Vi lançar a semente à terra
Extrai do campo o barro;
Subi ao cimo da serra,
Petisquei do terno tarro!
Vi do sobreiro tirar cortiça
E o varejar no olival;
Regar na horta a hortaliça
Por entre denso laranjal.
Trabalhei, em bela olaria,
Criando peças com paixão;
Na roda a rolar de magia,
Ao forno aqueci o coração.
Fui à escola para aprender
A formatar conhecimento;
Brinquei ao temporal a correr
Atrás do sonho no momento.
Percorri ruas, vielas e montes,
Refresquei-me na areia ao sol;
Bebi em riachos e fontes
Ouvindo o cante do rouxinol.
Segui o rumo da cidade
Procurando novo futuro;
O renascer da vontade,
Obter valor mais seguro.
Deixei o fértil Alentejo,
Abraço o Rio Sado e, o Mar;
De alma enamorada revejo
À luz dum inocente olhar!
Setúbal, 03/05/2021
Inácio José Marcelino Lagarto
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