domingo, 27 de dezembro de 2009

CHAMA DE ESPERANÇA


NATAL!
Data fecunda
Chama d´esperança
Um novo acordar;
Brilha Estrela especial
Sobre a fé tão profunda;
Nasce confiança
Neste nosso caminhar.
Paira no ar emoção,
Num sublime sonhar;
Noite Sagrada
E da Razão
...Semente abençoada,
Neste Mundo em ebulição;
Numa Paz por encontrar.
Há sentimento -
Fantasia!!!
Aquece a paixão,
Quanta prenda e momento -
Partilha do Santo Dia,
Floresce a consolação;
Amar assim... É tudo e nada,
Nesta Quadra Imaculada,
Da Família e união.

Setúbal - Dezembro 2004
Inácio Lagarto

NASCIMENTO


Saudades
Nos fazem viver
Neste Tempo do Nascimento!
Recordar tantas verdades
Sem olhar às idades,
Da existência do SER.
Natal! Doce momento...
Glória a festejar!
Dos sonhos e das vontades
A quem a vida quis abraçar.
Seguimos a nossa estrada
Temos tudo ou mesmo nada,
Daquele muito que sonhamos;
Embainhamos a espada
Porque no sono pintamos,
Uma glória colorida
... Nunca feita em pedaço!
Ela termina dolorida,
Sentida...
Nela se perde algum laço!...
Vamos curando a ferida
À espera do cansaço
... No azul do espaço!


Viana do Alentejo, 25/12/2009
Inácio Lagarto

NOITE DE INVERNO


Noite fria de Inverno,
No calor da amizade;
Sobre o querer e sonho terno,
Paira no ar a saudade.

É Natal! Cheira a lareira,
Comunga-se da união;
A Família à nossa beira
Acalenta a solidão.

O vento, sopra forte de mais,
A chuva cai abruptamente;
Corre a água dos beirais
... Lavam a mente impaciente.

O Ano está a findar,
O futuro segue perdido;
Um Novo vai despertar
Para o verde ser colorido.

Tempo pára por favor...
Escuta a voz da razão!
Não vês que se perde o AMOR,
No meio de tanta confusão?

Senhores deuses do Universo,
Dêem aos homens outro rumo!
Este Mundo ficou perverso,
Embriagado pelo fumo.

Viana do Alentejo, 24/12/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

INTRIGA PALACIANA




O Mundo anda perdido
Com intriga palaciana
Fecham acordo indefinido
Em gaveta triste e insana!

I
O homem a vida destrói
A Terra sofre e treme;
A força que vai ao leme,
Belo ambiente corrói,
Com um grito que tanto dói...
Segue destino sem sentido,
Faz-se ao tempo desentendido,
Deixa o clima desvairado!
Não pensa, no bosque acabado,
O Mundo anda perdido.

II
O rio está a secar,
A água, não chega à barragem;
Ferem o mar e a paisagem,
O Sol perdeu seu brilhar.
A sombra, esconde o luar,
Fazem a guerra tirana,
Por atitude leviana!
A sucata cria milhões,
Cresce cobiça nos vilões,
Com intriga palaciana.

III
Já não bastam os Natais!
Sonha a razão com a verdade.
Devolvam ao viver a liberdade,
À floresta os animais
... Todo o SER exige mais,
No pesar ser entendido!...
Para o ecológico não ser ouvido,
Como livro de ninguém
.. «Jardim de Éden» - nosso bem,
Fecham acordo indefinido.

IV
Os gases pairam no ar,
Vamos salvar, ainda o Povo;
É possível, caminhar de novo,
O Globo queremos amar!
Só é preciso despertar,
Porque perigo também se sana!
Acorda memória ufana...
Abre o desejo guardado...
Será silêncio trespassado,
Em gaveta triste e insana!


Setúbal, 18/12/2009
Inácio Lagarto


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ROTA POR ACHAR


Nasci num país parado,
Banhado por mar e rocha,
Em que o sonho era fustigado -
Entre olival e montado -
Quando um Ser desabrocha.

Estrelavam as visões
No meio do tempo, tristes ais;
Apelos aos deuses, invocações
... Gemidos calavam corações!...
As esperanças voltavam mais.

Calada a madrugada,
Abril abriu novo caminho...
Aquela vida sonhada
E de cara já lavada...
Libertou a alma do espinho!

Os fantasmas do Além
São a sombra do presente;
Sabeis que o capital, nosso bem,
Travestido com desdém
É um perigo permanente?

O Povo assoma, dentro a bruma,
A nau demanda a barra!
O grito na onda traz espuma,
A força é pouca ou nenhuma,
Neste mar bravo, sem amarra.


Setúbal, 15/12/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL


Quando um homem sonha..
ACREDITA!
Mantém a força do vencer -
Pensa, na negrura da vida,
Nas alterações climáticas,
Na realidade medonha.
Sobre o ambiente...
MEDITA!
Tem vergonha...
Da aranha que tece
Floresce
Sem temer...
Na cobiça desmedida!
Que deixa o clima nauseabundo.
Fazem- se Cimeiras Diplomáticas
... O horror arrasta o mal -
O cenário é de pobreza,
Por incúria de tentações
Levianas
Que se alastram pelo Mundo;
Pelo aquecimento Global
Traz a morte e a tristeza;
O sentir anda ausente
Prefere a velha brandura
A tragédia vive presente
Choram Oceanos pela secura
E a Terra... Ficará sem gente!


Setúbal, 10/12/2009
Inácio Lagarto

A FORÇA DO QUERER




Meteram futuro na sacola
Quando ainda era criança;
Fui rolando, como a bola,
Partindo a fraca tola,
No tempo ganhei confiança.

Fui trepando ao penedo,
Tive sonhos, senti o frio;
Da sombra, emergia o medo,
No peito guardava segredo
Com esperança, corria o rio.

Vinha promessa à razão,
Montei a mula da vida;
Cavalguei na condição,
Sempre de rédea na mão,
Com mais força que à partida.

Entre loucos vinhos atrevidos,
O desejo eu fui pintando;
De corações bem unidos
... Os caminhos divididos,
A viagem vai findando!

Como murmuram as fontes
Brilha o Sol no casario;
Foge a lua, esconde os montes,
Vão encurtando os horizontes,
Olhos belos, ficam vazios.

Nada se perde, com a idade,
Tudo se transforma, com o querer;
A luz acende a verdade -
Trata a alma com caridade,
Mantendo aceso o saber.

Setúbal, 06/12/2009
Inácio Lagarto

NOVO CAMINHO


Cruzada a calada no peito
Para trás ficou a vida,
Em que os sonhos brilhavam iguais,
A idade era divertida,
O belo tinha outro jeito
E as flores brotavam mais.
As rosas com seus harpejos
Realçavam o perfume;
Os cravos, de fáceis desejos,
Esqueciam o azedume,
Despertando o amor.
Se o tempo tirou a fala
E acalenta tanta dor?!
Se pensas muito em nós?
Olha o espelho da verdade!...
Ouviremos da tua voz,
A melodia que não cala...
O som da mocidade!
O sentir está presente,
Guardado dentro do ninho
...Deixado na Terra a semente
No prosseguir... NOVO CAMINHO.


Setúbal, 30/11/2009
Inácio Lagarto

FILARMÓNICA DE VIANA




Ouvia-se o sino a vibrar,
Na Torre alta do Castelo;
Convidava o Povo, ao levantar
... Para ver Filarmónica passar,
Desfilando em clima belo!

A música era executada, sem medo,
Nas Festas e Romarias;
Na pauta liam o segredo,
Tons que acordam a alma cedo,
Enaltecendo as melodias.

Foram baladas a partilhar,
Quantas peças em ovação?!
Ao som da marcha militar -
«O Major Rato» - é o recordar...
Pisar calçada do chão!

Dispersa em várias Claves,
Soube animar as Procissões;
Com marchas fúnebres ou graves,
No Concerto, arte sem entraves,
Em que se entregam as devoções.

Sonho com doçura de mel
Trazia, alegria ao chorar;
«De Paredes a Penafiel»
Tocava ao tempo, sem papel,
Nas noites negras ao Luar.

Em Vila Franca, no passado,
Ou em Évora p´ró General;
Diário de Notícias foi beijado,
O País foi caminhado ...
Por uma Banda Especial!

Setúbal, 25/11/2009
Inácio Lagarto

CURSO DE OLARIA




Paira Curso de Olaria
Que VIANA quis manter
No ALENTEJO com magia
Ânsia dum Povo, com querer

I
O tempo sonha e amordaça
Rasgado foi o destino
Tocou na força do menino
Aquela arte e engenho com graça
O Poder dá-lhe a traça
Usando de hipocrisia
Na ilusão de novo dia
Ao pobre rouba a razão
Rega com metade da lição
Paira Curso de Olaria.

II
Naquela doce viagem
Em que o Sol nasce por igual
Teve um Mestre especial
Com Professores de linhagem
Com Eles esboçaram paisagem
Modelaram no barro o saber
Na Mufla estiveram a cozer
Bonecos e jarras belas
Com desenhos lavraram telas
Que VIANA quis manter.

III
Floresceram novos valores
Entre partilha e ambição
Os sexos davam as mãos
De olhar fixo, de pequenos pintores
Na oficina raros criadores
No torno ouviram melodia
A chama que vibra e guia
Enchendo a alma de glória
Naqueles traços de memória
No ALENTEJO com magia.

IV
No passado mora saudade
Chora no peito a caminhada
Recorda o romper da alvorada
Que acompanha a idade
Sobre o grito da vontade
Do existir e pertencer
Abriu janela à luz ao ver
Dispersos foram lutando
Noutros barcos navegando
Ânsia dum Povo, com querer.


Setúbal, 24/11/2009
Inácio Lagarto

sábado, 21 de novembro de 2009

PASSARINHO DO ARVOREDO


Passarinho do arvoredo,
À Cidade vens pernoitar;
Foges à tarde em segredo,
Porque o homem te quer matar.

És alegre e brincalhão,
Teu campo não é semeado;
O que antes era grão
Hoje, está todo asfaltado.

A água do rio, já não corre,
Voas às fontes para beber;
A casa do monte morre
E tu sozinho não queres viver.

O teu chilrear tem graça,
Vais perdendo a liberdade;
Teu ninho de palha e argamassa,
Traz a nós a saudade.

No tempo a geração decai,
Como secaram as laranjeiras;
Parte o filho primeiro que o pai,
Como o figo das figueiras.

Setúbal, 19/11/2009
Inácio Lagarto

terça-feira, 17 de novembro de 2009

ANJOS NO CÉU


Tenho três Anjos no Céu,
Estão no alto a vigiar;
Dos seus mantos, estendem o véu,
Pintados com ondas do mar,
Feitos de retalhos que Deus lhes deu.

São dum branco transparente,
Foram lançados ao vento;
Trazem, Sinal da Cruz, assente,
Numa bandeira eloquente,
Vêm dar força ao meu lamento.

São as mais lindas flores,
Daquele Jardim Celestial;
Compõem ramo, de várias cores
Que esquecem as suas dores...
No aquecer o dia real!

Cá na Terra da incerteza,
Em que somos peregrinos;
Olhamos de frente a Natureza,
Não reparamos na beleza,
De um dia sermos pequeninos.


Setúbal, 16/11/2009
Inácio Lagarto

S.O.S. BEBÉ




No quadro brilha bebé,
Naquele sorrir de alegria,
Como semente a florir,
De olhos azuis do mar;
Rosado na face, o menino,
Que nos deixa a pensar...
Fosse o sonho belo destino!
O Social descreve com fé,
Com arte e com magia;
Alerta para o sentir -
Pergunta ao Mundo,
Profundo...
No seu silêncio, a clamar!!!
Porque há tanta POBREZA?
Só o Homem não quer ver ...
Escravatura
Humilhação
Como é grande a certeza!
Sonolenta a loucura
Ambição
Ou, talvez por avareza
Ele, não queira combater,
O bater dum coração.


Setúbal, 16/11/2009
Inácio Lagarto


LONGA ESTRADA


Guia-me VIANA o pensamento,
DO ALENTEJO trago o vento,
Um dia... INÁCIO me chamaram!
Como JOSÉ me baptizaram,
MARCELINO para união,
Por LAGARTO busco a razão.

Nascido em seio desejado,
Como Alentejano fui moldado,
Na amizade, de afago bendito;
Aos Céus olho, sinto e acredito,
Sobre vida quis aprender,
O que o tempo sopra a crescer.

Sou filho, pai dos amores,
Casado em campo de flores;
No barro, a força se ergueu,
Sacudido, o sonho não morreu,
No meio duma tempestade
Mas, vivo à sombra da vontade.

Caminho, em longa estrada,
Perdi princesa encantada
E... Quantas riquezas mais!!!
Sou humano como iguais,
Na alegria e na tristeza...
SOU AMANTE DA NATUREZA!

Setúbal, 14/11/2009
Inácio Lagarto






































Inácio Lagarto

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

BRUXEDO


Hoje treze, Sexta - Feira,
É dia, de macabro bruxedo
... Conjura da Feitiçaria,
À maneira;
Da liberdade ao amor!
Eles e Elas, muitos ou poucas,
Caminham juntos, no divagar,
Escondidos em arvoredo.
Acordam cedo ...
Transportam, longas vassouras,
Com fantasia -
Idolatria,
Sortilizam, com tanto clamor,
A poção negra da magia;
Vivem sem medo,
De ideias loucas
... Morenas ou louras,
Pairam a esvoaçar!
Meditam, no sobrenatural,
Amorfas, sem luz,
Pensam no mal,
Contra a Sagrada Cruz.

Setúbal, 13/11/2009
Inácio Lagarto

PAÍS FUSTIGADO


Vive o País fustigado,
O mar está revoltado,
Será que têm razão?
O Povo escuta a contenda,
Ao falarem de tanta senda...
Rola o perigo em corrupção!

Acordam sonhos vagabundos,
De mistérios, avançam Mundos,
Fecham portas às velhas celas;
Vagueiam nas ruas donzelas,
Carpiam novos segredos,
No desporto moram medos,
Todos ao tempo, acendem velas.

Renasce na alma, triste aurora,
O Social é música sonora...
Só é pena, não ser ouvida!
O Poder não é seguro,
De verde quer ser maduro,
Neste recanto, falta guarida.

Setúbal, 13/11/2009
Inácio Lagarto

terça-feira, 10 de novembro de 2009

TRILOGIA DA VIDA


Nesta trilogia da vida,
Brilham pais, mulher e filhos;
Sem ela não havia sentido,
Sobre a terra traça trilhos.

Os amigos não se esquecem,
Os maus e os verdadeiros;
Uns, as amizades florescem,

Os outros, são cães rezingueiros.

Caminhamos, por entre atalhos,
Sofremos ao menor receio;
Somos rasgados, em retalhos,
Quando nos colocam o freio.

Construímos lindos castelos,
De argamassa e ilusões;
Em que o Sol de raios amarelos,
Queimam bem forte as paixões.

Parada é a cavalgada,
Soam vozes de crianças;
A saudade renova a alvorada,
A noite cala as forças mansas.


Setúbal, 10/11/2009
Inácio Lagarto

CAMPOS DO ALENTEJO


O Sol abrasa terra lavrada,
Estende-se em cascata a semente;
Lembra água ondeada,
Numa força inteligente.

Neste espaço colorido,
Em que os verdes trigais...
Rompem, no barro, com sentido,
Usando fórmulas legais!

Seca a fibra suculenta,
Da palha, é escolhido o grão;
Na eira, fica limpo e assenta,
Vai à mesa, cozido em pão.

Trazem rebanhos às pastagens,
Por instintos previdentes;
No solo, ficam miragens,
Das limpezas diligentes.
~
Surgem carreiros de formigas,
Por entre desertos caminhos;
Carregam fruto das espigas,
Para seus celeiros vizinhos.

Nestes campos do Alentejo,
Tudo é criado em união;
Tanta planura em cortejo,
MÃE que aquece o coração.

Setúbal, 08/11/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

DIVA IMORTAL


AMÁLIA de graça e ironia,
Na noite, em festa desgarrada;
Criou poemas, de magia,
Pela Sua Voz é consagrada.

Mulher de alma a falar,
De explosivo talento;
Embalava no cantar,
Com lágrimas no pensamento.

Belos Fados, contam a vida,
Atiram setas ao coração;
A saudade é repartida,
Com flores que nascem do chão.

Ela no palco chorava,
As ilusões perdidas;
Ali... Sorria e sonhava,
Brindava, com ondas garridas!

O Povo, a glória enaltece,
Nesta DIVA IMORTAL;
Perdura no tempo, como prece,
Para o Mundo é especial.

Setúbal, 05/11/2009
Inácio Lagarto

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

SINTO QUE VOU A DESCER


Sinto que vou a descer,
Na distância que caminha,
Sobre tempos sem horizontes;
Este vento não sossega,
Sopra do alto dos montes;
Traz os sonhos vagabundos.
Sou uma alma, trepando Mundos,
Nestes Invernos cismadores,
Em que a vida nos faz crer...
Que a sombra não está sozinha,
É real e às vezes cega!
Ela embriaga os amores,
Naqueles ais tão profundos.
O querer também corrói,
Ao ouvir a voz ausente;
Abre-se a porta entreaberta,
o futuro, vislumbra e destrói,
Enlouquece o que é gente;
Deixa entrar a sorte incerta,
Porque o corpo, ainda SENTE.

Setúbal, o3/11/2009
Inácio Lagarto

OLHOS NOS OLHOS


Novembro, chegou a chorar,
Dobram sinos para memória;
Luz de sombra é verdade,
Lembram imagens peregrinas.
Surgem Anjos a esvoaçar,
Com trombetas de glória;
Olhos nos olhos de saudade,
No meio de nuvens matinas,
Trazem à Terra um abraço,
No quebrar o abandono;
Para que o sonho,
Sempre risonho ...
Não deixe apagar o lume.
Naquele apertar de laço,
Vêm acordar, o eterno sono;
Fazem sentir tão belo perfume,
Daquela Sagrada - flor,
Em que não está sozinha;
Tem a força do amor,
Da inocência que já foi minha.


Viana do Alentejo, 01/11/2009
Inácio Lagarto

VIANA DAS ROMARIAS


Viana das Romarias,
Em que o Sol aquece a terra;
As noites, prolongam os dias,
Alimentam as magias,
Com o vento, que sopra da Serra.

Quem Alcáçovas visita,
Jamais no tempo a esquece!
No artesão acredita
E, na doçaria medita...
A alma do Povo floresce!

Aguiar abre caminhada,
Évora, acende-lhes a luz;
A Planície é abençoada,
Pela Mãe, bela e Sagrada
... Santuário que à Fé conduz.

Vozes alegres Alentejanas,
Fazem ouvir, tanta razão;
São as sementes humanas
... Gritos de Forças Trantaganas,
Contra quem lhes tira o pão.

Gentes de vidas sonhadas,
Cantam ao Xarrama e salgueiros;
Sobre paisagens encantadas,
Do passado, de mouras e fadas,
Dos campos de azinheiros.


Viana do Alentejo, 31/10/2009
Inácio Lagarto

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A FADISTA NÃO MORREU


A Fadista não morreu
Sua voz ao Mundo deu
Está no Céu a cantar

Ao Povo a lágrima cedeu
Mas a alma não perdeu
AMÁLIA de lenços a acenar

Mulher de amor sonhado
Viveu a vida no Fado
Com poemas de encantar

No beco em verso chorado
Ou no cantar desgarrado
Numa bondade sem par

Na tristeza e na amargura
Tal era a verde frescura
De força e sensualidade

Cerrava olhar de ternura
E numa doce loucura
Rezava à saudade

Em criança na ribeira
A correr sempre ligeira
A palavra não secou

Aquela flor vendedeira
Em manhã fria ou soalheira
Belos limões apregoou

No pregão duma varina
Ali traçou tão bela sina
Cantadeira do velho mar

Foi mui Grande a menina
Tornou-se Fadista - Divina
Deixou coração a sangrar

AMÁLIA tu és Canção
Teu viver não foi em vão
Foi longo, com sentimento
-
Quem lhe daria o condão
Estendeu o xaile no chão
Naquele primeiro lamento.


Setúbal, 28/10/2009
Inácio Lagarto




OH NATUREZA


Oh Natureza em cores,
Renova nos homens a ambição!
A esperança ...
O amor
Para que o Mundo acorde em Paz.
Pede às aves e à flora,
Para que ensinem ...
O que é liberdade
... Dar e receber!
A VIDA, é de multicolores,
De prazer e de paixão,
De confiança!...
Não de dor.
O querer não tem medo,
Nem segredo...
De tudo é capaz!
Ri e não chora,
Não implora;
Meditem...
Somos filhos, da igualdade,
Das lindas paisagens...
Temos sede, em aprender,
No perfume das aragens!


Setúbal, 26/10/2009
Inácio Lagarto


SOPRO DAS VENTANIAS


Fiquei com coração escuro,
Nesta vida emparedado,
Por entre saltos e acrobacias;
De sonho, quase maduro,
O fruto, ficou quebrado,
Com o sopro das ventanias.
A Cruz do Alto, fugiu,
Secou na árvore, verde rama;
O campo, gemeu chorando,
Porque o ninho ruiu;
Perdeu a força e chama,
Num casal que estava sonhando.
Passados meses e dias,
A razão, jamais se esquece,
Vive o tempo, em noites frias,
Minha alma, perde-se nos montes...
A aragem entristece!
Faz gelar as ternas fontes;
A saudade permanece,
No orar aos horizontes.


Setúbal, 25/10/2009
Inácio Lagarto

MEU PORTUGAL


Os sonhos de ontem se memoram,
são lágrimas de saudade.
No olhar os gritos imploram
aqueles feitos que ao vento afloram,
são tesouros ganhando idade.

Traçados foram caminhos
do norte surgiu afinal ...
Uma disputa entre povos vizinhos,
ânsia e luta por novos ninhos,
assim nasceu belo Portugal!

Mundo de Abril ressurgido
duma liberdade desejada.
Entre o silêncio e o gemido,
o sono da noite, foi interrompido
pelo cantar da Madrugada.

O Mar ao longe desabrocha,
no Atlântico a pesca seduz.
A onda na costa bate na rocha,
vozes da terra acendem a tocha
no sol da vida, brilha a luz.

Dança no clima o Verão,
as areias guiam gente.
O Inverno molha a razão
dilui paz na solidão
... Meu País pensa e sente.


Setúbal, 21/10/2009
Inácio Lagarto

domingo, 18 de outubro de 2009

LINDA ROSA




Neste canteiro que já foi jardim,
Há uma rosa a florescer;
Secou raiz, num grito sem fim,
Ficou esperança ao sobreviver.

Quando o sonho quebra e atormenta,
Numa vida alegre, em cavalgada;
Perde-se coragem e de alma lenta,
Razão, Ter e Ser, não são nada.

Cansado, como mendigo verdadeiro,
Persisto, na luta do amanhã;
Faz bem sorrir, sentir, ser gente...

Nem todo o tempo é derradeiro!
Porque saudade mora em vida sã,
À sombra do existir, finalmente.


Setúbal, 18/10/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O TEMPO COMANDA A VIDA


Guia-nos no tempo a vida,
A noite e o dia, o caminho;
A floresta vai alastrando,
Aqui e ali, surge um espinho,
Dum silvado, duma roseira,
Tocam na alma sonhando.
São sinais da dor sentida,
Do Mundo à nossa beira;
Será apenas um arranhão
... Uma cicatriz
Que quer marcar o coração?
É a verdade, para ser feliz.
O tempo, corre vacilante,
Vive instável, a nossa idade;
Entre o Sol e o Luar,
Agarramos o volante,
Sem a perda de identidade;
Naquela viagem distante,
Na janela da liberdade...
Não deixamos de gritar,
Ao arco-íris da vontade!

Setúbal, 16/10/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A FORÇA DUM PAÍS


Transporta Alentejo, a saudade,
A Estremadura, a força e o querer;
Oferece Algarve, águas e liberdade,
Sopra do Minho a esperança do ser.


Bebe-se na Natureza envolvente,
Nas areias brancas de Portugal;
Lavadas pelo mar, em nossa mente,
Por ondas revoltas em vendaval.


Partilha a Pátria, com rios e arvoredos,
Ama as serras, planícies e povoados;
À noite e ao dia dá terno abraço...


Mostra na História feitos e segredos
que em Monumentos estão revelados,
por Raças e Povos em forte laço!


Setúbal, 08/10/2009
Inácio Lagarto

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ARRÁBIDA É MEU PAÍS


Da Arrábida, olhei o Mar,
Admirei quanta beleza!
Na encosta, vi densa flora,
Entre paisagens maravilhosas.
Cheirei alecrim e medronho
E logo, comecei a sonhar...
Fiquei embebido, pelo Sado,
Na água azul, cristalina!
Mergulhei na Baía, bela e fina,
Extasiado pela Natureza;
Revoltado, o eco demora
Que do Céu gela, afinal,
Desce às flores, mais mimosas;
Do cansaço me recomponho...
São memórias de Portugal!
Vozes da velha razão
... A ruídos na Serra perdidos;
Vêm alegrar o coração,
Dando força, aos sentidos,
Nestes recantos escondidos -
Arrábida é meu País.



Setúbal, 08/10/2009
Inácio Lagarto

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

AMANTE DA NATUREZA


Na Arrábida, o Sol rompeu
E toda a Serra brilhou;
Desceu do cimo ao mar,
Azeitão recebeu a luz,
Belo sonho floresceu...
Força e pensar nos seduz!
Sebastião da Gama lutou,
Um PROFESSOR de harmonia,
Amante da Natureza,
Amigo no partilhar
... Pedagogo no AMOR,
Na SERRA, venceu a poesia.
À sombra, de tamanha magia,
Escreveu, páginas com beleza;
Apesar da sua dor
Navegou, no fácil rimar.
Homem de olhar fundo,
Nos recantos foi rezando;
As nuvens, levam-no ao Mundo
Que no Céu, vai transportando.

Setúbal, 05/10/2009
Inácio Lagarto

sábado, 3 de outubro de 2009

ADEUS TRISTEZA




Adeus tristeza,
Até depois!...
Deixa a raiva, sê feliz.
Volta alegria, vem de mansinho
... Ouve o que a VIDA diz!
Traz de novo, a certeza
Que um dia, já foi a dois.
Perdeu força no caminho
Mas o Sol, lá longe acena...
Vem dizer o que sente,
A esta alma, triste nua!
Quero saber, o que sou,
Libertar minha pena;
Escutar coração e mente,
Perdidos,no meio da rua;
Não sei se chego se vou,
Na procura de aragem
... Busco na bela paisagem,
Entre sonho tão sonhado!...
Vejo brilhar, saudosa imagem,
Deleitoso, fico acordado.

Setúbal, 03/10/2009
Inácio Lagarto

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ACORDA O AMANHECER


Bocage que lá no alto,
Em cima do pedestal!
Sobre chão, feito em laje,
Acorda o amanhecer,
Olha o mar e o planalto,
Vem rimar, no que está mal.
Tu, homem de grande saber,
Levas o tempo a escutar!...
Porque não ousas dizer...
O que sente o Povo do Mar?!
A Cidade já mudou,
A traineira, não navega...
O progresso aqui chegou!
Teus irmãos, não vão pescar,
Esta vida, vive cega...
Porque a fábrica, também fechou!
Uma lágrima derramou,
O teu Sado sente frio
...Corre-corre dalém Sul,
A Arrábida ampara o RIO
E o Céu está mais Azul.


Setúbal, 28/09/2009
Inácio Lagarto

DU BOCAGE


Manuel Maria, na intimidade,
Setúbal para o Mundo, o viu nascer;
Só grande Poeta vence na idade,
Vem DU BOCAGE, tanto saber.

Homem magro em desalinho,
De feitio temperamental;
Com mente fértil, lavrou caminho,
Na vida, não esqueceu Portugal.

Viveu a noite silenciosa!
Na Índia, sofreu desilusão;
Misteriosa força no rimar...

Amou, por entre mágoa penosa,
" ELMANO " - Lusitano de paixão
... Alma com arte no improvisar!


Setúbal, 27/09/2009
Inácio Lagarto

sábado, 19 de setembro de 2009

PRAÇA NOSSA SENHORA DO AMPARO





Nesta imensidão de imagens,
Há um Quadro, bem pintado;
Lavrado, por Anjos, em viagens
E, neste espaço, foi deixado.

Foi difícil o escolher,
Entre traços tão iguais;
Havia um, sempre a crescer,
Era belo, brilhava mais.

Percorri, toda a Cidade,
Procurei calmo lugar;
Sentei-me, na saudade...
Fiquei a olhar para o Mar!

Lá no cimo, em vasto monte,
Logo o Azul me prendeu;
Brotou água, na minha fonte
E, o Rio se estendeu.

O Mar com Céu, se fundia,
Mergulhavam as estrelas;
Vi em baixo, linda Baía,
Com Arrábida a protegê-las.


Seja noite ou seja dia,
Este Quadro tem magia.


Setúbal, 18/o9/2009
Inácio Lagarto

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

MAR ALENTEJANO



Ó Mar Alentejano!
Que banhas o Litoral!...
Belo Solo Lusitano!
Transportas, nas ondas, o sal;
Temperas a vida, do humano,
Com uma força divinal.
Crescem, nas margens, paisagens
Que em conjunto, com tua água...
Espalham ao vento, as areias,
Aquecidas no tempo, sem mágoa!
Perfumam campos, com aragens
E, de azul...
Lindas Aldeias!
Tuas praias, são abrigo,
Entre falésias e rochedos
... Paraísos de segredos;
O luar, navega contigo,
Tens estrelas iluminando...
Protegem, o pescador do medo,
Que no Mar... Vai remando!


Setúbal, 12/09/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

GRITAR


Gritar? Ninguém escuta!
Não ouvem a voz da razão.
Que importa? A vida fria -
Por vezes dura ou astuta;
Por fim...
Traz com ela a SOLIDÃO !
Naquele cálice, ergueu,
A esperança, como condão;
Aquela estrela, eu conhecia!!!
Era um Anjo do Céu!
Desnudei minha mente
...Minha alma, ficou ao vento,
Sem deixar de ser gente.
Fui tratado brutalmente,
Não me curvei ao sofrimento,
Eu caí, para ser nascente;
Como incógnito é o futuro,
Neste tempo, já cansado;
Este sono, está maduro,
Vai florindo, quase acordado.

Setúbal, 08/09/2009
Inácio Lagarto

O DESTINO


O destino bate à porta,
Sem licença, quer entrar;
O que traz, pouco importa,
São saudades, em hora morta,
Faz sorrir, nosso olhar.

Ficamos confusos e perturbados,
Com miragens e esplendores;
No recordar tempos passados,
Naquele sono acordados,
Reflectem campos de flores.

Pulam crianças, sobre a razão,
Pássaros, no espaço, voando;
Naquela doce exaltação,
Com o Mundo, na palma da mão,
Nossa almas, vão sonhando.

Naqueles suspiros que guardais,
Em que seguiam os poetas;
Nas histórias dos mortais,
Nem as paixões são iguais,
Tornam as vidas incompletas.

Todos falam em liberdade,
Como o vento em desalinho;
Não repartem a vontade,
Trancam à chave, a verdade,
Não deixam entrar, o caminho.

Setúbal, 03/09/2009
Inácio Lagarto

domingo, 6 de setembro de 2009

QUATRO DE SETEMBRO


Do muito que tanto lembro
Quarenta e três anos passados
Hoje, Quatro de Setembro
São páginas escritas, meus pecados.

À Família, trouxe uma vida,
Ao romper da alvorada;
Veio com força, na caminhada,
Naquela esperança sentida,
Com futuro, vinha movida,
Dia Onze que foi Dezembro.
Floria, com novo membro,
Cristal puro, no coração;
Despertou grande paixão,
Do muito que tanto lembro.

Tinha olhar que via o Mundo,
Noite e dia sem parar;
Naquele querer e lutar,
Nunca sendo um vagabundo!
De alma solta, no Céu profundo,
Como fogos incendiados,
Acalmou corpos delicados,
Quando o vento não sossega;
Na idade, a miragem cega,
Quarenta e três anos passados.

Descerrava a Primavera,
De quem sou e quem fui;
Como no tempo, tudo flui...
Vi surgir, uma triste era!
Fantasma oculto, como fera,
Só recordado, em Novembro,
Que no sentir desmembro -
Prazer e dor que abraço...
Exalto, o Sagrado laço!
Hoje, Quatro de Setembro.

Sob açoites, humanos tremem,
Eles trespassam o pensamento;
Candeias trémulas, no momento,
São golpes que, nos sonhos gemem
E, nos sonhares ferem,
Entre folhagens acordados,
Que nos guiam, os passos dados,
Nos ventos em fúria brava;
Sou aquele que alguém esperava!
São páginas escritas, meus pecados.

Setúbal, 04/09/2009
Inácio Lagarto

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

REFLECTIR


Nunca fui de avarias,
Sempre gostei do lutar;
Vivi sonhos e fantasias,
Naquele querer, quis acordar.

Pouco a pouco, fui formando...
Personagens e minha mente!
Com o tempo alcançando,
O que outrora estava ausente.

Com qualidades e defeitos,
Confiante no sentir;
Não fiz parte, dos eleitos,
Soube com razão, resistir.

Cheirei perfume das aragens,
O som dos ventos magoados;
Fixei olhar nas paisagens,
Senti corpos revoltados.

Transportei as tentações,
Modifiquei velho destino;
Parti amarras, segui paixões,
Como um dócil peregrino.

Mestre Sábio não imito,
Quebro a alma em estilhaços;
Medito, na luz do infinito,
Aguardo de Cima, longos abraços.

Nesta vida, sou caminheiro,
Em que a tarde já se esfuma;
O Sol que irradia por inteiro,
Com a noite, fica em bruma.


No reflectir verdadeiro,
Sem Ele, a força não é nenhuma.

Setúbal, 29/08/2009
Inácio Lagarto

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CRESCENÇA


Brilha o cristal das fontes,
Caminha Agosto, para o fim;
Trago comigo os horizontes,
Deixei para trás, outros montes,
Porto Covo é meu jardim.

Neste sonho entretecido,
Sombra confusa do passado,
Que no tempo ficou perdido!
Aquele sono sentido...
Geme no peito, bem guardado!

Em Viana mora afago,
Respira em lágrimas o rosto;
Setúbal e Baía, são meu lago,
Nele se banha, um cântico vago,
Quando chega o sol - posto.

Vou seguindo, saltitando,
Divido a vida, pelo mar;
Novas terras, estou pisando,
Lindas praias, contemplando,
A mesma estrela a cintilar.

Procuro burgo onde nasci,
Lá vivem memórias e escolhos;
A rua e árvore que subi,
Os amores que ali perdi...
Visões que alimentam meus olhos.

A solidão dos montados,
A noite quente Alentejana;
Os Invernos, tristes e molhados,
Com Primavera abençoados,
Em planície Transtagana.


Setúbal, 27/08/2009
Inácio Lagarto

sábado, 22 de agosto de 2009

SOLTAR DE AMARRAS


Navegando
Neste Sado,
Estou sentindo...
Que parti ventos e garras!

Neste Sado,
Fico pensando!...
No cantar das cigarras.

Fico pensando!...
Navegando
Neste Sado;
Sou um louco, ao resistir...
A estas águas profundas;
A uma Arrábida, sem par,
Da Serra que abraça o Mar
E, a espreitar...
A Tróia, a guardar segredo-
Orgulho no seu olhar,
Pela Baía, a banhar-se sem medo,
São forças, do existir!
Dum presente e passado -
Neste Rio ondulado;
Imunes, às lágrimas/desgarras,
Haja frio ou calor;
Tanta beleza em redor,
Soltam-se gritos de mágoas
Como, libertar fráguas ...
Quero soltar minhas amarras!


Setúbal, 20/08/2009
Inácio Lagarto

AREIAS DE PORTO COVO


Praia Grande, dita sentença,
Nesta partilha de areias,
A corrente é imensa,
Da humanidade, sua pertença,
Com a Terra, vivem a meias.

O Mar bate no rochedo,
Repleto de maravilha,
Naquele marulhar, sem medo,
Transporta maré, em segredo,
O Sol, sobre a água brilha.

Nos dias quentes, ao braseiro,
Os corpos na água, são molhados;
Naquele convivio caseiro,
Secam as mágoas, por inteiro,
Daqueles viveres sonhados.

De almas e mentes despidos,
Desfrutam da Natureza;
Com troncos de arte esculpidos,
Libertam os velhos sentidos -
Perfumam altar da beleza.

Neste cortejo e cenário,
Em que a espuma desabrocha,
Expande olhar extraordinário,
O SER dá vida, ao imaginário,
Cercado pela força da rocha.


Porto Covo, 18/08/2009
Inácio Lagarto

PRAIA DE BANHO


Como é linda a Natureza,
Com ternas praias entrelaçadas;
Os penhascos são a fortaleza,
Dando alma e certeza...
Às brancas areias lavadas!

Praia do Banho e do Espingardeiro,
Unidas, às muitas que florescem...
Deste mar, se fica cativeiro;
Sem se ser um marinheiro,
Os sonhos e amor, não adormecem!

Navega-se ao largo das ilusões,
Quando a onda vem picada;
Sob toldos, as multidões,
Aquecem na toalha as paixões...
Brincam nas poças, a criançada!

Estes recantos, guardam segredos,
Passagens secretas escondidas;
As grutas, oferecem medos,
Estreitos labirintos, ficam quedos,
Garantem forças, às nossas vidas.

Lençol de água fenomenal,
Perde-se além no horizonte;
Porto Covo, no Litoral,
Nesta Costa é imortal...
Olha com firmeza, para o monte!

Porto Covo, 17/08/2009
Inácio Lagarto