domingo, 27 de dezembro de 2009

CHAMA DE ESPERANÇA


NATAL!
Data fecunda
Chama d´esperança
Um novo acordar;
Brilha Estrela especial
Sobre a fé tão profunda;
Nasce confiança
Neste nosso caminhar.
Paira no ar emoção,
Num sublime sonhar;
Noite Sagrada
E da Razão
...Semente abençoada,
Neste Mundo em ebulição;
Numa Paz por encontrar.
Há sentimento -
Fantasia!!!
Aquece a paixão,
Quanta prenda e momento -
Partilha do Santo Dia,
Floresce a consolação;
Amar assim... É tudo e nada,
Nesta Quadra Imaculada,
Da Família e união.

Setúbal - Dezembro 2004
Inácio Lagarto

NASCIMENTO


Saudades
Nos fazem viver
Neste Tempo do Nascimento!
Recordar tantas verdades
Sem olhar às idades,
Da existência do SER.
Natal! Doce momento...
Glória a festejar!
Dos sonhos e das vontades
A quem a vida quis abraçar.
Seguimos a nossa estrada
Temos tudo ou mesmo nada,
Daquele muito que sonhamos;
Embainhamos a espada
Porque no sono pintamos,
Uma glória colorida
... Nunca feita em pedaço!
Ela termina dolorida,
Sentida...
Nela se perde algum laço!...
Vamos curando a ferida
À espera do cansaço
... No azul do espaço!


Viana do Alentejo, 25/12/2009
Inácio Lagarto

NOITE DE INVERNO


Noite fria de Inverno,
No calor da amizade;
Sobre o querer e sonho terno,
Paira no ar a saudade.

É Natal! Cheira a lareira,
Comunga-se da união;
A Família à nossa beira
Acalenta a solidão.

O vento, sopra forte de mais,
A chuva cai abruptamente;
Corre a água dos beirais
... Lavam a mente impaciente.

O Ano está a findar,
O futuro segue perdido;
Um Novo vai despertar
Para o verde ser colorido.

Tempo pára por favor...
Escuta a voz da razão!
Não vês que se perde o AMOR,
No meio de tanta confusão?

Senhores deuses do Universo,
Dêem aos homens outro rumo!
Este Mundo ficou perverso,
Embriagado pelo fumo.

Viana do Alentejo, 24/12/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

INTRIGA PALACIANA




O Mundo anda perdido
Com intriga palaciana
Fecham acordo indefinido
Em gaveta triste e insana!

I
O homem a vida destrói
A Terra sofre e treme;
A força que vai ao leme,
Belo ambiente corrói,
Com um grito que tanto dói...
Segue destino sem sentido,
Faz-se ao tempo desentendido,
Deixa o clima desvairado!
Não pensa, no bosque acabado,
O Mundo anda perdido.

II
O rio está a secar,
A água, não chega à barragem;
Ferem o mar e a paisagem,
O Sol perdeu seu brilhar.
A sombra, esconde o luar,
Fazem a guerra tirana,
Por atitude leviana!
A sucata cria milhões,
Cresce cobiça nos vilões,
Com intriga palaciana.

III
Já não bastam os Natais!
Sonha a razão com a verdade.
Devolvam ao viver a liberdade,
À floresta os animais
... Todo o SER exige mais,
No pesar ser entendido!...
Para o ecológico não ser ouvido,
Como livro de ninguém
.. «Jardim de Éden» - nosso bem,
Fecham acordo indefinido.

IV
Os gases pairam no ar,
Vamos salvar, ainda o Povo;
É possível, caminhar de novo,
O Globo queremos amar!
Só é preciso despertar,
Porque perigo também se sana!
Acorda memória ufana...
Abre o desejo guardado...
Será silêncio trespassado,
Em gaveta triste e insana!


Setúbal, 18/12/2009
Inácio Lagarto


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ROTA POR ACHAR


Nasci num país parado,
Banhado por mar e rocha,
Em que o sonho era fustigado -
Entre olival e montado -
Quando um Ser desabrocha.

Estrelavam as visões
No meio do tempo, tristes ais;
Apelos aos deuses, invocações
... Gemidos calavam corações!...
As esperanças voltavam mais.

Calada a madrugada,
Abril abriu novo caminho...
Aquela vida sonhada
E de cara já lavada...
Libertou a alma do espinho!

Os fantasmas do Além
São a sombra do presente;
Sabeis que o capital, nosso bem,
Travestido com desdém
É um perigo permanente?

O Povo assoma, dentro a bruma,
A nau demanda a barra!
O grito na onda traz espuma,
A força é pouca ou nenhuma,
Neste mar bravo, sem amarra.


Setúbal, 15/12/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL


Quando um homem sonha..
ACREDITA!
Mantém a força do vencer -
Pensa, na negrura da vida,
Nas alterações climáticas,
Na realidade medonha.
Sobre o ambiente...
MEDITA!
Tem vergonha...
Da aranha que tece
Floresce
Sem temer...
Na cobiça desmedida!
Que deixa o clima nauseabundo.
Fazem- se Cimeiras Diplomáticas
... O horror arrasta o mal -
O cenário é de pobreza,
Por incúria de tentações
Levianas
Que se alastram pelo Mundo;
Pelo aquecimento Global
Traz a morte e a tristeza;
O sentir anda ausente
Prefere a velha brandura
A tragédia vive presente
Choram Oceanos pela secura
E a Terra... Ficará sem gente!


Setúbal, 10/12/2009
Inácio Lagarto

A FORÇA DO QUERER




Meteram futuro na sacola
Quando ainda era criança;
Fui rolando, como a bola,
Partindo a fraca tola,
No tempo ganhei confiança.

Fui trepando ao penedo,
Tive sonhos, senti o frio;
Da sombra, emergia o medo,
No peito guardava segredo
Com esperança, corria o rio.

Vinha promessa à razão,
Montei a mula da vida;
Cavalguei na condição,
Sempre de rédea na mão,
Com mais força que à partida.

Entre loucos vinhos atrevidos,
O desejo eu fui pintando;
De corações bem unidos
... Os caminhos divididos,
A viagem vai findando!

Como murmuram as fontes
Brilha o Sol no casario;
Foge a lua, esconde os montes,
Vão encurtando os horizontes,
Olhos belos, ficam vazios.

Nada se perde, com a idade,
Tudo se transforma, com o querer;
A luz acende a verdade -
Trata a alma com caridade,
Mantendo aceso o saber.

Setúbal, 06/12/2009
Inácio Lagarto

NOVO CAMINHO


Cruzada a calada no peito
Para trás ficou a vida,
Em que os sonhos brilhavam iguais,
A idade era divertida,
O belo tinha outro jeito
E as flores brotavam mais.
As rosas com seus harpejos
Realçavam o perfume;
Os cravos, de fáceis desejos,
Esqueciam o azedume,
Despertando o amor.
Se o tempo tirou a fala
E acalenta tanta dor?!
Se pensas muito em nós?
Olha o espelho da verdade!...
Ouviremos da tua voz,
A melodia que não cala...
O som da mocidade!
O sentir está presente,
Guardado dentro do ninho
...Deixado na Terra a semente
No prosseguir... NOVO CAMINHO.


Setúbal, 30/11/2009
Inácio Lagarto

FILARMÓNICA DE VIANA




Ouvia-se o sino a vibrar,
Na Torre alta do Castelo;
Convidava o Povo, ao levantar
... Para ver Filarmónica passar,
Desfilando em clima belo!

A música era executada, sem medo,
Nas Festas e Romarias;
Na pauta liam o segredo,
Tons que acordam a alma cedo,
Enaltecendo as melodias.

Foram baladas a partilhar,
Quantas peças em ovação?!
Ao som da marcha militar -
«O Major Rato» - é o recordar...
Pisar calçada do chão!

Dispersa em várias Claves,
Soube animar as Procissões;
Com marchas fúnebres ou graves,
No Concerto, arte sem entraves,
Em que se entregam as devoções.

Sonho com doçura de mel
Trazia, alegria ao chorar;
«De Paredes a Penafiel»
Tocava ao tempo, sem papel,
Nas noites negras ao Luar.

Em Vila Franca, no passado,
Ou em Évora p´ró General;
Diário de Notícias foi beijado,
O País foi caminhado ...
Por uma Banda Especial!

Setúbal, 25/11/2009
Inácio Lagarto

CURSO DE OLARIA




Paira Curso de Olaria
Que VIANA quis manter
No ALENTEJO com magia
Ânsia dum Povo, com querer

I
O tempo sonha e amordaça
Rasgado foi o destino
Tocou na força do menino
Aquela arte e engenho com graça
O Poder dá-lhe a traça
Usando de hipocrisia
Na ilusão de novo dia
Ao pobre rouba a razão
Rega com metade da lição
Paira Curso de Olaria.

II
Naquela doce viagem
Em que o Sol nasce por igual
Teve um Mestre especial
Com Professores de linhagem
Com Eles esboçaram paisagem
Modelaram no barro o saber
Na Mufla estiveram a cozer
Bonecos e jarras belas
Com desenhos lavraram telas
Que VIANA quis manter.

III
Floresceram novos valores
Entre partilha e ambição
Os sexos davam as mãos
De olhar fixo, de pequenos pintores
Na oficina raros criadores
No torno ouviram melodia
A chama que vibra e guia
Enchendo a alma de glória
Naqueles traços de memória
No ALENTEJO com magia.

IV
No passado mora saudade
Chora no peito a caminhada
Recorda o romper da alvorada
Que acompanha a idade
Sobre o grito da vontade
Do existir e pertencer
Abriu janela à luz ao ver
Dispersos foram lutando
Noutros barcos navegando
Ânsia dum Povo, com querer.


Setúbal, 24/11/2009
Inácio Lagarto