PROVÍNCIA SONHADA

Beijo, o Alto e o Baixo Alentejo, com igual paixão

Que  partilham belas imagens, frutuosas riquezas;

Entoam cantes, nas fainas e festas, como tradição,

Unidos lutam, por ideais, progresso e certezas.

O povo alentejano, adora o vasto montado,

Em romagem extraordinária pelo campo verdejante;

Pensa, na casa branca caiada, no lindo  povoado,

Na noite sonhada  que ilumina o caminhante.

Província, de portas abertas ao irmão do Norte,

Recebe entre carinho e fé o seu doce porte,

Franqueia as janelas floridas às praias do Sul!

Na Paz sentida, nas horas consoladoras,

Escutam as vozes libertas e pensadoras,

A luz de Deus que brilha no céu azul!

Setúbal, 29/05/2021

Inácio José Marcelino Lagarto

SOU FILHO DA LINDA VIANA

                                                             (Foto retirada do Google)

Adoro a Paixão Alentejana,

Sou filho da linda Viana 

E do Santuário Sagrado.

Partilhei nas tardes soalheiras

Vi ceifar searas por ceifeiras

Lembro-me da carroça, do arado. 

Sou da Província da união

Desbravando a mesma visão,

Do povo calmo e trabalhador.

Oferece o corpo na árdua labuta,

O afecto com querer e conduta

No alivio à velha e dura dor.

De Viana olho, Baronia, Alvito,

Alcáçovas, Aguiar amo e visito,

Beijo Évora pela Arte e lição.

Navego em Setúbal no Rio Azul,

Em Porto Covo nas praias do sul,

Abraço Beja com voz de emoção.

Com carinho, com esperança,

Comemos do pão da bonança

Do Alentejo da ternura.

Sinto o sol que é mais quente-

Aquece o corpo da boa gente,

Dá-nos paz e nova ventura.

Garante a fé, a fraternidade,

Canta com alegria a humanidade,

Defende no tempo o ideal.

No mundo somos todos irmãos

Vamos esquecer lamentos vãos,

O que nos enlaça é... PORTUGAL!

Setúbal, 27/05/2021

Inácio José Marcelino Lagarto

HAVIA NO CÉU UMA ESTRELA

 

Havia um desejo sonhado

Depois da liberdade erguida,

Neste mar terno e amado!

Cuja  pesca era sentida.

Surgia além no horizonte

Com a esperança a iluminar;

A corrente brotando da fonte 

Regando a terra de encantar.

Tudo parecia já vencido

Para conforto individual;

O povo ficou  quedo e ferido

Em batalha tão desigual;

Da fábrica foi despedido

Para equilíbrio internacional.

Trocaram os sonhos e glórias,

As lutas por dor e  pandemia;

No palco das termas memórias

Desfilam crer e fantasia;

Aplaudem  as grandes vitórias

Lançando nova tecnologia.

Havia no céu uma estrela,

Trouxe uma trovoada sem fim

Que envolveu a vida bela!

A imagem florida deste jardim.

Voltou com cante e beijo profundo,

Uniu as vozes ao pensamento;

Mudou os tratados do mundo

Ouvindo os Saberes no momento.

Setúbal, 19/05/2021

Inácio José Marcelino Lagarto

LIVRE PENSADOR

Pensar, escutar, ser Poeta,
Olhar o sonho, de frente, sem meta
E apaixonar-se pela liberdade! 

Saber usar a palavra ao criar,

No silêncio fazer ouvir o vibrar

Ao som e ritmo da Saudade.

O Poeta não tem idade!

Tem a mente em desassossego;

Não tolera a desigualdade,

No verso encontra aconchego.

Procura na luz da aurora 

A sua audaz caminhada;

Na noite acorda a hora!...

A frase que vem iluminada.

Livre e fugaz no belo viver

Não foge ao forte vendaval;

Fraterno ao irmão no sofrer

E defensor do nobre ideal.

Partilha na fábrica e oficina,

No escritório ou no salão;

Com amor e alma divina

Aquece o querer e a paixão.

Como bom sonhador avança

Pela ternura e hábil melodia;

Em alegre musicar não descansa

Oferecendo ao Tempo, POESIA!

Setúbal, 17/05/2021

Inácio José Marcelino Lagarto

DE VIANA A ALVITO

 Viana e Alvito, terras férteis de ambições,

Com Castelos nobres de nascimento;

Acenam à planície belos clarões

Separados por cobiças em planeamento.

Partilham no tempo história e crescer,

No Alentejo as caminhadas diferentes;

Consolam as horas com alma e querer

Nos temporais que erguem as sementes.

Trazem do passado a terra parida,

Os frutos fecundados pela Natureza;

Gado a pastorear liberdade sentida

Numa paisagem de enorme riqueza.

Mostram segredos do crer e saudade

As Igrejas, casas e monumentos;

Olhares de memórias à claridade 

Iluminam os ternos pensamentos.

Unidos, visitam festas e romarias,

Tratam campos de trigo e de olival;

Choram ao vento, cantam as melodias,

Do povo, nos montados de Portugal!

Distritos do Alto e  Baixo por condão, 

Com Capitais ilustres  Alentejanas;

Évora e Beja entoam a mesma canção

Nas colheitas criadas por forças humanas.

Hoje de progresso, perto ou distante,

O sol e o luar leva-nos para o sul;

Sente-se no ar um cheiro verdejante,

Silêncio calmo soprando do céu azul!

Setúbal, 12/05/2021

Inácio José Marcelino Lagarto

SOU PESCADOR EM PENSAMENTO

 

Trago o Alentejo ao peito, 

Com orgulho no povo eleito

Sou caminheiro apaixonado.

Interroguei as alturas,

Segui novas aventuras -

Beijei a seara e o gado.

Em Viana soltei as amarras,

Abracei Évora no aprender;

Ao som de vozes e guitarras

Planeei um calmo viver.

Partilhei de belos conselhos

Na planície alegre de flores;

Com mestres, sábios e velhos

Na cidade dos agricultores.

Quantos sonhos desbravei

Entre o perfume das aragens?!

Monumentos e Arte contemplei

Ao visitar históricas imagens.

Cheio d´ esperança e carinho,

Com alento e querer divino

Encontrei audaz caminho!...

Que criou terno destino.

Olho a Arrábida e o Sado,

O barco com encantamento;

Setúbal como  filho amado,

Sou pescador em pensamento!

Setúbal, 06/05/2021

Inácio José Marcelino Lagarto

À LUZ DUM INOCENTE OLHAR

 

Vi lançar a semente à terra

Extrai do campo o barro;

Subi ao cimo da serra,

Petisquei do terno tarro!

Vi do sobreiro tirar cortiça

E o varejar no olival;

Regar na horta a hortaliça

Por entre denso laranjal.

Trabalhei, em bela olaria,

Criando peças com paixão;

Na roda a rolar de magia,

Ao forno aqueci o coração.

Fui à escola para aprender 

A formatar conhecimento;

Brinquei ao temporal a correr

Atrás do sonho no momento.

Percorri ruas, vielas e montes,

Refresquei-me na areia ao sol;

Bebi em riachos e fontes

Ouvindo o cante do rouxinol.

Segui o rumo da cidade

Procurando novo futuro;

O renascer da vontade,

Obter valor mais seguro.

Deixei o fértil Alentejo,

Abraço o Rio Sado e, o Mar;

De alma enamorada revejo

À luz dum inocente olhar!

Setúbal, 03/05/2021

Inácio José Marcelino Lagarto

MÃE PROTECTORA

 

Dia da Mãe, mês da Virgem Maria,

Abraça-se a Vida, o sonho e a beleza;

As palavras são:- de fraternidade, harmonia,

Amor, carinho, bela e frutuosa riqueza.

Florescem as rosas, afagam-se os botões em segredo,

Os filhos beijam com ardor a Mãe Protectora;

Esteja ela na terra, no céu, vencendo sem medo, 

Olhando com ternura a família lutadora.

Guia com firmeza nosso destino e o perigo,

Como estrela a brilhar. oferece calor e abrigo;

A rir, a cantar sobre glória ou vendaval presente!

Carrega aos ombros a vontade em caminhar,

Ao peito, nobre ideal, saber altivo no partilhar;

Com suaves mãos seguras lança linda semente!

Setúbal, 02/05/2021

Inácio José Marcelino Lagarto