terça-feira, 4 de maio de 2021

À LUZ DUM INOCENTE OLHAR

 

Vi lançar a semente à terra
Extrai do campo o barro;
Subi ao cimo da serra,
Petisquei do terno tarro!

Vi do sobreiro tirar cortiça
E o varejar no olival;
Regar na horta a hortaliça
Por entre denso laranjal.

Trabalhei, em bela olaria,
Criando peças com paixão;
Na roda a rolar de magia,
Ao forno aqueci o coração.

Fui à escola para aprender 
A formatar conhecimento;
Brinquei ao temporal a correr
Atrás do sonho no momento.

Percorri ruas, vielas e montes,
Refresquei-me na areia ao sol;
Bebi em riachos e fontes
Ouvindo o cante do rouxinol.

Segui o rumo da cidade
Procurando novo futuro;
O renascer da vontade,
Obter valor mais seguro.

Deixei o fértil Alentejo,
Abraço o Rio Sado e, o Mar;
De alma enamorada revejo
À luz dum inocente olhar!

Setúbal, 03/05/2021
Inácio José Marcelino Lagarto





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