segunda-feira, 27 de julho de 2020

NEGREJAM SONHOS FLORIDOS


Negrejam na Terra sonhos floridos
Com incêndio que traça um cruz,
Neste verão em que o olhar esfria.
Os povos, no tempo, são escondidos,
Aguardam da esperança a terna luz,
Que a Ciência avance com galhardia!

O Mundo sofre com a pandemia,
Povoações protegem os inquilinos,
Seguem ordens claras e sensatas!
Usam saber, contenção, magia,
Comandam à distância os destinos
Numa força e amenas  concordatas.

Como a gaivota deixa o mar e o areal,
Visita a terra a sobrevoar... 
Numa ânsia frenética e presente!
Hoje a vivência torna-se desigual,
Deseja a liberdade, a fome saciar,
Criando uma verdade diferente!

Meditamos sobre séquito antigo,
De memória e dificuldade
Que em cada momento erigiu.
O progresso conquistou um amigo,
Experiência, Socialidade
Cuja Filosofia de vida repartiu!

Vontade de pensamento em Deus
Acompanha o quotidiano natural,
Na luta veloz encetada.
Cintilam nas estrelas amores seus
Prossegue com querer nobre ideal,
Assim o futuro Vence a Caminhada!


Setúbal, 27/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sábado, 25 de julho de 2020

IDEAL A FLORIR


Julho segue com o pote vazio
Foi ao céu buscar  trovoada
Iluminando a fonte de água!
Correu no tempo quente a fio
Perturbou  a alma sonhada,
Em vez de sossego deu-lhe mágoa.

Em longas horas na dura viagem
Uma nuvem mudou o destino
Que o próprio saber transcende!
Trouxe ao viver nova aragem,
Um pedaço de sofrer ladino
Cujo Ser guia, jamais entende!

Fortalece a imaginação
Para que termine louco mistério,
Abre a janela ao implorar!
A fim de encontrar a solução
Procura na Ciência novo critério
Na partilha do dar ao Acreditar.

Submisso ao dever, à segurança,
Bendizendo feito e bondade
Como testemunho Universal!
Cria no olhar a esperança,
Pensa na fraternidade
No Povo em união por igual.

A ventania soa ao ouvido,
Na mente causa grande cansaço;
Traz visões, antigas lembranças,
Vem alterar nosso sentido. 
A vida caminha, perdida, sem laço, 
No mundo habitam desconfianças!

Desempregada e, sem o labor,
A pobreza solta um grito desesperado!
Luta para ser Gente! Existir!
Vai eternizando a luz do amor
Neste mar por pescadores navegado,
Neste Alântico de Ideal a Florir!


Setúbal, 25/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sábado, 18 de julho de 2020

TELA ALENTEJANA

Évora, Cidade bela Alentejana
Situada ao sul do Rio Tejo,
Muralhada da Era Romana
Com Templo Diana,
Palácios e a Sé Catedral;  
Arcada triunfal p´ra raça humana
Protegendo do temporal o ensejo.
Planície fértil transtagana
Bebe da Fonte do Giraldo - Sem Pavor,
Na corrente da memória lusitana!  

Luz iluminando os horizontes!...
Linda tela para além dos montes.

Pintam, os campos de verdes trigais,
Pastores e gado nos montados;
Casas caiadas, potes de barro,
Ceifões, pelico e tarro!...
Sacadas nas janelas abertas ao luar
Espreitam a vida e os temporais,
Os anjos no céu encantados.
Nos telhados ouve-se o trinar dos pardais,
Sonham as mentes consoladoras
Louvando as Partilhas Culturais!

Surgem Meninos da Graça sorrindo,
   
Teatro Garcia Resende, Arte gerindo.

Olham becos, ruas aguerridas,
Ouvem sinos da Igreja de Santo Antão
Que tocam à hora da saudade,
Tempo da liberdade!
Recolhem ao conforto da faina do dia
As almas das missões cumpridas,
Acalmam na noite em forte paixão.
Acordam a fraternidade sentida,
No Jardim D. Manuel sonhando
Caminham vitórias floridas!

Desde as Portas de Moura às D´ Aviz
O povo entra e sai contente e feliz.


Setúbal, 19/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto









quinta-feira, 16 de julho de 2020

VIANA TERRA BELA



Viana tem como fundo a Serra,
São Vicente a escalar os céus;
Mirante de uma visão sem fim
E assim!...
No sopé, estende-se o branco casario,
Defendido pelo Castelo da Terra
E a Igreja Matriz para orar a Deus.
Desce à Praça, olha o Rossio, o jardim
Partilhando nas tascas a saudade
Dos ofícios que o saber encerra!

Desfilam pelo Alentejo verdejante
Sonhos peregrinos no caminhante.

Visitam o denso montado,
Fazendas, hortas e olivais;
Na planície sopra a aragem,
Linda Imagem
Da Mãe, Nossa Senhora De Aires,
No Seu Templo Imaculado!
Protege a Vida nos vendavais, 
Presença Divina na viagem;
Acalma o coração na tristeza,
No gado, faina ou no povo amado!

Tela lavrada com fé, harmonia
Pelo suor nos trigais, na olaria.

Traz o passado na memória,
Das duras lutas e contendas
Do povo trabalhador no feito
À fome sujeito!...
Pensando na Liberdade,
Numa honrosa vitória.
Os tormentos abriram fendas
E com a esperança ao peito
Brotaram água das fontes
Correndo com alegria em Glória!

A mente fala ao pensamento,
Abraça o futuro.... no momento.



Setúbal, 17/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto





terça-feira, 14 de julho de 2020

ESTRELAS QUE BRILHAM


Avós, estrelas que brilham no viver,
Presenças activas no crer, no labor,
No amor!
Dão carinho a todo o momento,
Conselho sábio e fecundo
No aprender,
Modelam o sonho, o pensamento
Para a caminhada pelo mundo.
Iluminam a madrugada 
A fim de alcançarem novo poder!

Amantes da fraternidade
Envoltos na luz da saudade.

Gerem protecção, força e sossego,
Estão presentes na dor sentida,
Curam a ferida!...
Corre-lhes nas veias o mesmo sangue
Partilham a palavra, o ideal
No aconchego,
 Olham ao longe o futuro.
Carregam aos ombros o peso por igual,
Oferecem conforto seguro
No coração, na mente, elevam o Ego!

Fontes na alegria, na tristeza
Brotam corrente com firmeza.

Em glória no santuário da vida
Curvam-se perante a esperança,
Com confiança!
Em estimáveis abraços e beijos.
De querer, terna bondade;
Vontade querida
Nos propósitos e ensejos
Erguem magnifica fortaleza
Sobre a qual o sol vai entrar
Através da chama aquecida!

Vozes de felicidade florescem
Jamais no tempo as esquecem.

Setúbal, 14/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto


domingo, 12 de julho de 2020

ANO DE RENOVAÇÃO



Ano de tormenta  e  loucura
Neste mundo de suave viver;
Muda a luz para sombra escura
Quando devia ser de ventura
A fim de terminar o sofrer.
Os sonhos já eram tantos,
O povo por tantos os calava;
Tornam-se em medos e prantos
Deixam a mente cansada e brava
Perante terríveis desencantos.

Na fúria dos ventos sentidos
Olha-se em redor da Natureza
Vendo os perfumes repartidos
Que pelos campos são oferecidos,
Elevando aromas e beleza. 
Tragam o amanhã diferente,
Na semente leve a esvoaçar,
No grão a força, a confiança,
Com a paz, alegria a brilhar
Para sossegar a Esperança!

Neste tempo, raro, imprevisto
Cujo perigo corre veloz à solta;
Ao progresso está sujeito,
Com informar diário imperfeito
Libertando caminho em revolta!...
Na voz calma do romantismo,
Lirismo no crer da renovação,
Lógica de opinião - cuidada;
Poderes libertam a alta tensão
Entre telenovela ilustrada!

Setúbal, 12/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

  

sexta-feira, 10 de julho de 2020

NASCE OUTRO FUTURO


No mundo nasce outro futuro,
Em crise e confinamento
Labuta por caminho seguro!...
Pede ajuda ao Conhecimento!

Conduz, trabalho à distância,
Vivência em tempo diferente
E tecnologia em abundância
Ao amor, ideal consciente.

Somos eternos peregrinos
Neste planeta em movimentos,
Percorremos lindos destinos
Entre saberes e monumentos.

Por paisagens verdejantes 
Viajam alegres pela Natureza
Povos diferentes, semelhantes!
Na Cultura elevam beleza. 

Da janela virada para a rua
Olham campo, mar e deserto;
Espreitam no céu o brilhar da lua
Na presença de Deus por perto.

Pintada com tamanha perfeição
A palavra " Esperança" com bondade!
Jamais falta a sombra da aflição
Nem o rir, cante da saudade.

Quando a aurora acorda o dia
Florescem tons matizados;
Mostram  a vida com fantasia
 Que pelos ventos são poupados!

Das robustas árvores despidas,
Sem piedade e com loucura
Restam frutos, folhas caídas,
Aguardam por nova frescura!


Setúbal, 10/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

quarta-feira, 8 de julho de 2020

ANJOS SECRETOS


Anjos nos hospitais secretos
Entregam corpo ao viver sentido,
Curam diversos males descobertos.

A bem da fraternidade
Vencem objectivo pretendido,
Com Saber, muita amizade!

Olham de frente com forte emoção
O irmão, na longa ventania,
Aconchego real sem condição.

Neste mundo vil, cheio de quimeras
Acendem a candeia da harmonia
Entre as flores das primaveras!

Todos os saberes são importantes,
Na bela solidariedade
Partilham, ajudam os caminhantes.

Da triste miséria imerecida 
Libertam a humanidade
A fim de seguir de cabeça erguida!

Como vitória final a construir,
A sociedade! Numa ânsia sente!
Luta! Para mais tarde usufruir.

Dispersos ou unidos em missão
Tratam por igual a raiz e semente
Com a ternura do coração!

Continuam a sorrir no andar
Sobre espinhos no momento,
Têm amarga meta a alcançar.

No meio da floresta, arvoredo
Vai brilhando o pensamento,
Peregrino do hábil segredo!

Setúbal, 08/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto



terça-feira, 7 de julho de 2020

O MUNDO PAROU


O mundo parou de repente,
O povo ficou triste, carpindo
E a vida tornou-se diferente.

A rua silenciou sapatos e fados
Com medo, a sua sombra ferindo, 
Fecham o labor, todos os mercados!

O sonho em casa com magia,
Invadida pelo teletrabalho
Tranca a porta, entra nostalgia.

Lá fora vagueia a amizade,
Perigo caminha sobre soalho
Assombrando a liberdade!

Não há carinho, beijo, abraço
Trocados por toque imaginário,
Vestindo a alma de cansaço.

Vem a máscara, a fantasia
Em desfile extraordinário
Jamais brilha na noite, no dia!

Surgem com ternura e coragem,
Olhos postos na Ciência!...
Sábios, médicos, enfermagem.

Chefes de quimeras ao peito
Defendem a Existência
Ou partilhando belo feito!

O globo perde-se na bruma,
Luta contra velhos pecados
Cujo segredo no tempo esfuma. 

Usa a palavra com confiança
E os movimentos sagrados
No tabuleiro da Esperança!

Setúbal, 07/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

domingo, 5 de julho de 2020

CULTURA DE UM POVO



Na Cultura de um povo
Vive do aprender novo
Memória sobre passado
No saber bem guardado
Na mente e no querer
Que cada qual sonha Ser!
Em campo verde por lavrar
Na oficina a peça moldar;
A escola constrói o vencer
Tornando a ciência em poder.
Com valorização sublime
Escreve vontade que exprime 
Cresce, não omite que foi novo
Vivência com gosto aprovo!

De norte a sul saúdam
E com Deus acarinham
Olham futuro conquistado
No caminho partilhado
Sempre com a alma atenta
Cuja esperança sustenta.

Na crença livre do Existir
Reside misterioso sentir
Sem julgar jamais ninguém
Para glória de outro alguém;
Só criam má onda, desatino
Mudando a rota ao destino!
Netos de árabes, mouros, romanos 
Criados em solos alentejanos
Terras mais tarde libertadas
Por ilustres cruzadas
Guiadas pela luz do florir
Cantam à estrela do sorrir!

Setúbal, 05/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto



sábado, 4 de julho de 2020

TERRA DO PESCADOR

TERRA DO PESCADOR

Ao sol, ao vento
Elevo pensamento
No Rio vindo do sul
De um suave azul
Olho com emoção
Que trago na paixão
Pela Serra amada
Da praia sonhada
Na Baía do Golfinho
Que abre caminho
A Setúbal da luz
Cuja vida conduz 
Neste momento
Em duro lamento!

Bela Cidade
Da Liberdade
Da Arrábida ao luar
Luisa Todi a cantar
Du Bocage sonhador
Terra do Pescador.

Gente aguerrida
Na luta sentida
Tem saudade
Da fábrica, bondade,
Das suas conservas
Vive nas trevas
Segue na rota
No barco aposta
Bebe nas imagens
Nestas paragens
Do nobre laborar
Na rede a lançar
Industria erguida
Num crer florida!

Setúbal, 04/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 2 de julho de 2020

OUVE O CORAÇÃO


OUVE O CORAÇÃO

Quanta labuta
Que dura luta
Hora perdida
Sem beijo, abraço
Torna cansaço
A mundo melhor
Foge o amor
A harmonia
Na luz do dia
Na noite escurece
A mente padece
De forma astuta
Bate a batuta!

Ouve o coração
Em forte emoção
O sonho inflama
Acende a chama
aquece o viver
O ideal e o Ser.

Surge saudade
Da tenra idade
Da juventude
Calma virtude
Como sol a brilhar
E alma a cantar
Na luz singela
Vivência bela
Soma de anos
Alguns enganos
Doce carinho
Trilha caminho
Sente bondade
Sobre Igualdade!

Setúbal, 02/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

quarta-feira, 1 de julho de 2020

SOU FILHO DE PORTUGAL

Da minha janela tudo é distante,
Vejo o mundo distribuído sem fim;
Navego numa nuvem errante
Assim, o sol fica mais perto de mim!
Através do ideal, pensamento,
Visito novos saberes, vivências
Entre cultura e doce evento,
Bebo no copo das experiências!

Nem toda a partilha é terno jardim
Nesta Natureza vasta e bela;
Há sempre um seco espinho ruim
Cravado na tela da aguarela.
Foi pintada pela mão de Deus,
Orquestrada com melodia;
Construída por anjos dos céus,
Iluminada com Vida, Poesia!

Sobressaem  canteiros de flores
Dispersos por imensos recantos;
Todos diferentes de várias cores,
Repletos de harmonia e de mantos.
Não falta a sombra, a claridade,
O rio correndo na jornada;
O denso arvoredo da saudade
Nem o monte com  casa caiada!

Acordo do sonho envolvente
Com a alma emparedada
Penso, no hábil povo, na boa gente
Que pela pandemia é sacrificada!...
Fecho a janela, guardo o silêncio,
Tento esquecer este vendaval;
Na amizade, na ternura diligencio,
Sou neto do mundo!Filho de Portugal!

Setúbal, 02/07/2020 
Inácio José Marcelino Lagarto