sexta-feira, 28 de setembro de 2018

ALENTEJO PAISAGISTICO



O Alentejo paisagístico
num dançar belo e artístico,
em tons de pinceladas coloridas.
Com arte e serenidade
vai lutando pela Liberdade,
no Cante e nas quadras sentidas.

Partilha a terra, o mar e os céus,
a força, do Povo, unida a Deus
sob a batuta, astuta da Vida.
Soam versos, palavras e harpejos,
acompanhados de puros ensejos
e da vivência sonhada pedida.

No meio das searas verdejantes
pelo hoje e futuros caminhantes,
ceifadas com ternura pela razão.
Acorda a alvorada em sinfonia,
aproveita o luar e a luz do dia
a fim de fomentar a Criação.

No Alentejo, erguem-se os arvoredos,
as flores despontam sem medos
soltando um fresco perfumar!
Lançam pétalas nos caminhos.
Ouvem-se, nos quente ninhos,
as aves, no seu alegre chilrear.

Num conjunto de harmonia
o tempo é real e de magia,
faz renascer a coragem.
As coisas tornam-se tangíveis,
alimentadas por sonhos sensíveis,
segredos guardados na Viagem.


Setúbal, 29/09/2018
Inácio José Marcelino Lagarto


Nota especial:

Vós humanos com sentimento
livres na vida e no pensamento
ao Saber guardais respeito.
Antes que as trevas os entale
 não deixeis que o sonho vos cale
só ao Amor estás sujeito.


Inácio Lagarto


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

NOVA ESPERANÇA



Numa bela partilha  fraternal
o Alentejo abraça Setúbal!
Deixa o tempo florescer.
Naquele sorriso matinal
recebe um carinho original
do Homem do Mar no seu dever.

Beijam, o Sado e a Serra
e a beleza que nela encerra!
Navegam no Rio do Pescador.
A Avenida Tody  como tesouro,
o Bocage Poeta de ouro
numa Cidade com tanto amor.

Os sonhos ganham alento,
dão chama ao pensamento
mostrando acção e vontade.
Fazem palpitar o coração
de um Povo unido pela razão!
Um sentir com saudade.

Mergulham na Baía Salgada,
pensam na Fábrica abandonada
que outrora, foi orgulho e viver.
As praias oferecem encanto,
estendem à planície, azul manto!
Nova esperança ao vencer.

Setúbal, 26/09/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

terça-feira, 18 de setembro de 2018

NASCI NO ALENTEJO

Mote
Sou Poeta Popular
Nascido em Solo de Viana
Levo o tempo a sonhar
Na Família Lusitana.


I
Sinto abrigo neste Concelho,
sigo a caminhada na Vida;
vou escrevendo prosa sentida,
faço do poema evangelho,
vejo o reflexo no espelho.
Gosto muito de ouvir cantar,
penso no ideal ao rimar,
trago tradição do Castelo -
junto ao Largo rico e belo!
Sou Poeta Popular.

II
Filho de alma extraordinária
situada entre Évora e Beja;
cuja agricultura,  fértil, beija
ao recordar a Era Lendária
e ostenta, a data Centenária.
Calma Terra Alentejana,
numa fé que nos irmana
tem na Olaria grandeza e arte
e da qual, um dia, fiz parte!
Nascido em Solo de Viana.

III
Alcáçovas partilha as memórias,
Jardim das Conchas, Paço dos Henriques;
Falam igrejas, conventos e parques,
tocam Chocalhos, sons e glórias!
As ruas guardam estórias.
Deixam a razão a meditar,
quanto segredo por desbravar
na casa branca pintada
e lá dentro… a doçaria moldada.
Levo o tempo a sonhar.

IV  
Olhamos Aguiar como laço,
templo de labor e gastronomia;
a luz de Évora já alumia,
bebemos água na Fonte do Paço
e à Anta damos um abraço.
No desejo que não engana
e o querer da força humana
são Povos de vozes erguidas,
de nobres crenças unidas!
Na Família Lusitana.


Setúbal, 17/09/2018
 Inácio José Marcelino Lagarto

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

ESCOLA DE SÃO JOÃO





Quantos sonhos lavrados
neste pátio ao luar,
carinhos das manhãs
no brincar e aprender
como a água cristalina.
Os sons foram gravados
deste saudoso lugar!
Bebendo palavras sãs,
saciando o viver
numa caminhada divina.

Voando nas asas da sorte
ouvia-se a campainha,
clamando pela razão
para um novo acreditar!
Iluminando o espaço.
Mestre hábil e de porte,
com sua varinha
ou, de livro preso na mão,
no desejo de ensinar
não vergava ao cansaço.

Os tempos correndo
de bênção e de frescura,
sonho de primavera
com supremo encanto!
Hoje Biblioteca da luz.
Ontem Escola crescendo,
de Família futura
trepando como a hera,
de bibe como manto
a nobre Cultura conduz.

Setúbal, 11/09/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

Nota:   Sou filho do Alentejo  
             nesta escola aprendi a sonhar;
             por Viana sinto ensejo
            que jamais poderei pagar.

            Lagarto

domingo, 9 de setembro de 2018

SETEMBRO MÊS DE LABOR




Olhamos a árvore amiga com paixão,
percorremos distâncias sem fim;
o coração, no espaço, fica a palpitar
e nele enceta a caminhada.
Ao horizonte acena a suave mão,
na vontade verdejante no jardim
estendendo os ramos para o ar, 
numa copa larga arredondada.

Desabrocha Setembro, mês de labor,
das vindimas  e das uvas maduras
libertando o sangue sagrado,
esmagadas, transformadas em vinho.
Delirante aroma e doce amor
oferecido às mentes seguras,
depois no tempo fermentado
a quem caminha neste caminho.

O clima do outono entoando
traz o manto da chuva  e do frio 
após o verão do calor e da praia,
cujo sonho na vida recomeça.
As campainhas da escola musicando,
São Martinho aproxima-se com poderio;
guarda-se a moda leve de cambraia
até que o sol a terra aqueça.

As árvores passam cantando,
cidades e vilas ficam povoadas
num vaivém louco e turbulento
entre corpos erguidos ou curvados.
Os Saberes na dura luta passando
por horas fixas abençoadas,
mantêm o fecundo pensamento
e semeiam o sonho sonhado.

Setúbal, 09/09/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

O POETA NÃO MORRE



Cumprindo o gosto de ser Poeta
ao dizer adeus à Vida;
corre livre para alcançar a meta
numa caminhada sentida.

O Homem divagando viajou
no sonho musicado de Orfeu!
Numa nuvem branca embarcou
mas a obra literária não morreu.

A Cultura fica mais pobre
no momento da despedida!
Aquela figura de mente nobre
partilha, a palavra querida.

Deixa no ar a saudade
sobre pensamento e gracejo;
mergulha no rio da vontade,
na corrente e no ensejo.

Os dias são iguais às noites
cujas noites fazem parte dos dias,
na Liberdade não existem açoites!
Entoam Cânticos de Poesias.

O sossego é dilatado
segue uma rota bem clara;
de colorido variado,
por ser suave ninguém repara.

Ali moram todos os artistas,
gente de luta e trabalhadores!
Não faltam as guitarras e os fadistas
enaltecendo...tão ricos valores.

Numa Unidade Criativa
ao crer e  mistério não fica alheio!
Quando o sonho a terra cultiva
semeia o trigo, a cevada e o centeio.



Setúbal, 03/09/2018
Inácio José Marcelino Lagarto