segunda-feira, 24 de junho de 2013

SONHAR NO OUTONO DA VIDA


Sonhos da idade do outono
nascem na primavera da vida;
florescem no verão da juventude,
à noite esquecem o sono,
embalados na dança vivida.
Agarram a estrela em altitude.

A folha pintada cai,
a cada dia se renova
como canção cantada ao vento.
Deita semente ao futuro,
num ritual de mudança.
Escuta grito da planta nova
ao brotar...um colorido puro.

São amigos do sol
da água livre correndo;
das ervas verdes do caminho
do fogo, da chama...ardendo.

São amigos do vento,
da nuvem rendilhada;
da chuva caindo do céu
e da ternura...sempre musicada!

Setúbal, 24/06/2013
Inácio Lagarto

domingo, 16 de junho de 2013

AMANHECER


Na lei do existir
há sempre um amanhecer,
ao terminar o longo dia;
muda-se a corrente ao rio,
olhamos de frente o sentir,
dormimos sobre o aprender.
Ouvimos o eco que nos guia,
lava-se a vida e a mente
com caminhar árduo e frio.

Limpa-se a solidão 
agasalhando a alegria
no querer e formosura;
fixa-se o horizonte...
não deixando de lutar!
O sol está baixo e quente,
vem aquecer o coração.
Carrega...para nova ventura,
serve ao viver de ponte.
O futuro é o presente
para que o possas agarrar.

Emprega mais os cuidados
só a terra dá sabor;
com os verdes são misturados,
os saberes cultivados...
nesta fonte de calor!

Setúbal, 01/06/2013
Inácio Lagarto


VIVO DOS SONHOS


Sou poeta  dos sonhos
do cheiro da paisagem
em campo lavrado;
dos verdes risonhos
da cor da imagem...
que da terra, com coragem,
nasce o pão ceifado.

Nasci dos sobreiros,
no barro da infância
seguindo a luz...
do celeiro fecundo.
Com Mestres obreiros
senti a fragrância,
da poesia do mundo
que ao tempo nos conduz.

Sou filho da vida,
do rosmaninho,
da casa caiada.
Em lua descida
brinquei com o vizinho
em liberdade cantada...
Vivo dos Sonhos!

Setúbal, 31/05/2013
Inácio Lagarto


BRINDO À VIDA


Brindo à vida...que ao tempo pertence!
Embrião nascido dos sonhos,
arado desbravando caminhos.
Uso silêncio com alegria
...sorriso aberto à mente
 em que a noite fala ao dia.
O sono quebra e vence,
deixando a razão ausente.
Fosse a rosa sem espinhos
era igual em beleza,
uma pérola com magia.

Vivem sonhos na vontade
em viagem escondidos
à procura da ciência;
dando a eles a liberdade!
São perigos, desejos destruidos,
criando espaço à existência.

O coração afago,
deixo de gritar;
olho de frente a esperança...
sem a taça esvaziar.


Setúbal, 28/05/2013
Inácio Lagarto

sábado, 8 de junho de 2013

RENDIDOS AO SABER


Se na tecla digitamos
imploramos o pensar;
alimentamos o ego
seguimos livres, no navegar!
olhamos o sol brilhante,
a lua em fases mudando
tão unidos no partilhar.
À vaidade não vergamos
nem ao poder cego;
no espaço vamos fixando
a luz da estrela polar.

Claridade é emanada
do sonho raiando vida;
tecnologia avançada
com luta superada à noite,
da corrente que foi o dia.
Solidão é fechada,
guardada, com a nostalgia
e no cofre...bem escondida.

Viajando na verdade,
rendidos ao saber
trazem pressa ao futuro.
ventos fortes na tempestade
na onda do conhecer...
buscando um cais seguro.

Setúbal, 08/06/2013
Inácio Lagarto

quinta-feira, 6 de junho de 2013

DO PEITO...SENTIR LAVRO

Abraçando a madrugada,
badaladas tocando
com sons, sorrisos de nada,
no vazio...fico esperando.

Há ansiedade a mais,
corrente do rio sem lugar;
gotas caindo desiguais,
no vitral...sem estilhaçar.

Dança sonho em confusão
 ao som da nova flauta;
mimos da vida ou paixão
rasgada que é... a pauta.

cinzas da flor rememoro,
fumo que agita brisa,
ideais que tanto choro
da promessa indecisa.

Esqueço horas transviadas
em silêncios enternecidos;
pedras que foram pisadas,
pensamentos percorridos.

Lembro viagem e liberto,
do peito...sentir lavro!
O rapaz em mim desperto
e a mente ao tempo abro.

Setúbal, 03/06/2013
Inácio Lagarto





terça-feira, 4 de junho de 2013

ANOITECEU


Anoiteceu...
doce sono não vem
a palavra aparece;
a imagem retém,
Coração estremece!

Anoiteceu...
a paz revolta-se
acende-se a luz;
a criança solta-se
saudade...conduz!

Anoiteceu...
a lembrança vela,
vida acaricia;
o sentir se revela,
versar...principia!

Anoiteceu...
no dia forçado
com rico e pobre;
em ego moldado
sem um gesto...nobre!

Anoiteceu...
há barcos parados
em éguas dormindo;
futuros traçados
e beijos...surgindo!

Anoiteceu...
um florir na mente
alimenta o Eu;
colhe o presente
que sonho...escreveu!


Setúbal, 04/06/2013
Inácio Lagarto


segunda-feira, 3 de junho de 2013

NAUFRÁGIO



Por onde anda este povo
que naufraga na incerteza
esquecendo a primavera?

Segue perdido e assombrado
em misteriosa bruma;
é levado pela corrente,
à espera de novo milagre
....que traga o trigo à mesa
e não seja...quimera.
Acende a candeia da alvorada
que a azeitona perfuma;
não te esqueças...Tu és Gente!

Mantém os olhos abertos
valente povo por inteiro!
Constrói teu próprio destino
que as lágrimas desapareçam.
O sol é quente, bom braseiro
nesta barca ,desde menino.

Setúbal, 29/05/2013
Inácio Lagarto