sábado, 31 de outubro de 2020

RIO E SERRA AO LUAR




Setúbal jardim à beira mar
Tem o Rio Sado que vem beijar
Na foz que brilha ao Outão.
Olha a Arrábida à noite ao luar,
Protege a traineira no navegar,
Abraça a pesca com paixão.

Cidade bela, maravilhosa,
De água e areia sedosa
Traz lembranças das conservas.
Cultiva Arte famosa
E com economia ditosa
Está vencendo as trevas!

De longas ruas e avenidas,
São caminhadas percorridas
Ao som da Luísa Todi a cantar.
Bocage das frases sentidas
Viajaram com ele perdidas,
Grande Poeta no bom rimar. 

Neste recanto da Natureza
Deus pintou tamanha beleza,
Não esqueceu a luz do dia!
Pescador como realeza,
A rede laçada com firmeza
Na faina entre harmonia.

Península fértil de criação,
Troia à Figueirinha como bênção,
Velhos Fortes, monumentos.
O vento sopra dando a mão,
Acorda a vida e a união
Que aquecem os pensamentos!

Setúbal, 31/10/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

TEMPO DE REFLEXÃO



Vivemos em tempo de reflexão
Que pesa a palavra, a discussão,
Na balança a força do trabalho
cujos valores não são iguais!...
Assombram nobres ideais, 
Esquecem o operário e o malho.

No mundo florescem mistérios
Entre dualidade de critérios
A fim de erguerem a vontade.
Defendem o capital sombrio,
O pobre sente veloz calafrio,
Neste sofrer perde a liberdade!

Em alerta, a voz do povo grita,
Por vitória e cura bendita
Que acabe este tormento!
Encontre o caminho certo,
Conquiste sonho e projecto
Construído no pensamento.

Liberam o espectáculo  
Da elite sem obstáculo
Sobre festa, futebol de magia.
Calam as uniões sentidas
Que  alimentam as vidas geridas
Pela batuta da filosofia,

Acordam mentes, ventos sopram,
Milagres sagrados imploram
Ao Deus do céu, terra e mar!... 
Que proteja as distâncias
Neste jardim de fragrâncias
Com tanto querer a desabrochar!


Setúbal, 28/10/2020
Inácio José Marcelino Lagarto



domingo, 25 de outubro de 2020

LANCEI A SETA DO AMOR



Em noite de luar uma seta lancei,
Numa nuvem no céu acertei
Enquanto jovem a brincar.
No pensamento viajei,
Em belo porto ancorei,
Vi uma donzela de encantar!

Com formosura, bem vestida,
Saltando à corda da vida
Para bonito sonho cumprir.
A viajem tornou-se colorida
E no tempo percorrida
Na partilha do Ser, Existir!

Foram caminhos desbravados
Entre sorrisos conquistados
Com paz, crer e harmonia.
Lembram campos lavrados
Que irão ser semeados
Dando frutos com magia!

Na árvore da amizade,
Do tronco da liberdade
As folhas seguem rompendo.
Não esquecem a unidade
Que luta pela igualdade
E a vitória final vencendo!

Olhando a luz que guia o amor,
Acende-se  a chama com ardor
No dever certeiro da emoção.
Vivendo com virtude e vigor
A inteligência tem mais valor
Respeitando o bater do coração!



Setúbal, 25/10/2020
Inácio José MarcelinoLagarto

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

TRAGO ALENTEJO NO PEITO

 



Trago Alentejo no peito,
Viana foi o meu leito
Vim cumprir minha missão.
Em Évora nobre cidade
Deu-me saber e liberdade,
Ali caminhei com ambição.

Parti para a aventura
De uma vida futura
A fim de erguer o ideal.
Segui dura conquista,
Sem na fé perder a vista
como criatura racional.

Setúbal, da Arrábida, Rio Sado,
Recebeu-me e sou amado,
Falo com o Bocage - Poeta.
Partilho conhecimento,
Com amigos do momento,
Sempre de mente aberta!

Escrevo páginas de emoções,
Palavras de outros serões
Do passado com saudade.
Sou no tempo peregrino,
Não deixo de ser menino,
Peço apoio à claridade.

Viajo pela noite errante,
Na chama  sou navegante
Neste barco que nos irmana.
Olho o campo, percorro o mar,
Vejo um Santuário  a brilhar
Na Planície Alentejana!


Setúbal, 23/10/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

BALANÇO E SAUDADE





De olhares ternos e cansados
Fixam lugares sagrados,
O povo em amena reflexão.
Estão perdendo velhos laços,
O calor dos suaves braços
Que acordam o coração.

Outono, tempo de ventura,
Envolto em calma ternura,
Como conselho amigo.
Tempera  a vida melindrosa
Tornando-a  saborosa,
Cala sofrimento antigo!

Ouço o tilintar dos beirais
Soluçando, entoando ais
Da água caída dos céus.
Vem secos campos regar
Para que possam verdejar,
Cumprir a vontade de Deus.

Traz mistério envolvente
Ao refrescar a semente,
Seguro e bom viver conduz.
Floresce na primavera
Entre a erva e quimera
Que ao sol quente reluz.

Nesta época transcendente
Muda no mundo nossa mente,
Alterando na Terra a viagem.
Está chegando o fim do ano,
É traçado novo plano
Com tecnologia na bagagem!

Setúbal, 22/10/2020
Inácio José Marcelino Lagarto









segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A CHUVA CAI


A CHUVA CAI

A chuva começa a cair
Sobre o povo amargurado
E ao tempo resignado
Não deixa o Natal sorrir!

De caminhada ferida
O vento sopra lá fora;
Outubro aconchega a hora
Na esperança erguida.

Povoados em alertas
Aguardam por boa solução;
Perdem empregos e condição
Nesta Terra de porta aberta.

São Martinho do sol quente
Depois da uva fermentar;
Sai da adega e vem brindar
Com castanha, feliz  gente!

É Natal! Do amor, magia,
Do  olhar belo profundo!
Viajam alegres pelo mundo,
Com o Pai Noel, melodia.

De romantismos calados
Por forças sobrenaturais,
As prendas são desiguais
Nos corações assustados.

Acreditam no querer humano
Que guia todos os passos;
Vão voltar os ternos laços
Vencendo o vírus tirano!

Quantas vezes na tristeza
Acorda  a nostalgia!?
Traz bonança, harmonia,
Faz brilhar a Natureza.


Setúbal, 20/10/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

    

domingo, 18 de outubro de 2020


MANHÃ DE OUTUBRO





Rompia a manhã em dezoito de outubro,
Mil novecentos e setenta a terminar
Cuja vida começava a florescer!
No jardim nasceu uma rosa ao rubro
Dando ao sonho do casal feliz beijar,
Oferecendo esperança, terno querer.

Iniciada gloriosa caminhada,
Repleta de alegria e confiança
Embalou-se o sentir e o aprender.
Cresce orgulho na filha desejada,
No amor, ventura e bonança,
Brilha à distância o risonho viver.

Acendeu-se a luz da aurora,
Aquece a suprema ambição,
Sorrindo ao ideal, inteligência.
Mostra ao mundo ser lutadora,
Semente que fortalece a paixão,
A Cultura, a palavra na Ciência.

Partilha com gosto belo Saber,
Através da nova Corrente Social
Valoriza o conhecimento.
Na força em criar enaltece o fazer,
Na sociedade caminha como igual
Ouvindo a voz do pensamento.

Filha de Setúbal e do Rio sonhado,
Neta de Lisboa e do Alentejo,
Trabalha em Palmela por devoção.
Festeja aniversário encantado
Acompanhado de saúde e ensejo
Parabéns dos Pais do Coração!


Setúbal, 18 de outubro de 2020
Com mil beijos!!!
Inácio José Marcelino Lagarto
Maria Emília Lopes Vieira Lagarto

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

GENTE QUE SABE PENSAR


Gente que superou a perseguição
Consagrou feitos, direitos e  liberdades
Jamais perdem o valor de pensar!
Podem ficar sujeitos à humilhação
A fim de controlarem o peso das vontades,
Alimentando  a tecnologia  no julgar.

Caminham com gosto pelo mundo
Nunca esquecendo avós e senhores
Que de longe ao futuro acenam.
Num querer sentido e fecundo
Falam do Natal feliz com pastores,
Uma nova esperança trouxeram!

Usamos a máscara como cautela,
É preciso saber partilhar a rua,
De forma cordial, livre e sensata.
Rasteio é feroz sempre de sentinela
Porém, temos de vigiar o sol e a lua
Como comando da corrente, cascata!

De memória hábil e autoritária 
Traz à vida a força do passado,
Põe em perigo o que a mente sente.
Organiza à distância  a luta fadária
Que o Abril conquistou iluminado,
Hoje formatado na sombra presente.

Basta neste tempo a inglória jornada,
Meses sem fim de olhares errantes
Acreditando na Ciência, na Natureza!
Como cura rápida e equilibrada
Para que esta nau, de belos tripulantes, 
Encontre um  firme cais sem dureza!

Setúbal, 16/10/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

 

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

PEGADAS


PEGADAS


Pegadas são sinais, memórias deixadas
No tempo por quem tanto na vida sonhou;
Feitos ou glórias nas quais triunfou
Acordando nas noites as madrugadas!

Em vigilância e novas contendas
O mundo cavalga por campos sorrindo
Contra moinhos de vento esgrimindo!
A fim de alimentar mistérios e lendas.

O povo dolorido pede clemência,
Procura a paz em pensamento;
Sente o perigo, veloz, em movimento,
Mantém confiança pura na Ciência.

Caminha em frente na caminhada,
Fixa a nuvem negra como destino;
Segue a fé com olhar de peregrino
Colocando os pés na terra molhada.

Modela imagens, ilustra a emoção,
Sombras a perderem-se da vista;
Florescem na sortida conquista
Segredos esculpidos, lavrados no chão.

Invoca a viagem por horizontes,
Ao sol quente, na praia e areais,
À chuva, no barro, aos temporais, 
Lutas travadas por entre montes!

Setúbal, 10/10/2020
Inácio José Marcelino Lagarto 







sábado, 3 de outubro de 2020

À ESPERA DO NATAL



Caminha outubro com confiança,
Elabora balancete duvidoso
Sobre este ano (raro e desastroso), 
Resta o Natal do amor, esperança!

Acenam ao presépio das paixões, 
Pedidos de milagres cruzam olhares;
Surgem no seio de vários lares
A partilha fraterna dos corações.

Tem de haver bondade e sentimento
A fim de  construir-se novo viver;
Para sentirmos a alma no seu vencer
Precisamos de auxílio no momento!

Nesta missão de vida imprevista
Que causa  danos ao pensamento,
Vem alterar o sonho em andamento
Numa inesperada nuvem em visita.

Ao saciar-se da sede pelo mundo
Entrega a taça ao pobre vazia:
Esta feroz e louca pandemia
Rouba ternura, gosto profundo.

Na viragem do século envolvente
A Tecnologia inova ao futuro;
Faz promessas de ambiente seguro
E o velho emprego será diferente! 

Na Natureza, da verde paisagem,
Voltam aos campos os passarinhos;
Nas adegas fermentam bons vinhos
E os Povos formatizam a imagem!

Setúbal, 04/10/2020
Inácio José Marcelino Lagarto