Anos somados, minha Mãe, com alegria
sonhando, através dos tempos, pelos montes,
ouvindo a voz carpindo sobre a olaria!
Seguia a rota por novos horizontes.
Horas florindo em verde distância
que hoje divagam nas memórias;
trazem do ontem viagens da infância...
contos e cantares de velhas estórias.
Recordo passado da candeia acesa,
lembranças de uma vida de trabalho,
do forno a arder e o pão na mesa!
Das caminhadas longas pelo orvalho.
Vivia da arte do barro como profissão
em que brilhavam esplêndidas cores;
elaboradas na argila, bela decoração
entre temas diversos, lindos amores.
Neste Rio Sado e Serra vou bebendo,
com Évora unidos em cortejo!
Meus frutos estão amadurecendo...
jamais esqueço Viana do Alentejo.
Janelas abertas ao momento,
nelas procuro a razão do existir!
Dou largas ao pensamento...
glórias quotidianas ao sentir.
Este vosso filho fala da esperança
que irradiava em teu terno olhar!
Imagens da saudade e da confiança,
no cofre do coração … vou guardar.
Setúbal, 16/12/2019
Inácio José Marcelino Lagarto
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