terça-feira, 29 de outubro de 2019

SONHO SALPICADO


Tenho força, imaginação,
sentimento na criação...
minha experiência não calam!
Lembranças de lutas falam,
na vida, não viajo disperso,
nos versos humildade peço.

O sonho é salpicado, 
com poema bem lavrado
sobre uma folha de papel!
Com linguagem a granel.
Extraído do registo na mente
e musicado pelo que sente.

Ouvem-se todos os sentidos,

neste mundo construídos
entre partilha abraçados
e, no silêncio modelados.
Vive o coração palpitante
por amor a qualquer instante.

Acelera o sangue nas veias
quando escuta coisas feias!
Envolta em febril opinião,
martiriza-se com prontidão.
Humilhado por gente na hora,
pintando de escuro a aurora.

No tempo mergulham suspiros,
pensamentos fazem giros
galgando pontes das vontades!
Enchem as correntes de saudades.
Reflexos que brotam das fontes,
dos trabalhos sofridos nos montes.

Setúbal, 24/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto








quinta-feira, 17 de outubro de 2019

DE LISBOA AO ALENTEJO


Belém e Viana, semearam labor,
no Alentejo, em solo a cultivar!
Nasceram de Setúbal, um cravo e uma rosa.
Filhos do Amor, da felicidade,
verdade, frutos da mocidade...
partilhando uma esperança ditosa.

As vitórias e os sonhos foram crescendo,
fortalecendo a cada instante
os corações, repletos de bondade,
perfumaram o Templo de ventura,
doçura, com imensa formosura!
No jardim da humanidade.

De palavras encantadas de carinhos,
entre harmonia  e sorrisos
cumpriam...as promessas divinas.
Brilhou no ideal, uma luz tranquila,
reguila, na vida linda moçoila!
Alegrando as imagens citadinas.

Hoje mergulha, na Baía do Rio Sado,
neste paraíso, neste cantinho...
a fim de receber belo presente.
Na água, está guardada uma cantiga,
p´ rá rapariga, filha amiga
a festejar aniversário docemente.

Vive! Abraça a caminhada!
Com Pai, Mãe e Amigos de Bem!
Unidos na Fé, na confiança.
Recebe mil beijos puros e ardentes,
neles sentes, o fervor das mentes
que alimentam o Sonho de Criança. 


(Mariazinha Vieira e Inácio Lagarto)
Setúbal, 18/Outubro/2019
Inácio J. M. Lagarto





terça-feira, 15 de outubro de 2019

TEMPOS QUE FALAM




Só o Poeta compreende,
com voz pura pela razão
porque o fiel da balança pende
do prato de quem lhe rouba o pão.

Hoje os tempos são diferentes,
foi preciso uma revolução!
De cravo ao peito ou na mão
entre armas, forças presentes
e com querer usaram as mentes.
Desta lição u mundo aprende,
a luz da aurora acende
a maneira unida de lutar...
nobre vitória a conquistar!
Só o Poeta compreende.

Ano após ano escravizado,
no fadário de cabeça erguida;
de uma esperança sentida
seguia o Povo amargurado.
Explorado e cansado
pelo aperto no coração,
lançando a enxada ao chão,
triste mas, sempre cantando!
O seu viver alegrando...
com voz pura pela razão.

Brilha do passado a ambição,
bela e terna conselheira;
de partilha, crença verdadeira,
fomentando nova bonança
neste progresso que avança.
O seu corpo livre vende
na pobreza cheia de sede!
O lucro, entra no cofre do senhor,
vai à mesa do lavrador ...
porque o fiel da balança pende.

A riqueza é a plenitude
do chefe provinciano,
pouco importa ser humano,
usam a vaidade cimo atitude!
Despedem quem não tem saúde.
 Fazem vénias ao patrão...
como sinal de obrigação,
o ilustre trabalhador;
recebe as migalhas por favor!
Do prato de quem lhe rouba o pão.


Setúbal, 14/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto




sábado, 12 de outubro de 2019

CHEGUEI À CIDADE



Cheguei à Cidade, 
pisei a calçada;
trazia a saudade 
para longa caminhada.

A Luiza Tody abracei,

visitei o Mercado;
fresco peixe admirei
da bela faina pescada.

Olhei a Arrábida com pasmar!

Linda e verdejante;
o Rio Sado, a foz e o mar...
num azul pujante.

Com o Bocage divaguei!
No versejar, na magia,
entre o dizer mastiguei...
sua rica Poesia.

Senti no Povo a conjunção
sobre o Templo de labor;
da partilha, da bênção,
em que vive o amor.

Ouvi a voz da vida,
construi doce lar;
de corpo e alma sentida
com o sonho a modelar.

Na calçada gasta 
sigo em frente a rota!
Setúbal jamais afasta
a fé que dela brota.


Setúbal, 12/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

OUTUBRO EQUILIBRA A MENTE


Abalou o verão quente das fugas
em que abundam algazarras
por entre viagens errantes
e, impacientes sonhos na vida.
No mar mergulham como tartarugas,
divertem-se à noite, em bares, nas farras!
Bridam à caminhada os caminhantes,
numa animação alegre e sentida.

Mês de setembro e a praia foram-se embora,
embarcaram no cais, levam o sonhar
a fim de ancorarem no São Martinho!
Ali choram pela flor da pureza.
É outono! Com assombro implora! 
Ao outubro, cuja mente segue a equilibrar...
aguarda novembro por novo vinho
em que o sol aquece a Natureza.

Dia um, festeja-se Todos os Santos,
unindo o passado ao presente
com esperança no futuro a realizar,
ouvindo o murmúrio das aragens.
Lavra-se a terra, calam-se os prantos,
lança-se ao solo a rica semente!
Em dezembro, com o frio, começa a nevar,
enraízam as férteis pastagens.

Neste embalar do ano especial
beija-se a Família querida,
no inverno impulsionador
cujas correntes galgam as pontes.
Brilha no céu a Quadra do Natal
em noite abençoada e florida,
na qual nasceu O Menino e Senhor!
Espalhando a palavra por horizontes.

Setúbal, 04/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

Os ventos levaram as fagulhas do verão,
as areias das praias ficam molhadas;
cai a neve branca com emoção
projectando a luz das madrugadas.
Lagarto