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Olho e penso com agrado
na palavra que se revela;
vou esboçando simples quadro
que na mente está guardado
ficando livre em noite bela.
Palavras formam vontades,
exprimem um pensamento,
tornando os sons articulados.
Pesadas ou não realidades
descrevem doce momento
quando em escritos lavrados.
A chuva e o sol dão alegria,
parte do conjunto no existir!
Espreitam além da vidraça...
reagem ao longo do dia.
Servem o viver com sentir
ou ilusão em fina taça.
Nas noites silenciosas
em que o vento tudo ignora
ouvem-se...palavras sedosas
dum sonhar que vem de fora.
Setúbal, 26/08/2015
Inácio Lagarto
Se a Vida fosse uma estrada
com arvoredo e verdura;
aves voando com ternura
alegrando a caminhada.
Com esperança florida
ao sol que abraça o dia;
dando alma à Sabedoria
numa chama repartida.
Há quem viaje sozinho
beijando a Natureza;
em grupo pela firmeza
pisando ideal ou espinho.
Há quem tropece no rochedo,
olhe de lado sem ver ninguém.
Alguns partilham o que têm,
outros da sombra, sentem medo.
Ruídos cegos da vaidade
enchem bolsos da comida;
fomentam fome sentida
aos irmãos da verdade.
A estrada da existência
pode ser simples ou tortuosa!
Pintada na fé e ciência
...luz em tela graciosa.
Setúbal, 26/08/2015
Inácio Lagarto
Fico contente
alimento a mente
com versejar.
Ao almoço
e ao jantar
desde moço...
uso do rimar.
É um desafio
que corre do rio
como ocupação;
nesta solidão
que vive o pobre
sem ideal nobre.
Vai parodiando
sonhando...
calando o coração.
Sinto alegria
com a melodia
que vem do expressar;
do Don Solidon
com povo a cantar.
Sem mudar de tom,
de mão dada
com voz afinada
criando amizade.
Sentindo saudade
do ai olé! Ai olé!
Do Mestre André;
do alecrim dourado
que nasce no campo
em verde manto...
sem ser semeado.
Setúbal, 24/08/2015
Inácio Lagarto
Minha voz, um conselho de amigo!
A Vida tem um tempo sonhado.
Pelas mão um mistério bordado
numa tela, que cada um traz consigo.
Campos perfumam a Natureza
com correntes dos rios em harmonia;
o céu regula a noite e o dia
em que brilham mentes com firmeza.
A Ciência ao homem ensina
a consciência do existir!
Na beleza da luz cristalina.
Assim, cumprem a lei do destino
moldando a força e o sentir!
Com plano traçado e divino.
Setúbal, 23/08/2015
Inácio Lagarto
Vai lavrando o inspirador,
lançando versos no ar.
Sem esquecer a sua dor
olha a Vida em seu redor
como cavador a cavar.
Poesia semeia
entre rosal colorido.
Com a luz da candeia
a mente se rodeia
no caminhar erguido.
Fresca em campo fora
repleta de desejos.
Rompendo na aurora
e regada na hora...
as palavras dão beijos.
Com a aragem fria
a chuva vem-nos molhar!
Quente dá alegria
à paz do nosso dia,
reforçando o criar.
Pão servido à mesa
do justo com coração.
Honra duma certeza,
alheio à tristeza...
mata a fome à solidão.
Setúbal, 22/08/2015
Inácio Lagarto
Com Verão na despedida
anda no ar o reflectir.
Sem Sonhos não há Vida
nem grandeza do existir.
...
Árvore frondosa - O Povo
carrega tanto Saber.
Floresce com sonho novo
na Natureza e viver.
...
Vivemos alegremente
como pérolas brilhando.
Unimos as mãos docemente
com olhar fixo e mente
nesta Beira-mar lutando.
Setúbal, 16/08/2015
Brilha a luz na Natureza
e as sementes germinam.
Os campos ficam a florir!
Paisagens mostram beleza
em amores que suspiram
pela colheita a repartir.
....
Que ao Sonho traga ventura,
sol da vida que ali desceu.
Dê ao pobre a cobertura
...alegria e doçura
que o destino não aqueceu.
Setúbal, 18/08/2015
Inácio Lagarto
Olhando o Sado junto ao mar
que corre sereno do sul
fico a falar com a Serra
ao espreitar o céu azul.
Filho do Rio por adopção
divagando ao luar.
Vejo a estrela no Outão
piscando na Foz...a brilhar.
Naqueles cheiros e cores
a luz projecta amizade.
Do alto as belas flores
entregam beijos à Cidade.
Arrábida verdejante
com Setúbal de mão dada,
da Baía boa amante,
pela Tróia, apaixonada .
Da corrente estou bebendo
minha mente saciando.
Nas ruas Du Bocage lendo
terna Vida, partilhando.
Em águas livres sem medo
vim entregar meu coração,
na juventude em segredo
...num Poema de eleição.
Setúbal, 13/08/2015
Inácio Lagarto
Viver e aprender
a Vida espera por nós!
O mundo é das crianças
olham o sonho com claridade
sem máscaras no vencer.
Trazem memórias dos avós
em desejos de mudanças
...portas abertas à liberdade.
São necessários os sentidos
que orientam o despertar
no relógio do nascer.
Em Poesia distribuídos,
lado a lado no caminhar;
nesta cruzada que nos guia
e a estrela luzidia
deixar de aquecer.
O Bem e o Mal connosco existem,
fazem oscilar o coração
que podemos temperar!
Em crença, em ternura,
às ilusões tristes.
Acender a chama da paixão,
subir à montanha e voar...
clamando pela Cultura.
Neste castelo de quimeras
o Povo, não foi embora!
Quer rir nas primaveras
e acordar... a terna aurora.
Setúbal, 11/08/2015
Inácio Lagarto
É curta ou longa a caminhada
nesta sementeira de ensejos
em que se lança o Amor.
Numa data perfumada
cujos princípios são beijos,
numa harmonia sem cor.
Subimos, subimos na altura
a estrela fica distante.
Vontade vai aumentando
em Saber e Justiça pura.
Quando a mente é brilhante...
Verdade e Razão ficam lutando!
Queremos alcançar Ventura.
No templo da Natureza penduramos
a Vida que nos dão.
Na videira florida enlaçamos
o fruto, da boa União.
Em cálice de cristal bebemos
o culto da qualidade!
Os sonhos que não vencemos,
os troféus que erguemos
na corrida da Idade.
Os ritmos do tempo não apagam
o vento que nos vem ferir.
As Amizades afagam...
a Grandeza do Existir.
Setúbal, 10/08/2015
Inácio Lagarto
Guardas feitos e glórias
dum passado reluzente.
Factos eleitos das estórias
consagrado em bem presente.
Sol abrasa a paisagem
rouba sentir à perfeição.
Branca casa na imagem
dá de nutrir ao coração.
Belas fontes estão correndo
matam mágoas aos caminhantes.
Vêm dos montes, perigos vencendo,
livres águas... sons cantantes.
Ao relembrar o terno pastor,
na solidão com as ovelhas.
Vejo ceifar trigo ao calor,
oiço canção de letras velhas.
As mãos molhadas do oleiro,
santa virtude do artesão.
Peles moldadas pelo sapateiro
dão atitude ao pé, no chão.
São façanhas no acenar
da idade que embala.
Tão risonhas, querem acordar
Saudade...que nos iguala.
Setúbal,08/08/2015
Inácio Lagarto
Viana Terra Sonhada,
princesa do Alentejo
pela luz iluminada
com o sol da alvorada,
tão bela...outra não vejo.
A força Alentejana
vem da riqueza do trabalhar!
Foi Visigoda, Romana,
com Árabes nos irmana...
traz no choro o seu cantar.
Amanhece com a vizinhança,
gente com alma no partilhar!
Conquistou a confiança
em amizade e aliança
...com Senhora d´Aíres no Altar.
O Alqueva corre perto
florescendo em novo sonhar!
Oriola e Outeiro por certo,
com o querer ali desperto
esperam...o campo regar.
Évora, cidade de avós
estende seu manto de cor!
Liberta da sombra a voz
para que Povos não vivam sós
...abram a Semente do Amor.
Setúbal, 07/08/2015
Inácio Lagarto
Setúbal acordou triste!
Perdeu um Filho bom
que divulgava Cultura.
Duma árvore que persiste
no tempo, cujo sonho lavrou...
deixando Saudade futura.
Miguel, Homem do mar
ligado à faina da Vida,
numa fúria do viver.
Um NAIF popular,
criou na tela florida
a humildade e Saber.
Paris o acolheu
numa força de embalar,
de chapéu largo...um Varino.
Com postura enriqueceu
bela forma de encantar!
Um Ser simples e divino.
Alimentou o amor
com sua Noelle amada,
em tão rico partilhar.
Pintou horizontes de cor
sem receio na caminhada
...Um CHARROQUE em seu falar.
Rio Sado está chorando
...trabalhador da imagem altiva
que viu a fábrica florescer.
Junto ao Cais descarregando,
manteve tradição bem viva
como fonte de prazer.
Ditoso povo que acena
o lenço do último adeus
ao Amigo na despedida.
Nesta partida serena
desejos que foram seus!
É nossa palavra sentida.
Setúbal, 31/07/2015
Inácio José M. Lagarto
