percorremos distâncias sem fim;
o coração, no espaço, fica a palpitar
e nele enceta a caminhada.
Ao horizonte acena a suave mão,
na vontade verdejante no jardim
estendendo os ramos para o ar,
numa copa larga arredondada.
Desabrocha Setembro, mês de labor,
das vindimas e das uvas maduras
libertando o sangue sagrado,
esmagadas, transformadas em vinho.
Delirante aroma e doce amor
oferecido às mentes seguras,
depois no tempo fermentado
a quem caminha neste caminho.
O clima do outono entoando
traz o manto da chuva e do frio
após o verão do calor e da praia,
cujo sonho na vida recomeça.
As campainhas da escola musicando,
São Martinho aproxima-se com poderio;
guarda-se a moda leve de cambraia
até que o sol a terra aqueça.
As árvores passam cantando,
cidades e vilas ficam povoadas
num vaivém louco e turbulento
entre corpos erguidos ou curvados.
Os Saberes na dura luta passando
por horas fixas abençoadas,
mantêm o fecundo pensamento
e semeiam o sonho sonhado.
Setúbal, 09/09/2018
Inácio José Marcelino Lagarto
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