terça-feira, 30 de dezembro de 2008

TERRA SEM IDADE

Há um passado e um presente,
Que ninguém deve esquecer;
Foi crescendo lentamente,
Hoje, completa-se com nova mente,
Com progresso e o saber.

VIANA - Terra abençoada,
Como Oásis no ALENTEJO;
A Courela foi partilhada;
Com Conventos consagrada,
A Concelho forte desejo.

De campos verdes e rurais,
Fértil em denso olival;
Muitas hortas e laranjais,
De rica cortiça e trigais,
O Povo canta- mágoas - sem igual.

Naquela força do querer...
A Caridade , nasceu da união;
As Artes foram belo vencer,
A Olaria mostrava poder;
A Romaria, doce benção!

A água que brota das fontes,
É sinal de liberdade;
Aproximam os velhos montes,
Renascem no tempo, os horizontes,
Porque a vida não tem idade.


Viana do Alentejo, 27/12/2008
Inácio Lagarto

RUAS QUE FALAM


Tudo aqui começou!
Houve um tempo, para sonhar;
Na esperança acreditei
E, quanto ficou a pairar!...
Nada do pouco sobrou...
Senão, o querer lutar!
Sobre aquilo que caminhei,
Só resta, a saudade.
Esta idade,
Não perdoa!...
Embora doa.
Neste Lugar que me ergueu: -
Vivi
Amei
Sorri...
Este Solo, também é meu!
Em cada Rua, mora uma história,
Dum passado que não findou;
Os amigos
A Família e vizinhos,
São memória...
Da criança que voltou!


Viana do Alentejo, 26/12/2008
Inácio Lagarto

VIANA VENDE MAGIA


A Planície por aqui se estende,
Em campos verdes, sem fim;
Vê - se Aguiar que nos prende,
Como o Sol que aquece assim.

Senhora D´Aires - Mãe a brilhar,
Entre Viana e o Outeiro;
Está casario e espreitar...
Aquele torrear verdadeiro!

Para trás deixamos a Serra,
A beijar o Azul do Céu;
Lá de cima protege a Terra,
Fúria do tempo que não esqueceu.

O olhar perde-se na (escadaria)
Ouve-se murmuro do gritar!...
São vozes do Povo,com magia,
Lembram a força do lutar.

Como calmo é o ALENTEJO,
Oprimido sem condição;
Manteve CANTAR com desejo,
Forte arma em União.


Viana do Alentejo, 25/12/2008
Inácio Lagarto

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

MÃOS UNIDAS


Uma mão que tudo dá,
Outra mão que nada tem;
Fortes mãos, vivem por cá,
A esconderem tamanho bem.

Como especiais que elas são,
Quando a mente quer pensar;
Existem milhares, em confusão,
Não deixam a Paz assinar.

Tão úteis, no lançar semente,
Usam - nas para « disparar »;
Elas acenam loucamente,
Para o voto conquistar.
~
Dão carinho e conforto,
Muito hábeis na construção;
Trazem naufrágio, ao bom porto,
Enlaçam ... A feliz união!

Fiéis desbravam caminhos,
Desenvolvem a bela Ciência;
Ajudam a fazer os ninhos,
Por fim... Julgadas, sem clemência.


Setúbal, 21/12/2008
Inácio Lagarto

sábado, 20 de dezembro de 2008

ANELAR


Vaidoso o anelar
Eleito como quarto

Inerte de ilusão
Nascido no parto
Na vida a passar
Julga-se garboso
Mas é mandrião
De tesouro no dedo
Começa cedo
A ser ardiloso.

Protege o pequenino
Encanta o momento
Esguio e ladino
É espelho da mão
Fruto do sentimento.


Setúbal, 20/12/2008
Inácio Lagarto

O INDICADOR


Sorri como dedo -
O Indicador

Aquele que aponta
Não tem medo
Ajuda no labor
O que manda calar
E que afronta
O rochedo
Silencia o segredo
Até na dor.

Mostra o caminho
À ave que vagueia
Não vive sozinho

Completa o sonhar
Duma mão cheia.


Setúbal, 20/12/2008
Inácio Lagarto

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

UMA PEÇA DE FAMÍLIA

................................................... (Fotografia extraida do Google)
Sou uma alegre mistura,
De barro fui construído
E na roda esculpido;
De fortes pés fui amassado.
Com puras mãos, bem escolhido,
Apertado com lisura
... Deram-me formas,
Com sentido.
Fui ao Sol, para ser cozido

...Voltei ao torno, para modelar,
Pintar
Decorar...
Não ser coisa mesquinha!
Criei mente
Perfumei a Natureza-
O vento veio-me atear...
Com a vida que caminha;
Sou gente!
Feito de amor e de certeza;

Apagou-se uma flor ...
Que enfeitou uma peça minha!


Setúbal, 17/12/2008
Inácio Lagarto

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

NUVEM NEGRA


Verdade e tempo, fogem de mim,
Sopra o vento, vem molhado;


É gelo! Que surge assim...
Traz a força do temporal!

O Céu Azul, ficou tão negro,
Olha do alto o velho mal;
Vagueia horas sem fim,
Deixa pensar amargurado.


A luz do Sol anda escondida,
Por promessa de Paz banal!...
A nuvem sangra, da sua ferida,


Nesta Quadra de Natal.


Setúbal, 12/12/2008
Inácio Lagarto

VOU ESCREVER


Neste falar já falado,
Prendo a alma
Na solidão...

Sinto-me na vida triturado,
Cedo fui acusado...
Cumpro pena por paixão!

Que castigo, triste mereço...
Porque te roubaram de mim
E, me trouxeram o medo?
Tenho de pagar, tão alto preço,
Vou escrever - te, um dia assim
E, contar - te quanto segredo!...


Só me falta teu endereço!

Setúbal, 15/12/2008
Inácio Lagarto

ANOS


Fazer anos é emoção,
Do desejo que se ergueu;

Belo fruto que enraizou
Entre corpos apaixonados

... Plantado no calor da paixão
E com esperança floresceu!
Brincando com sorriso passou...
Cresceram no sentido sonhados!

Não há ANOS, sem criança,
Nem riqueza sem produção;
Só a colheita dá confiança


Se o viver for de razão.


Setúbal, 11/12/2008
Inácio Lagarto

UM ABRAÇO


Só a vida nos espelha,
Promove o que acreditamos;
Nesta luz que centelha,
Aqui e ali, todos erramos.

Lamenta-se juventude perdida,
Naquela força em movimento;
A memória não é ouvida,
No despertar o pensamento.

Setenta e um, serão vitória,
Daqueles anos em debandada?!
Dar e saber, são nobre glória,
Desta longa caminhada.

Faltam esperar mais, vinte e nove,
Por uma realização pessoal;
Nossa esperança, ainda move,
Aquele sonho tão especial.

Para quem o Sol perdeu,
Por sombra negra que passa;
A linda estrela não nos venceu...
Porque a saudade nos abraça!


Setúbal, 11 de Dezembro de 2008
Inácio Lagarto

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

TERRAS DE PORTUGAL


Terras e Sol de Portugal,
Estão em Viana e Porto Covo,
Neste Planeta Universal;
Nada é mais belo nem igual,
Como a riqueza dum Povo.

Numa, a planície ordena,
Em extenso campo verdejante;
Noutra, a água do mar é plena,
De praias com areia amena;
Ambas de convívio escaldante.

Trazem memórias ancestrais!...
Deram abrigo ao caminheiro -
Em luttas tão desiguais.
No interior, crescem os trigais;
Na costa, a faina do pesqueiro.

Perdem-se ao longe na Serra,
Até ao Litoral mais azul;
Quanto segredo a vida encerra,
Escondido sobre a terrra,
Naquele casario do Sul.

O ALENTEJO, da força se ergueu,
Reflecte brilho à Natureza;
Linda paisagem floresceu,
Da existência renasceu...
Expondo quadro... De rara beleza!


Setúbal, 09/12/2008
Inácio Lagarto

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MISTÉRIO DE DOR


A mágoa que habita em mim,
É bem negra, triste sem fim,
Traz de volta a ilusão!...

Dentro de nós fica o viver,
Naquele que foi o querer -
Duma alegre união.

Quanta estrada percorrida?
Tanto obstáculo a transpor!...

Para a alma acabar assim -
Ver sangrar o coração;
Sem nada poder fazer,
Sobre a sombra que foi erguida ...


Neste mistério que é de dor!


Setúbal, 08/12/2008
Inácio Lagarto

AGUARELAS DA PALAVRA


Aguarela da palavra
É pintada com emoção;


Uma pincelada, de poesia,
Esboçada com sentir!...

Como Camponês, a terra lavra,
Espalha semente, com terna mão;
Sombreia o nada, de magia,
Não deixa o silêncio dormir.

Pinta de cores, a escuridão
E, problemas Sociais!...
Renova a vida numa canção...

Murmura ao tempo, sobre matagais!


Setúbal, 07/12/2008
Inácio Lagarto

domingo, 7 de dezembro de 2008

LUZ DE NATAL







A mágoa surge da escuridão,
Neste caminho a percorrer...

Sou mais uma testemunha,
Do belo Verbo acreditar!

Faz-se luz no coração
Uma seta vem-nos acender
Atirada... Como nenhuma
Traz Natal a festejar!

Nossa alma só sossega,
Nesta Noite que vem vindo;
A esperança não se nega


A este corpo que está dormindo.


Setúbal, 07/12/2008
inácio lagarto

SONO ETERNO


O sono levou-te tão cedo
E nós, ficámos a sonhar!...

Perdidos entre incerteza...
Neste caminhar, não te esquecemos!

Levaste muito segredo
Nesse teu sombrio pensar!...
És a grande fortaleza
Bela razão para que vivemos.

Neste fértil sentir
Tua presença é linda luz
Nosso Anjo ao existir


Toda a vida, tem sua cruz.


Setúbal, 06/12/2008
Inácio Lagarto

TEMOS DE PARAR


Nada importa
Se enfrentamos a razão
Sentimos que vivemos
Partilhamos
O Saber
O Acreditar;
Abre-se a porta
Nem que seja de ilusão.
No momento temos...
Analisamos
Como se pode vencer
Temos é de parar!

Importa sim
Nunca esquecer
O que perdemos
O que foi sofrer
E, o que ganhamos
No querer aprender
Em tempo, bom ou ruim
Só a vida, dita assim.


Palmela, 06/12/2008
Inácio Lagarto

O DIA FLORIU


Hoje o dia floriu
Amanheceu
Brilhou
A mágoa sacudiu

Visitou novos lugares
Viveu
Escutou
Aqueles... São seus mares!

Ouviu outro valor
Sentiu belo calor

Abriu-se uma janela
Ao longe...
Acendeu-se uma vela.


Palmela, 06/12/2008
Inácio Lagarto

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

FILHO DUM DEUS


Paz e amor,
São força do viver;
Comungam, na fé dum Deus,
Dão ao Ser, um novo querer.
Um Dia!...
Somos colocados à prova,
Com duro sentir;
Suportamos a dor,
O grande sofrer;
Fixamos os Céus
Porque, levámos uma sova!...
Temos de resistir!
Raízes do ter
E, do vencer;
Ramos deitados,
por um temporal
Filhos levantados
Perseguem um ideal.

Setúbal, 30/11/2008
Inácio Lagarto

PRÉMIO DA VIDA


Não sei para onde segue a vida,
Nem percebo se ela é assim!!...
Vivo perdido, entre café,
Penso!...
Porque me escolheu ela a mim.
Esta que tenho, não foi pedida,
Levo o tempo repartido,
Para fugir à solidão;
Procuro novo sentido -
Não encontro a razão.
Quero curar, minha ferida;
Como duro é o viver,
Nesta curta caminhada;
Tanta ambição!
Quanto querer!...
Na busca do aprender.
O prémio é a frustração,
Numa taça cheia de nada;
Por fim... A carpidação!

Setúbal, 30/11/2008
Inácio Lagarto

ANGÚSTIA


A angústia que aflora,
Nesta hora;
Tudo leva
Muito pede
Nada enleva;
Cria sede,
Não vai embora.
Sentada
Mergulhada
No viver -
Sem esquecer!...
Olha o momento
A ilusão
Que termina ou não?!
Porque a solidão...
Alimenta o lamento
Que veio, com o vento;
Molha a recordação!
A Vida -mera passagem,
É veloz, como o segredo;
Pode ser frio
Ou, quente, na aragem;
Deixa-nos quanto vazio
E, um pouco de medo.


Setúbal, 01/12/2008
Inácio Lagarto

DEZEMBRO


Dezembro chegou,
Com frio de gelar;
A chuva não faltou,
Quer o corpo regar.

Neste Mês de NATAL,
Floresce emoção;
Quadra Divinal,
Acende a paixão.

O Mundo não esqueceu
Que o sonho é tanto;
Belo Fruto Nasceu,
A Paz um encanto.

A Noite será calma,
O Dia de Luz;
Lava-se a alma,
A Vida nos seduz.

Lembram o passado,
O ENTE perdido;
O olho é molhado,
Invade o sentido.

A mágoa acaba,
O Ano findou;
A mente afaga,
À esperança brindou.

Setúbal, 01/12/2008
Inácio Lagarto

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

BOATO?!


BOATO?!

( Nasce... )
Como grão de areia;
Toda a notícia
Semeia
E fica...
Bela caldeirada!
Cresce
Em ebulião,
Desde o hall
Ao fim da escada.
Torna-se
Em exaustão,
( Não resta... ) Pingo de moral!
Habitam o mesmo canil
À espreita da dentada -
Têm habilidade senil,
Desde o Verão... ao Outono;
Já perderam a Razão
Tiram ao Povo... O sono;
Não ouvem a voz do dono
Em vez de esperança
Há confusão.


Setúbal, 20/10/2002
Inácio Lagarto

AMBIÇÃO


A mente julga, o coração perdoa
Nesta estrada da vida... Percorrida!
A nobre meta não foi atingida
Porque a força de poder é «Leoa».

O SER... Por egoísmo e cobardia
E, sempre pendente ao firmamento
Não ouve a razão mas o lamento;
Esquece a verdade por ironia.

As palavras longínquas que ditei;
Seiva deleitosa, por mim criada
... Linda paisagem que um dia tracei.

O sonho faz parte da caminhada.
Se fui incompreendido? Não Sei!...
Porque árvore sem raíz... Não é nada!


Setúbal, 23/04/2003
Inácio Lagarto

SOLIDÃO


São horas de solidão, a pensar...
Há nevoeiro sombrio que vive em mim!
Não sei qual o princípio ou o fim
Mas, tenho um enigma a decifrar.

O sonho nasce como a verdade,
Fruto da força e belo viver;
A esp´rança é como o amanhecer,
Só pode acabar para além da idade.

A glória e fé vivem em segredo
Mas, será razão para tanto medo?
Ambas são luz que nos fazem sorrir.

Apenas sei que sou parte do Ser!
Porque luto e desejo aprender,
Vou encontrar o caminho a seguir.

Setúbal, 23/11/2002
Inácio Lagarto

V I D A


Nascer, Viver e Morrer
São três destinos vitais.

NASCER:
Será ter e sonhar
Será começar
É algo que floresce
Num campo de ilusões
É o princípio do sonho
Duma vida programada
Que tanto foi desejada.

VIVER:
É alimentar a esperança
A razão do Ser.
Será a continuação
Duma grande ambição
Que a vida nos reserva.
É a concretização dos sonhos,
Da esperança e desilusão.
É a passagem pela vida
Que a todos foi traçada
Mas nem todos a realizaram.

MORRER:
Será o fim ou o começo?
Será a esperança,
Será a libertação,
De tanta ambição
Que todos nós sonhamos.
É ter confiança
No que acreditamos.

Setúbal, 11/05/1995
Inácio Lagarto

RECORDAÇÕES DE CRIANÇA


Como foram belos
Os anos de criança
Jogando à bola
A saltitar,
A brincar.
Jogar ao berlinde,
À malha ou ìnteira,
Pela VIDA inteira
Só é recordar.
Jogar ao pião,
Puxado com um cordão.
Saltar ao eixo-rabaldeixo
Cantar e estudar.
De calções rasgados
Sapatos furados
Dar asas à imaginação;
Apenas quer Carinho,
Percorre o Caminho
Procura a Razão.

Setúbal, 28/10/1997
Inácio Lagarto

PÁRA OLHA ESCUTA


Recorda
Esquece
PÁRA
Repete
O que queres FALAR.


Esquece
Canta
Chora
Sorri
OLHA
O despertar.

Pensa
Sonha
ESCUTA
O coração
Para amar.

Setúbal, 30/10/1997
Inácio Lagarto

REVIVER


Viver e ser amado,
É gritar pela razão;
Ter um dia sonhado,
É amar ou ilusão?
Viver despido de tudo
Mas, alimentar o seu SER;
Sentir minuto e segundo,
Olhar p´lo nosso QUERER.
Nascer um dia do nada,
Em nada um dia ficamos;
Lutar por coisa sagrada
É sinal do que acreditamos.
Fazer a vida acordado
Pensar... Não é vergonha!
Defender... Não é pecado!
É ajudar quem muito sonha...
É ter esperança nas ambições,
De ver o Mundo correr;
Tantas e tantas são as emoções,
Para voltar... A RENASCER.

Setúbal, 30/01/2001
inácio Lagarto

NADA SEI


Eu só sei que nada sei
Tenho muito que aprender
Mesmo, pensando que sei
Depois de tanto saber

Só por isso eu não julguei
Mesmo tendo de julgar
Também sei que cumprirei
Nisso tenho de pensar

Neste longo pensamento
Palavras leva- as o vento
Nisto temos de pensar

Apenas só sei que sei
Que apenas deixarei
A imagem a recordar.

Setúbal, 23/06/1999
Inácio Lagarto

SEMENTE E VIDA


Sou semente
De um Ser
Por tanto te querer
Vivi e procriei.
Por tanto que amei
Sofri
E já não sei
Se mereço
Ser ou não Ser.
Tudo tem razão
Porque não?
Ser e não Ter
Ter e com razão.
Ouvir a Voz da Razão
Porque Ser é Ter
Ter é Ser...
Fruto do teu CORAÇÃO.


Setúbal, 26/10/1997
Inácio Lagarto

MÃE POR ANTECIPAÇÃO


Não são mães por acaso,
Aquelas que Deus nos deu;
Têm filhos, antes do prazo,
Lá por terem partido um vaso,
A bela planta , floresceu.

Ter no colo. lindo rebento,
Não é, abandonar os bons sonhos;
Foram levadas, ao som do vento,
Numa ambição de momento,
Naqueles desejos risonhos.

Um bebé é uma bênção
Não pode ser rejeitado
Esqueceram a contracepção,
Nasce fruto da união,
Vem à vida, para ser amado.

Fazem parte de todos nós,
Neste Mundo de competências;
Desde os pais aos avós,
Sem Governos, estamos sós,
Se omitirmos as vivências.

Sem ruído, a alma cala,
Se o emprego fosse tesouro?!
Só idade, não embala,
Todo o tempo, tem sua fala,
Como garante, do belo ouro.

Setúbal, 25/11/2008
Inácio Lagarto


terça-feira, 25 de novembro de 2008

TIVE MEDO




Acordado, sinto e medito,
Vivo e quero ver-te!
No ontem não acredito
E, hoje ainda pressinto...
O medo que ficou em mim!
Desejo a chama dos corpos!
Quero olhar o teu sorriso -
Esquecer teu sofrimento -
Nem que seja, por momento.
Não suporto a solidão,
Quero ouvir a tua voz -
Sentir teu coração -
Admirar tua beleza;
Esta realidade me apavora,
Neste viver de incerteza...
À espera daquela hora!
Pudesse eu, ver a verdade!...
Ou ler a existência!...
Outra, seria a vontade
E, mais bela nossa vivência!



Setúbal, 23/07/2008
Inácio Lagarto

MENTES PERVERSAS




Há vidas perversas,
Com falta de cultura;
Reagem sem pensar -
Julgam os inocentes!...
Fazem conversas,
Sem nenhuma lisura.
Queimam o ar -
Divagam as mentes;
Não sabem o que fazem,
Nem aquilo que dizem;
Porque dizei -lo?
É como roçar o cabelo -
Seu consciente é imperfeito;
Guardam em si, um segredo,
Tão forte como rochedo;
Falta-lhes jeito
Porque o amor: - É de crença e medo;
Sua alma é um torpedo.

Setúbal, 24/07/2008
Inácio Lagarto

UM AÇOITE


Dói - me a cabeça,
Um aperto no peito;
Ouvi uma sentença,
Dum triste efeito.

Em mim mortifica,
Sangra a doçura;
Água solidifica,
Deixou de ser pura.

Quer a mente quebrar,
Da força de artista;
Senti - me atropelar
E, feri minha vista.

Voltou o Inverno,
Trazendo a noite;
Desci ao inferno,
Levei um açoite.

Discurso perverso,
Repleto de enganos;
Só encontro em verso,
Frescura dos anos.

Vou sair da treva,
Porque sou sonhador;
A vida me eleva,
Sou um rimador.

As palavras loucas,
Ditas em terramoto;
São frágeis e poucas,
Para quem é devoto.

Só a marcha agita,
Acalma ao relento;
De gente bonita,
No seu movimento.

Setúbal, 31/07/2008
Inácio Lagarto

ATITUDE


Atitude comanda a vida,
Em acto comportamental;
Alegra e é dividida -
Com sorriso profissional.

Comunicar - comporta beleza,
Sobre aquilo que cativamos;
É um bálsamo, na fortaleza
Que pouco a pouco criamos.

Do nada muito se cria,
Se existir competência;
Quanta riqueza haveria,
No partilhar a vivência!?

No tempo, tudo se promove,
Quando os sonhos não são fúteis;
Até o rochedo se move,
Se os ventos forem... Férteis e úteis!

Naquela imensa areia
Que surge à beira dos caminhos;
Tudo seca e não premeia,
O que nasce, traz vícios daninhos!


Setúbal, 30/07/2008
Inácio Lagarto

PROCURO UM CAIS


Rio Sado,
Porque não te acalmas?
Eu na vida perdi o rumo!
Envolvi-me, no teu ondular,
Naquelas águas profundas -
Correndo além do Mar!...
Na Foz, deixei a alma;
Por entre espesso nevoeiro
Que mais, parecia fumo;
Trepou ao cimo do outeiro -
Ofuscou a Arrábida e o Outão,
De imagens densas e fecundas.
Ah!!!

Quem me dera encontrar!...
O meu EU! Minha razão!
Percorrer novos Mundos,
Sem suspiros, nem ais -
Esquecer a solidão
E, ancorar no mesmo CAIS.



Setúbal, 27/07/2008
Inácio Lagarto

PÁGINAS DA VIDA


A vida, ao ser folheada,
É como um rio a correr;
Bate nas pedras a gemer,
Só cala se for parada.

Ela descreve o sentimento,
O grito da sua alma;
A voz solene, com calma,
Num tom trinado, do momento.

Como a água, brilha do nada,
Abre caminhos, com sonhos -
Por vezes, alegres ou medonhos,


Corre contente para o mar;
Marulha se bem desejar,
Só cala se for parada.

A vida é abençoada
E, mais tarde partilhada,
Num tom trinado, do momento.

Setúbal, 27/07/2008
Inácio Lagarto

DESEJO DE VIVER


Tive um tempo, tive um dia,
Outro tempo p´ ra sonhar
Hoje, não existe magia...

Perdi parte do viver
Mas, não deixei de amar!
Só me interessa o saber.

Quebrei a fina pena,
Já não posso voar...
Por entre a noite serena.

Resta em mim o cansaço,
Daquela manhã a vazar...
Porque partiu meu laço!

Meu sentir está presente,
Vem a gota enxugar;
Evoca à luz ternamente

Pede o que o SER sente -
Quer a vida desejar;
Sua alma , anda ausente,

O meu corpo vive a lutar.

Setúbal, 26/07/2008
Inácio Lagarto

VIDAS FERIDAS


Três meses passados,
Vidas quebradas;
Sonhos sonhados,
Horas molhadas.
O tempo não muda,
Minutos se guardam -
A mente saúda,
A Virgem Maria!!...
Segredos bradam,
À bela valentia,
Nossa alma cala -
Uma Luz nos guia...
A Mãe fala!
Usa de compaixão
E, nós sentimos,

A voz da razão!
A dor nos desola,
Porque existimos;
Tua força consola
E, nós resistimos.

Setúbal, 20/07/2008
Inácio Lagarto

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

MENINO


Menino não chores
Não sejas criança
Tem esperança!

Menino não corre
Não pode saltar
Há-de brincar.

Menino não ri
Não sejas petiz
Tens de ser feliz.

Menino não sorri
Não podes olhar
Tens de trabalhar.

Menino não dança
Não podes saltar
Tens de Amar.


Setúbal, 31/10/1997
Inácio Lagarto

MELANCOLIA


Na rua, ressoam suspiros,
Do Alto, vem a tristeza;
Como um grito que enfurece
Porque? Perigos fazem giros...
Na sombra,
Na incerteza -
Trémula alma não adormece,
Vive louca de martírio!
Resta Fé ao existir...
No sentir,
No viver
E, no colher...
O branco lírio,
A esperança permanece!!!
Sobre a flor que já foi minha!
Naquela manhã, soprou o vento,
Levou a mais bela rainha
E, deixou-me o dia cinzento.


Setúbal, 17/07/2008
Inácio Lagarto

SINTO E PENSO!


Perdido
Neste espaço,
Na Avenida sonhando!...
Ferido
Em terno laço,
Sem saber o que faço...
Meo sentir... Fica pensando!
No vencer a nostalgia,
Solidão
Confusão,
O ser ignorado!...
Acordado,
O sono agita!
Na minha mente habita,
Aquela dor fria;
Ouço o que o vento diz-
Numa voz que a gente tem,
Sobre aquilo que não quis
E, Não vejo ali ninguém!


Setúbal, 16/072008
Inácio Lagarto

PASTORÍCIA


Corre o rio, vem apressado,
Por terrenos serpenteando;
Tudo nele é arremessado,
Alaga margens e o prado...
Só o Sol o vai quebrando!

Rasga madressilva, do silvado,
Marulha água ao correr;
Na verdura, pasta o gado,
Depois, o campo é lavrado,
Lança-se semente p´ra vencer.

Parte da terra, fica em baldio,
Quer repor o seu cansaço;
O pastor vive vazio -
Passa a noite e Inverno frio,
Com o rebanho naquele espaço.

Vagueia por vales e montes,
No meio do mato e rochedos;
Molha lábios, em toscas fontes,
Olha de frente os horizontes,
velho poço, guarda segredos.

Findo o dia, volta à choupana,
Segurança está no redil;
Dorme na esteira, telhado de cana,
Fiel cão, não o abandona,
Vigia por perto, o lobo vil.

Ao homem guia a razão,
Não lhe deram outro guia;
Acompanham-no a solidão
E, a riqueza da visão,
Só a força o alumia.

Viana do Alentejo, 14/07/2008
Inácio Lagarto

sábado, 22 de novembro de 2008

GASTRONOMIA ALENTEJANA



Gastronomia Alentejana,
Ela é muito admirada;
Cozinhada com força humana,
Todos os dias da semana,
Pelo Povo é recreada.

Sopa da Vila e do rural,
Não é preciso usar o talho;
É feita, com água e sal,
Coentro pisado, azeite especial-
A bela açorda de alho.

-O gaspacho, leva oregão,
Com pepino da manhã;
-Farinha e louro o cação;
-Migas com carne de pimentão;
-Sopa da panela, hortelã.

Com bom pão, vinagre e água,
Um pouco mais, levam afinal;
Aquecem o corpo, esquecem a mágoa,
Temperam a vida, como na frágua,
Servida à hora divinal.

Setúbal, 16/09/99
Inácio Lagarto











FONTES

Com muita água a correr;
Numa terra transtagana,
Com tanta força humana,
De sede não vão sofrer.

Existe uma antiga Fonte,
Em Nossa Senhora d´Aires,
Fica no sopé do monte -
Beleza no horizonte,
Imagem para recordares.

Depois, a Fonte da Cruz,
Três bicas, com muita graça;
Outra, também nos seduz,
Tão bonita e com luz -
É admirar a da Praça.

Típica a das Freiras;
Grandiosa a do Rossio;
Vizinhas e pioneiras -
As Cinco, são verdadeiras,
Num marulhar luzidio.

Setúbal, 17/04/2000
Inácio Lagarto

terça-feira, 18 de novembro de 2008

VERÃO DE S.MARTINHO


Nesta Sol de S. Martinho,
O Verão fica a pensar!...
Na água - pé e novo vinho,
na castanha a assar;
Novembro, cheira a Natal -
Paira no ar a harmonia,
Alguma ousadia,
Neste tempo, nada é igual;
Lembram a Paz
Fraternidade
Como amanhã ... Será o dia!
Recordam a saudade,
Naquele querer que nos apraz;
Da igualdade
Ou vazio;
Cujo Outono está a findar;
Dezembro, mês de frio,
Neste sonho do caminhar;
Nasce a força que a fé ergueu,
Vem a vida renovar...
Porque, a esperança não morreu!


Setúbal, 17/11/2008
Inácio Lagarto

domingo, 16 de novembro de 2008

COMO VENCER O INVERNO


Quando penso ainda choro,
Se choro, fico a pensar!...
Em redor, nada ignoro,
Ao perigo quero renunciar.

Caminho ou, vagueio perdido,
Espreito ao longe a solidão;
Se no tempo, fui ferido,
Só a vida , o sabe ou não.

Com o cair da folha, ao vento,
Ele sopra, vem renovar;
Tudo, parece triste, no momento,
Brota água, vem-nos lavar.

O inverno traz agonia,
Com pureza, branqueia a alma;
Ela é leve e muito fria,
Na terra, refresca e acalma.

Bendita seja a primavera!
Faz rebentar os valores;
É glória e não quimera,
Enche os campos de flores.

Felizes aqueles que podem e sonham,
Têm em si força no viver;
Em que as estrelas não se oponham,
Façam o medo desaparecer.


Setúbal, 16/11/2008
Inácio Lagarto


terça-feira, 11 de novembro de 2008

GOTA


É Inverno... Tanto frio!
O branco já nos seduz;
O gelo cobre o rio,
Neblina esconde a luz.

Lá fora já muito neva,
A paiswagem é de pasmar!!!
O sentimento conserva,
A diferença no olhar.

Fica opaca a vidraça,
Surge amarga ansiedade...
Escorre com sua graça,
Uma gota de verdade!

É esperança nevoenta,
Dum incógnito desejo;
Através da água lenta,
Faz pensar e apenas vejo.

Um caminho percorrido,
O desbravar... O viver!
Certo sonho não cumprido,
Acreditar no vencer.

Vem a noite, tudo acaba,
Com o sono e solidão;
Vem a chuva que desaba,
P´ra lavar doce paixão.


Setúbal, 19/12/2002
Inácio Lagarto

MARINHEIRO


Navego numa viagem
Neste barco a remar;
Procuro firme paragem,
Último porto a parar.

Sigo o Sol, olho a Lua,
Vejo estrelas a brilhar...
Recordo a velha rua
... o berço de embalar.

Sinto vento que soprou...
A boca que já beijei!!!
O mar que um dia rasgou
Neste ser que me tornei.

Sinto ondular constante,
Por entre fausta folhagem;
Sou um mero navegante,
Sem bilhete de passagem.

Sou grato ao pó que sou,
Cresci em ebulição;
A nuvem nunca apagou,
A chama duma razão.

Vou chegando no veleiro,
Trago solidão dos montes;
Do chilrear verdadeiro,
Das aves nos horizontes.

Setúbal, 20/12/2002
Inácio Lagarto

HOMEM DO MAR


Pescador de barca bela
Já navegaste à vela
Como foi doce o teu remar.
Hoje tens forte motor
Vais ao mar com tal fervor
Como é rico o teu sonhar.

Não tens receio da vida
A tua sina é cumprida
Seja noite ou mesmo dia.
Tens na lua a protecção
Na rede a ambição
Tua arte é melodia.

Bóia à tona a saudade
A campanha é liberdade
Ficas com nervos em feixe.
Passas para além da Ilha
A onda bate na quilha
O teu segredo é o peixe.

Olhos postos a orar
Lá longe no alto mar
A ternura te invade.
Velha fé já rememoras
À Santíssima imploras
Senhora da Soledade.

Porto Covo, 10/05/2003
Inácio Lagarto