LIBERTO A TRISTEZA

Olhos postos no passado
de consciência no viver
contemplo o Universo!
Quero ser outro alguém.
Sei que sou um enraizado
lutando...por aprender.
Vou escrevendo e divagando,
falo do tema em verso
...de um modo disperso.
Vai florescendo na mente,
num sentir num doce bem.


No silêncio abro as janelas
para libertar a tristeza,
neste tempo primaveril.
Lá fora, sopra o vento!
Cai água com surpresa
chorada em noite febril.
Bate o coração com leveza
acalmando a pureza
musicando o pensamento.


Não fazendo conjectura,
entre nuvens, brilha uma estrela
cintilando...faz-me adeus!
Lá no alto a vigiar,
com tamanha candura
belo segredo não revela;
projecta luz, vinda dos céus
com a constelação, na doçura.
Vem meu rosto iluminar.


Setúbal, 31/03/2016
Inácio Lagarto

. . . .

Dizem que verdade, viver risonho,
depois do lutar cansados anos
fecha a porta ao verde sonho.
Abre-se a janela  ao falar tristonho
para alimentar os desenganos.


Setúbal, 31/03/2016
Inácio Lagarto

ABRO A JANELA DA VIDA

Vivo sem nada!
Tenho tudo!
Quero mais...
Sou um Sonhador.


Abro a janela da Vida
o que vejo me encanta
e me desencanta.
Nesta memória sentida
quando olho a longa rua,
a avenida a brilhar
reparo...em gente nua
divagando a implorar!
Despida de liberdade
ou vestida de vaidade
sem no Existir reparar.


Fico perplexo a pensar
como o mundo seria belo
se a vida fosse um espelho
para podermos apreciar
sem julgar...
aquele nosso irmão
vivendo sua condição
na procura do trabalho
num caminhar incerto,
vencido pela verdade
quando ao lado, ali bem perto,
mora egoísmo e falsidade.


Afinal, tenho tudo!
Tenho o sol e a lua,
amigos e lealdade,
Família, emprego e casa.
Paisagem a contemplar,
amor a partilhar
um prato com comer,
cama para dormir;
lareira com boa brasa
para aquecer a saudade.
Todo o tempo para viajar
e ver a Utopia surgir!


Setúbal, 28/03/2016
Inácio Lagarto

. . . . .

Abro a janela devagar
espreitando o horizonte
seguindo belo caminho.
A mente escuta o meditar...
a riqueza que foge da fonte
acalentava tanto carinho.


Setúbal, 28/03/2016
Inácio Lagarto

BALANÇO QUE FALA

Fazendo balanço à Vida
somando o que aprendemos!
Não esquecendo a dor sentida
nem a brincadeira florida
na estrada que percorremos.


Na Escola a tabuada
ou na rua a saltitar...
na lição mal estudada,
nem a velha reguada
vinham tirar o sonhar.


À noite, junto à lareira,
ouvia-se bela estória:
- de soldado e bandeira
à fada, com boa maneira!
Tudo ficava na memória.


Cantava-se no embalar
sorrindo, ao puro crescer.
Iluminando humilde lar,
a luz do inocente olhar
que futuro iria aquecer.


Aprendia-se na oficina
e com sorte no estudar
...filhos de gente fina!
Os pobres, seguiam a sina,
todos... partilhando o lutar.


Idade era mudança...
não perdendo a amizade.
Enraizava confiança,
criada na aliança!
No amor e fraternidade.


Ergue-se o conhecimento
na Era da Tecnologia.
São perfumes do momento,
forças vivas, movimento
que falam ao Novo Dia.


Tirando a prova real
nosso coração palpita.
No que fizemos de bem ou mal
resta...Cultura Geral.
Nossa riqueza, nossa dita.


Setúbal, 26/03/2016
Inácio Lagarto

. . . . .

Livre, sem ficar calado,
nas primaveras a outonos!
Uso forma do Mercado
nesta vida elaborado...
no Balancete dos sonos.




Setúbal, 26/03/2016
Inácio Lagarto

DOCE PÁSCOA

O coelho é tão fofinho
muito feliz e engraçado.
Preto, cinza ou branquinho,
de olhar, fixo, vermelhinho...
na Páscoa é bem lembrado.


Vai roendo tenra cenoura
até ficar bem barrigudo.
Dá cambalhota duradoura,
cai dentro da comedora
fugindo...com medo de tudo.


Surge na Páscoa em fantasias,
testemunho duma certeza!
Cristo vive em nossos dias
dando protecção às magias
embaladas com nobreza.


Vêm adocicar as Artes
com hábeis formas do criador.
Trazem amêndoas chocolates,
embrulhadas que tu repartes
com carinho, fé e amor.


Lembram quem a cruz carregou
por ordem do Pai na vontade.
Sangue da Vida derramou
ao terceiro dia ressuscitou
para salvar a Humanidade.


Setúbal, 25/03/2016
Inácio Lagarto

. . . . . .

Como feliz é doce sonhar
com figuras banhadas de cor.
A esperança com fé dilatar
nos temas cercados da amor.


Setúbal, 25/03/2016
Inácio Lagarto

R E N A S C E R

Viver a Páscoa sentida,
reflecte Tempo com espinhos!
Rendidos à dor e compaixão
vencendo...esperança com alegria.
Quadra da partilha vivida
com fé, valores entre caminhos
que perfumam a união.
No amor e na agonia
fortalecendo a libertação,
tecendo...um novo Dia.


Dorme-se com mente acordada
julgando! Porque pecou.
Nos erros da existência
mostrando humildade;
pensando... na cruz carregada
que na Vida transportou.
Neste calvário de clemência
brilha grande claridade.


Cantamos ao sol, aos ventos,
os inconfessáveis desejos!
Palavras de terno crer
num mundo belo e amado.
Não calando a voz, estamos atentos,
espalhamos sonhos e beijos.
Data festiva do... Renascer.


Setúbal, 22/03/2016
Inácio Lagarto

. . . .

Páscoa é liberdade,
muda rumo ao caminhar.
Brilha na Terra vontade,
une o homem há bondade
dando ao sonho o acreditar.




Setúbal, 22/03/2016
Inácio Lagarto

PARTILHA DA CAMINHADA

Cantando e rindo
com a Poesia florindo,
nesta Vida atribulada.
Abraçando a alvorada
vou regando  o Viver.
Quanta coisa a esquecer
neste Tempo ao luar!
Continuo a Sonhar...
Com o Alentejo do grão
...da terra que dá o pão;
do Povo sempre a cantar
para a lágrima enxugar.
Olhar de frente a luz,
comer o fruto que produz!
Acreditar noutro sorrir
e na Força do Existir.


Setúbal,20/03/2016
Inácio Lagarto

HOMENAGEM

Numa luz cintilante
há no Céu uma Estrela
das muitas a mais formosa.
Ilumina a Terra distante
com Amor que vem dela
...está vestida de cor - de-rosa.


Setúbal, 17/03/2016
Inácio Lagarto

BENDITA MARIA

Mês de Março, de sonho primaveril!
Nasceu uma rosa em glória.
Foi alicerçando bela história,
interrompida na Páscoa de Abril.


Hoje! Com seria festivo o dia.
Contemplamos a imagem
que vai perfumando a viagem,
olhando a Estrela que nos guia.


Tanta coisa ficou para trás!
Muitos sonhos, muita esperança.
Neste Tempo, abalando a confiança,
nesta vida sentida, sem paz.
 
Teu nome bendita Maria!
Os Anjos te embalem com cantar.
A luz de Mãe dão-te o iluminar,
trazendo do Céu...Fé e alegria.


Sentimos os Anos, não reclamamos,
aos corações tristes e magoados!.
Nesta data são relembrados...
à bondade Divina imploramos.


Setúbal, 17/03/2016
Inácio Lagarto

PONTO FINAL DO TEMPO




(Foto retirada do Google)

Penso! Pergunto ao Tempo?
O desejo em mudar, ser diferente,
Neste mundo que nos circunda.
Tendo um grande poder
Organiza e comanda a Vida.


Faz brilhar, passar o tempo,
Inicia o sonho e está presente...
Na Natureza que fecunda.
A criança que fomos, quer aprender,
Libertando as mãos à dor imerecida.


Da força e da opressão
O Homem que ama sem condição.


Ter virtude e vigor no trabalhar
E a chama acesa no valor.
Marchar em frente e lutar
Pondo riqueza no partilhar
Ouvindo a voz, terna, do Amor.


O Tempo gira sem parar
deixa memória, segue o destino.
Há que sabê-lo aproveitar
desde o berço em pequenino.


Setúbal, 15/03/2016
Inácio Lagarto

. . . . .

Desafiando a Poesia
na forma Acróstico é vê-la.
Sem alterar a melodia
com palavras de harmonia
seguindo iniciais é bela.




Setúbal, 15/03/2016
Inácio Lagarto

CÁLICE DA VIDA

(Foto retirada do Google)

O vento corre veloz
nesta caminhada na Vida,
de bondade e amargura.
Terra prometida dos avós
em que ondulam águas sentidas,
procurando no solo vencer.
Neste barco em que navego
sou um ente, uma criatura,
com apego...
molho os olhos no sonhar.
No tempo encontro o destino
em que vou envelhecendo!
Esculpindo o que imagino
a silabar...
vejo a confiança renascendo.


Bebo do cálice profano
a fantasia dos meus versos
para calar a solidão.
Sou um elo, sou humano!
Uso desejos dispersos...
no silêncio da emoção.


Saboreei fainas na Terra,
colhi das árvores os frutos;
partilhei saberes no crescer
à brisa e ao sol fecundo.
Cantei e canto, como uma criança,
subi ao cume da serra!
Tirei água do poço profundo
e,  nesta ingénua aliança
olho...a Primavera do Viver.






Setúbal, 11/03/2016
Inácio Lagarto

. . . .

Um cálice cheio
ou mesmo vazio!
Eleva o meio
toca-nos no seio
e aquece o frio.


Setúbal, 11/03/2016
Inácio Lagarto

DEPOIS DA LUTA



(Foto retirada do Google)

Encontrei um lindo Anjo
numa viagem, no meditar!
Quão alegre, tocando banjo,
cantando belo rimar.


Celebrava pura façanha
abrindo janelas ao sonho.
Duma rebeldia estranha
divagava...sentir risonho.


Havia vinhas, rico arvoredo!
Praias de areia junto ao mar.
Terras lavradas sem medo,
redes, com peixe, do pescar.


Aves dormindo nos ninhos
procurando conforto de alguém.
Portas abertas aos vizinhos
convidando a entrar...o bem.


O Céu desposava a Terra
em noite quente de luar.
Seiva a brotar da serra
fecundando...terno criar.


A luz da aurora vinha beijar,
acalmando a tempestade...
deixando o ideal tocar!
Florescendo a Humanidade.


Depois da luta, o pensamento,
olhando firme o céu estrelado.
Alerta a paixão no momento
trazendo o sonho libertado.




Setúbal, 05/03/2016
Inácio Lagarto


. . . .

No fim da labuta
resta o meditar.
A nossa conduta
de forma astuta
brilha  em nosso olhar.


05/03/2016
Inácio Lagarto

A TERRA

(Foto retirada do Google)

Filho do pó se estás cansado
beija a Terra que te fez nascer!
Afaga o viver intervalado
e nela encontras grande Saber.


O sol aquece o sorriso,
movimenta o sonhar.
Na Terra procuras abrigo,
a floresta como paraíso
e a lua, oferece o iluminar.
A aurora desperta contigo
companheira, fiel, na caminhada!
Com o rio segue a corrente
nesta Terra abençoada
que te protege docemente.


Antepassados estão clamando
por crianças que vão nascendo
das entranhas, do Amor;
enraizando o poder.


Ventos fortes, surgem, passando
levam as lágrimas, sofrendo,
do Povo trabalhador.
Reflorindo em verde querer.


Troveja...vence os medos!
Acalma o corpo da energia
e da luz que vem dela.
Fixa a beleza da serra
que no ventre guarda segredos
...quanta riqueza e magia
no coração da seara bela
consolando a Mãe Terra,
dando pão e fé ao dia.




Setúbal, 01/03/2016
Inácio Lagarto

. . . .

A Terra dá berço e manto
à Vida na caminhada
que sem medo é repartida.
Gera alegria e pranto
com semente renovada...
na chegada e na partida.




Setúbal, 01/03/2016
Inácio Lagarto