segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DEZEMBRO


Dezembro mês do frio
O Existir ali nasceu
Em renovado Natal;
A força floriu
Numa máscara rompeu
E nada foi igual.
Despertou a caminhada
Seguiu feliz na estrada
Na fúria do vencer;
A vida foi prometida
Em desejo de crescer
Nesta viagem sentida
O sonho... sorriu.

O tempo corre veloz
Repousa no soluçar
À procura de alguém;
Faz silenciar a voz
Acorda o procriar
E na minha fé também...
Mistura-se com o futuro.
O que ontem era escuro
Tornou a esperança concreta -
Mistério ou desvario
Na fórmula em hora certa,
Segura alma que não partiu.

Flâmulas de cores e histórias
No criar e no desejo
De façanhas e memórias
São vivências do Alentejo.

Setúbal, Dezembro de 2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

FILHO DO MUNDO


Trago no peito o sol nascente
Do Alentejo abrasador;
Sou filho da planície
Em solo de Viana a alma sente
Tardes de Évora... geram amor.
O Sado é meu encanto
Nesta Serra a florescer;
A poesia serve de manto
A Cidade doce pecado
De coração aconchegado
Neste paraíso... existente!

Vou partilhando paisagem
Entre a terra e o mar
E de frente... olho a vida;
Em tão bela romagem
Não silencio o sonhar.
Em caminhada resumida,
Como cantar que entoa
Lembro a ave que voa
Em suaves timbres... dispersos;
Doce viagem não mente
E à noite... elaboro meus versos
Doados à minha gente!

Como a luz que nos abraça
Por um dia ter nascido
A primavera tem sua graça
Entre amigos que tenho tido.


Setúbal, 21/11/2010
Inácio Lagarto

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É NATAL... MEU IRMÃO


Acendam-se estrelas no céu
Venham aclarar ténues mentes;
O homem no tempo esqueceu
A Criança que nasceu
Fez brilhar luz refulgente.
Linda data das certezas
Em que a alegria se encanta
Descem esperanças às mesas...
Com beijos e fé tanta
Numa graça musical
Neste mundo sofrido -
NOITE DIVINAL!!!
De sonho florido
Entre o bem e o mal
...Ninguém e nada é esquecido.
O sentir existe
Quadra de emoção
Abre alas ao caminho
Ao viver não desiste
Há procura de carinho
É NATAL... meu irmão!

Setúbal, 18/11/2010
Inácio Lagarto

domingo, 14 de novembro de 2010

NASCER DA MADRUGADA


Nasce sol da madrugada!
Vem temperar nosso medo;
Sem calor não há nada!...
Sono à noite guarda segredo.



Tenho pressa quero viver
Procuro a liberdade;
Neste tempo sem idade
Vejo o Mundo a padecer.
Os homens andam a vender
A angústia resvalada;
Fica esperança soterrada
Com sentimento e tristeza...
Fomenta sonho em pobreza
Nasce sol da madrugada!

O mistério abafa a vida
Neste terrível momento;
Só não tiram pensamento
Porque arrasta dor sentida.
Com a alvorada foi erguida
Quando o cravo floriu cedo,
Fez esquecer o degredo
Soube encontrar o caminho;
Regressa flor devagarinho
Vem temperar nosso medo.

Mostra estrela...no teu manto
Que a alma anda vazia;
Sonolento à melancolia
O emprego é nosso encanto!
Somos mendigos em pranto
A paz segue encurralada;
Os poderes vendem estrada
Trazem de volta a solidão!
Herdada doutra razão
Sem calor não há nada!...

Embrenha-se o futuro
Por arrogância e vaidade;
Não olham à vontade
Por vício errante e obscuro.
O presente não é seguro
Cresce em trama o enredo...
Com a sombra do penedo
Apaga a luz do dia!
A viagem é de magia
Sono à noite guarda segredo.

Setúbal, 14/11/201

Inácio Lagarto






sábado, 6 de novembro de 2010

GRITO À LIBERDADE


Saudade já aqui mora
como água a jorrar;
tirada ao poço com a nora
quando o Povo por paz implora...
quer ver a terra regar!


Deixa o trigo crescer
para mais tarde colher o grão;
olha o sol ao nascer
que vem a vida aquecer
e leva à mesa tão belo pão.


Não corras depressa amigo
partilha... na caminhada!
O tempo anda contigo
naquele sonhar antigo
e sem o sonho..  resta nada.

Deita à rua a escuridão
segue em frente no destino;
limpa o rosto da solidão
que queima em exalação,
acalma a alma em desatino.

Grita de frente à liberdade
como a criança que ficou;
foi ganha com a idade
modelada na vontade...
que à faina conquistou.


Setúbal, 06/11/2010
Inácio Lagarto

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

OLHEM... AS ÁRVORES AMIGAS


Vivemos frenéticos, exigentes
Neste futuro a soluçar;
Os sorrisos são diferentes...
É preciso saber mudar!

O Mundo vegeta em pecados,
Os Seres... trocam de roupagem;
Desde criança cumprimos fados,
Chagas da vida seguem em romagem.

Na escola bebe-se a lida
Porque o sonho traz bela graça;
A esp´rança fica esquecida
Todo o tempo, depressa passa.

Que importa a mudança
Quando não bate o coração?
Ela ilumina a confiança
Aquece o viver... com paixão!

Abram asas ao renovar,
Libertem galhos de fadigas;
Atirem as mágoas ao mar
Olhem... as árvores amigas!

Setúbal, o3/11/2o10
Inácio Lagarto