sexta-feira, 29 de outubro de 2021

CAI A CHUVA LENTAMENTE




Cai a chuva lentamente
Escorre  nas ruas, nos telhados;
Traz esperança à terra, à mente
Vem regar os campos lavrados.

Despede-se outubro com  firmeza,
Muda a hora no calendário;
O dia poupa na dura despesa,
A noite, projecta o imaginário.

O temporal surge violento,
Fere a vida, causa arrepio;
Altera o sonho no momento
Com a força do vento frio.

As árvores ficam molhadas,
Choram lágrimas de mansinho;
Pelo medo são abandonadas,
Fica sem abrigo o passarinho.

Fim de semana de forte aragem
Com um açoite na amizade;
Sem  a partilha na viagem
Nesta data da fraternidade!

Cidades, vilas  e aldeias
Suspendem visitas planeadas;
Não vão aparecer algumas cheias
Por barragens superlotadas.

Novembro, clama por calor -
Pelo verão de São Martinho!
Festejado com tal ardor
Entre castanhas e novo vinho.


Setúbal, 30/10/2021
Inácio José Marcelino Lagarto








quinta-feira, 21 de outubro de 2021

PARABÉNS PELA CAMINHADA

 





Justa! Na luz da bondade
Segues feliz na caminhada;
Sem pensares na jovem idade
Olha em frente a cruzada.

Esquece as vozes ingratas,
Orienta o saber pela certeza;
Acredita nas amizades gratas
Na sua ajuda e riqueza.

Levas aos ombros a esperança,
Ao peito a fé que enlaça o querer;
Anima-te com a vizinhança
Que acordam o amanhecer.

À noite, ilumina a mente
Que vem teu corpo afagar;
Fala, da juventude ausente, 
Da força do bem trabalhar.

Sobre a escravidão de outrora,
Do cansaço e ambição;
O tempo não se foi embora
Que era guiado pela exploração.

Dialoga, em casa, com ternura,
Recorda o marido docemente;
O calmo sonho com  formosura,
A bela imagem solenemente.

É novembro de "Todos os Santos",
Festeja teu lindo Aniversário!
Noventa e um, mais uns tantos...
Que faltam para o Centenário.


Com muitos beijos (irmão e sobrinha Paula)
Setúbal, 8 de novembro de 2021
Inácio José Marcelino Lagarto




quinta-feira, 14 de outubro de 2021

SONHO OU VIGILIA

 


Tenho sonhos ou vigílias de quem sente,
Uma caminhada envolta em doçura;
Partilhada no tempo com formusura
Com alguém em saudades no presente.


Saudades, ansiedade naquele momento,
Por quem subiu ao céu suavemente;
Deixou no peito imagem terna e crente,
Afaga o coração, ilumina o pensamento.

 Porque a ausência traz calor, noite fria
Foi levada por anjo que nos protege e guia
Perante Deus, como fé a doce alma!


Sem a bela estrela, a viagem é quase nada,
Não havia o brilho que acorda a madrugada
Nem a sombra para resistimos e nos acalma. 


Setúbal,14/10/2021
Inácio José Marcelino Lagarto





terça-feira, 12 de outubro de 2021

O MUNDO MUDOU

 


O mundo anda mudado
E outubro caminha quente;
Talvez esteja zangado,
Não ouve o que a terra sente.

As árvores clamam por água,
O vento não move a folhagem;
O caudal, do rio, chora de mágoa
Por não alimentar a barragem.

A sombra do arvoredo
Não abriga a saudade;
Folhas caídas em segredo
São tapetes sem tempestade.

Outono, segue apaixonado,
Com medo do fogo o queimar;
Vive atento, sempre vigiado,
Não vá um raio, do sol, atear.

As riquezas estão escondidas
No seio da Mãe Natureza;
Guiam as esperanças sofridas
Vencendo o sonho na dureza.

Como o povo sonhava outrora
Em bela viagem fugidia;
Surgiu numa nova aurora,
Na liberdade que não conhecia.

Na força de fé a florescer
Está chegando o Natal;
Germinado de amor e querer
Em fruto unido Universal.

Setúbal, 12/10/2021
Inácio José Marcelino Lagarto



 

domingo, 10 de outubro de 2021

DEUS PAI DA CRIAÇÃO



Semeada a pandemia
O povo caminha mascarado;
O sol que a vida aquecia
Tornou-a ferida e fria
E de rosto amargurado.

Os olhos que reluziam
E sentiam pelo outro desejo;
Ao querer não mentiam
Porque na partilha uniam, 
A força do Ser com beijo.

O viver passou a mistério
Cujo tempo nos conduz, 
A motivo real e sério;
O perigo é no solo e aéreo,
No convívio não entra a luz.

Guiados como ovelhas 
Por um eminente pastor,
Com palavras sábias e velhas;
Iluminadas por centelhas
Que vigiam a luta e o labor.

O Cientista no belo estudar
Sobre o momento atribulado
Analisa o remédio para curar;
Que vá a ansiedade terminar
E criar um mundo sossegado.

Só Deus Pai da Criação,
Na Sua bondade Divina,
Acalma a dor e a aflição!
Fortalece o nosso coração
E silencia a triste sina.

Setúbal, 10/10/ 2021
Inácio José Marcelino Lagarto


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

ROSA ESBELTA E FORMOSA

 











Somam-se anos à idade,
Cresce no tempo a saudade,
No acreditar na estrela a brilhar!
Estás partilhando saber e vida
Queremos que seja bem colorida
Neste jardim de terra e de mar.

Renascem imagens crentes e puras
Para as caminhadas futuras,
Com a Senhora D´Aires no abençoar!
Vestida com Seu manto e virtude,
Mãe Piedosa, alivia nossa atitude
Noite e dia com terno olhar.

Parabéns Filha querida
Pela união e força sentida, 
Tu és fruto de fresca semente!
Esperança de boa raiz,
Quero ajudar-te a seres feliz,
Encantadora e contente.

Numa calma fraternidade
No carinho e na bondade
Fica cativante e formosa!
Cria em redor um novo mundo
E que floresça fecundo
Porque és uma esbelta rosa.


Setúbal, 18/10/2021
Beijos dos Pais amigos.
Mariazinha Vieira e Inácio Lagarto

terça-feira, 5 de outubro de 2021

DIA DO PROFESSOR

 




Caminha em frente Mestre, Professor
Pela vida, no bom saber a educar 
Que existe esperança e amor;
Com carinho no contínuo labor
Ensinando-nos a Acreditar.

Na escola ou na oficina
Sem fugir nunca ao dever,
Respeito pelo próximo ensina;
Usa a palavra com voz divina
Na luz que ilumina o querer.

Vai formatando corações
E preparando viagens puras,
Com harmonia belas canções;
A fim de ilustrar novas lições
Sobre conquistas e aventuras.

Oferece à luta paz e sossego,
Lança ao sonho bela semente
Que cresce no tempo como emprego;
Na família terno aconchego
Ganho com esforço lealmente.

Dá força às duras canseiras,
Alimenta na partilha da verdade 
E desliza por entre as carteiras;
Corrige os ditos e as asneiras
Em defesa da humanidade.

Luta com alma por objectivo
E ao País dando as mãos
Fica à espera do ano lectivo;
Que surja unido e criativo,
Alegre e feliz como irmãos.

Setúbal, 05/10/2021
Inácio José Marcelino Lagarto










sábado, 2 de outubro de 2021

SONHO UM DIA SER POETA



Sonho um dia ser Poeta 
Ter no Alentejo nascido
Editar, minha obra completa
Sobre arte, sofrer vencido.

No campo fui lagartinho
Subi à rocha como lagarto
Com a paisagem reparto
Suportei o sol, duro caminho, 
O montado e o seco pinho.
Dali parti como fiel atleta
Atirei ao amor a bela seta
Partilhei a saudade
Ilustrando a liberdade
Sonho um dia ser Poeta.

Olhei a imagem colorida
Com carinho e ternura
Começou risonha aventura
Uma viagem renascida
Em longa costa florida.
País p´lo mundo conhecido
De matizado bem vestido
A Sul do Tejo de Portugal
Com praias orgulho nacional
Ter no Alentejo nascido.

Senti vaidade pela conquista
Acendi a chama da criação
Logo, imaginei ser lagartão
Com um ideal futurista
Contra um querer egoísta.
Lutei para alcançar a meta
Usei de virtude na hora certa
Lancei ao tempo a semente
E numa esperança ardente
Editar, minha obra completa.

No passado à distância
Pintei o viver de quimeras
E de verde as primaveras
De branco a linda infância
Num quadro de fresca fragrância.
Abraço o labor com sentido
Beijo a alma do fruto perdido
Guardo no peito imortal momento
No cofre do pensamento
Sobre arte, sofrer vencido.



Setúbal, 03/10/2021
Inácio José Marcelino Lagarto