sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

BEIJA O ANO QUE AÍ VEM


Ano regado, vivido
não faltando os piratas;
assobiando ao ouvido
das janelas que estão altas.

Ó nova sombra amada
Dona de místicos passos!
O futuro não mostra nada,
está preso nos teus braços.

Nesta terra de sol quente
o sonho anda perdido;
o pão de ouro pendente
quer um grito bem unido.

As pedras do caminho
e outras no seu seguir...
estão deixando, muito espinho,
neste castelo a ruir.

Bebe à vida e à ventura
beija o Ano que aí vem!
Esquece vazio que perdura
ter luz acesa... é um bem.

Segue na tua jangada
acredita... és português!
A luta pode ser cansada,
és livre... com lucidez.

Setúbal, 30/12/2011
Inácio Lagarto

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

QUANDO VOU AO ALENTEJO


Quando vou ao Alentejo
tenho por Évora passar...
belos Monumentos revejo
neste calmo recordar!

Visito a Praça do Giraldo,
o Convento de Santa Clara;
Templo Romano traz passado,
Sé Catedral - obra rara.

Ali nasceu um sonho
que alimenta o coração;
neste percurso risonho
recordo Igreja de Santo Antão.

O Palácio de D. Manuel,
a Igreja de S. Francisco;
Sinais Dos Tempos de Mel
do ventre da terra em salpico.

Minha alma é minha vida
do rosário que hoje tenho;
com Viana é repartida
neste cortejo me empenho.

Ao deixar o Alentejo
olho o campo com saudade;
lanço ao solo um doce beijo
sigo a estrada da vontade.


Évora, 26/12/2011
Inácio Lagarto

ÉVORA CIDADE MUSEU

Alentejo quente de chão sonhado
Évora fértil, Cidade Museu
Templo Romano ao império ergueu
belos... os sinais, crenças do passado.

Residência de Reis e senhores
Planície cultural de eleição.
Cada rua encerra nobre lição
legado rico... de arte e sabores!

Das altas muralhas palpitantes
vêem-se searas verdejantes...
estendendo ao povo um abraço!

Portas, janelas, jardins no caminho
guardam segredos, devagarinho...
amores do tempo, com forte laço.

Évora, 26/12/2011
Inácio Lagarto

sábado, 10 de dezembro de 2011

DEZEMBRO CHEGOU

São folhas nascidas
na árvore do sonho,
segredos do coração.
Há pétalas perdidas
em inverno tristonho
...queixume e ilusão.

Dezembro chegou
com primavera passada;
o verde não secou!
Brilha uma flor...
sem a filha no amor
o campo não era nada!

A chuva cai!
Estrelas iluminam
esta alma sentida...
cansada de explicação;
corre no tempo...não se esvai.
Os focos cintilam
dando força à vida...
são o grito da razão!


Setúbal, 11/12/2011
Inácio Lagarto

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

NATAL ENCANTADO

Neste Natal encantado
ouvem-se Anjos a cantar
...vem do Céu tanta alegria;
Dezembro quase a findar
neste berço quão sonhado.
É Natal...que melodia!
O Mundo perde a razão
estragou a economia;
está esquecendo o Irmão
É Natal...com poesia!

Jesus da Virgem nasceu
com Ele veio a esperança;
belo sonho floresceu...
alimentando a confiança.

O Povo deseja a Paz
quer estrela a brilhar!
Este tempo não o satisfaz
a terra está por lavrar.
A fábrica já não é sua,
a alma vive de pranto...
Um Novo Ano continua,
com uma lágrima a jorrar...
Nesta Quadra...de doce encanto.

Setúbal, 07/12/2011
Inácio Lagarto

sábado, 3 de dezembro de 2011

UMA ÁRVORE NÃO SE VERGA

Uma árvore não se verga
ao gume da hábil machada;
para crescer, não se nega,
nem tem medo de ser cortada.

No campo ela nasceu,
ao sol se ramificou.
Dá fruto porque floresceu
e à vida ...o doou!

Ao vento fica a gritar
quando vaidade por ela passa;
sente a solidão a sussurrar
no uso da sua farsa!

Árvore verde tem ambição...
quer partilhar do viver!
Verte seiva do coração
neste tempo a correr.

Ela é sombra e amiga
daquela faina sentida;
calmo conchego na fadiga,
na sua copa há...guarida!

Rico Elo da Natureza
envolvido na paisagem!
Reparte tanta beleza
com as aves, em viagem.

Setúbal, 01/12/2011
Inácio Lagarto

terça-feira, 29 de novembro de 2011

F A D O


O Fado é cantado, bebe nas fontes,
jorra para a rua o seu belo julgar.
Conquista corações, dá projecção ao pensar!
Galga fronteiras... chega aos horizontes.

É Nosso e do Mundo este terno fado!
Angelical no tempo, canta a nostalgia;
rico na voz, na música... fala de poesia
ao som das guitarras, tão bem acompanhado.

Beija a noite, o sonho, com amor ou loucura...
lava o pensamento e a tristeza com doçura;
seca da vida. a gota, junto da ribeira!

O solo do Globo andava distraído
deste trinado que no Povo é sentido...
cuja razão foi florescendo, à sua beira.

Setúbal, 29/11/2011
Inácio Lagarto

sábado, 26 de novembro de 2011

MISTÉRIOS GUARDADOS

Envolto em labaredas ou lume brando,
meu silêncio representa a esperança;
na vida, na fé, no amor, com confiança
e neste dormir bem acordado... vou sonhando!

Tudo que nos cerca remomoro, no momento
e da mente... ouço e leio doce segredo!
A existência caminha por denso arvoredo,
nem sente o sussurrar das folhas ao vento.

Estrelas do céu estão gritando ao luar!
Aquela, lá longe... não a deixam brilhar!
A noite está fria, resfria na solidão.

Há vaidade cerrada de vagos desejos...
amargos de boca perdidos em beijos,
mistérios guardados sem alma... nem paixão!

Setúbal, 26/11/2011
Inácio Lagarto

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CORTEJO DA VIDA

Neste saltar de galho em galho
o Ser, vai construindo o destino;
com queda, um arranhão ou um pino,
procura no tempo... belo trabalho.

No cortejo da vida, há um sol
para aquecer, a vela da paixão;
ao livro, ao emprego, estende a mão
na noite fria à luz do farol.

A árvore do sonho está ao vento,
ao temporal e aos ais num lamento...
lutando pelo brilhar da vontade!

A razão e o querer não se calam,
o sentir e a sombra connosco falam...
como estrela amiga, da verdade!


Setúbal, 20/11/2011
Inácio Lagarto

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CAMPOS DE OUTRORA


Aos campos de outrora
estamos regressando;
a pobreza implora
a fome... está voltando!

Cresce vaidade humana
o belo sonho levou;
na força alentejana
resta a terra que guardou.

Ref.
Vamos lá gritando
elevando a voz!
Somos a candeia
que deixou a Aldeia
e de peito lutando...
no querer de avós.

A vida livre da Cidade
neste tempo já ruiu;
vai rompendo a saudade
da Vila quando partiu.

Aqueles campos verdejantes
voltam, de novo, a florir ;
nos tronos, falsos falantes
tramam o povo... a sorrir!

Ref.(...)

Setúbal, 13/11/2011
Inácio Lagarto

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

VERSEJANDO

Nesta longa cruzada
a pulso vou subindo!
Lá longe...ficou a estrada
sem o rumo estar findo.

Eu cultivo os afectos
na procura do saber;
debaixo de belos tectos
sigo e luto...pelo viver.

Aqui e ali...surgem sarilhos
que nem eu sei entender!?
Fico preso em espartilhos
com saudade... do escrever.

Quero apenas partilhar...
velho sonhar, vou relendo;
as linhas do meu versejar
são o que fui e vou sendo.

Não sou poeta nem escritor!
Adorno...o conhecimento.
Sou aquele fazedor
que pinta o tema...no momento!

Setúbal, 11/11/20(11)
Inácio Lagarto

TEMPORAL

Tempos tristes, na vida, vão rolando
neste barco, sem rumo, em movimento;
são erros causados, com tal lamento,
que o temporal, com ondas, foi formando.

Houve vaidade, cobiça, dos seres reais
do mar passado, esqueceram lição!
Deitaram-se às águas com ambição,
tratando almas... como desiguais.

Foram searas abandonadas;
salinas são doces, não salgadas
e o sol do sonhar... arrefeceu.

As fábricas e oficinas fecharam,
vozes nas ruas não se calaram
e o madrugar... desapareceu!


Setúbal, 10/11/2011
Inácio Lagarto

terça-feira, 8 de novembro de 2011

UNIÃO DO POVO

Meu Alentejo, quente, de cantigas
Viana olha... para lá dos montes!
Mostra paisagens... correntes das fontes,
ao mundo... as suas artes antigas.

De Alcáçovas brota o amor
formando trilogia sentida
...a força do querer é repartida 
com Aguiar, no belo esplendor!

Entre montados e verdes trigais,
há sonhos e sabores desiguais
e a religião... acende uma luz!

União do povo, vive presente,
na alma e anseio desta gente
a que a faina da terra... nos conduz.

Setúbal, 08/11/2011
Inácio Lagarto

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

JOAQUINA "DA AZENHA"


Força da querer e lutar
foi mãe e grande obreira;
o amor soube abraçar
com os filhos à sua beira.

I
No Alentejo nasceu
numa horta com azenha;
esculpida numa penha
um lindo sonho teceu.
Na olaria cresceu
subiu à árvore para brincar
cedo foi seu trabalhar
lavou roupa no rio
aceitando desafio...
força de querer e lutar.

II
Abraçando a viagem
bela de porte e graciosa;
naquela idade viçosa
mudou campo e paisagem.
Na Vila adornou imagem,
não deixou de ser ceifeira;
ripou fruto da oliveira,
tratou da casa...e do dia
sempre com fé e alegria
foi Mãe e grande obreira.

III
Trouxe do tempo a monarquia
com Rei a governar;
viu república implantar
e na vida se erguia.
A riqueza, essa, fugia
nunca perdendo o sonhar;
longo foi o caminhar
...tantos rebentos ao mundo deu!
Uns viveram...outros perdeu...
o amor soube abraçar.

IV
Quase cem anos festejou
contanto velha estória
registada na memória...
à família a divulgou!
Na escola nunca andou,
em casa foi costureira...
esta Mulher maravilha
...do barro alimentou a ilha
com os filhos à sua beira.


Viana do Alentejo, 02/11/2011
Inácio Lagarto

terça-feira, 1 de novembro de 2011

E S T Ó R I A S

Mote
 
Outubro... é mês de poupança
criada... por sementeira;
Dia dos Santos traz confiança
no Natal... junto à lareira.

I
O inverno quase a chegar
com castanhas e bom vinho;
para aquecer o caminho
o povo sabe perdoar
a quem nos tira o pensar!
Faz-se saldo à mudança
nos pratos da balança,
à experiência vivida
de liquidez prometida
Outubro... é mês de poupança.

II
É sonhado outro querer
recolhido no prometido
sem lucro.. ser dividido.
Alguém ficou a dever
escondeu nobre haver
com habilidade sorrateira.
Decerto... houve asneira
ao lavrar mal a terra
pela cobiça que nela encerra
criada... por sementeira.

III
Chuvas começam a cair
os campos ficam molhados
deixam sonhos amordaçados
folha do tempo perdeu florir...
o frio da alma vem pedir
ao Novo Ano bonança
...renasça esperança
cujo presente pesa no ombro!
O País sofre de assombro
Dia dos Santos, traz confiança.

IV
Todos os meses guardam segredos
deles falam com estórias;
sempre de boas glórias
carregando alguns enredos.
Entre receios e medos
a vida é passageira;
com amor à nossa beira
e de passados revoltados...
os planos são renovados
no Natal... junto à lareira.

Viana do Alentejo, 30/10/2011
Inácio Lagarto

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

DIAS DE TEMPOS SONHADOS

Dias de tempos sonhados
correndo veloz por futuro,
seguindo a mente calada
nos passos estrangulados
por sentidos já forjados
noutro nada;
semente da terra revolta
trabalhada por paixão,
tão modificada e tão solta
tão criada, tão querida
e tão ingrata ao cozer puro
convertida
nestes moldes renovados
no aprender
florescer
vencer
o agarrar de um coração
seguro
noutros espaços fomentados
entre saber e melodia
dias de tempos sonhados
que pela vida repartia
brilharam campos cantados
voltou ao sonho... a alegria!

Setúbal, 26/10/2011
Inácio Lagarto

MAESTRO SERÔDIO


Rui Serôdio soube encantar
ao piano, com muito amor...
humildade por companhia.
Aos amigos deixou um sonho
de alma e sorriso risonho
para poetas, ao doce declamar
com melodia, no belo compor
e alternando
entre palavras de magia.

O Homem foi viajar
com cultura de eleição;
quanta obra por terminar
escrita... com o coração!

MAESTRO do improvisar
e da Análise Musical;
hábil no bom partilhar
para alunos... é imortal.

Na pauta inacabada
lavrada em suaves tons,
solidário, sem idade
perfuma a caminhada.
Ouve-se o tonar dos sons
na aula... com saudade.

Setúbal, 21/10/2011
Inácio Lagarto

ARTE NOS ILUMINA

Na escola a juventude
aprende, para ser melhor;
naquele ninho de virtude
quer uma cultura maior.

Na fábrica ou oficina,
no campo a trabalhar...
belo sonho nos ensina
a esculpir o lutar.

O ferreiro malha com arte,
o escultor, à obra dá vida;
o moleiro o trigo parte
com alegria sentida.

A arte é dom especial
que no tempo ilumina;
engrandece nobre ideal
desde o escritório à mina.

O mestre o risco traça
na tela a inspiração;
o pedreiro a casa abraça
construída com paixão.

Todo o Ser dá a mão
seja em terra ou mar;
saber olhar a razão
é ter força no criar.

Setúbal, 08/10/2011
Inácio Lagarto

A VIDA É ARTE

A vida é um compasso
medida com imaginação;
traça linhas de harmonia
floresce na mente, no coração,
dando ao tempo, suave abraço,
unidos pela alegria.

A luz brilha no brincar
com a árvore no arvoredo;
a rua aquece o partilhar
naquele sonho sem medo.

Abre pontas em movimento
no belo viver de criança;
circula como firmamento,
entrelaça estrelas, com confiança
e a Arte surge correndo
como bola de cristal.
Os saberes vão crescendo
ao criar coisa bela!
Com sombreado divinal
adornado sobre tela
em envolvente subtileza;
esculpindo o bem ou o mal
ergue com alma... a Natureza.


Setúbal, 06/10/2011
Inácio Lagarto

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

SOU FONTE, SOU SONHADOR

Eu sou fonte, sou sonhador
procuro caminho e filosofia
na corrente do meu rio.
Uso palavras sem fim
sou no tempo um pensador
alagando margens... em desvario!
Neste querer que vive em mim
meu sentir sofre vazio
corre pró mar... do amor!

Sou filho da liberdade
navego nas ondas do sonho;
bebo água da saudade
...sacio a sede do calor.
Balanço ao som do regato
por entre socalcos e montes,
cheiro o perfume do mato,
olho de frente os horizontes
e no campo beijo a flor.

Setúbal, 21/10/2011
Inácio Lagarto

sábado, 15 de outubro de 2011

OS SILÊNCIOS PERGUNTAM

A esperança foi caminhando
semeando bom viver
no homem acreditando;
entretido em quimeras.
Viu um novo nascer
o florir das primaveras
...o sonho embalando.

"D. Sebastião" não aparece
anda perdido, no nevoeiro,
o povo grita e padece;
alguém fugiu...com o dinheiro.

Assaltados com florões
vendaval em desatino;
só se fala em milhões
desviados...sem destino.

A humildade aqui habita
de lágrima é banhada
o coração fica mudo...
olha a estrela infinita
...tem a alma emparedada.
Os silêncios perguntam tudo
a resposta hoje... é nada!

Setúbal, 15/10/2011
Inácio Lagarto

sábado, 8 de outubro de 2011

ASSIM NASCE A POESIA


Mergulhados nos sonhos, vive o nada
na noite, sobre nós, entre silêncios;
recorda-se a caminhada,
ouve-se a terna melodia
e o sussurrar da palavra
em que amanhece a Poesia.

Cavalgando na sombra,
percorrendo no passado
vê-se futuro no horizonte...
nosso sentir está moldado
pela corrente da fonte!
Regressados à existência
o arvoredo nos acena
com o vento em clemência;
a força do tempo é amena
ao som da voz... com harmonia.


Setúbal, 08/10/2011
Inácio Lagarto

sábado, 1 de outubro de 2011

RELÓGIO


O tique -  taque foi batendo
com os Santos em reunião;
minutos, horas sem parar...
nossa mente sofrendo,
comovida por emoção,
com a fé a sussurrar.

Esperada era a partida,
em noite longa e fria...
segredando ao coração.

Lidas... páginas da vida
só silêncio se ouvia...
madrugando a solidão!

No tempo, o relógio parou,
a fraca corda... se prendeu!
Traçando novo caminho.
Sem esquecer tanta dor,
naquela luz a tremer;
o céu pediu uma flor
e belo Anjo se mudou.
Com ele falo baixinho
como ousarei dizer
doces palavras de amor.

Setúbal, 01/10/2011
Inácio Lagarto

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

SAUDADES MINHAS

Encantou-me a vida
na luz do belo!
Os anos trilhados,
a noite perdida;
o baile da tarde
o sorriso inocente,
os sonhos, os medos,
o calor que arde...
as dúvidas e certezas
que floresciam na mente.

A voz da saudade
a graça da juventude
o companheirismo...
vivido na rua.
Cresceu a verdade
a lembrança e paixão.
Mudei atitude
somou a vontade;
vida não é sua
bate leve... o coração.

Setúbal, 22/09/2011
Inácio Lagarto

MESTRE JÚLIO RESENDE

Morre o Homem
o Mestre fica...
neste Mundo da Cultura;
sua obra glorifica
este País que é Portugal.
Valbom o perpetua
os alunos o relembram
pela grandeza
humildade
que Viana o viu chegar
no Alentejo com alegria.
Ali o traço ensinou
na Escola de Olaria!
O barro esculpiu
a paisagem ilustrou
a amizade repartiu;
ao Norte regressou
a vida iluminou.
Repousa em Paz...eternamente
Júlio Resende és imortal
no coração... na obra e na mente.

Setúbal, 21/09/2011
Inácio Lagarto

domingo, 18 de setembro de 2011

VIVO NA TERRA

Sou passado
estou presente
sou futuro.
Fui criado
sou gente
sou amado
mas, seguro.
Nasci nu...
como tu!
Trabalhei
também chorei!
Sou neto
filho
e irmão.
Sou pai!
Bom amante.
Tenho esperança
ambição...
Sou um SER
com confiança
sou a mão
para vencer,
porque não?
Defender: -
a verdade
a mentira
o sofrer...
toda a ira
e opressão.

Porto Covo, 18/09/2001
Inácio Lagarto

sábado, 17 de setembro de 2011

MOBILIDADE GLOBAL

Fonte e cura do mal
com arte em movimento;
ginastica criatividade
...Mobilidade Global
acalma a fúria do vento.
Alegra corpo e mente
cuida da alma doente;
aumenta a flexibilidade
ao controlo corporal.

Usa variante na educação,
trava a imobilidade
no percurso natural;

aperfeiçoa a reacção
acaricia a qualidade
ao som de ritmo musical.

Objectiva metodologia -
reforça a caminhada;
estimula fantasia
numa vida já trilhada.
Os Mestres... vão demonstrando
...dando sol ao dia,
entre sonhos... pelejando!

Trazem ao tempo o viver,
tratando declínios funcionais;
ao sentir... novo prazer
sem esquecer  do lazer,
com expressões desiguais.

Setúbal, 17/09/2011
Inácio Lagarto

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CANTO À VIDA



Eu canto à vida, ao céu , à noite,
ao mais belo sonho depois vivido;
queria ter tempo, por mim escolhido
dando-me o existir açoite.

Eu queria ter o sol, a liberdade;
Ser forte como o dia... ser gente!
lutando a alma fielmente...
aceitando... o peso da vontade.


Beijei a terra e o pensamento...
sacudi mágoa, falei com o vento...
segui rumo noutra aragem.


Com afeição achei o destino
e a chama do tempo divino;
resta glória... da feliz viagem!



Setúbal, 14/09/2011
Inácio Lagarto

domingo, 11 de setembro de 2011

PAÍS ESFUMA


Vive fé no peito
sombra na clausura;
luz procura jeito
amar com ternura.

Aos ventos choram
altos corações;
povos imploram
rasgados clarões.

O sol é quente
em força perdida;
esquecendo nascente
no rasto da vida.

Emprego voando
dinheiro sem norte;
mundo sonhando
no jogo da sorte.

Dança verdade
ao som do laço;
rufa maldade
ao trocar do passo.

Negra aragem
...tempo espuma;
nesta viagem
PAÍS ESFUMA.

Setúbal, 12/09/2011
Inácio Lagarto

LUTA NA VIDA


As cigarras cantam
em pleno verão;
searas ceifadas
com foice na mão.

Os grilos calam
belos trinados...
em noite de luar
por passos trocados!

A manhã acorda
doce alvorada;
o sonho segue
nova caminhada.

O corpo alberga
um novo olhar...
cresce na alma
o saber criar.

Galopa o viver
pelo existir;
cansado no tempo
fica o sentir.

A chuva e o sol
estão de partida;
surge o silêncio
na LUTA DA VIDA.

Setúbal, 11/09/2011
Inácio Lagarto

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

RAINHA DO SADO


A cidade e a serra
convidam ao fascínio
na presença do Rio;
da gente e do pescado,
à belaza da terra
com calor ou frio.
Aquele vento salgado
que vindo do mar...
atravessa o vazio.

Na paisagem envolvente
brilha além, a Figueirinha,
Galapos e a Esguelha;

Albarquel diz presente
...tão pequenina acarinha
e a alma do povo centelha!

No Outão acalma a Foz
ao Sado no mergulhar;
Arrábida estende os braços
 a Setúbal com claridade.
A Tróia ergue a voz
e a Baía vem beijar...
entre apertar de laços
golfinhos saltam com amizade.

Margens...  silenciam os ais
vão perfumando o amor;
traineiras voltam ao cais
trazem o fruto do pescador.

Setúbal, 04/09/2011
Inácio  Lagarto

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

HIDROTERAPIA



A força da hidroterapia
suaviza tanta dor;
o corpo no tempo flutua,
acalma anseio na mente.
A água, segreda com energia,
cala o ócio da rua;
ritmada e com calor
equilibra docemente
...alimentando a fantasia.

São minutos de prazer
com música, a alma liberta
esquecendo luta do dia;

brilha o Ser sobre o Ter
em piscina, de porta aberta,
neste viver com alegria.

É partilhada amizade
sem olhar à diferença;
igualada na vontade
com direito a sentença
tem dedicados professores...
entre gestos de habilidade
usando arte... de criadores!

Tristeza segue a nado
em corrente de água lenta;
o sonho fica lavado
com sentir sossegado,
no convívio que fomenta.

Setúbal, 01/09/2011
Inácio Lagarto

terça-feira, 30 de agosto de 2011

ROLA A VIDA


É o arco a rolar
é o girar do pião
é a vida a mudar,
vai crescendo... imaginação
neste circulo de união
tudo rola, no caminhar.

Rebola a bola no brincar
a bicicleta na rua;
o carro a circular,
o avião junto à lua.

Rodopia o sentimento
neste movimento... sem fim;
não pára nun só momento
e o tempo... rola assim!

Rola a criança no berço
o jovem no crescer;
o casal vai rolando
para o mundo aumentar.
Desfia na mão o terço
...o perigo quer vencer!
A mente vai correndo,
a razão escutando...
gira cobiça e enredo
neste arco em segredo
nesta roda... sem parar!


Setúbal, 30/08/2011
Inácio Lagarto

domingo, 28 de agosto de 2011

C A M I N H A R


Tempo sem pressa
criança brincando
na rua ou na escola;
a vida atravessa
vê o sol brilhando!
De boné e sacola
carrega o sonho
na sua mente;
acredita e sente
 com ar risonho
segue diligente.

Lá fora... com alma inocente
ficou o amigo
e a saudade;
aguarda fielmente
...partilha a amizade
porque o amanhã...
tarda em chegar!

O futuro está na porta
na janela sempre aberta
onde a incerteza... quer entrar!
Não há frio ou vento,
nem chuva, nem abismo
que as feche ao coração
neste belo... CAMINHAR.

Setúbal, 27/08/2011
Inácio Lagarto

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

E S B O Ç O


Esboço cresce na mente
numa linguagem singela;
sinopse do imaginário
paira no silêncio docemente
dando força à vida.
Retocado em palavra bela
vai criando lindo cenário
duma esperança sentida.

Naquele breve esboçar
em que o sonho navega...
vai vivendo no despertar
em que a memória carrega!

Como na pedra o escultor
o poeta pensa e lavra
dando alma à existência.
Agarrado à criatividade
esculpe imagens com ardor
...trata-as como uma flor
e quanta beleza desbrava!?
Na busca da liberdade
olhando-as com inocência
nelas deixa o seu Amor.

Seúbal, 23/08/2011
Inácio Lagarto

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AVENIDA TODY

Corre o tempo a pintar
quadro da nobre Avenida
que Luisa Tody perpetua
...no lírico soube encantar,
a alma não foi esquecida,
Filha de Setúbal... cidade sua.

Floresce o ondular
na calçada e arvoredo...
entre trânsito a deslizar
circulando em segredo.

Nesta suave aragem
perfilam mil cafés;
estátuas adornam paisagem,
âncoras da árdua viagem
e do pescador nas marés.

A Serra dá protecção
olhando o Sado a sorrir;
Bocage ergue um poema,
dado ao mundo com emoção.
Doce espaço a florir...
em cada canto lavra um tema,
deste povo e seu sentir
que no belo... busca a razão!

Setúbal, 16/8/2011
Inácio Lagarto

sábado, 13 de agosto de 2011

FONTES CORRENDO

Águas das fontes correndo
vêm refrescar o viver;
o sol está alto fervendo
e o vento tarda em aparecer.

Matam a sede â floresta
molham solos e calçada;
seguem livres sempre em festa
numa força desenfreada.

Naquele gorgulho chorando
num despertar de paisagem,
os ventos ficam pensando...
que são lágrimas da viagem!

Aquele grito é de canto
...vem da profundeza da terra!
Embriaga com encanto
trazendo o suco da serra.

As bocas são saciadas
com belo silêncio rompido;
pelas nascentes sagradas
deixando calor diluído.

Neste exausto ritual
escorre horas com prazer;
aquele líquido divinal
afaga o sonho... a todo o Ser!


Setúbal, 12/08/2011
Inácio Lagarto



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CONTOS...AO SERÃO



Nas longas noites de inverno
junto à luz da lareira
...aquecendo o coração;
o fogo girava
faiscando a centelha
num rico bailado...
dando sonho materno
em tronco embalado,
à fértil imaginação!

Formavam castelos
em imagens chegadas;
aves... voando
panteras trepando
segredos e desvelos...
em histórias contadas.

Noites frias
calor verdadeiro!
As brasas eram ouro
criando fantasias
junto ao fumeiro.

Chama...subia ao céu
adornava o silêncio
num fumo incerto;
descia em véu
queimada era carvão,
como um livro aberto
nos contos...ao serão!

Setúbal, 08/08/2011
Inácio Lagarto

sábado, 6 de agosto de 2011

V O A N D O


Na criança  há liberdade,
cresce com viver o sonhar
na corrente da mocidade;

vai florescendo a mudança
cujo tempo não pode parar
nem a força da confiança.

Nos anos surge a ilusão,
a ternura com melodia
enraizando a paixão;

trepada a doce idade
com estudo que nos guia...
na viagem da vontade!

Seguindo novos caminhos
que toda a gente tem...
unidos fazem os ninhos!

Fomentam novo alento
que o silêncio ouve além
neste mundo, em movimento.

O sol alto não mata a sede
na primavera do sorrir
em filosofia de folha verde;

o inverno vai chegando
neste belo repartir
em que as aves estão VOANDO.

Setúbal, 06/08/2011
Inácio Lagarto

terça-feira, 2 de agosto de 2011

SONHO DO VIVER


Brilham saudades pela juventude
tardes frescas em belo brincar...
heróis do tempo mudam atitude!

Saídos de hábil imaginário
eram soldados em bom cavalgar,
completando raro cenário.

Havia espaço para o futebol
...golo da vida começa a surgir,
olhando escola como farol;

iniciada a caminhada
com doce sentimento a florir...
na jovem planta renovada.

Crescem anos na história
como um regato a correr...
enchendo o rio da memória!

A melodia que corpo sente
é ouvir - SONHO DO VIVER
acordando, alma presente.

Setúbal, 02/08/2011
Inácio Lagarto

domingo, 31 de julho de 2011

TEMPO DE VIVER


Julho... é luz
que praia perfuma,
Agosto... mês de paixões;
no campo, brilham as cores
com a onda, a maré espuma,
lavam areal que nos seduz,
aquecem os corações...
pulam crianças como flores.

Verão ilumina o pensamento,
quebra silêncio no existir...
abre portas à união;

acorda sonhos e ideais
dando asas à liberdade
e à vida... estende a mão!

Noites quentes, acolhedoras,
o luar incendeia...
as marés falam com o vento
e com as almas, ao amanhecer!
O mar é Templo amigo
acalma, fúria e lamento,
neste TEMPO DE VIVER.

Setúbal, 31/07/2011
Inácio Lagarto

terça-feira, 26 de julho de 2011

GRANDEZA DO ALENTEJO

A grandeza do Alentejo
está na força de sua gente
na planície e no montado;
nos rebanhos
e diverso gado,
em pousio trabalhado
...na razão do sol ardente.

A árvore fica a sangrar
quando despido o sobreiro;
o fruto do olival
ilumina, o sonho verdadeiro.

As casas brancas caiadas
pintam o monte e a cidade;
estreitas ruas são pisadas
pelo cantar da liberdade,
entre a alegria e o pranto
...na planura imensa
o verde é... extenso manto!

Exaustas cantam cigarras
quebram aves... terno momento;
as paisagens são amarras
mesmo em noite de luar
as estrelas, abrem janelas
dando vida... ao pensamento!

Setúbal, 26/07/2011
Inácio Lagarto

sábado, 23 de julho de 2011

AVENIDA D. JOÃO II

Se linda Avenida
fosse, apenas, minha
mandava-a ajardinar...
desde a Praça de Portugal
com manto verde... a crescer
e água fresca a jorrar!

Dava à força do trabalho
...feliz sinal de valia!
Do sangue duma corrente
ao ferro batido, com o malho,
o segredo da poesia
do suor...
de muito boa gente.

criava fonte de vida
da Resistência ao Poder
como entrada no cenário;
em que operário perfuma
no alto, junto ao Hospital,
dando alma ao imaginário.

Com Sado a seus pés
e Arrábida a florescer...
olham a Baía!
De sonho...sem engano!
Bairros de lés a lés.
Vêm o pescador no amanhecer
com passado soberano
que exala o belo... DE FRENTE.

Setúbal, 23/07/2011
inácio Lagarto

terça-feira, 19 de julho de 2011

EXISTÊNCIA

Vida é percurso inacabado
através do conhecimento
numa viagem a caminhar;
vai divagando no saber,
partilhando o viver
sem o destino parar.

Vai escutando a razão
no sussurrar da palavra;
voando como falcão
e sobre a ciência lavra.
Esculpe o sentir
na mente... No aprender
vai moldando o coração.

Viver... É curta estrada
com curvas e abismos
numa existência traçada,
entre perfume e cor.

Somos, ramos de árvore,
metafísicos no Universo,
bafejados pelo sol;
somos água do Oceano
...poetas no sonhar
embalados por terra e berço
na estrela... DO AMOR!

Setúbal, 18/07/2011
Inácio Lagarto

sexta-feira, 15 de julho de 2011

TERRA FÉRTIL

VIANA hoje cresceste
DO ALENTEJO, dos trigais;
olhas da serra a planície,
estendes o verde, do teu manto,
aonde o sol brilha mais.

Terra fértil, de tradição,
em que romeiros
cumprem promessas!
De água fresca a jorrar,
em belas fontes cantando,
vão rompendo a solidão
por velhas ruas e travessas.

Do teu ventre brota a força
o querer da tua gente,
com o suor trabalhado;
tiras o pão da semente
...riqueza do poder
desse campo...tão sagrado.

És um quadro de aguarela
que a Natureza pintou;
tens um castelo à janela
que D. Dinis te deixou.
Lá no campo a pastorear
entre olival e montado
há tanto sonho sonhado
que o silêncio quer quebrar.

Senhora D´Aires está escutando
a voz do Povo em ansiedade;
quer ver seara embalando
ao vento... SEMPRE EM LIBERDADE!

Setúbal, 15!07/2011
Inácio Lagarto

domingo, 10 de julho de 2011

ENCANTO DA NATUREZA

Setúbal de Rio e Mar
de encosta verdejante;
linda Baía, calma e azul,
espreita Avenida Tody
longa e repousante.

Tróia ao longe
olha a cidade;
de areia branca
está a acenar!
Com água límpida
vem beijar
a marginal, com amizade.

Á noite, a lua,
ilumina correntes mansas
em tão belo espraiar
... costas se abraçam
num terno carinho,
enlaçando-se alegremente.

O sol rompe de mansinho,
os barcos andam a navegar.
Aqui e ali
saltam golfinhos...
no céu voam gaivotas,
rodopiando em seu piar.

Ouve-se a Serra a murmurar,
as marés cumprem destino;
Mãe Arrábida fica a embalar
o Rio Sado... Doce menino!

Setúbal,10/07/2011
Inácio Lagarto

segunda-feira, 4 de julho de 2011

FORÇA INFINITA


Acarinha tua pena
a bandeira foi arreada;
confusa com a distância
o crepúsculo no tempo acena,
deixa a bolsa despejada
por velhos erros e ganância.

Foram derrubados murais
com nacarados vivas...
Fugiram os capitais!

Ficou a sombra dos montados
cobrindo cobiças excessivas
e são salários roubados.

O futuro grita em coro
porque passado o perturbou;
este solo que já foi mouro
nova bandeira desfraldou
entre sonho e conquista.
Fez soar a madrugada
sua voz não calou
o Povo... tem força infinita!


Setúbal, 03/07/2011
Inácio Lagarto