerra
vive do conceito tradicional
no seu Programa Cultural.
Há procissão, romaria,
entre cante e fantasia!
Despertam as emoções,
acalmam os ternos corações,
brilham amizade e magia.
Na estrada da vida andando
existe em nós um renascer,
uma recordação que vem aquecer
a memória, no disco rolando,
uma voz no ar perguntando,
porque partiste para longe afinal?
- Segui o meu rumo, o meu ideal!
A distância tornou-se em desejo,
em Viana sinto, tudo vejo…
no Alentejo fértil e rural.
Setúbal, 09/05/2019
Inácio José Marcelino Lagarto
