Cai a chuva lentamente
Escorre nas ruas, nos telhados;
Traz esperança à terra, à mente
Vem regar os campos lavrados.
Despede-se outubro com firmeza,
Muda a hora no calendário;
O dia poupa na dura despesa,
A noite, projecta o imaginário.
O temporal surge violento,
Fere a vida, causa arrepio;
Altera o sonho no momento
Com a força do vento frio.
As árvores ficam molhadas,
Choram lágrimas de mansinho;
Pelo medo são abandonadas,
Fica sem abrigo o passarinho.
Fim de semana de forte aragem
Com um açoite na amizade;
Sem a partilha na viagem
Nesta data da fraternidade!
Cidades, vilas e aldeias
Suspendem visitas planeadas;
Não vão aparecer algumas cheias
Por barragens superlotadas.
Novembro, clama por calor -
Pelo verão de São Martinho!
Festejado com tal ardor
Entre castanhas e novo vinho.
Setúbal, 30/10/2021
Inácio José Marcelino Lagarto
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