domingo, 27 de outubro de 2013

VOEI NAS ASAS DO VENTO


Minha terra, deu-me o sonho
ser um dia outro alguém;
voei nas asas do vento
na força que dele vem.
Aportei no paraíso
desfrutando...ora bem.

Ao deixar a planície
trouxe comigo o luar;
segui a estrada da vida
com saudade a marcar.
Mergulhei nas águas do Rio
a bela Serra ...vim beijar.

Do peito e vida sonhada
libertei minha corrente;
acendi terna candeia
no brilhar da chama ardente.
Deixei a alma que chora
ao olhar fixo...da mente.

Recordo a velha lareira
como o conto ao serão;
os filhos aqui nascidos
são sementes deste chão.
Nesta partilha sentida
bate forte...o Coração.

Setúbal, 27/10/2013
Inácio Lagarto


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

FLORIR E SONHAR



Com o barro roubado à terra
e a mão livre no criar
queimei a lenha da Serra
no meu florir e sonhar.

Afeiçoado à vida
iniciei a caminhada
pintando a dor sentida
na argila trabalhada.

Não sei se foi talento
se acordei só metade
...se um destino perdido.

Talvez o querer do momento
o Saber feito da idade
fez entrar...meu pedido.

Setúbal, 24/10/2013
Inácio Lagarto

quarta-feira, 23 de outubro de 2013


É preciso acreditar
no que a vida vai dando;
É preciso ...meditar!
É urgente sempre lutar,
o bem estar ... conquistando.

ILagarto

A C R E D I T O


Acredito na fé, nascer,
acredito no embalar;
acredito, quero Viver
acredito num novo olhar.
Acredito no fim da fome
numa fronteira que consome
escondendo a escravidão;
acredito e vejo magia
no sol que do alto irradia,
dando tom à melodia
que traga à mesa o pão!

Acredito, grito sem medo,
acredito que sinto o laço,
acredito ouvir enredo,
acredito num abraço;
acredito na união
por quem sabe dar um não
naquela força desigual;
acredito no mar e prece
na água que da Serra desce,
no luar que sempre aparece...
acredito na Paz real.


Setúbal, 22/10/2013
Inácio Lagarto

segunda-feira, 21 de outubro de 2013


Mais alto, naquele espaço,
está Alentejo ali à mão!
Em montado sangrando;
gente que sofre e dá abraço
ao solo do trigo e criação
que o tempo vai perfumando.

Inácio Lagarto

ALENTEJO FIEL À LIBERDADE


Alentejo de trigo maduro,
Alentejo de velha idade,
Alentejo do cântico puro,
Alentejo fiel à liberdade;
Alentejo de sonhos dispersos
da planície descrita em versos
no sol quente e sentimento;
Alentejo o gado sustenta,
no verde campo apascenta
que inverno despido...atormenta!
Rasga conforto ao pensamento.

Alentejo do fumo à lareira,
Alentejo da casa caiada,
Alentejo da fome à sua beira,
Alentejo da rua pisada;
Alentejo da dor e ferida
beijando o desejo e vida
ao entardecer com coragem;
Alentejo de sombra e chama
ao vibrar da fonte com fama
abraça o solo que clama...
Alentejo de encanto e paisagem.

Setúbal, 21/10/2013
Inácio Lagarto

domingo, 20 de outubro de 2013

Hoje acordado e sonhando
vou renovando o divagar;
novo estilo cinzelando,
com mistério sigo lutando...
Quero o sonho cantar!

ILagarto

O S O N H O


O sonho floresce às cores,
o sonho  bate asas e voa,
o sonho alegra os amores,
o sonho perdido não entoa;
o sonho da noite embala
quando a mente não se cala
e deixa sorrir o coração;
o sonho percorre o prado
no dorso do cavalo montado,
segue em verde atapetado...
o sonho faz ver sem visão.

O sonho é riso e claridade,
o sonho cria desejos,
o sonho é loucura e saudade,
o sonho perfuma com beijos;
o sonho é mágico farol
que ilumina a vida como sol
e quantas vezes com utopia;
o sonho aponta a corrente
à água que vem da nascente,
acalma a alma que sente...
o sonho abraça a Poesia.

Setúbal, 20/10/2013
Inácio Lagarto

sábado, 19 de outubro de 2013

GATO AMIGO


Tenho amigo musical
percorrido que é o caminho,
noite e dia, sem parar
nesta cruzada do viver;
Bocage poeta divinal
encarna felino especial
e nunca me deixa sozinho.
Vem o sono perturbar
solidário ao anoitecer,
envolvente no olhar.

Tal a sua mansidão
usa toque no partilhar...
exigente na independência!
Rebola, brinca no chão
é por vezes refilão
redobrando o miar
quando perde a paciência.

Amarelo de linda cor,
Palmelão de nascimento
e de cauda mui comprida;
Europeu por amor
esguio em passo lento,
sentinela à doce Vida.


Setúbal, 19/10/2013
Inácio Lagarto

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Parabéns

Outubro floresceu
no Outono sem vento;
deixou um rebento
e como fruto cresceu.
Em belo momento
reforçou a vida
que nosso sonhar sentiu.
Com tal encantamento,
na voz ouvida...
entre a Serra e o Rio.


Setúbal, 18/10/2013
Inácio Lagarto

CAMINHADA


Envolto na magia e encanto
vamos percorrendo a caminhada,
em que é preciso acreditar
e urgente saber vencer!
Uma estrela vestida com manto
acende a luz de Fada;
protege a força do lutar
e querer ver... teu sonho florescer.

Na mente mora o viver
que partilha com a dor;
o lucro não está no Ter
nem no cumprir a profissão.
Ao peito fala o amor
que alimenta a paixão.

Somar anos: - são a verdade e glória
em cortejo, escritos, aos quadradinhos;
silêncios, pedaços da história,
rios correndo na memória
ou, o voar alegre dos passarinhos.

Setúbal, 18/10/2013
Inácio Lagarto

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

TORMENTA


Homem!
O que pensas com mente perdida,
da teia que o mundo teceu?

Segues na estrada da vida,
com sentimento nublado;
vives fraco, amarfanhado,
com o tempo que não morreu.

Porquê pensar?
Julgar o que atormenta?

O relógio não parou!
Vai renovando a caminhada,
na mesma rotação.
Todas as horas toca e tocou,
não calou na alvorada;
acreditou na força dada...
reforçando a razão.

Desperta do Eu, já sonhado
e da esperança despida;
não fiques aprisionado...
entrega teu solo amado
à criança adormecida.

Setúbal, 02/10/2013
Inácio Lagarto

VIAGEM DO SADO


Se olhares o Rio Azul
por Alácer é abraçado;
tem curso que vem do sul,
à Foz de Outão é chegado.

Da Serra tem protecção,
na Baía fino cristal;
no Mar termina missão
nesta Costa de Portugal.

De rosmaninho vestindo,
por Arrábida clamando...
tem densa rama florindo,
bela paisagem verdejando.

A corrente não secou,
seja noite ou mesmo dia;
com terra se misturou
no sangue da serrania.

Rola água entre margens
ondulada ao som do vento;
vem sulcando nas viagens
sem parar....um só momento.

Passa por choupos e freixos
no meio de descampados;
ao sol e luar dando beijos
saciando verdes prados.

Setúbal, 01/10/2013
Inácio Lagarto


TARDE EM PORTO COVO


Sinto saudade do mar,
das águas revoltadas
batendo no rochedo.
Sentado junto à praia
olho belo balançar...
espumas lançadas
à terra sem medos,
deixando segredos!
A onda desmaia,
calma e fluida,
vai molhando o sonhar.

Com a solidão
na areia me deito;
acendo as falhas
com lágrimas, flores do coração.
Com serenidade
ouço a voz do peito,
o esvoaçar das gralhas...
em intensidade
que passam em procissão.

Vivo mais um dia,
pinto minha tela vazia...
com temas de muitas cores!
Memórias, sonhos e amores
adornados com Poesia.

Porto Covo, 24/10/2013
Inácio Lagarto