quinta-feira, 22 de agosto de 2019

RIO COBERTO DE CHAMA



Depois de tanto compreender
estou baralhando o sonho,
no tempo encontro guarida,
o falso heróico não devo julgar,
castigar, no silêncio guardar,
a memória adormecida.

Era já tarde, com vento sereno,
lá fora, brilhava a luz do sol,
sentado na rua, a boca fala
sobre o ontem da mocidade,
saudade, da claridade
que dilata o som e não cala.

O olhar relembra a visão,
dos factos eloquentes,
das viagens companheiras,
trazidas da juventude,
virtude, mostram atitude
para as conquistas obreiras.

Na partilha humana divinal,
de braço dado à vivência
escutamos a vontade,
o dialogar em surdina, 
domina, jamais ilumina
a vida em sociedade.

Com ideal, mente exaltada
resta sarar as feridas,
mergulho no dia, na hora, 
neste rio coberto de chama,
fama, minha alma inflama
e o peito… por amor implora.


Setúbal, 22/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto















domingo, 18 de agosto de 2019

A VOZ DA AMIZADE


Os amigos verdadeiros, solidários,
são guardados no pensamento,
partilhando  a vida  a qualquer hora,
defendem a ausência e  a dor ruim,
assim, vivem unidos pelo mesmo fim,
a voz da amizade nada implora.

A palavra musicada desabrocha,
vem alegrar a força do destino,
não alteram o comportamento,
o objectivo ao crer torna-se fiel,
como mel, escrita em folha de papel,
com orgulho e sentimento.

Numa combinação perfeita
oferecem, terna irmandade,
companheiros do tempo a crescer,
comungam, puros, na fé e vontade,
idade, espreitam a liberdade,
constroem vitória, no labor e vencer.

São tolerantes,  sabem julgar,
têm carinho, esperança no amor,
nos sonhos, nas primaveras,
nas batalhas já encetadas,
beijadas, entre pedras pisadas
pelas distâncias sinceras.

Neste filme rolando, sempre a rolar,
todos somos soldados, bons heróis,
comandantes na longa guerra,
dançamos a marcha, o tango e a valsa,
de graça, seguimos ideais,  sem farsa,
nascemos iguais, descemos à terra.


Setúbal, 18/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto



sexta-feira, 16 de agosto de 2019

SOU FRUTO DA NATUREZA



Sou fruto, nascido, de bom celeiro
e pastor no denso montado
olhando o prado na pradaria,
ali, fui construindo minha paixão,
criação, acalmando o coração
de onde brota a Poesia.

Companheiras do pensamento,
das primaveras a florirem no sonho
através da paisagem na Natureza,
acordam a lua na alvorada,
na caminhada, palmilhando a estrada
nos costumes da vida com firmeza.

Sou reflexo do sol a iluminar
que pinta a palavra, pintando,
no varejar o verde olival,
sinto o piscar, das estrelas, sobre mim,
sem fim, vestidas de terno cetim
em  solo Alentejano - de Portugal.

Abraço o luar, a noite sombria,
beijando o dia no seu afagar,
mergulho nos rios da confiança,
lanço as velas ao sopro do vento,
no momento, liberto o sentimento,
dou força e ternura à esperança.

Sou as f
olhas, no quadro de aguarela,
que inflamam o Eu  e, quero tanto,
no tempo, ao prazer me conduz,
nova verdade estou a lavrar, 
semear, o amanhã ceifar,
guardar a ventura que reluz.


Setúbal, 17/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto




  

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

LUZ DA EXISTÊNCIA

(Foto retirada do Google)















Alentejo!
Da planície verde e dourada,
musicada ao sol e ao vento;
à guitarra por frescos chaparros!
Do Cante na solidão.
Tem suas casas, brancas, caiadas,
irradiando… confiança e harmonia,
ao verão que brota calor.
O amor surge no caminho, 
pelo campo é esperado,
coberto de flores, de esperança!
Na Florbela Alentejana
que descreve com paixão
as primaveras e os invernos da vida;
os pastores com seus rebanhos
no sentimento e no labor!
A Natureza, a liberdade e o pranto,
através da Poesia. 

Alentejo das cantigas,
da família e da vizinhança;
das azinhagas e dos montes, 
do ondular das searas!
Da Terra Mãe Soalheira.
Tem a tradicional criação:
- na olaria, no chocalho;
na bela tapeçaria e tecelagem.
Guarda no peito a ternura,
nas mãos o perfume do sul,
 a força do Povo no acreditar
que abrem as portas ao mundo!...
Na Luz da Existência. 



Setúbal, 13/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto


Nota:
Na solidão dos montes
o sol brilha no montado;
de olhar fixo nos horizontes
o homem pensa no campo lavrado.

Lagarto

sábado, 10 de agosto de 2019

SOLO AVENTUREIRO



Oh Setúbal!
Terra engalanada espreitando o mar
e da famosa costa lusitana!
Da Arrábida,
do cimo da Serra, com o céu a seus pés,
beijando tamanha beleza,
desde a Foz do Outão
a Sesimbra, no sonho e na certeza.
Palmela, lá no alto do Castelo,
olha o Rio Sado,
que banha a Natureza.
Com a Tróia, nas margens, na alegria
partilham a visão humana.
Deus criou a Baía,
nela mergulham os golfinhos,
navegam os pescadores e marinheiros!...
Com encanto.


Setúbal,
Cidade Du Bocage, da Poesia;
da Luiza Tody -
no Belo Cante!
Acende a luz da vida
entre esplendor...às traineiras e ao labor.
São as glórias sentidas
nas redes, ao largo, lançadas,
como grito nas madrugadas
neste Solo Aventureiro.


Setúbal,  10/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto

Nota:

Cidade Bocagiana
banhada pelo Rio Azul;
sonhada por força humana
entre o norte e o sul.

Lagarto

domingo, 4 de agosto de 2019

ÉVORA, AUGUSTA CIDADE



Évora, Augusta Cidade!
Tem Templo Romano, Sé Catedral;
a Fonte do Giraldo que brota idade...
Igreja de Santo Antão - Altar Divinal.

Arcadas  na Praça, são mantas ao vento
e sombra ao sol quente Alentejano;
Porta de Aviz convida ao sentimento,
sorrindo!... Ao Povo Transtagano.

Faustos jardins - canteiros de flores,
beijam as mentes livres e o sonhar.
Becos e ruelas falam dos amores!
Em noites suaves e ternas  de luar.

Cada recanto escreve uma memória,
guardada, como clarão,  nos Museus.
São pergaminhos culturais da história!
Lutas travadas, em nome, do Senhor Deus.

No seu seio vivem segredos,
por entre séculos, na planície imensa;
batalhas sangrentas, vitórias sem medos,
para a conquista, soberana pertença.

Acendem-se as estrelas, vêm engalanar!
Iluminando a paisagem do Distrito.
Trazem esplendor naquele abraçar...
á ilustre Região de gabarito.

Em contemplação, esperança triunfal,
oferecem o Cante à alvorada.
De coração irmanado no ideal
caminham unidos na caminhada.
    

Setúbal,  04/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto







sexta-feira, 2 de agosto de 2019

SOU ALENTEJANO DE RAÇA


Sou Alentejano de raça,
nascido a Sul de Portugal!
Desfilo na vida com tal graça...
no palco da planície real.

Olho a terra lusitana,
soprada pela ventania!
Testemunho da força humana
cantada em pura poesia.

Ouço as vozes dos pastores
no teatro, dos verdes montados,
aonde brilham as flores
por entre campos dourados.

Vejo a luz do sol quente
que desmaia no meu olhar;
liberto a chama da mente,
fixando o azul do ar.

Sobre a visão aguerrida
o vasto mundo fala!
Da maravilha sentida...
cuja paisagem embala.

Povo, de querer e engenho,
valoriza os Saberes!
Usa de costumes e empenho,
obras eleitas dos criadores.

Recorda poeiras dos arados
trazidas das memórias dos montes.
Deixam corações molhados!
Amores, correndo das fontes.


Setúbal, 03/08/2019
Inácio José Marcelino Lagarto