terça-feira, 15 de outubro de 2019
TEMPOS QUE FALAM
Só o Poeta compreende,
com voz pura pela razão
porque o fiel da balança pende
do prato de quem lhe rouba o pão.
Hoje os tempos são diferentes,
foi preciso uma revolução!
De cravo ao peito ou na mão
entre armas, forças presentes
e com querer usaram as mentes.
Desta lição u mundo aprende,
a luz da aurora acende
a maneira unida de lutar...
nobre vitória a conquistar!
Só o Poeta compreende.
Ano após ano escravizado,
no fadário de cabeça erguida;
de uma esperança sentida
seguia o Povo amargurado.
Explorado e cansado
pelo aperto no coração,
lançando a enxada ao chão,
triste mas, sempre cantando!
O seu viver alegrando...
com voz pura pela razão.
Brilha do passado a ambição,
bela e terna conselheira;
de partilha, crença verdadeira,
fomentando nova bonança
neste progresso que avança.
O seu corpo livre vende
na pobreza cheia de sede!
O lucro, entra no cofre do senhor,
vai à mesa do lavrador ...
porque o fiel da balança pende.
A riqueza é a plenitude
do chefe provinciano,
pouco importa ser humano,
usam a vaidade cimo atitude!
Despedem quem não tem saúde.
Fazem vénias ao patrão...
como sinal de obrigação,
o ilustre trabalhador;
recebe as migalhas por favor!
Do prato de quem lhe rouba o pão.
Setúbal, 14/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto
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