segunda-feira, 30 de maio de 2016

ESTRELAS AO VENTO


Quando ia longo o dia
entre ruas e ruelas
coloria-se a fantasia.
Com brinquedos e folia
lançando ao vento as estrelas.

Setúbal, 29/05/2016
Inácio Lagarto

domingo, 29 de maio de 2016

A F E C T O S

Foto retirada do Google

Sinto falta das estrelas
seguras em mãos de crianças
que foram deleite dum povo.
Afectos da infância
doados pelas memórias;
brinquedos de cana e papel
lançados no ar, com esperanças
num sonhar livre e novo!
Conquistas das estórias
presas a um novelo e cordel.

Tinham magia e afagos
criadas de fasquias, de canas, cruzadas
conforme a imaginação!
Fixas ao centro, bem afinadas.
As pontas, em circulo, atadas
tornando-as em bagos,
circundadas de afirmação.

Estrelas moldadas
obedecendo à lei central;
às estruturas eram coladas
folhas coloridas ou de jornal
...todo o fundo nem sempre igual.
Adornadas nas extremidades
com brincos soltos, a brilharem
não faltando as longas caudas ,
com laços a florirem...
puro equilíbrio e peso.

Ancoradas, em triângulo na vontade
obedecendo, ao comando do chão,
com guitas, curtas ou longas,
num opulento segredo.
Esvoaçavam no espaço, sem medo,
alimentando a razão!
Soltas ao vento...vivem em liberdade.

Setúbal, 29/05/2016
Inácio Lagarto

sexta-feira, 27 de maio de 2016

V A L O R E S




Perguntaram por ti, Amigo
não lhes dei teu telemóvel
guardo o endereço comigo
no peito, junto do coração;
para mim é um imóvel
relíquia, afável, na solidão.

Querem um dia visitar-te
no mês da Liberdade, da flor.
Humildade, vão levar-te
Misericórdia, no estandarte;
com Saúde, Paz e Amor
Felicidade, adornada de arte.

Trata-os bem, na ocasião,
são companheiros especiais;
vivem alegres, num mundo são,
procuram na Terra confianças.
Caminham para além dos Natais
alimentando-se de esperanças.

São músicos, sublimes artistas
seguem na vida belo fadário.
Cavadores, doutores, fadistas,
estudantes, técnicos, camaradas,
poetas, críticos sem horário.
Gente que sonha...com alvoradas!


Setúbal, 28/05/2016
Inácio Lagarto

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A AUSÊNCIA

A ausência é recordar 
sentir o que se perdeu
ou ganhou.
É poder abraçar
sem julgar
nos silêncios das horas...
os sons, as emoções,
do que se Amou.

Setúbal, 25/05/2016
Inácio Lagarto

AUSÊNCIA

Procuro na presença, a ausência
no aconchego da Vida!
As horas do trabalhar
nesta luz da existência.
Não esquecendo a inocência
que na nuvem anda perdida
e quero, com querer, agarrar.

Encontrei-a branca a pairar
com pássaro em liberdade
numa esperança florida.
Na caminhada madura
o tempo, veloz...passa.
Deixa a marca da saudade
no amor semeado
em estrada...acrescida.
Numa construção futura
que a idade abraça.

Sopra o vento, em noite calma,
os sonhos sonhados
legam vitória sem rasgão.
Busco segurança e abrigo
num conforto amigo...
uma força que acalma
com chuva forte nos telhados
baralhando a razão.

A memória fica adormecida,
resignada mas, não distante,
esperando o sol nascer.
Surge clarão triunfante
...abençoando a Vida,
um novo alvorecer.

Setúbal, 25/05/2016
Inácio Lagarto



terça-feira, 10 de maio de 2016

CHEIRA A PRIMAVERA

Ainda agora é primavera
não deixe fugir a alegria.
A chuva cai lá fora,
corre límpida para a praia
à espera...de novo dia.
A tristeza vai embora,
leva para longe, mau pensamento,
em que sussurra a nostalgia.


Faça brotar belas palavras!
Guarde as sensações
desses lugares e paisagens,
cujas ondas tocam nos areais.
Vá dialogando com o mar,
entregue o coração
no perfume das prainhas.
Esqueça a solidão!
O Tempo...está na sua mão
nessa costa de encantar.


Beije a Vida com sorriso
nesse Alentejo sonhado.
Ai, tem tudo que é preciso!
Escreva o que tem guardado
nesse cofre bem fechado.


Abrace as voltas do vento,
o sol no seu brilhar
com tão rica Poesia.
Vá musicando o momento,
num suave embalar
dando alma ...à fantasia.


Setúbal, 10/05/2016
Inácio Lagarto