domingo, 30 de julho de 2017

CANTE ALENTEJANO



Nos caminhos de Portugal
o Alentejo é mais brilhante;
tão dividido, tão igual
na harmonia no Belo Cante.


Inácio Lagarto

PROVINCIAS DE ENCANTAR


No Alentejo sangram os sobreiros
entre o Rio Tejo e o Algarve;
em que o sol é mais quente no verão,
a lua à noite traça o destino
cujo amor fala docemente.
Os sonhos são belos conselheiros!
Não há na caminhada quem os trave,
na ternura com que lavram o chão
ou, no Cante suave e divino...
nas vozes crentes daquela gente.

No ondular das searas por montes
percorrendo distâncias sem fim;
Portalegre oferece altos miradouros,
vigiando segredos, graça e harmonia,
Évora romana, de rica glória.
Planície alimentando as fontes!
Os campos florindo como um jardim,
Beja, beijada por povos mouros,
embalados na força e valentia...
Reis lutando pela vitória.

Neste céu pintado de azul
não esquecemos o calmo Litoral;
de extensas praias correntes
no Sudoeste Alentejano,
com areias brancas famosas.
Sines, Porto Côvo, Zambujeira, no sul
numa serenata, alegre, musical
animam na viagem as mentes,~
dando lazer livre ao Ser humano...
pétalas frescas, carinhosas.

Nestas Províncias de encantar,
Barragem do Alqueva traz esperança
com regadio na cultura,
partilha, criatividade,
um olhar diferente na razão.
À terra cansada de esperar!
Acalenta nova confiança
a uma vida moderna e futura
de trabalho, rumo, fraternidade...
conquista ardente do coração.


Setúbal, 29/07/2017
Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 27 de julho de 2017

REFLEXÃO


Ouvir a reflexão da vida
ao murmúrio do som criador,
numa viagem distraída!
Em hora mansa sentida...
por segredos surgidos com fervor.

Setúbal,28/07/2017
Inácio Lagarto

TEMPOS DE RESSONÂNCIA


Viver não é maçada,
nos tempos ressoam suspiros!
Entre a  terra cultivada...
em que as aves fazem giros.

Com palavras sensitivas
o campo alimenta desejos!
As árvores esperam aflitivas
que as chuvas as cobram com beijos.

As intempéries anuais
vão-nos pregando sustos!
Ferindo sonhos demais...
nos arvoredos e arbustos.

Castigam o destino humano
trazendo angústia e fome!
Provocam na vida dano...
bela riqueza consome.

Toda a geração decai,
o futuro genealógico gasta!
O filho vai primeiro que o pai...
extingue-se a semente e a casta.

Neste reino da verdade,
sem ideal ou justiça!
O mistério e a liberdade...
criam vontade submissa.

Restam praias com areias
aquecidas pela luz do dia!
Colorindo corpos sem ameias...
envoltos em água e fantasia.

Surgem em toalhas bronzeados
e, de olhares febris errantes!
Por raios de sol tocados...
estes alegres caminhantes.

Setúbal, 28/07/2017
Inácio José M. Lagarto


terça-feira, 25 de julho de 2017

VIANA DE FOSEN OU FOCHEM

Viana de Fosen ou Fochem,
a par de Alvito seu nome vem
como via romana famosa
de sua pegada saudosa.
Na vivência de força humana,
na planície Alentejana;
sinais dos Tempos deixados
em valores pelejados.

Sonhos soprados pelos ares
no soneto na Senhora De Aires,
sobre a corrente brotando água
com lamento e mágoa.
Espalha a voz pelo horizonte,
gravado na lápida da fonte!
"Dos Godos trago minha antiguidade
e das trevas cobertas a Cristandade.

Já chorei lusitana destruída
e lembro-me de Espanha ser perdida".
Roma deixou Cultura profunda,
florida a união abunda...
em património material.
Entre norte-sul  divinal
estão escalando os céus
querendo chegar a Deus.

Irradia esplendor e harmonia
com tradição na olaria
e rica em monumentos,
dando luz aos pensamentos.
Concelho nobre de brasão
em plena  e livre exaltação!
Cento e vinte anos de vitórias
com vastas imagens de glórias.

Traz foral como digno feito
atribuído a povo eleito,
por El Rei Afonso terceiro
à Vila, com domínio pioneiro
e renovado por Dom Dinis!
Rei Lavrador assim o quis.
Mandou erguer forte Castelo,
octogonal, neste Alentejo Belo.


Setúbal, 24/07/2017 
Inácio José M. Lagarto

domingo, 23 de julho de 2017

SENHORA DAS DESCOBERTAS



Findo aquele longo calvário
que feriu meu imaginário
agradecemos, com mentes abertas
à Senhora das Descobertas,
no Hospital Cuf, em Lisboa.
Aos profissionais de Gente boa
lutando com olhar em Deus
ali, vão conquistando troféus.

Almas bravas trabalhadoras,
nobres caminhos desbravando
acompanhados por uma luz
que o destino os conduz
acalmando a nossa dor.
Trazendo carinho e amor
cuja amizade nos enlaça
com Jesus Cristo em lusa raça.

Rezamos na Bela Capela
em que o sol penetra nela
aonde pedimos ternos feitos,
sentidos dentro nos peitos
com oração que embala.
Como criança a sorrir fala
pensando num ideal!
Rogamos ao Seu colo maternal 

Graça a Vós, a humanidade,
quer ajuda, fraternidade
soltando lamentos vãos!
Afinal, somos todos irmãos,
queremos bem estar, alegria.
Força ardente a novo dia,
ter pão com confiança
e Tu Mãe! És nossa esperança.


Setúbal, 23/07/2017
Inácio José Marcelino Lagarto

sábado, 22 de julho de 2017

VAMOS A VIANA À FEIRA



Senhora De Aires, nome de Mãe Sagrada,
em Viana do Alentejo, Terra de ambição!
De Festas e Romarias em data marcada,
glória da partilha com tradição.

Sobem ao palco vozes e cantares,
musicais entoando em liberdade!
Bailes em grupos e aos pares
numa fraterna, viva amizade.

Refrão:
Desfilam para a Feira,
em alegria aventureira
numa longa caminhada,
em tarde soalheira
ou em noite sem canseira.
A Vila, ficou despovoada
pelo sonho em harmonia,
tocado por arte e fantasia!
De paz, hora consoladora,
de bela força verdadeira
em que a vida é pioneira
porque a Feira! É onda criadora.

Homens e mulheres com olhar de raça
sorriem a tanta Poesia
ao verem luzes e flores de graça
em sinal de festa e magia.

Junto ao Terreiro do Santuário
perfumam o crer e devoção.
Movidos, em segredo, pelo imaginário
acalma com amor o coração.

Setúbal, 22/07/2017
Inácio José Marcelino Lagarto


quarta-feira, 19 de julho de 2017

TEMPO DE CONFIANÇA



Eu amo a Vida porque a amo,
dela sou um eterno amante
e nem sempre soube sê-lo.
Por ela, a toda a hora clamo,
sendo eu um caminhante!
Aquele amor não quero perdê-lo.

A ela entrego-me de graça
nesta bendita caminhada,
com carinho e confiança.
Como quem o sonho abraça,
sem amor o tempo não é nada!
No equilíbrio da balança.

A vivência tudo revela
quando a mente diz o que sente
e a boca não se cala.
Fico a olhar pela janela
que se abre levemente!
Com o vento na sua fala.

Ouço uma voz ausente
reflexo da minha alma,
de um passado distante.
Traz um sorriso potente,
vem iluminar com a chama!
Dando alento semelhante.

Quer adocicar a minha dor
por onde o perigo passou,
numa noite estrelada.
Tenta esquecer tanto fervor
que seu projecto alterou!
Linda viagem abençoada.

Setúbal, 18/07/2017
Inácio J. M. Lagarto 




domingo, 16 de julho de 2017

BOIANDO NAS CORRENTES

 
 
 
BOIANDO NAS CORRENTES
 
 
Estou boiando nas correntes,
neste sonhar vou navegando!
Entre quimeras e ternuras.
Meu corpo vive o que tu não sentes,
os amores vão-me faltando
e com eles, suas frescuras.
 
 
Setúbal, 16/07/2017
Inácio J. M. Lagarto

SENTI A LIBERDADE


Hoje, senti a liberdade,
voltei a pôr os pés na rua!
Pisei de esperança a calçada.
Comigo, transportei a vontade
com a camaradagem que flutua...
nesta Cidade navegada.

Visitei cafés e esplanadas
à sombra de vasta arcada!
Deleitei-me com o sol a brilhar.
Beijei o solo das caminhadas
entre fala sonhada...
de telemóvel sempre a tocar.

Neste espaço de olhar aceso
vêm da praia no regressar!
Perfumando as aragens.
Àquele embriagar fiquei preso
deixando, minha mente a divagar...
pelo desfile de ternas imagens.

Como é belo este mundo,
canteiro repleto de flores!
Banhado por calmo Sado.
Têm na Baía sonho profundo
os Poetas em seus prosares...
ao Rio Azul do rico pescado.

Os ecos da Serra de repente
trazem alegria infinita!
Sons da nova alvorada.
Vozes do tempo que estive ausente,
numa sinfonia bendita...
de frescura apaixonada.

Saí do meio da bruma,
abracei a saudade!
Acordei, para a vida, animado.
Vim envolto em branca espuma
numa noite de claridade...
por um anjo acompanhado.


Setúbal, 16/07/2017
Inácio J. M. Lagarto



quinta-feira, 13 de julho de 2017

DIZER


 
D I Z E R
 
 
Pode-se estar no tempo ausente,
a alma mantém-se presente
em tão bela companhia!
No alegrar um grande dia.
A amizade não se cala,
usa no espaço a sua fala!
da Poesia a florescer.
 
Setúbal, 13/07/2017
Inácio Lagarto


NINFA POÉTICA



Fazer parte de uma Antologia
mantém no sonho, vontade em divulgar....
a concepção da palavra.
Lança a partilha à luz do dia,
como arado na terra a perfurar
cujo homem em segredo lavra.

Comunicar é o usar o expandir,
o sustentar a corrente das fontes...
no caudal livre da vida.
Dá força ao criar e ao sentir
alcançando novos horizontes,
tornando a mágoa diluída.

Ressuscita no Poeta seus escritos,
sentimentos nele guardados...
troféus na mente a divagar.
Liberta com alma belos ritos,
acontecimentos elaborados
na sombra do tempo que desejam falar.

O Livro, é esperança na viagem,
caminhada do amor para a glória...
como a árvore oferece seus frutos.
O sol quente fortalece a ramagem,
a água da chuva alimenta a vitória
daqueles saberes, ricos e astutos.

O lutar com o coração endeusa
a terna semente que quer brotar...
vibrando na veia a saudade.
A Ninfa Poética é minha deusa
como a estrela do céu a brilhar
que iluminam meus passos, minha verdade.



Setúbal, 13/07/2017
Inácio J. M. Lagarto

terça-feira, 11 de julho de 2017

MARAVILHADO PELO GESTO


Vitória, sonho, sossego
e a chuva deixou de cair!
A tempestade já passou.
Voltei ao meu calmo emprego
da Poesia em mim a florir...
a imaginação à mente regressou.

Apelo às reservas de persuasão,
uso a cadência do aprender!
Investindo na amizade.
Perfumo a voz do coração
com versejar e escrever...
na conquista da vontade.

Junho ficou na memória
como futuro triunfante!
Resolveu velha solidão.
A Vida encontrou a glória,
sou do tempo um caminhante...
tratado por sábia mão.

Rectificado muito erro
embriagado pela nostalgia!
Mistérios e pranto do momento.
Percorri certo desterro
mas, a força e a alegria...
libertou meu pensamento.

Seco, sem pontos e ferida
encontrei a confiança!
Não faltou a temeridade,
acordei com alma sentida
com o auxílio da esperança...
desfrutando da saudade.

Pela Medicina fui tocado
como quem alcança uma ventura!
Maravilhado pelo gesto.
Novo viver foi alcançado
envolto no belo e na doçura...
fiquei alheio a todo o resto.


Setúbal, 10/07/2017
Inácio J.M. Lagarto



sábado, 8 de julho de 2017

REGRESSO



Resolvido o velho enigma
passei por tudo que pode haver!
Senti a dor que no homem dói...
por culpa do medo e do estigma.
Volto de novo a escrever,
esquecer o mal que já se foi.

Quero ser aquele que esperava
voar na nuvem que passa,
dando asas ao pensamento.
Por entre aquela fúria brava
ouvir da mente que esvoaça...
o divagar lírico no momento.

Encontrei minha caminhada,
vou agradecendo aos céus
na Capela das Descobertas.
Voltei a pisar a calma estrada
cumprindo sonhos que são meus
ao lançar obras incompletas.

O meu terno Anjo da Guarda
veio mostrar-me a Vida, a razão!
Em esperança, em desejos seus.
A minha filha querida, adorada
que aquece este trémulo coração
trouxeram a palavra de Deus.

Apesar das horas de cansaço
fui seguindo os meus trilhos...
em que reina a saudade.
Aos amigos dei um abraço,
bênção do Senhor a Seus filhos
na sua Santa Bondade.

Setúbal, do belo Rio Sado
banha-se na Baía com encanto,
trouxe a Junho o rejuvenescer.
Com o Alentejo cantado...
estendem à Poesia o manto,
àquele ideal o florescer.


Setúbal, 04/07/2017
Inácio J. M. Lagarto
 

CONVITE A VENCER


É São Pedro, dia vinte e nove,
brilhou a hora da confiança!
Veio estimular a qualidade.
O tempo está quente, abrasador, não chove
e com ele, carrega a bonança
para a Vida como santidade.

A angústia permanece presente,
na controvérsia dos sonhos
em corpos fragilizados.
Com o acreditar na força da mente,
nos Médicos com saberes risonhos...
os problemas foram encetados.

Do físico não somos escravos
em querer preservar bela imagem....
mantendo a mente activa.
Por vezes, surgem alguns travos,
vêm perturbar a viagem
para uma digressão passiva.

A luz acendeu-se no céu
com um musicar celestial
que manteve a alma serena.
A ferida desapareceu
com uma ajuda divinal...
a força do cansaço foi amena.

Acordei da operação
com minhas ternas mazelas!
A caminho da liberdade.
Intervencionado por Douta mão,
com quem pinta lindas aguarelas...
com sábias cores da verdade.

Houve distúrbios no pensamento,
alterações ao dia e medos...
Páginas na memória por escrever.
No quarto preso para tratamento
trouxeram ao futuro segredos,
quando a luta convida a vencer.


Lisboa, Hospital das Descobertas,
03/07/2017
Inácio J. M. Lagarto

POESIA EM VERSO



Eu caminho! Eu Existo!
Nesta Tempo caminhado.
Hoje, no Hospital das Descobertas,
no querer viver insisto
neste lugar, bem acompanhado,
por Pessoal de mentes abertas.

Aqui, encontrei a solução
e a grande força do SER.
O telemóvel sempre a tocar,
Nossa Senhora ajudou meu coração!
Minha esperança em vencer
para continuar a lutar.

Risos, sentimentos se cruzaram,
pela janela entrava o sol!
O ideal passou a valorizar
os problemas da Humanidade.
Bateu forte a saudade
das viagens que por nós passaram,
Como a luz acesa de um farol
ilumina o pensamento, o meditar.

Naquele Serviço de excelência,
sem qualquer distinção!
Que torna-nos tão pequenos
quando sujeitos a violências.
Físicas, psicológicas por opção
nesta sobreviver bem ameno.

Vamos contornando as questões
entre relações harmoniosas,
na tentativa de uma fuga.
Fugir da mundanas pressões
cujas partilhas não são famosas
em que o Fisco tudo suga.

A Saúde é um direito
quão diferente em tratamento!
Na comunhão do Universo.
Numa Sociedade, pelo Povo Eleito,
com Leis do Parlamento!
A Poesia alerta em verso.


Lisboa, Hospital das Descobertas,
02/07/2017
Inácio J. M. Lagarto