PÁGINAS SONHADAS

Caminhando pelas fontes da vida,
embalado em berço  Camoniano
ou, na linguagem de Fernando Pessoa!
Sou apenas sombra de Florbela...
brotando lágrimas de graça.
Elevo a voz à dor sentida,
dou um grito bem alto e humano
cujo luar repete e entoa
entre a paisagem real e bela!
Atravessa o Tempo e a vidraça.

Ditosos os que sonham e pensam!
Aos vendavais, aos peitos, são alheios
dizendo o que sentem, sabendo dizer,
com ritmo musicado na hora...
no entendimento transparente.
As tecnologias vivem e expressam
valores, cobiças, lucros derradeiros,
trazendo no seio um novo crescer.
Sociedade de labor o mundo implora!
Estende as mãos para o receber.

Palmilham na Terra arduamente,
esquecem as aves em livre voar;
não reparam na água a fugir do rio
nem no verde prado a sofrer!
Com sol e a chuva sem protecção.
Pergunto? À noite calmamente
e, ao luar no céu a brilhar?
Porque não respeitam o calor e o frio
enquanto a Natureza tem força e poder!
Calam no Homem... o Amor e a Paixão.

Páginas gloriosas sonhadas,
de obras divinas eleitas
são  pedaços de histórias lavradas!
Do ontem, do hoje partilhadas...
mensagens aos corações perfeitas.

Setúbal, 28/03/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

PÁSCOA DO AMOR

 

Seguimos na estrada

vivendo no sonho!

Com o corpo na Terra

olhamos o amanhã,

rindo dos problemas.

Mudamos verdades

emitidas pela mente;

navegamos na sorte,

na corrente da justiça...

criando bela história.

 

Pensar na vida cansa,

é preciso acreditar!

É urgente ter ideal,

sorrir com alegria,

com ar triunfante.

Iluminar o vencer,

lutar por aprender;

pintar de verde a fé

e, de confiança...

a chama da vitória.

 

Uma luz suspensa

reflecte do alto da Cruz!

Sinal de Elevação,

vida dela desce,

Sangue -Mistério do Bem.

Força radiosa,

sonho por inteiro;

traz novo renascer

à Páscoa do Amor!

Tempo de Glória.

 

Céu azul revela,

sentimento e Paixão!

Com a Vida sela...

caminhar com perdão.

 

 

Setúbal, 25/03/2018

Inácio José Marcelino Lagarto

 

 







SILÊNCIOS

Silêncios são sinais,
emoções na mente!
Palavra fechada,
o Eu atormenta.
Dos lugares reais,
voz que a vida sente!
Viagem recordada,
façanha atenta.

Calam saudade,
gemido no peito!
Força de certeza...
no olhar em Deus.
Abraçam a bondade,
sonhar perfeito
na luz, firmeza
que surge dos céus.

Com crença e ternura
cantamos ao Amor!
Bebemos nas fontes...
no meio dos trigos.
Sopro de frescura
acalma o calor,
fixamos horizontes!
Milagres antigos.

Numa luta insana,
em Paz contente!
Doce primavera...
palpita e ondeia.
Beijamos Viana
no Alentejo presente,
Vivendo na Era
cuja época semeia.


Setúbal, 23/03/2018
Inácio José Marcelino Lagarto
 

O SOBREIRO ASSOBIADOR

O Sobreiro, fértil, Assobiador,
plantado no tempo, em Águas de Moura!
Brilha na Marateca, freguesia de Amor...
no concelho de Palmela - solo de lavoura.

Seguro à terra, À vida, onde nasceu
abraça o sonhar, em bela braçada!
O mundo o elevou e reconheceu...
como Árvore Europeia, bem amada.

De dorso gigantesco à morte resiste,
estende e oferece calma folhagem!
Abriga o caminhante - heróico e triste...
solidário  com o cansaço da viagem.

Árvore frondosa, de força e criação,
de corpo imenso, resistência secular!
Segue doando cortiça à geração...
bolotas suculentas de pasmar.

Em seu redor os pássaros esvoaçam,
bandos dispersos e ansiosos!
Os ventos aos temporais assobiam...
clamando em sons harmónicos.

Vendo e espiando quantos segredos?!
Conhecido por " Casamenteiro ".
Na Natureza vai vencendo os medos...
na floresta beija sonho verdadeiro.


Setúbal, 22/03/2018
Inácio José M. Lagarto

JANELA ABERTA À VIDA

Janela aberta à Vida
deixando entrar a luz quente
do sol, das estrelas, do luar.
Dão energia à força sentida...
iluminando a mente e o sonhar.

Setúbal, 20/03/2018
Inácio Lagarto

A PRIMAVERA CHEGOU

(Foto retirada do Google)

 

A primavera chegou,

brilhando nas asas uma luz!

Ilumina o longo horizonte.

A terra fresca floresceu,

o sol quente cortejou,

cujo astro do céu conduz

a ave voando pelo monte...

nova alvorada renasceu.



Traz no bico sentimento,
nele soprando outra certeza!
Fertiliza o Amor.
No seu belo chilrear
surge à mercê do vento,
esvoaça, sobre a folhagem, com beleza
ou, numa rosa em flor...
alegrando o nosso olhar.

A Vida é maravilhosa
no cante harmonioso do pássaro!
Construindo calmo ninho.
Vive com carinho e Saber
numa árvore frondosa.
O tempo caminha claro,
o rio segue, rota, de mansinho...
por entre paisagem, a correr.

Rompem segredos palpitantes
guardados, com hábil magia!
As verdades nos dias vivemos.
Parou a chuva na brisa chovendo,
crescem as plantas verdejantes
ao calor, a semente fria,
por momentos, os medos esquecemos...
sinais de verão, no ar, aparecendo.


Setúbal, 20/03/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

PENSAMENTO

Reconciliámos no sofrer com a Vida
procurando tão belo rosto!
Sentimos revolta e medos.
Vivemos a dor sentida
reflectindo em redor,
agarrados à esperança
no limiar das nossa forças.
Acreditamos em Deus
para protecção da nossa grande Mulher,
junto da Santa Mãe Nossa Senhora
a fim de descansar com Amor.


Pai e Filha
Inácio Lagarto e Paula Vieira Lagarto

MULHER E MÃE APAIXONADA

 

 

 

 

MULHER E MÃE APAIXONADA

 



As estrelas no céu reuniram
por ordem de Deus Criador!
Tornaram o Sonho brilhante.
Almas  unidas sorriram
pela força maternal dos anos...
festejaram em glória triunfante.

Data em Março, jamais esquecida,
entre beijos e carinhos de Jesus!
Com alegria e Santidade.
Dia dezassete, viagem sentida
como raio de virtude e de luz...
que vem alimentar a saudade.

A chama do tempo brilha
com humildade pura e cristã!
Cuja Vida vem compensar.
Pai, irmanado com sua filha
acreditando, na força do amanhã...
vão partilhando  a Fé no Altar.

No raiar de nova esperança,
frutos de fibra enrijecida!
Sua imagem é consoladora.
Belo olhar dá confiança,
amparo, claridade à dor vivida...
para nós, uma radiosa lutadora.

Foste uma árvore frondosa
nesta doce caminhada!
Esbelta e hábil costureira.
Vestida com roupagem vaporosa -
Mulher e Mãe Apaixonada.
Parabéns! Nossa Companheira.

Com beijos de filha e marido amigo
nossos corações estão contigo.

Setúbal, 17 de Março de 2018
Inácio José Marcelino Lagarto e
Paula Vieira Lagarto

RIO DE LONGO CAUDAL

Sou um rio de longo caudal,
alagando as margens, correndo!
Com palavras livres no ideal,
vou ignorando qualquer vendaval...
páginas de medos vencendo.

Carrego no pensamento a vontade,
conquistas e sentir de outrora!
No sonho lavro a liberdade.
Com carinho beijo a claridade...
nas águas revoltas cuja vida chora.

Vejo a força dos frescos afluentes,
escuto as queixas das folhagens!
Os murmúrios são diferentes.
Das árvores caídas e pendentes...
soam pedras soltas nas paisagens.

Limpo o rosto à terra magoada,
as lágrimas aos montes tombando!
Ouço o bater da louca trovoada.
Acende-se o sol, nasce a alvorada...
a luz no sonho fecundando.

Ao futuro, florido, deixo o Dizer
aguardando as praias no verão!
Finda a dura faina, resta o lazer.
Com a ondo luto, sem temer...
abraço o areal com terna paixão.

Guardo no peito o grito e o pranto,
olho as estrelas, noites de luar!
Agasalho a viagem com doce manto,
dou ao Existir um tal encanto...
as folhas caídas voltam a despontar.


Setúbal, 15/03/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

POESIA SENTIDA

(Imagem retirada do Google)

 

 

Sou  no sonho alma sonhada

dando formas às mil cores,

calcorreando as ruas da vida.

Divago por cafés e espaços

partilhando meu livre destino,

alheio às memórias e às horas...

apaixonado pela rede do pescador.

 

Sou um pássaro voando,

sem asas sigo minha rota 

sobre a terra, o mar e o rio.

Olho, de perto, o nascer do sol

ouvindo as vozes distantes

por entre saudoso casario...

desejos que não perdi.

 

Acaricio a afável viagem

nas voltas loucas do vento,

da alegria, dos gestos amargos!

De gente vivida e quente.

Recebo, os raios de luz do dia,

neste pedaço de chão, nosso mundo...

vêm temperar doces pecados.

 

 Vivo ao som do progresso e magia,

em desencanto crescendo

do telemóvel, na mão sorrindo.

Silenciam, no tempo, a palavra,

a partilha social,

em cortejo rápido e irreal

esquecendo a fraternidade,

com fantasia em voz d´esperança.

 

Pela Arrábida troquei as migas,

 do Alentejo trago a ambição !

Ao Sado dedico minhas cantigas,

na Baía banho o meu coração...

em Poesia Sentida.


Setúbal, 14/03/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

PAI! FONTE A CORRER

Ter um Pai! É ter nascido!
Com coragem e galhardia...
Continuar na luta! Ser Gente!
Manter vivo o sonho
guardado no coração.

Não existe filho sem Pai!
Dele herdamos o labor
cujo ideal cresce,
floresce na partilha...
num corpo de Mãe - Mulher.

Pai! Acende a luz!
Escreve belo Poema,
com letras desenhadas,
pintadas...
nas folhas da Vida,
entre sorriso e encanto;
fecundado com esperança.

Pai! É terno Amigo,
um irmão...
no abraçar, o fiel companheiro,
na manhã que tarda em chegar.

É médico e professor
numa longa caminhada!
Conselheiro supremo
na alvorada...
na aprendizagem do bem.
De pensamento puro
permanece na eternidade,
de enrugado rosto risonho.

Pai! É uma fonte a correr
com caudal em tempo inteiro
aonde o futuro vai beber!...
Amor claro e Verdadeiro.


Setúbal, (Dia 19) de Março de 2018
Inácio José Marcelino Lagarto

PAI, DIGNO OBREIRO

Pai, és digno  obreiro.
A vida é minha herança,
como tu sou caminheiro!
Tua luta dá-me confiança.

Inácio Lagarto

MULHERES

Às Mulheres deste glorioso tempo
estendo minhas palavras sentidas,
vibrando ao som da alegria!
Mães, companheiras de eleição.
Suas lutas, jamais são passatempo,
trazem ao peito caminhadas floridas,
esperanças guardadas por um novo dia...
partilhadas em livre união.

Nas fábricas, no campo, na oficina
ou, no escritório, a luz espalham
na luta, carinho e tanto encanto!
Na Família gerem a chama.
Numa sinfonia divina
o lar, os filhos, os sonhos abraçam;
a Vida agasalham em doce manto...
força fecunda iluminada com alma.

Esbeltas, de mãos ansiosas,
o amanhã proclamam
com uma vontade real e imensa!
Porque expelem do útero uma vida.
Embalam, no berço, imagens graciosas,
com bela canção, ao futuro cantando;
numa doçura maternal e pertença...
viver e ânsia de conquista.

Mulheres, mudam a solidão sem gemidos,
entre olhares vigiando horizontes
cujo mundo não é de ninguém!
Jardins verdejantes, quentes pelas horas.
Com corações batendo aos ouvidos
como caudal, de sangue, nas fontes;
nelas bebem a estrada do bem...
que nascem meninas, tornam-se Senhoras.


Setúbal, 08/03/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

M A R Ç O

Março tempo de equilíbrio e razão,
cai a chuva e brilha o sol!
Frio de inverno, quente de verão...
noite gelada de gorro e cachecol.

Carrega no ventre um Novo Ano,
em desejo festivo continua!
No peito esperança e desengano...
esquecendo a caminhada nua.

Floresce com gosto a vida,
aparece no astro a trovoada!
Traz relâmpago, força sentida...
numa lágrima molhada.

Enxuga a sombra ao som do vento,
as árvores, no campo, criam folhas!
Protege crenças em movimento...
acalmando os corações nas escolhas.

Abre as portas à primavera,
ao belo cante, à filosofia!
O ontem jamais foi quimera,
fez nascer numa flor...POESIA.

A viagem cresce e vive a sorrir,
atravessa o temporal entre dureza!
Guarda na brisa da manhã o Existir...
sentinela vigilante da Natureza.

Mês de partilha e cansaço
olhando a lua, o mar e a terra!
O Homem ao céu estende o laço...
mistério, amparo que a fé encerra.

Neste ideal infinito e profundo
cujo saber em impulso gera!
Somos irmãos, cidadãos do mundo,
apenas mudam...as páginas da Era.

Setúbal, 05/03/2018
Inácio José M. Lagarto

MARÇO, CHEIRA A CERTEZA

Março, cheira a certeza,
no seio traz a primavera!
Cai a chuva, amiga, com pureza...
bebem prados, trepa a hera.

Ao suave inverno pedimos perdão
pelas voltas que dá na vida!
Mudando o clima, não cumpre missão...
ficando a fauna e flora sentida.

A culpa do homem é colectiva
entre fogos em ambientes florestais!
Na Natureza - riqueza afectiva...
vive sofrendo, deixando sinais.

Na sua força primaveril,
de linda paisagem a verdejar!
Segue no florescer o mês de Abril...
par ver a seara ondear.

Cantam nas árvores os passarinhos,
o rio, de belo caudal, a correr!
Crescem sonhos em fofos ninhos...
embalando um novo viver.

O sol aquece as sementes da terra
cujo temporal agreste criou!
Com muita sapiência enterra...
mistura do sonho que fertilizou.

Rebentos, folhas com frescura,
nesta moldura imensa!
Fixam os olhares, doce ternura...
na clareza, luz de nascença.

São pintores, poetas, lavradores,
homens do mar pescando!
Povos de Paz e Criadores...
com esperança vão caminhando.

Setúbal, 01/03/2018
Inácio José M. Lagarto