quinta-feira, 30 de outubro de 2014

GERANDO SONHOS


Tirei da profunda terra e encontrei
um fértil solo, produtivo, o barro;
cavado das entranhas, o transportei
com um muar, puxando o carro.

Com enxada firme reparti o miolo,
após ar e tempo o ter secado;
amassei-o com magia, feito um tolo,
para com hábeis mãos ser trabalhado.

Gerando sonhos tornei-me criativo
na argila moldada, esculpi a Vida;
daquela arte, fiquei cativo!

Lancei velas ao futuro, com outros panos.
Ancorei o barco com alma sentida...
com o Alentejo partilho os Anos.



Setúbal,30/10/2014
Inácio Lagarto

As árvores sombrias
abrigam aves cantando;
guardam noites e dias,
dão frutos e alegrias
e o ar vão perfumando.

Setúbal, 30/10/2014
Inácio Lagarto

PALAVRAS NA POESIA


Brota de mim a poesia
como água cristalina do rio!
Palavras beijam a maresia
acalmando silêncios do frio.

Vão correndo para o mar...
nadam na loucura ou vaidade
embriagadas nos amores.
Deixam o sonho mergulhar,
no leito, na ondulação da verdade!
Tocam nas margens dos libertadores.

São turbilhões de nadas
que da mente querem saltar!
São aguarelas esboçadas
procurando feliz viver!
São vozes amordaçadas
duma ferida a sangrar!
São expressões conjugadas
fogo no peito a arder.

Palavras...são pensamentos
guardados nos afectos,
em cofre por abrir!
Na noite escutam...os tormentos,
abrem-se os ficheiros secretos
...deixando a Poesia fluir.


Setúbal, 29/10/2014
Inácio Lagarto
São sons articulados
da saudade que vem de longe,
em mistérios desvendados.
Dos caminhos já andados
não fazem de mim um monge.

29/10/2014
Inácio Lagarto
Passar o tempo e viver
sem nunca apagar a luz;
são caminhos a percorrer
dando voz ao querer
quando a chama nos conduz.

26/10/2014
ilagarto

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

NÃO SOU POETA, NEM CANTADOR


Se eu soubesse fazer versos
fazer quadras para cantar;
alegrava povos dispersos
dando à Vida...meu doce sonhar.

Se eu soubesse escrever bem
construía um mundo fadado;
pela liberdade que dele vem
como um jardim encantado.

Se eu soubesse pintava o sonho
de prosa e de luz da aurora;
aquecido de raio risonho
em que povo sofrido não chora.

Refrão

Não sou poeta, nem cantador, não!
Não sou cantador...
nunca fui um mal amado.
Não sou poeta, nem cantador, não!
Não sou cantador...
não me esqueço do passado.

Mas se eu tivesse rimar terno
ou se na noite julgasse assim...
embalava o triste inverno
em poesia que vem de mim.

Só escrevia imagens sentidas
e se as mesmas fossem de ilusão...
dava-lhes cores floridas
que tocassem o coração.

Refrão

Não sou poeta, nem cantador, não!
Não sou cantador...
nunca fui um mal amado.
Não sou poeta, nem cantador, não!
Não sou cantador...
não me esqueço do passado.


Setúbal, 26/10/2014
Inácio Lagarto



Nota:(baseado no poema de Carlos Paião)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ACORDA O SONHO


Doce palavra, minha inocência,
foi tocada por um Mestre, Grande Pintor,
Homem que olhou de frente a Natureza.

Saberes Dele não se perderam!
Eu sonhava na existência,
bebia na fonte que arte brotava.

No barro, pincel, lápis ou carvão,
os primeiros passos encenava.

No sul morava a tristeza
perdida em sonhos cantando,
aquecendo a ternura.
Corações iam lavrando
dura paixão, com firmeza
...rasgando mentes aos retalhos.
Nuvens silenciosas
olhavam de frente...a certeza.

Novo tempo renasce...
Acorda o sonho e o divagar
sobre futuro na caminhada;
naquelas horas serenas
deixou ao sentir...o falar.

A Vida acaricia!
A estrela brilhante tremia
junto às paredes da rua.
Da sombra
uma luz reflectia
caiando de esperança...a tela nua.


Setúbal, 20/10/2014
Inácio Lagarto

Há sempre um sonho na Vida!
cumpri-lo ou não já é diferente.
Sou sonhador e acredito
noutro amanhã aqui na terra...
no Homem há força sentida!
Neste pensamento ...medito.

Setúbal, 20/10/2014
Inácio Lagarto

sábado, 18 de outubro de 2014

Rola a vida, nesta data,
cresce o carinho no existir;
muda-se a folha mas não a viagem
na onda do mar cor de prata.
Deixa ao espraiar novo sorrir
quando da Serra sopra...aragem.

Setúbal, 18/10/2014
Inácio Lagarto


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

DIA FLORIDO


Parabéns pelo teu dia!
Floresce força e vontade
aos pés do Sado, calmo e belo,
vem banhar, Cetóbriga, cidade romana.
Neste paraíso da baía azul
um Anjo, olhando a terra, está sorrindo...
com rosto rosado, festeja a alegria!
Teu lutar é bom vê-lo,
guiando a razão, a fraternidade.
És semente lusitana
...futuro vais construindo,
com coração e magia.

Anos...são soma de Saberes!
Partilha de horas
no decurso do tempo.

É sonhar e renascer
não omitindo a verdade,
na estrada da Vida
...percorrida com energia!
Sabe-la amar e vencer.

Escuta o sonhar!
Dá tempo ao teu tempo,
nele tens de acreditar.
Contabiliza ternos momentos,
tens na frente um amanhã...
Guarda-o! Afaga-o!
Não o deixes abalar.


Setúbal, 18/10/2014
um beijo
Inácio Lagarto

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

NOSSOS DIAS


Os dias não são iguais!
Nem os tempos, em que vivemos,
fazem esquecer as glórias.

No mistério, na chama, na vida,
quando o sol aquece demais
no raio que encandeia.

Na luz que dele vem
fertilizando o grão que semeia!

É preciso cultivar Amizade,
em harmonia, que trazemos,
não secando a lembrança.
Fruto da fraternidade
guardado, com o legado,
no celeiro da confiança.
Sem Ela não há nada!
O sonho...tem de ser regado.

Fecunda o Amor...
na justiça e saber,
com as armas da aurora;
semente da consciência
deixando aos dias...o crescer.

Existência! É nosso pão!
Duma rica sucessão
ao acarinhar o pensamento.
O sentir
acende o clarão,
dando ao dia...movimento.


Setúbal, 16/10/2014
Inácio Lagarto
Escuto a noite! Falo ao dia
que a alvorada, vai acordar!
Caminho sobre o verde, com ousadia,
na força da vida que nos guia,
ouvindo o pássaro... a chilrear.

Inácio Lagarto

terça-feira, 14 de outubro de 2014

POESIA


Esgrime na noite a sussurrar,
com palavras.
Abre-se a mente, ao versejar,
em todos os sentidos;
uma mensagem aparece
modificada,
entra clara nos ouvidos...
e há quem a escute acordada.

Pelas cordas do sonhar
...timbres, acordos, harmonia
vão soando.
Não são os golpes da tirania,
de gente hábil na avareza
que vão roubando a riqueza!
Com falsa meta
que calam a voz, livre, da certeza
Do Poeta.

Sons vagueando no tempo?
Mas é na tela, com belas ramagens,
numa real telepatia
que comungam com as imagens
Da Poesia.

Setúbal, 11/10/2014
Inácio Lagarto



Escrever é um desafio
num campo verde de inspiração;
uma história, um tempo sombrio,
quando tocam no coração.


Inácio Lagarto

LONGAS HORAS


Fitando palidez da noite
sinto febrões e calafrios,
perdidos no sonho e na graça.

No ritmo dos versos, da paixão
com a força do vento que sopra
e a criatividade me abraça.

Estou voltando à inocência...
uma voz solene me enlaça!

Nas saudades e utopias
em horas silenciosas;
no criar fantasias loucas
dum mundo fechado na mão.
Da sombra humilde que sente
naquele que é meu irmão.

Longas horas
a meditar ao luar...
com vontade de aprender;
para esquecer a ilusão
deixo à mente, o divagar.

Faço da vida minha razão!
Dela, recolho a lição,
feita  de liberdade.
No peito
bate forte...um coração.


Setúbal, 10/10/2014 
Inácio Lagarto
Palavras quebradas e vencidas
entre clarões vão meditando;
gente que implora, de mãos esquecidas,
querem sarar sonhos e feridas
porque os cravos...estão roubando.

ILagarto

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

UMA ESTRELA BRILHOU


Sorriram as oliveiras da Serra
rasgando o céu!
Deram alegria ao castelo
...Um Poema floresceu.

Do amor nasceu,
embalado numa canção!
Uma escultura  de oleiro
moldada com coração,
num desejo obreiro
a quem a arte bafeja.
Rondava Natal na vida,
como mágico farol
dando luz à união.
Brilhou a estrela do sol!
A casa foi aquecida
por paixão e esperança;
sentida
sonhada...
com sinal de bonança,
em regaço maternal!
Trazia viagem anunciada
para cumprir um ideal.

Memórias dos tempos temos
iluminando a ansiedade,
dos Saberes que vamos lavrando.
Quantas barreiras vencemos!
Somos sombra ao que fizemos,
procuramos felicidade
neste Globo...sempre rolando.


Setúbal, 01/10/2014
Inácio Lagarto
Corre-me sangue nas veias
no ouvir cantar a amargura;
ver nuvens de pombos, passando,
junto ao castelo. nas ameias.
Saciei nas fontes a frescura,
vi  na rua, a fome chorando.

Setúbal, 01/10/2014
Inácio Lagarto