O mundo anda mudado
E outubro caminha quente;
Talvez esteja zangado,
Não ouve o que a terra sente.
As árvores clamam por água,
O vento não move a folhagem;
O caudal, do rio, chora de mágoa
Por não alimentar a barragem.
A sombra do arvoredo
Não abriga a saudade;
Folhas caídas em segredo
São tapetes sem tempestade.
Outono, segue apaixonado,
Com medo do fogo o queimar;
Vive atento, sempre vigiado,
Não vá um raio, do sol, atear.
As riquezas estão escondidas
No seio da Mãe Natureza;
Guiam as esperanças sofridas
Vencendo o sonho na dureza.
Como o povo sonhava outrora
Em bela viagem fugidia;
Surgiu numa nova aurora,
Na liberdade que não conhecia.
Na força de fé a florescer
Está chegando o Natal;
Germinado de amor e querer
Em fruto unido Universal.
Setúbal, 12/10/2021
Inácio José Marcelino Lagarto
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