quarta-feira, 23 de junho de 2010

PARAÍSO


Estou confuso e nada sei
Depois de olhar a Natureza
Porque nela encontrei...
Campos floridos, imensa certeza!
Vi correntes a escarpar
Em belos raios deslizantes
Dando imagens deslumbrantes
Naquele musgo, a esverdear
Sobre rochas, cresce o viver
A floresta luta em trepar
Beija o sol e o luar
Que do alto, estende os braços
Nas viagens tão errantes.

Confuso, ainda fiquei,
No tempo e no espaço
Dos cheiros, sabores e encanto,
Da harmonia
Sinfonia
Ouvi murmurar e meditei...
O céu estende o manto
A água que brota acidental
Rompe, com força divinal
E desliza em lençol de magia.

Neste paraíso de amor e calma
As aves voam em liberdade;
O homem, escolhe um jardim, com alma
E banha-se no mar da saudade.


Setúbal, 23/06/2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 21 de junho de 2010

DESTINO


Nesta galopada do sentir
Perdido sem rumo, meu jardim,
O perigo ronda dentro de mim
Rouba a força ao existir.


O Ser quando nasce, vem a sonhar,
Esquece a linha do destino;
Acompanha o berço, desde pequenino
E só o tempo o faz parar.


Somos filhos, pais e avós,
No Universo não estamos sós
Eu por viver, sofro por medo...


Quem ao sono resistir
Souber a alegria repartir
Guarda no peito, um belo segredo!


Setúbal, 20/06/2010
Inácio Lagarto

domingo, 20 de junho de 2010

RECANTO NA AREIA


Neste navegar dói o cansaço
O vento ao soprar , molha salgado
Porque o sonho foi arrebatado
E a mente vagueia no espaço.


Ao longe espreita a bruma
Perdido que foi o viver;
Aqui e ali rompe o sol do querer
A onda branqueia e se esfuma.


O barco da vida, no tempo amargo,
Funde sentir neste mar largo...
O luar da noite fere e incendeia


A saudade traz incerteza
Procura a fonte aonde brota pureza
Num belo recanto repleto de areia.

Setúbal, 20/06/2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 14 de junho de 2010

SONHO DIGNO


Quantos sonhos esperam solução
Vidas unidas no querer criar;
Folhas caídas e secas do lutar
Almas amigas em solidão.


Não ignoram saberes; eles sabem
E olham a paz perante o dia;
Só à noite a mente esfria
Com corações frágeis que se partem.

Foram mestres e hábeis fazedores,
Na caminhada bons formadores,
Chama viva que hoje se sente.

Regaram o jardim florido
Meditam nos gritos de sono ferido
Construam um Lar ... É urgente!


Setúbal, 14/06/2010
Inácio Lagarto

domingo, 13 de junho de 2010

TEATRO DA VIDA


Quando a vida no Mundo passa
Neste Teatro independente;
Não escolhe povo ou raça
Descreve alegria ou desgraça
À verdade, não é indiferente.

No amor com mestria
Mostra arte e grandeza
Com simplicidade ou fantasia;
Cria saberes e idolatria
Trata a força com firmeza.

É lindo representar um tema
Sem indecisão da palavra;
Trabalha a voz em belo poema,
Usa o sonho entre dilema
Com quem a terra lavra.

Dá forma ao existir
Com o coração a vibrar;
Venera deuses com forte sentir
Veste a alma no seu reflectir
E no palco entoa o cantar.

Com estrela, brilha na ribalta
E sofre como pedras da rua;
É guiado por tempo que salta
O merecido aplauso não falta
Corre cortina e, como onda, flutua.

Setúbal, 11/06/2010
Inácio Lagarto

SUSPIRO DE VOZ


No silêncio suspira a voz
Despertando doce palrar
Nas araras, de trepar aceso
No perturbar do silêncio -
Por vaidade ou magia,
De mistério com cobardia
Em devotos de criança
Com idade...
No mordiscar o que foi vida
Noutro tempo já perdida;
Renova que é a saudade
Quando no tempo lhe fugia.

No silêncio
De imagem virgem
A beleza é desejo e partilha
Duma luz que se apagou,
Deixando escura a solidão.
A sombra, cria a sedução
Em que o sonho já foi virgem
E noutra primavera acordou;
Hoje a alma vive fria
Na procura da razão.

Na exaltação da caminhada
E no cruzar das filosofias
Torna incerta as noites e os dias
Na ambição não resta nada.

Setúbal, 10/06/2010
Inácio Lagarto

sábado, 5 de junho de 2010

PARAR E MEDITAR


Somos a força e o querer
Deleitamo - nos sobre a vida;
O sonho perde-se no sofrer
Esquecemos o Planeta Terra
Que nos põe a meditar!...
Como grande é o Universo
E porque desprezam a Paz
Que o Ser não quer eternizar.

Temos a liberdade e esplendor
Em que os oceanos se movem;
O sol aquece
Os campos brilham;
Os pássaros voam
A terra floresce;
As fontes correm
No seu belo fulgor.

O homem sorri e cobiça
Porque a riqueza cresce,
Entre chagas não sarando;
Trata irmão com preguiça
Destrói, porque adormece
E os corações estão sangrando.

Setúbal, 30/05/2010
Inácio J. M. Lagarto

sexta-feira, 4 de junho de 2010

SENTIMENTOS


Ao rever os sentimentos
Vejo um jardim a doar
Beleza, dor e alegria,
Partilha da nossa vida
---Gosto de gente
Quando a alma pura sente!
É recordar os momentos
Lavrar caminhos
Sobre a noite e o luar
E quanta lida
Que o sonho traz à mente.

Consultados os sentimentos
Entre um abraço e belo viver
Torno iniciativa
Invisto na amizade
Sobre escombros da derrocada.
Lembro mocidade vibrante
Que o tempo tornou brilhante
No pensar, sobre a saudade
Que embriaga o sentir
Com a claridade, fica molhada.

Sentimentos são mágoas e paixões
Que tocam em nossas entranhas
Fazem nascer esperanças tamanhas
Em tão quentes e frágeis corações.

Setúbal, 04/06/2010
Inácio Lagarto

MORRO PANORÂMICO


A brisa que sopra do Sado
Passa pela imponente Baía;
A ave da nossa alma sente
Toca no céu suavemente
E os barcos navegam com magia,
Do longe regressam, com o pescado.

Do alto purifica-se o olhar
Sobre Setúbal que é um jardim;
Como um presépio se estendeu
Cidade bela aqui nasceu
Cresce, com a Arrábida que é um jasmim
Sendo agraciada pelo mar.

Da Reboreda ao Viso
Senhora do Amparo está rezando;
Naquele morro panorâmico
Vigia o Oceano Atlântico
De estrelas a Tróia iluminando...
Outão abre as portas... É o paraíso!

Na tela de rara paisagem
Em que os sonhos ancoraram
Dando ao salgado fértil mão;
Nesta terra de suprema visão
Na água azul mergulharam
Em que desfila linda imagem.

Setúbal, 30/05/2010
Inácio Lagarto

CRIANÇA


Ser criança
É sonhar
Acreditar
Aprender em liberdade,
As formas concretas e abstractas,
Para os saberes do amanhã.
Trazem as chaves da confiança
Que o sono não pode quebrar
Naquele enérgico criar,
No mistério da realidade;
É infância em vida sã!

Criança é fruto
Flor da existência
Uma janela aberta
Para o Sol entrar
E a esperança aquecer;
A ambição beija
Acalma a queixa
O sentir sacode
O futuro enseja
Fecunda o querer.

Criança é dom é verdade
Que estende suave bênção;
Vem enxugar a solidão
Na viagem da idade.


Setúbal, 02/06/2010
Inácio Lagarto