domingo, 29 de dezembro de 2019

FLORESCEM PROJECTOS


Inicia-se o Ano! Florescem projectos,
acende-se a luz, ilumina-se a sombra;
crescem destinos e os afectos,
sacode-se do temporal o que assombra.
Caminhamos no sonho conscientes
agarrados ao objectivo eleito;
deixamos para trás  as razões diferentes
arrumando as vontades no peito.

Olhamos e lutamos com força pelo futuro
que acabe a violência e a divisão;
Brindamos à vida, ao tempo seguro,
à Igualdade e à Paz, como missão.
Mudem os paradigmas na vivência
que dormitam em velho pensamento,
na partilha da riqueza na existência
guardada no cofre, por esquecimento.

Em janeiro o povo desce à rua!
Canta e grita às injustiças na Terra.
Acredita, no céu e nas fases da lua,
no misticismo que o segredo encerra.

Batem as vinte e quatro badaladas!
Parte para as memórias o fim do ano.
Frutos e amizades, horas lembradas,
na imaginação surge o desengano.

Abrem-se as portas à esperança,
visão clara na mente escondida!

Guiam o desejo ao labor e bonança...
ao fruto da Poesia, na árvore florida.


Setúbal, 30/12/2019
Inácio José Marcelino Lagarto


segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

MINHA MÃE




Anos somados, minha Mãe, com alegria
sonhando, através dos tempos, pelos montes,
ouvindo a voz carpindo sobre a olaria!
Seguia a rota por novos horizontes.
Horas florindo em verde distância
que hoje divagam nas memórias;
trazem do ontem viagens da infância...
contos e cantares de velhas estórias.

Recordo passado da candeia acesa,
lembranças de uma vida de trabalho,
do forno a arder e o pão na mesa!
Das caminhadas longas pelo orvalho.
Vivia da arte do barro como profissão
em que brilhavam esplêndidas cores;
elaboradas na argila, bela decoração
entre temas diversos, lindos amores.

Neste Rio Sado e Serra vou bebendo,
com Évora unidos em cortejo!
Meus frutos estão amadurecendo...
jamais esqueço Viana do Alentejo.

Janelas abertas ao momento,
nelas  procuro a razão do existir!
Dou largas ao pensamento...
glórias quotidianas ao sentir.

Este vosso filho fala da esperança
que irradiava em teu terno olhar!

Imagens da saudade  e da confiança,
no cofre do coração … vou guardar.

Setúbal, 16/12/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

sábado, 14 de dezembro de 2019

MUSICAR A PALAVRA


Quero continuar a escrever poesia,
divagar na Língua Mãe com ternura!
Musicar a palavra de melodia,
pensar livre, nas coisas com frescura.

Silabar, cada som, com carinho,
jamais esquecendo a emoção;
vou pisando as pedras do caminho,
pensando que não sigo sozinho,
alimentando o sonho com o coração.

Ouço o cantar da vida, cantando!
Sobre o arado na terra a lavrar,
o ceifeiro a seara  ceifando
e o pescador, no mar bravo pescando,
com nobreza, não deixa a faina acabar.

Vou citando génios, em glória, sem fim!
Olho com gosto toda a Natureza,
orgulho-me do Belo, que brilha, em cada jardim.
Vejo a tecnologia que floresce assim
moldando o mundo de outra certeza.  

Falo da arte, lutas, da igualdade,
trazidas ao peito na geração,
medito no criar da humanidade.
Na partilha, vivência da amizade!
Neste Globo, nesta imensidão.

Há um Natal em cada lareira
que acende a luz da confiança.
Sublime data da Família obreira,
na tela, com imagem conselheira!
Faz renascer… Nova Esperança.

Setúbal, 08/12/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

FAMÍLIA NOVA


Neste convívio social
está presente a Poesia,
especial!
Entre nós reina a alegria.
Brindamos ao belo destino!
É Natal!
Louvamos em glória - Jesus Menino.

Com olhos fixos na criança,
na bondade e coração,
esperança!
Em ter casa, família e pão.
Embalar o terno berçário,
com confiança
beijar o lindo relicário.

Carregamos no peito a paixão!
Na mente, uma estrela com magia;
o querer transporta a emoção
elevando ao céu a felicidade, harmonia.

Unidos nascemos de novo,
bebemos, do poema profundo,
na taça brilhante do povo,
ao ritmo da orquestra  do mundo.

Nesta Festa maravilhosa
partilhamos a fraternidade,
radiosa!
De cultura e amizade.
Construída com alma sentida,
formosa 
sobre palavras de amor na Vida.

Floresce o sonho, dia após dia,
na chama crescente a arder;
ilumina a arte e a melodia...
na firmeza pura em vencer.


Setúbal, 01/12/2019
Inácio José Marcelino Lagarto




SER POETA


Ser Poeta! É amar a vida, alimentar o sonho,
caminhar na estrada, olhar a luz, ver diferente;
partilhar a palavra, ser livre, ter ar risonho...
jamais esquecer o nosso irmão! Que também é gente.

Traz a poesia no pensamento e, lavrada por fim...
sobre o pobre e a riqueza que nos rodeia.
A luta no Alentejo, em Setúbal, foi sempre assim!
Na Planície e no Sado com seu belo nos enleia.

Comungamos em alegre fraternidade!
Abraçamos o mesmo ideal com carinho,
defendemos causas com esperança e Liberdade.

Aceitamos com regozijo, forças milagrosas,
tornando válidos, tanto o escrito como o pergaminho,
a fim de deixarmos ao mundo… cravos e rosas.


Setúbal, 01/12/2019
Inácio José Marcelino Lagarto








terça-feira, 10 de dezembro de 2019

BRINDA À VIDA



Ano! Trinta e sete,
de mil e novecentos!
De musgo e verdete,
frio, sentimentos!!!
Mês da boa Graça -
da família e, do amor.
Nascimento e Natal,
do sonho criador,
esperança genial
cuja vida abraça.

Uma janela abriu 
para entrar o viver;
brilhou e floriu,
começou a correr!
Venceu caminhos.
Traçou longos planos
a fim de ser feliz
sem desenganos 
esgrimiu como quis
entre carinhos.

Na terra do barro
esculpi vontade
com ela agarro
a Liberdade!
Com alma, encanto.
Perfumo sorrisos
tristezas sem par, 
em jardins precisos
regados ao luar.
ao som de belo canto.

De pureza no existir
fala o coração;
partilha o sentir,
brinda à paixão!
Mulher, filha, amigos.
digita na mente
sobre o que aprendeu;
bebe ao presente
e a quem o compreendeu!
Companheiros antigos.


Setúbal, 11 de Dezembro de 2019
Inácio José Marcelino Lagarto  

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

BARBEARIAS


Há um salão a cada esquina,
espaços abertos à palavra
a fim de dizerem uma piada picante!
Numa voz sentida
graciosa 
ao som do afiar o fio da navalha, 
da máquina de cortar, pente e tesoura
cujo pensamento lavra
sobre o saber de quem a arte domina.

Embelezadoras da  imagem
de barbas e cabelos 
vão perfumando a vida
em barbearias sem fim
elevando a graça, confiança,
assim!
A esperança
modela o sonhar na viagem.

Ontem foi  médico, cirurgião,
dentista, realizou sangrias
valorizando o ser humano,
deu conforto, autoestima
ao homem de barba rija!
Amor próprio
e estima
entre bacia, pincel na mão.

Local de intervenção social
para homens e meninos
sentados em cadeira especial! 
Todos são iguais e divinos.

São elaborados cortes desiguais
por mestres especializados!
Adaptados às rotinas ocasionais
com hábil mestria em temas sagrados. 

Surgem desenhos de venturas
saudades
homenagens 
de uma distância diferente, 
trazida com alma ao presente
para uma lição futura,
satisfação
Liberdade!
Recordação do passado e cultura.


Setúbal, 22/11/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

NOTA:
Barbeiro de navalha na mão
Usa o querer em liberdade
Torna-se rei e senhor na profissão
Corta cabelo, bigode e barba de eleição
Com tesoura e pente repletos se bondade.

Inácio Lagarto

domingo, 17 de novembro de 2019

VIDAS ÍNTIMAS


Olho nos olhos fixo o viver!
Medito...
sigo livre pela estrada,
acendo a luz no instante!
Acredito
na viagem, bondade do vencer.

Navego nas ondas dos cabelos,
mergulho no sonhar
e, o imprevisto acontece
fico preso ao encanto,
na teia da emoção
e o jardim da mente floresce.

Abraço a divina imagem,
beijo-a sem respirar
entre palavras mágicas
enquanto as pétalas desfolho
com magia
ternura;
admiro esbelta estátua
através de suave linguagem,
esboço na tela o que vou pintar.

Faço brilhar, raios do sol,
uma canção de amigo;
um cravo, uma rosa, um girassol
porque o amor vive comigo.

As mãos enlaço com carinho
tornando as vidas íntimas;
de bocas unidas divagando...
bebemos da seiva das vindimas.

Comungamos da poesia
em que mora o despertar!
Solene visão acalma
o calor vem
o frio passa
e o desejo queima.
Ouço a risada na harmonia,
em silêncio a filosofia
embalando a saudade, com alma.

Setúbal, 17/11/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

O TEMPO PASSA


O tempo passa
a saudade volta,
a idade abraça
esquece a revolta!
Segue aniversário.
Renova caminhada
na força do viver;
luta consagrada
entre o Ter e o Ser
no calendário.

Ufano e altivo

sempre bem amado,
Jovem assertivo
de plano traçado.
Repleto de graça
na estrada da luz,
 de olhar puro e forte
o futuro conduz!
Não foge ao norte,
corre para a taça.

O ontem partiu

com a juventude
cujo sonho não ruiu
nem a atitude!
Florida em emoção
cresceu a vontade.
Unida ao amor,
partilha, bondade,
pensando no labor
ao bater do coração.

De crença erguida,
falando sem temer,
com alma sentida 
aguarda o alvorecer
e o tempo escutou!
Na chama ardente
em que se deleita
apela ao presente,
à faina perfeita
e ao saber que brotou.

Setúbal, 08/11/2019

Inácio José Marcelino Lagarto


quarta-feira, 6 de novembro de 2019

PARTILHA NO TEMPO



Na corrente, calma, oriunda do Sul
o Rio Sado vem enchendo,
de água cristalina azul!
Belo e grande sonho rompendo.

Nele navegam saudades
em cujo cais vidas aportam!
Estão enlaçando amizades
que neste paraíso conquistam.

São os filhos aqui nascidos,
a partilha em poesia.
Os bons tempos repartidos
entre a noite e a luz do dia.

Fazem parte da comunidade
no lutar, viver e pensar!
Numa igual fraternidade
Deus, projectou o Seu olhar.

Nesta terra de pescadores
segue e cresce a motivação!
Ao futuro falam os amores
com a força e crer em comunhão.

No emprego, cultura social
beijados pela luz dos espaços!
Em que brilha o nobre ideal
orientando os nossos passos.

Caminhamos de mãos dadas
com  a voz poética, confiança!
Nas tecnologias avançadas.
Setúbal floresce na bonança.

Setúbal, 04/12/2017
Inácio José Marcelino Lagarto

(Publicado na Antologia Salpicos Poéticos-
  Núcleo de Poesia de Setúbal em Novembro 2019)

terça-feira, 5 de novembro de 2019

O ALFAIATE



O Alfaiate do fato e do calção, 
sobretudos criados por medidas!
De fita métrica junto ao coração...
no ofício, construíam as vidas.

De pano escolhido ao ombro,
com giz fiel para assinalar!
Pespontos, alinhavos com assombro...
dedal no dedo para acautelar.

Com esquadro e régua certeira
desenhava, as formas com geometria.
De tesoura hábil à maneira
cortava, a peça, com mestria.

A máquina de costura, companheira,
num musicar, sereno, sem fim!
Unia a fibra tracejada, obreira...
deixando de fora a parte ruim.

Entre provas e conversas
ia modelando, com arte, os tecidos!
Com entretelas dispersas...
os medos, com chumaços , vencidos.

Forrados de cetim protector,
com bolsos esculpidos ou anexados!
As costuras esbatidas com fervor...
para homens, rapazes menos dotados.

De coletes bem cintados
faziam...o belo relógio brilhar!
Os botões sempre agrupados...
para o casaco não enxovalhar.

Calças vincadas, bainhas feitas,
casacão de gala com fantasias!
Acompanhados de gravatas eleitas...
desfilavam em romarias.

Fazedores para casamentos,
bailes, banquetes e homenagens!
Criadores supremos nos momentos...
à existência real das imagens.

Setúbal, 11/03/2018
Inácio José Marcelino Lagarto






AS COSTUREIRAS


As costureiras no Alentejo
mostravam ao tempo o seu valor.
Hoje, linda bondade revejo!
Arte em modelar com tanto amor.

Levantavam a manhã cedo,
acordavam a saudade;
desafiavam, o dia, sem medo...
descobriam, na máquina, sua vontade.

Enxugavam com olhar seguro,
na pureza, a força do criar!
Acompanhavam, com glória, o futuro,
em traços e telas no desenhar.

Não faltava o pano de chita,
as sedas, o linho e a cambraia.
O corte da tesoura esquisita 
cortava… no peito, acertava a saia.

Com dedos minuciosos
moldavam com jeito, os tecidos!
Aos corpos delicados e formosos...
por mãos hábeis eram cosidos.

De linha na agulha enfiada
valorizavam a sonhar da vida.
Prega e pinça ficava cintada...
com uma gargalhada repartida.

Eram vestidos, belos ternos,
elaborados com saber e carinho!
Um vestido de noiva, fatos modernos,
levavam cinto ou véu para o caminho.

Cosidos à máquina ricos sonhos!
Bordados com ternura e alegria
tornando-os em trajes risonhos...
com enfeites e caudas em fantasia.

Costuravam, como troféus, as rugas 
de festas, nascimento de filhos!
Aqui e ali alinhavam as fugas...
apertando as ancas com espartilhos.

Vivem no arquivo das memórias
perfumadas com linha azul!
Luz, sorrisos nas estórias...
gravadas no lençol, palavras do Sul.


Setúbal, 10/01/2018
Inácio José Marcelino Lagarto 





SALPICOS DA PALAVRA


Cantando à vida, ao sonho, ao amor,
partilha gloriosa por companhia,
desabrocham cravos, bela flor… 
envolto na graça, cheiro sedutor!
A brisa acorda com harmonia.

Corações e paisagens florescem
ao calor quente das primaveras.
Pensares e razões, no tempo crescem,
no amanhã, com fé, amadurecem!
Surgem  frutos maduros,  não quimeras.

Não enaltecemos rudes ilusões,
ódio  impiedoso que no mundo existe.
versos, são melodias, nobres paixões,
entregam  à Terra Mãe suas versões...
que sofre de amargura, está triste.

Na caminhada abrem-se janelas,
para contemplar o sol e o luar.
Olhamos o brilhar das estrelas,
através das nuvens é vê-las...
do astro celeste, a Terra  iluminar.

Convive a poesia salpicada
em temas vastos, uso da palavra.
Rio de alento, crença encantada...
com uma  viagem sagrada!
De caneta na mão a tela lavra.

Os homens vivem de saudades
jamais, deixando de ser gente.
Conscientes das liberdades,
de braços dados com as verdades...
vão alimentando a mente.

Setúbal, 22/01/2018
Inácio José Marcelino Lagarto
(Publicado na Antologia Salpicos Poéticos
Núcleo de  Poesia de Setúbal- Nov- 2019)

ABRAÇAM O RIO


Sonhando na vida
brilha a Arrábida,
olhando a cidade!
Alegra o povo.
Passam na avenida,
longa e sentida,
beija a idade
num florir novo.

Abraça o rio,
chega ao Bonfim
olhando o Sadino
no alto pedestal!
Denso correntio
 de gente sem fim,
ao Poeta ladino
embeleza o local.  

Luísa Todi cantora,

mulher de chama,
lírica de eleição!
O mundo encantou,
imagem e senhora
de alma e fama.
Dão a Setúbal o coração
cujos Filhos criou.

Berço de pescador,
homem da faina e do mar,
sentado no trono!
Orienta a rota de pé ,
lança a rede  com amor
não vá o peixe acordar,
na água sem dono,
com Deus por perto, na fé.


Setúbal, 10/12/2017

Inácio José Marcelino Lagarto
(Publicado na Antologia Salpicos Poéticos-
  Núcleo de Poesia de Setúbal  -Nov- 2019)


CAMINHA CAMINHANDO


No sonho, segue em frente, 
Núcleo de Poesia de Setúbal!
Floresce na chama o desafio.
Cria amizade ideais na mente,
cercada por paisagem natural...
nesta cidade de mar, serra e rio.

Uma casa aberta à Cultura
apadrinha belos eventos!
De músicos, poetas e escritores,
com olhar posto na ventura,
cânticos alegram bons momentos...
neste jardim repleto de flores.

Caminha, no tempo, caminhando,
acredita na conquista e vencer!
Esta organização cultural.
De gente compacta lutando,
enlaçada por esperança e saber...
procurando um rumo triunfal.

Sonhos erguidos os irmana,
do Norte a raízes alentejanas! 
Setúbal partilha vida vivida.
Do Minho ao Sado, Guadiana,
unem as vozes humanas...
plantando amor e paz sentida.

Navegam ao sabor da maré,
ancoram neste cais sonhado!
Gritando com alma ardente.
No solo, na avenida pousam o pé,
ao sabor fresco da alvorada,
aqui espalham terna semente.


Setúbal, 08/12/2017
Inácio José Marcelino Lagarto

(Publicado na Antologia Salpicos Poéticos-
Núcleo de Poesia  de Setúbal - Novembro 2019)

TERRA DE SONHO


Setúbal de sonho
abraça o Rio!
A baía acalma
no Sado risonho.
Navega o navio,
a traineira  com alma.

Cidade olha o céu
e a onda salgada!
Tempera o calor.
Vê que a seda do véu,
na  nuvem criada
é obra do pescador.

À noite, anjos cantam,
sorrindo vão ao mar!
Com fé, ousadia.
A Família amam,
seguem no laborar
com rede e magia.

Iluminada a razão,
Bocage é filho seu,
Luísa Todi encantou!
Paraíso de eleição,
moderno floresceu
com riqueza que criou.

Arrábida vela,
doando protecção!
A tão belo verdejar.
Paisagem revela
que Deus sente paixão
pelo homem do mar.


Setúbal, 02/12/2017
Inácio José Marcelino Lagarto

(Publicado na Antologia Salpicos Poéticos
 - Núcleo de Poesia de Setúbal em Nov 2019)







GOTAS DE POESIA



Sóbria harmonia e amizade
em que coabita a partilha ética!
Na escrita valorizada.
Com timbre de saudade, 
na voz da alma poética
que na mente está guardada.

Nos pensamentos e corações
crescem inquietas esperanças!
Apelam a um mundo de candura.
Multiplicam-se alegres sensações,
são musicadas as confianças
pelo Rio Sado da Cultura.

Brilha a fraternidade
em convivência social!
Hábeis gotas jorram de graça
água que ecoa liberdade.
Oferece amor, futuro real
a quem a poesia abraça.

Olham a paisagem pela janela,
vêem a injustiça protestada!
Neste caminhar de gente na rua.
Ao longe, acende-se uma estrela,
traz seus raios à alvorada
aquecendo a vida nua.

Os poetas sentem a desigualdade 
na viagem do ser humano!
Da tecnologia em elevação.
Recordam a força da bondade,
deste povo lusitano 
lutando, contra a humilhação!

Setúbal, 01/1272017
Inácio José Marcelino Lagarto

( Publicado na Antologia Salpicos Poéticos-
   Núcleo de Poesia de Setúbal;) Julho 2019


terça-feira, 29 de outubro de 2019

SONHO SALPICADO


Tenho força, imaginação,
sentimento na criação...
minha experiência não calam!
Lembranças de lutas falam,
na vida, não viajo disperso,
nos versos humildade peço.

O sonho é salpicado, 
com poema bem lavrado
sobre uma folha de papel!
Com linguagem a granel.
Extraído do registo na mente
e musicado pelo que sente.

Ouvem-se todos os sentidos,

neste mundo construídos
entre partilha abraçados
e, no silêncio modelados.
Vive o coração palpitante
por amor a qualquer instante.

Acelera o sangue nas veias
quando escuta coisas feias!
Envolta em febril opinião,
martiriza-se com prontidão.
Humilhado por gente na hora,
pintando de escuro a aurora.

No tempo mergulham suspiros,
pensamentos fazem giros
galgando pontes das vontades!
Enchem as correntes de saudades.
Reflexos que brotam das fontes,
dos trabalhos sofridos nos montes.

Setúbal, 24/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto








quinta-feira, 17 de outubro de 2019

DE LISBOA AO ALENTEJO


Belém e Viana, semearam labor,
no Alentejo, em solo a cultivar!
Nasceram de Setúbal, um cravo e uma rosa.
Filhos do Amor, da felicidade,
verdade, frutos da mocidade...
partilhando uma esperança ditosa.

As vitórias e os sonhos foram crescendo,
fortalecendo a cada instante
os corações, repletos de bondade,
perfumaram o Templo de ventura,
doçura, com imensa formosura!
No jardim da humanidade.

De palavras encantadas de carinhos,
entre harmonia  e sorrisos
cumpriam...as promessas divinas.
Brilhou no ideal, uma luz tranquila,
reguila, na vida linda moçoila!
Alegrando as imagens citadinas.

Hoje mergulha, na Baía do Rio Sado,
neste paraíso, neste cantinho...
a fim de receber belo presente.
Na água, está guardada uma cantiga,
p´ rá rapariga, filha amiga
a festejar aniversário docemente.

Vive! Abraça a caminhada!
Com Pai, Mãe e Amigos de Bem!
Unidos na Fé, na confiança.
Recebe mil beijos puros e ardentes,
neles sentes, o fervor das mentes
que alimentam o Sonho de Criança. 


(Mariazinha Vieira e Inácio Lagarto)
Setúbal, 18/Outubro/2019
Inácio J. M. Lagarto





terça-feira, 15 de outubro de 2019

TEMPOS QUE FALAM




Só o Poeta compreende,
com voz pura pela razão
porque o fiel da balança pende
do prato de quem lhe rouba o pão.

Hoje os tempos são diferentes,
foi preciso uma revolução!
De cravo ao peito ou na mão
entre armas, forças presentes
e com querer usaram as mentes.
Desta lição u mundo aprende,
a luz da aurora acende
a maneira unida de lutar...
nobre vitória a conquistar!
Só o Poeta compreende.

Ano após ano escravizado,
no fadário de cabeça erguida;
de uma esperança sentida
seguia o Povo amargurado.
Explorado e cansado
pelo aperto no coração,
lançando a enxada ao chão,
triste mas, sempre cantando!
O seu viver alegrando...
com voz pura pela razão.

Brilha do passado a ambição,
bela e terna conselheira;
de partilha, crença verdadeira,
fomentando nova bonança
neste progresso que avança.
O seu corpo livre vende
na pobreza cheia de sede!
O lucro, entra no cofre do senhor,
vai à mesa do lavrador ...
porque o fiel da balança pende.

A riqueza é a plenitude
do chefe provinciano,
pouco importa ser humano,
usam a vaidade cimo atitude!
Despedem quem não tem saúde.
 Fazem vénias ao patrão...
como sinal de obrigação,
o ilustre trabalhador;
recebe as migalhas por favor!
Do prato de quem lhe rouba o pão.


Setúbal, 14/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto




sábado, 12 de outubro de 2019

CHEGUEI À CIDADE



Cheguei à Cidade, 
pisei a calçada;
trazia a saudade 
para longa caminhada.

A Luiza Tody abracei,

visitei o Mercado;
fresco peixe admirei
da bela faina pescada.

Olhei a Arrábida com pasmar!

Linda e verdejante;
o Rio Sado, a foz e o mar...
num azul pujante.

Com o Bocage divaguei!
No versejar, na magia,
entre o dizer mastiguei...
sua rica Poesia.

Senti no Povo a conjunção
sobre o Templo de labor;
da partilha, da bênção,
em que vive o amor.

Ouvi a voz da vida,
construi doce lar;
de corpo e alma sentida
com o sonho a modelar.

Na calçada gasta 
sigo em frente a rota!
Setúbal jamais afasta
a fé que dela brota.


Setúbal, 12/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

OUTUBRO EQUILIBRA A MENTE


Abalou o verão quente das fugas
em que abundam algazarras
por entre viagens errantes
e, impacientes sonhos na vida.
No mar mergulham como tartarugas,
divertem-se à noite, em bares, nas farras!
Bridam à caminhada os caminhantes,
numa animação alegre e sentida.

Mês de setembro e a praia foram-se embora,
embarcaram no cais, levam o sonhar
a fim de ancorarem no São Martinho!
Ali choram pela flor da pureza.
É outono! Com assombro implora! 
Ao outubro, cuja mente segue a equilibrar...
aguarda novembro por novo vinho
em que o sol aquece a Natureza.

Dia um, festeja-se Todos os Santos,
unindo o passado ao presente
com esperança no futuro a realizar,
ouvindo o murmúrio das aragens.
Lavra-se a terra, calam-se os prantos,
lança-se ao solo a rica semente!
Em dezembro, com o frio, começa a nevar,
enraízam as férteis pastagens.

Neste embalar do ano especial
beija-se a Família querida,
no inverno impulsionador
cujas correntes galgam as pontes.
Brilha no céu a Quadra do Natal
em noite abençoada e florida,
na qual nasceu O Menino e Senhor!
Espalhando a palavra por horizontes.

Setúbal, 04/10/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

Os ventos levaram as fagulhas do verão,
as areias das praias ficam molhadas;
cai a neve branca com emoção
projectando a luz das madrugadas.
Lagarto


sábado, 21 de setembro de 2019

VIVÊNCIA PARTILHADA



Nascemos, lutamos para a glória,
brincamos, levamos o tempo a sorrir
numa infantil chilreada.
Somos sementes de terno plano,
humano, de belo amor ufano
para uma ventura desejada.

Entramos no pátio da escola,
sentados à mesa do aprender
e, no saber formatando!
Na corrente da aragem,
imagem, por entre a folhagem...
vamos voando como um bando.

Como pombos que arrulham
criamos ninhos, casais e filhos,
ouvindo a voz fresca cantada.
Os trabalhos árduos iluminam,
afinam, mais tarde ensinam!
Dando orgulho à cruzada.

Reforçam a claridade
nas mudanças quentes e frias,
nos sons das pedras da estrada.
Os cinquenta alimentam,
fomentam, no amanhã lamentam!
Sobre aterra que não foi lavrada.

Oitenta anos! Faz-se inventário!
Usa-se compasso bem seguro,
na página, na mente, pintada.
Analisa-se a cruz erguida,
dividida, alegre ou sentida...
de uma Vivência Partilhada.

Setúbal, 21/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

Nota:
        As memórias de avós e senhores
        acenam à mente com novo sonho
        páginas da vida que recomponho
        de campos campestres entre pastores.

        Inácio Lagarto

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

ESPELHO DO EXISTIR



Por muito variado que seja,
nada é igual ao nosso ninho
e junto do Rio que nos conduz.
Ali, encontro a virtude que sonhei, 
criei, belos poemas lavrei!
Sobre a Serra da Arrábida que reluz.

Vigio de perto o passado
e faço o balanço à vida!
Vou despertando o sentir.
Olho o retrato pintado,
modelado, do nosso fado...
ao espelho do Existir.

Mostra o sorriso e bondade
da luta em sobressalto,
páginas da juventude incerta!
Naquela mente sonhando,
voando, as penas molhando,
à descoberta… da morada certa.

De luz acesa a
o aprender
estou iluminando a memória,
daqueles brinquedos guardados
sobre o lançar do peão,
ao chão, com uma guita na mão, 
nos intervalos abençoados.

A idade vai crescendo, 
surgem plantas floridas!
Pequenos cravos e rosas
nascidos no jardim de candura,
ventura, pétalas de verdura,
geradas em cores mimosas.


Setúbal, 16/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto 


domingo, 15 de setembro de 2019

O FLORIR DOS SENTIDOS



Dias quentes de verão,
aquecem a mente, o coração,
o desejo e a saudade! 
Não escolhem a idade.
Deitado, na toalha sobre a areia,
com uma linda e doce sereia
que veio banhar-se na praia,
trazida por uma onda, desmaia.

Juntos, de corpos lavados e nus
esquecem o sinal da cruz
e ficam lado a lado, ternamente!
Sentem um calor ardente.
De palavras, semeiam a paixão,
em campo fértil no chão,
fixam o seu calmo olhar...
muito unidos!...Em longo sonhar.

Beijam-se na boca, com fervor,
Conjugam o verbo do amor!
Nele, procuram a liberdade.
Naquele grito de amizade
conquistam o paraíso;
invadem o que for preciso
até as  estrelas do céu brilharem,
na sua claridade...viajarem.

De jardim bem  lavrado,
com o fruto semeado...
entre cavalgada e harmonia!
Foi fecundado por magia.
Findas as férias de verão
partem com elas, a ilusão;
levam para longe os sentidos
daqueles sonhos floridos.


Porto Covo, 02/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto 

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

SAFARI NO ALENTEJO



Brilham as cores reais na Terra
entre diversos animais contentes!
Unidos, seguimos às descobertas
sobre o Belo que o sonho encerra.
Visitamos raças, de espécies diferentes,
sentados em tractor de caixas abertas.

Brincamos  com aves de rapina,
desfrutamos da vida selvagem!
Como a girafa de cabeça erguida,
a avestruz esperta, de visão fina
que passeia, livre, naquela paisagem
com o pavão de pena florida.

O corpulento búfalo, em manada,
veio-nos gentilmente cumprimentar;
Olhamos de perto, o macho veado,
no percurso da caminhada.
Vimos o lémure de cauda anelada a trepar
e no mato, a zebra de corpo riscado.

Depois, dos
lémures de barrigas vermelhas,
fomos alimentar os lindos flamingos;
estivemos com o enorme rinoceronte,
separado no tempo, das cabras e ovelhas!
Aos dias de semana e domingos
para uma vivência deslumbrante.

No Badoca Parque, no Alentejo,

em calma Savana Africana
bebemos, da ilustre temática!
Em Safari que senti e revejo
como riqueza cultural e humana,
fora da Região Climática.


Porto Covo, 08/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto


segunda-feira, 9 de setembro de 2019

PASSAGEM NO TEMPO



Vinte e seis de Agosto abriu-se a porta do céu,
iluminando a caminhada
e a janela das lindas fontes.
Unidos, voltamos a Porto Covo,
de novo, visitamos a Povoação e o Povo!
Olhamos os belos horizontes.

O Parque de Campismo abraçamos,
em espaços e condições especiais
com um florescer do passado!
Naquelas viagens sem fim,
assim, vão verdejando dentro de mim,
num sonhar antes sonhado.

Acompanha-nos um jovem amigo
a fim de elevar os  ternos momentos,
nas férias grandes do corrente ano!
Como prémio e orgulho presente,
da mente, pelo sorriso contente,
dando alegria a nobre plano.

Neste clima quente de praias no verão,
de Festas, nas ruas, em noites ao luar,
jamais falta amor, harmonia… 
em festival, artista a cantar,
rodopiar… entre hábil dançar!
Neste paraíso repleto de magia.

Setembro, acorda as obrigações:
- da escola, fábrica, ciência, oficina,
projectando as formas na criação,
Renova-se a vontade na vida,
sentida!... Partilhada e vivida
que vêm reforçar o coração.


Porto Covo, o7/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto




SOU DO MUNDO



Sai de Viana, de bicicleta, a pedalar!
Já cansado da caminhada
cheguei a Évora, olhei a Cidade,
plantei uma árvore sonhada.

Em histórico solo, com emoção,
iniciei novas cruzadas
entre o lutar, lutando!...
Cavalguei em outras cavalgadas.

Passei de vassalo a senhor, 
alcancei bravas conquistas;
disse adeus ao Alentejo,
fui criando artes imprevistas.

Com o comboio a apitar
só parei no céu azul;
lavei-me na água do Rio
que traz a corrente do sul.

Em Setúbal, Terra do Bocage,
converti o imaginário!
Ao Saber de gerações.
Sou reformado, fui bancário.

Porto Covo, oferece-me lazer,
protecção, acalma a mente.
De automóvel sempre a rolar,
venho aquecer-me, em sol ardente.

Sou de Viana, pertenço ao Mundo,
Alentejano de coração.
Uso a força do conhecimento!
Escrevo poemas com paixão.


Porto Covo, 06/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto






FUTUROS RISONHOS



Sito no Litoral Alentejano
em paisagem deslumbrante
e junto à Costa Vicentina
existe! um sonho humano.
Convida a caminhar o caminhante!...
Beber nesta fonte divina.

Porto Covo e Ilha do Pessegueiro

vivem, lado a lado, contentes,
partilhando belas imagens.
Falam do pescador e do marinheiro
entre bando de gralhas presentes,
voando livres , em calmas paragens.

Naquele abraço fraternal

recordam as caravelas amadas
e, descrevem a estória do Vizir.
Ambas, vigiam o mar de Portugal,
por areias e praias banhadas
com encanto! Deixam a Paz florir.

Porto Covo! É protegido por rochedos.

Elege o Vasco da Gama pelo Oriente,
na conquista do Mundo, com galhardia!
O Marquês de Pombal, homem sem medos, 
no seu Largo, olha o progresso de frente!
Iluminam!!! A terna harmonia.

Em partilha mui elevada, sentida,
na fraternidade conselheira
alimentam os novos sonhos!
Com ambição, firmeza de vida.
Unidos ao querer e à luz soalheira
elaboram…Futuros Risonhos.

Porto Covo,  05/09/2019

Inácio José Marcelino Lagarto


PRAIAS DE PORTO COVO



Fui à praia da Samoqueira,
em Porto Covo, calma banheira,
vi ao sol linda donzela!
Modelada e tão bela.
No busto fixei terno olhar, 
naquela figura de pasmar;
subiu bem alta a emoção,
acelerando o coração.

Numa onda cavalgava
aquela imagem, esbelta e brava;
seguia na rota dos rochedos
aonde são guardados os segredos.
Montava no dorso dos sonhos,
gritando...sons risonhos!
Só parou no denso areal 
a ilustre, cavaleira universal.

Mergulhou no mar salgado, a boiar,
aguardando pelo jovem par 
a fim do destino cumprir
quando o seu corpo despir.
Abraçaram-se ternamente,
beijaram-se loucamente… 
para trilharem longa viagem,
na luz forte da miragem.

Exploraram as dunas junto à terra,
sentiram o que cada canto encerra!
Riquezas da Natureza.
Envoltas por água e firmeza,
grutas secretas para jovens casais,
cujos desejos florescem iguais
na procura da liberdade.
Deixam ao tempo a Saudade.


Porto Covo, 04/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto






O ADEUS ÀS FÉRIAS



Chegou Setembro, mês das vindimas,
caiem as folhas, arrefecem os climas,
das árvores, aproxima-se o outono!
Os campos secam pelo abandono.
Iniciam-se os trabalhos da vida
naquela caminhada de crer sentida;
navegam na Net os belos amores,
ondulam os corpos entre os calores.

Tapam-se os seios bronzeados

que pelo sol foram queimados;
esbeltas donzelas são vestidas 
com gosto, imagens coloridas
cujo imaginário implora!
Aguardam impacientes a hora
para a campainha do desejo tocar
a fim do enamorado beijar.

A época do verão já terminou
mas, o sonho real não findou,
neste Globo, dia e noite, a girar!...
Com a Internet sempre no ar.
Despido de preconceito o viver,
acende-se a luz risonha do vencer!
É preciso amar sem condição,
partilhar o prazer, como uma bênção.

Beber, brincar, bailar na sala,

saber usar a palavra, com quem cala;
brindar ao lar, ouvir queixumes,
suportar alegrias e azedumes!
Cumprir o dever com elevação
na luz pura, acalmar o coração,
acordar do sonho fenomenal
e aguardar pelas  Férias do Natal.

Porto Covo, 04/09/2019

Inácio José Marcelino Lagarto

GAIOLA DA LIBERDADE



Deitado, sobre a cama ou no chão,
dentro da tenda com paixão!
Sacia-se o desejo e a vontade
entre elegância e bondade,
elevando o sonho com prazer.
Satisfaz a essência do querer!
Quanto ao amor,  fantasia...
alegrando a vida de melodia.

Fomentam-se contactos,
são elaborados pactos,
trocam-se olhares no momento,
profanam o pensamento...
entregam-se  à terna emoção!
Desde os pés ao coração.
Vagueiam pelos espaços
os enamorados sem cansaços.

Brindam à lua e à vida 
em taça de cristal sentida;
mergulham triunfantes no Ter
alegrando a virtude do Ser.
Tocam guitarra nas cordas dos nervos,
nos corpos dos livres servos!...
Os pares apaixonados
cantam versos iluminados.

Exalam perfume profundo!
Sem raça, credo ou cor no mundo,
acordam as madrugadas;
o sorrir de vassalos e fadas,
homens e mulheres delirantes;
casais, cavaleiros andantes.
Gozam o tempo que os invade
na Gaiola da Liberdade.


Porto Covo, 03/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto


PRAIAS DE SONHOS



Porto Covo é iluminado pelo Sol
e banhado por praias na Natureza
em clima temperado, aliciante,
ilustrando toda a Costa de beleza.

De Sines a São Torpes beija-se o mar,
a seguir… é protegido por rochedos!
Olha-se de perto a Ilha do Pessegueiro,
desfruta-se o Vizir entre segredos.

A povoação aguarda o visitante!
Terra de Turismo hospitaleira,
oferece guarida ao caminhante
e, belas imagens à vida companheira.

Caminhando, prossigo na saudade!
Vila Nova de Milfontes consola o sonho
e toda a visão graciosa … 
com um abraço fraterno e risonho.

O azul do céu encanta o espaço
deixando o pensamento navegar!
Lá longe! Vê-se o terno pescador
a lançar as redes, para o peixe apanhar. 

O sorriso eleva a fantasia
ao admirar tanto deslumbramento!
Sinto bater forte, o coração,
como sinal de contentamento.

Neste paraíso envolvente
encontro a paz e a harmonia;
as palavras, por vezes sentidas,
a florirem neste jardim de magia.

São horas, noites e dias, a sonhar!
Com tão aprazíveis caminhadas.
Memórias, vividas em liberdade,
nas partilhas Culturais, aninhadas.


Porto Covo, 01/09/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

FESTAS EM PORTO COVO



Olhando a luz do luar,
José Cid, em Porto Covo, brilhou!
A voz do Povo aplaudio
aquela actuação fenomenal,
genial, em nada igual!...
A visão, na mente, floriu.

Com canções antigas a relembrar:
- o belo tempo e sonhar que passou,
partilhadas em ovação.
Falou das praias sagradas,
amadas, das casas pintadas!...
Da Ilha do eterno coração.

Festas e noites consagradas,
com arraial, divertimento,
à Virgem Mãe «Da Soledade».
Unidos na fé, em procissão,
oração, pedindo protecção
para o Pescador em actividade.

Neste mar de costa rochosa
em que habita a esperança
e a vontade de viver!
No Sudoeste Alentejano,
humano, em campo lusitano,
floresce a força do vencer.

Com Praça Marquês de Pombal
junto à Costa Vicentina,
Rua Vasco da Gama beijam horizontes.
O Pessegueiro é velho baluarte,
na arte, com o Vizir reparte!...
As memórias destas ricas fontes.


Porto Covo, 31/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

RIO COBERTO DE CHAMA



Depois de tanto compreender
estou baralhando o sonho,
no tempo encontro guarida,
o falso heróico não devo julgar,
castigar, no silêncio guardar,
a memória adormecida.

Era já tarde, com vento sereno,
lá fora, brilhava a luz do sol,
sentado na rua, a boca fala
sobre o ontem da mocidade,
saudade, da claridade
que dilata o som e não cala.

O olhar relembra a visão,
dos factos eloquentes,
das viagens companheiras,
trazidas da juventude,
virtude, mostram atitude
para as conquistas obreiras.

Na partilha humana divinal,
de braço dado à vivência
escutamos a vontade,
o dialogar em surdina, 
domina, jamais ilumina
a vida em sociedade.

Com ideal, mente exaltada
resta sarar as feridas,
mergulho no dia, na hora, 
neste rio coberto de chama,
fama, minha alma inflama
e o peito… por amor implora.


Setúbal, 22/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto















domingo, 18 de agosto de 2019

A VOZ DA AMIZADE


Os amigos verdadeiros, solidários,
são guardados no pensamento,
partilhando  a vida  a qualquer hora,
defendem a ausência e  a dor ruim,
assim, vivem unidos pelo mesmo fim,
a voz da amizade nada implora.

A palavra musicada desabrocha,
vem alegrar a força do destino,
não alteram o comportamento,
o objectivo ao crer torna-se fiel,
como mel, escrita em folha de papel,
com orgulho e sentimento.

Numa combinação perfeita
oferecem, terna irmandade,
companheiros do tempo a crescer,
comungam, puros, na fé e vontade,
idade, espreitam a liberdade,
constroem vitória, no labor e vencer.

São tolerantes,  sabem julgar,
têm carinho, esperança no amor,
nos sonhos, nas primaveras,
nas batalhas já encetadas,
beijadas, entre pedras pisadas
pelas distâncias sinceras.

Neste filme rolando, sempre a rolar,
todos somos soldados, bons heróis,
comandantes na longa guerra,
dançamos a marcha, o tango e a valsa,
de graça, seguimos ideais,  sem farsa,
nascemos iguais, descemos à terra.


Setúbal, 18/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto



sexta-feira, 16 de agosto de 2019

SOU FRUTO DA NATUREZA



Sou fruto, nascido, de bom celeiro
e pastor no denso montado
olhando o prado na pradaria,
ali, fui construindo minha paixão,
criação, acalmando o coração
de onde brota a Poesia.

Companheiras do pensamento,
das primaveras a florirem no sonho
através da paisagem na Natureza,
acordam a lua na alvorada,
na caminhada, palmilhando a estrada
nos costumes da vida com firmeza.

Sou reflexo do sol a iluminar
que pinta a palavra, pintando,
no varejar o verde olival,
sinto o piscar, das estrelas, sobre mim,
sem fim, vestidas de terno cetim
em  solo Alentejano - de Portugal.

Abraço o luar, a noite sombria,
beijando o dia no seu afagar,
mergulho nos rios da confiança,
lanço as velas ao sopro do vento,
no momento, liberto o sentimento,
dou força e ternura à esperança.

Sou as f
olhas, no quadro de aguarela,
que inflamam o Eu  e, quero tanto,
no tempo, ao prazer me conduz,
nova verdade estou a lavrar, 
semear, o amanhã ceifar,
guardar a ventura que reluz.


Setúbal, 17/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto




  

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

LUZ DA EXISTÊNCIA

(Foto retirada do Google)















Alentejo!
Da planície verde e dourada,
musicada ao sol e ao vento;
à guitarra por frescos chaparros!
Do Cante na solidão.
Tem suas casas, brancas, caiadas,
irradiando… confiança e harmonia,
ao verão que brota calor.
O amor surge no caminho, 
pelo campo é esperado,
coberto de flores, de esperança!
Na Florbela Alentejana
que descreve com paixão
as primaveras e os invernos da vida;
os pastores com seus rebanhos
no sentimento e no labor!
A Natureza, a liberdade e o pranto,
através da Poesia. 

Alentejo das cantigas,
da família e da vizinhança;
das azinhagas e dos montes, 
do ondular das searas!
Da Terra Mãe Soalheira.
Tem a tradicional criação:
- na olaria, no chocalho;
na bela tapeçaria e tecelagem.
Guarda no peito a ternura,
nas mãos o perfume do sul,
 a força do Povo no acreditar
que abrem as portas ao mundo!...
Na Luz da Existência. 



Setúbal, 13/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto


Nota:
Na solidão dos montes
o sol brilha no montado;
de olhar fixo nos horizontes
o homem pensa no campo lavrado.

Lagarto

sábado, 10 de agosto de 2019

SOLO AVENTUREIRO



Oh Setúbal!
Terra engalanada espreitando o mar
e da famosa costa lusitana!
Da Arrábida,
do cimo da Serra, com o céu a seus pés,
beijando tamanha beleza,
desde a Foz do Outão
a Sesimbra, no sonho e na certeza.
Palmela, lá no alto do Castelo,
olha o Rio Sado,
que banha a Natureza.
Com a Tróia, nas margens, na alegria
partilham a visão humana.
Deus criou a Baía,
nela mergulham os golfinhos,
navegam os pescadores e marinheiros!...
Com encanto.


Setúbal,
Cidade Du Bocage, da Poesia;
da Luiza Tody -
no Belo Cante!
Acende a luz da vida
entre esplendor...às traineiras e ao labor.
São as glórias sentidas
nas redes, ao largo, lançadas,
como grito nas madrugadas
neste Solo Aventureiro.


Setúbal,  10/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

Nota:

Cidade Bocagiana
banhada pelo Rio Azul;
sonhada por força humana
entre o norte e o sul.

Lagarto

domingo, 4 de agosto de 2019

ÉVORA, AUGUSTA CIDADE



Évora, Augusta Cidade!
Tem Templo Romano, Sé Catedral;
a Fonte do Giraldo que brota idade...
Igreja de Santo Antão - Altar Divinal.

Arcadas  na Praça, são mantas ao vento
e sombra ao sol quente Alentejano;
Porta de Aviz convida ao sentimento,
sorrindo!... Ao Povo Transtagano.

Faustos jardins - canteiros de flores,
beijam as mentes livres e o sonhar.
Becos e ruelas falam dos amores!
Em noites suaves e ternas  de luar.

Cada recanto escreve uma memória,
guardada, como clarão,  nos Museus.
São pergaminhos culturais da história!
Lutas travadas, em nome, do Senhor Deus.

No seu seio vivem segredos,
por entre séculos, na planície imensa;
batalhas sangrentas, vitórias sem medos,
para a conquista, soberana pertença.

Acendem-se as estrelas, vêm engalanar!
Iluminando a paisagem do Distrito.
Trazem esplendor naquele abraçar...
á ilustre Região de gabarito.

Em contemplação, esperança triunfal,
oferecem o Cante à alvorada.
De coração irmanado no ideal
caminham unidos na caminhada.
    

Setúbal,  04/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto







sexta-feira, 2 de agosto de 2019

SOU ALENTEJANO DE RAÇA


Sou Alentejano de raça,
nascido a Sul de Portugal!
Desfilo na vida com tal graça...
no palco da planície real.

Olho a terra lusitana,
soprada pela ventania!
Testemunho da força humana
cantada em pura poesia.

Ouço as vozes dos pastores
no teatro, dos verdes montados,
aonde brilham as flores
por entre campos dourados.

Vejo a luz do sol quente
que desmaia no meu olhar;
liberto a chama da mente,
fixando o azul do ar.

Sobre a visão aguerrida
o vasto mundo fala!
Da maravilha sentida...
cuja paisagem embala.

Povo, de querer e engenho,
valoriza os Saberes!
Usa de costumes e empenho,
obras eleitas dos criadores.

Recorda poeiras dos arados
trazidas das memórias dos montes.
Deixam corações molhados!
Amores, correndo das fontes.


Setúbal, 03/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto