quarta-feira, 29 de outubro de 2008

VERDES CAMPOS


Verdes campos, belos campos,
Em Todo o Sol do Alentejo;
Trazem até mim as paisagens,
Com meus olhos eu as vejo,
Aquelas ternas imagens.

Verdes campos, belos campos,
Planície em nada igual;
Comigo, mora um desejo,
De rever quadro divinal,
Pintado sobre azulejo.

Verdes campos, belos campos,
De ti nasci e fui criado;
Vem dali quanto ensejo...
Do Sonho e Altar abençoado,
De Aires, no Alentejo!



Setúbal, 11/08/2008
Inácio Lagarto

MENTE DE POETA


A poesia precisa,
De espírito e forma;
Com pompa improvisa
E, ao viver, não se conforma;
Requer compreensão -
Atenção...
Nela se revê!
Transforma a fantasia,
Harmonia
Os amores
A ousadia;
Divaga sobre o que vê!...
Usa de magia,
Como quem pinta flores,
Paisagem e verdura,
Esperança,
Sonhos ou ilusão,
Porque não? A formosura!
Como o crescer de criança,
O cúpido, no coração.
Ser POETA! Não é mente em vão!


Setubal, 27/10/2008
Inácio Lagarto

OS BURROS




Todos nós, somos uns burros,
Sem um tempo para zurrar;
Levamos a vida aos sussurros,
Apanhamos fortes murros,
Não desprezamos o albardar.

Ornamentados por guizeiras,
Abrimos alas aos fanfarrões;
Damos montada às peneiras,
Suportamos as mesmas asneiras,
Daqueles vaidosos garanhões.

Fazemos coro na burricada,
Julgada um dia, em extinção;
Perdemos a força na dentada,
Pelo freio na beiçada,
Nem damos coice, na ocasião.

Vem de outrora, o vendar dos olhos,
Presos à nora, no tirar água;
Para que o lucro cresça aos molhos,
A Bolsa vai enchendo os folhos,
Este viver é de triste mágoa.

De orelha murcha e comprida,
Seu caminhar fica incerto;
De curta arreata oprimida,
Com longa cinta sentida,
Neste Mundo dito aberto.

Setúbal, 27/10/2008
Inácio Lagarto

PIRATARIA


Avenida garrida,
De tráfego intenso!
Num vaivém sem parar;
De segurança despida,
Com comércio imenso,
Entrada sem par;
A Rotunda agita,
A mente hesita -
Na Praça de Portugal.
O roubo coabita,
De arma na mão;
Nada é igual,
A vida é sentida...
Causa confusão!
Perseguem riqueza,
Fruto do trabalho;
Porque o ladrão: -
É gente da rua,
De alma nua -
Percorre atalho;
Mostra fraqueza,
Usa de traição.


Setúbal, 14/08/2008
Inácio Lagarto

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PRISMA


Unidos
Somos o prisma
Que espalha o amor;
é o despertar dos sentidos
Que nos estima,
Em todo o seu valor;
Acorda os raios e chora,
Na sua protecção.
Pirâmide de cristal,
Num conjunto Universal;
Luz forte na hora,
Acalenta nossa visão.
Está patente em decomposição,
Transparência no momento,
Em harmonia -
Com encantamento;
Fogo que arde, parece brasa,
Liberta a asa
Na ânsia da ilusão,
Difusão,
Dos coloridos -
No branco, repartidos.


Setúbal, 26/10/2008
Inácio Lagarto

EDUCAR


Educar
É nobre dever;
Não pode ignorar,
Nem esconder,
O Partilhar/Comunicar.
Pertença dos pais,
Professores,
Mestres
Ou, Educadores
E, de quantos mais!...
Eles têm o meio -
Nova temática;
Até do Centeio,
Se faz bom pão.
Neste tempo, de informática,
Há Formação!
Usam a dimensão,
Um novo polir;
Como explicar -
O bem e o mal;
Porque instruir
É afinal...
Dar ao lutar,
O SABER CUMPRIR!

Setúbal, 26/10/2008
Inácio Lagarto


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O CAMELO


Há por aí muito camelo,
De íngreme bossa a ondejar;
Com ar pomposo é vê-lo,
Sem o outro poder vencê-lo,
Imponente no triunfar.

De barriga, larga e cheia,
Depressa deixou o deserto;
Vai tecendo árdua teia,
Triste vaidade, em nada premeia,
Nunca olha, ao que vive perto.

De cadeira, bem afinada,
Aquele ignóbil valentão;
Trocou areia pela estrada,
De pele encaracolada,
Tornou-se num embuste vilão.

Veio de longe, do Oriente,
Desprezou rara paisagem;
Corre veloz, como gente,
Usa diálogo impertinente,
Para sacudir a folhagem.

Serve na vida de montaria,
Caminha, sem caminhar;
Tem mistério e ousadia,
Faz da força antipatia,
Parece jumento a soprar.

É garboso em estupidez,
Quer elevar a aspiração;
Promete o que jamais fez,
Engana o louco, sem sensatez,
Neste Mundo de ilusão.

Os animais seguem perdidos,
Todos gemem nos espartilhos;
Quantos camelos feridos,
Por gladiadores sacudidos
Que lhes tiram os ternos brilhos.

Setúbal, 23/10/2008
Inácio Lagarto


LINDA ESTRELA


Subiu ao Céu, uma estrela,
Faz parte da Constelação;
Porque a Mãe queria tê-la,
Recebeu-a com devoção.

A Primavera chorou,
Numa manhã silenciosa;
A nossa força quebrou...
Perdeu uma flor graciosa!

Fascinada por viagens,
Partiu para não voltar;
Sorri alegre entre folhagens,
Dando esperança ao nosso amar.

Emana perfume p´ró Mar e Terra,
Fragrâncias ao nosso viver;
Sonhos que a vida não encerra,
Neste tempo por compreender.

Minha alma, secou raíz,
Com o vento do sofrimento;
Aquele temporal, eu nunca quis,
Trouxe a mágoa, como lamento.

Tornei-me figura peregrina,
Viajante de velho caminho;
Venho ver-te, minha menina,
Dizer-te adeus, de mansinho!...


Viana do Alentejo, 06/1o/2008
Inácio Lagarto


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

PONTE ALENTEJANA


Somos ou não aquela ponte,
Desse Alentejo fraterno?!
Nascidos à sombra, duma fonte,
Criados em Olival terno.

Partilhamos acervos laços,
No honrar a terra do pão;
Cada um, luta por espaços
Ou, cantando em união.

Foi passado... Rio a correr!
Quanta comédia se lastima?
Escrevo poemas, por lazer;
Faço mexer, minha auto-estima.

São escritos puros e singelos,
Neste tempo, quase a queimar;
Neles recordo, muito dos Elos,
Dou à VIDA, o meu pensar!

Tento escutar o momento,
Medito... A mente gravou!
À minha volta, há movimento,
A voz do poeta divagou!

Trago força Alentejana,
De memórias ancestrais;
Com o Povo, ela irmana,
No ceifar densos trigais.


Setúbal, 21/10/2008
Inácio Lagarto

INCOMPREENSÃO


Bem haja, quem aprecia
no poeta a sua arte!
Quanta riqueza seria
reconhecer seu estandarte.

Lutar por uma cultura,
num sinal de alegria,
é mostrar como faria...
p´ra utilizar ternura;
a tocar na vida dura,
bem haja, quem aprecia.

Concretiza a fantasia
no rimar... no seu combate!
O pensar surge de Marte,
numa alegre magia.
Vem preencher harmonia
no poeta a sua arte!

Usa  de imaginação,
um pouco de utopia;
ao declamar alivia
o defender da razão;
com tão nobre opinião?
Quanta riqueza seria.

Defensor da verdade,
hábil lança não parte!
Bela palavra reparte 
na força da liberdade...
pena não haver vontade,
reconhecer seu estandarte.


Setúbal,24/01/2002
Inácio Lagarto

GENTE


Tu és a fonte da vida
.............Da esperança e ambição
Tu és a água a jorrar
.............Do romper na madrugada
Tu és semente enriquecida
.............Do sonho e cotinuação
Tu és o caminhar
.............Da infância encantada
Tu és luz incandescente
.............Do pensamento rasgado
Tu és o líquido imaculado
................Da fugaz lágrima a cair
Tu és a sede que se sente
................Do mundo embriagado
Tu és o fogo sagrado
............... Do viver e sentir
Tu és aquele alguém
............... Do lutar e vencer
Tu és também gente
.............. Do servir em glória
Tu és fruto e sem ninguém
............... Dá um grito, sem temer
Tu és a bela nascente
............. Da força e da memória.


Setúbal, 20/01/2oo2
Inácio Lagarto

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

MUSEUS VIVOS


A Identidade dum Povo,
Não foi só o seu passado;
O presente grava de novo
E, ao futuro é confiado.

Os seus feitos e suas tristezas,
No refrescar a memória;
Criando e guardando riquezas,
De tudo que faz história.

Nos campos e na cultura,
Dos escritores e poetas,
Da arte simples e pura,
De quantos atingiram as metas.

Didáctica é conhecimento,
De quanto sonho... Partilhar!
São museus em movimento,
Cuja vida não pode parar.

As aves que se passeiam,
Os peixes que no mar navegam;
Os prados que tanto anseiam,
Pelas chuvas que os regam.

A Planície que floresce,
Verdejam montados e trigais;
O Sol brilhante, tudo aquece
E, os monumentos, bem reais.

Sinais dos tempos e do existir,
Passagens da Humanidade;
Sempre prontos a transmitir,
Puras imagens da vontade.

Podem ter formas emblemáticas,
Do Mundo e seu viver;
De crenças e fontes fanáticas,
Todas com direito, ao sobreviver.


Setúbal, 10/08/2008
Inácio Lagarto

HISTÓRIA DO POVO


Há um sonho, em cada esquina,
Muito segredo por descobrir,
Guardados por gente no sentir
Que na noite, silêncio domina.


Nas ruas, ouvem-se passos, na calçada,
Naquele vaivém, sempre constante;
É força viva, do caminhante,
Ou alguém, com alma apagada.


Nasce o Sol, o dia aclareia,
O branco das casas floresce...
O dever cumprir, corre na veia!


O hábito da Terra, vive presente,
O Sino da Torre, já velho, permanece;
A história do Povo é resistente.



Setúbal, 07/08/2008
Inácio Lagarto

REGRESSO


Chorai pedras, da minha rua,
Eu por vós, me estou lembrando;
Nesta vida, triste e nua,
Os meus sonhos estão voltando.

Ao partir do Alentejo,
Gota de água, deixei cair;
Vem de lá amplo desejo
Que dá a força ao existir.

No regressar fico pensando,
Não esqueço casario antigo;
Aquele campo, mora comigo!

Descobri novo viver,
Canto da Terra, mostra saber,
Os meus sonhos estão voltando.

Sou amante da bela paisagem,
Adoro chaparro e a folhagem
Que dá a força ao existir.


Setúbal, 04/08/2008
Inácio Lagarto

MESTRE OLEIRO


Duas Famílias se cruzaram,
Naquele campo soalheiro;
Em barro molhado moldaram -
Peças de arte honraram...
No ofício de OLEIRO!

Foi duro o seu viver,
Na Vila ou serrano mato;
No forno, com louça a cozer,
Viram lenha seca, a arder,
Onde o sonho era ingrato.

Conviveram com o camponês
E, com operário liberal;
Tiveram vida pequenez,
Com Artesanato Português...
Obtiveram rumo divinal!

Ninguém esquece o passwado,
Nem a roda da olaria!!!
Nunca o querer é terminado,
Quando, na técnica, é preparado,
Hoje recorda-se rara magia.

Vivem-se tempos de extinção,
Porque o futuro, tudo compromete;
Não existe ingratidão,
Só o criar mostra, uma benção...
Jamais mata o que promete!

Nossa alma ainda sente,
Os amores que não se negam;
Sobre sofrer da minha gente,
Tosca carroça está presente
E, os dias que em nada chegam.


Setúbal, 02/08/2008
Inácio Lagarto

PARAÍSO


Tu...
Despe ------ Os preconceitos,
Lava ------- tuas mágoas,
Enxuga ---- teus desgostos,
Come ------- sábias palavras,
Bebe ------- as experiências,
Anda ------- por bons caminhos,
Evita ------- todos os espinhos;
Vê ... -------- aquelas imagens!
Repara ----- nas bonitas paisagens,
Ouve --------o mar bramando,
Escuta!... -- está amando!
Descansa -- na Natureza
Esquece ----a avareza,
Sonha ------com a harmonia,
Ama --------a liberdade;
Vive -------- a tua fantasia...

Porque a vida não tem idade.


Setubal , 04/11/2000
Inácio Lagarto

sábado, 18 de outubro de 2008

PORTO DE ABRIGO


Navegando
Vou chegando
Ao porto
De paragem

Vou chegando,
Estou remando,
Para findar esta viagem.

Estou remando;
Navegando
Vou chegando
Para atracar;
Já é noite
com luar,
Vozes
Soando no ar,
A Cidade
Nos espera
Como garbosa donzela,
Porque é bela,
Vem-nos abraçar!
Ouve-se
Ao longe o mar
Bramando,
Está soluçando,
Não é miragem...
Fico pensando
Naquela imagem!


Tróia,07/09/2000
Inácio Lagarto

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

DE SETÚBAL À FOZ


De Setúbal a Buarcos,
Numa manhã de vendaval;
Mares, com pesca e barcos,
O dia, rompeu tão mal.

Um complexo de paraíso,
P´ra uma longa viagem;
A chuva perdeu o juízo,
Quis surpreender a paisagem.

Neste balançar inquieto!
Abriu alas no caminho...
Soprou vento, ali de perto,
Rolou pedras de mansinho.

Figueira da Foz nos espera,
Vaidosa de extensa praia;
Branca onda desespera,
Bate na areia e desmaia,

Bela Costa a murmurar...
Sobre Cidade que o Sol atrai!
Quanta palmeira a olhar?!
Como o Mondego, alegre vai.

Tem a faina dos pescadores,
Lazer dos veraneantes;
As Varinas em seus labores -
A partida dos mareantes.

Sou amante da Natureza,
Regressei ao Rio Sado;
À Arrábida - Verde certeza,
Onde o mar vive repousado.

Trago Alentejo, no peito,
Belo sonho, do existir!
Canta em nós, o nosso feito,
Dá-nos força ao sorrir.

Buarcos, 27/10/2005
Inácio Lagarto

SOU DO SUL


Sou português, sou do Sul,
Tive colo no Além Tejo;
Adoro o mar, por ser azul,
No Litoral me revejo.

Sou da planície verdejante,
Da polifonia dos cantares;
Aquecido ao Sol brilhante,
Nasci da cepa e pomares.

Filho da Vila e do trabalho,
A poesia dá-me ensejo;
Comi açordas de alho -
Com coentro ou poejo.

Brinquei em «Campo Transtagano»,
Trepei ao rude chaparro;
Sou um fruto Alentejano,
Vi lavrar terras de barro.

Colhi bolota da azinheira
E, amora do silvado;
Vi ceifar, hábil ceifeira
Como, pastor a guardar gado.

Dos Godos, trago história
E da vida, a geração;
Correm nas veias, a memória...
Sou escravo da razão!

Com passado desconhecido,
Judeu - Mouro por descobrir!!...
Árabe enriquecido,
Fui forjado, sem partir.

Sob «Abóbada Celestial»,
Na partilha da unidade...
Só as aves, afinal,
Vivem da bela liberdade!



Setúbal, 02/10/2006
Inácio Lagarto

GRALHA VOANDO


Vi uma gralha a voar,
As outras, vinha chamando;
Porto Covo as vê passar,
Que grandeza tem o bando.

Procuram em vales e montes,
o Viver em alimentos;
Matam sede, em frescas fontes,
Regressam, ao som dos ventos.

Quando à tarde, junto à tardinha,
Ao Pessegueiro, vão pernoitar;
Naquela Ilha sozinha,
Ali ficam a procriar.

Sai o pescador para pescar,
Vai de redes aparelhadas;
Como as aves, escolhem o mar,
Naquelas águas agitadas.

Vejo ao largo, um barco à vela,
Deixa a praia e Povoação;
Olho a beleza da Tela!...
À VIDA, peço perdão.


Setúbal, 23/10/2006
Inácio Lagarto

MUNDO DE ILUSÃO


São Governos e Oposição,
Todos querem é mamar!!!
Na teta, em rotação,
Cujo Povo fica a sonhar!

Secretário é como madeira,
Tem o bicho a corroer;
Frágil, suporta a asneira,
Faz o sonho apodrecer.

Eles falam, falam, falam...
Não os vejo fazer nada!
Novas Leis... Só calam, calam
E, o bolso fica vazio;
A água corre p´ró Rio
Nesta longa e velha estrada.


São Impostos a aumentar,
A despesa sempre a crescer;
O dinheiro a minguar
Está esp´rança a morrer.

O Direito anda perdido...
A cobiça vai voando!!!
Fogo arde, sem sentido,
Neste Mundo, sem comando.


Eles falam, falam, falam...
Não os vejo fazer nada!
Novas Leis... Só calam, calam
E, o bolso fica vazio;
A água corre p´ró Rio,
Nesta longa e velha estrada.

Porto Covo, 26/08/2005
Inácio Lagarto

DECURSO


Belos são os sonhos,
No rir de criança;
De anos risonhos,
Nascer de esp´rança.
............
O brincar na rua,
O ir à Escola;
Vida continua -
De bibe e sacola.
............
O brotar da mente,
No crescer da flor;
Florir da semente,
Fruto do amor.
............
Não acaba o sonhar,
Nem motivação;
Começa o lutar
E, nada é em vão.
............
Vitórias queridas,.
Os dias florescem;
Almas sacudidas,
Corações aquecem.
............
Menino é homem,

De sorriso cheio;
Segredos não dormem,
O amar lhe veio.
............

Aparecem filhos
E netos também;
Traçam-se trilhos -
Que a idade tem.
............

Contempla desejo,
Sente um vazio;
O que foi ensejo,
Tornou -se em frio.
.////.

Setúbal, 14/08/2008
Inácio Lagarto


TUDO É UMA PASSAGEM


Há um mundo
E outros mundos...
Quanto segredo por descobrir?!
Uma luz, acesa ao fundo,
Reflecte em mares profundos,
Dando força ao existir.
A vida é uma incerteza -
Por vezes, com escuridão;
Onde viver tem magia,
Em que não falta a pobreza,
Nem a riqueza-
Nele mora a meditação.

Entre a noite e o dia: -
Repousa a alegria,
Nasce a fantasia -
Ousadia,
Mantém a solidão;
O sono se agita ...
Só a vivência habita!
Tudo é uma passagem
Que gira em volta da razão.


Setúbal, 13/08/2008
Inácio Lagarto

ZARPEI


Lancei minha vida, a navegar,
Mandei soltar fortes amarras;
Fui ferido, por imensas garras,
Hoje, o meu destino é o mar.

Sigo na busca de novos horizontes,
Zarpei, no meio da escuridão;
Na Terra, deixei meu coração...
Por tanto chorar, secaram as fontes!

Todo meu sentir, perdeu o rumo,

Pergunto? Porque estou a viver?
Minha alma vagueia, por entre fumo,

Os meus amores, não voltam mais!
Viajo com medo de me perder...
Quero regressar, ao mesmo Cais!


Setúbal, 11/08/2008
Inácio Lagarto

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

CAVALO SELVAGEM


Aquele cavalo selvagem,
Cavalga sem nunca parar;
Pasta no campo, nas relvas,
Explora linda paisagem,
Vê a terra e o mar.
Sente o perfume das Selvas,
Usa cabelo de seda;
Esbelto no bom caminhar,
Percorre vales e montes;
Relincha junto das fontes,
Salta alegre, sobre a greda,
De crina solta ao vento,
Alonga a cauda, para refrescar;
Quanta beleza ee momento!...
Ele brinca
Fertiliza
Corre com seu ar alado,
Com seus dentes ele trinca,
De fortes patas, ele pisa
E na vida é endeusado.


Setúbal, 14/10/2008
Inácio Lagarto

AQUELA CASA DA RUA


Olha aquela casa da rua,
De linda parede caiada;
A mais bela já foi tua,
Como as pedras da calçada.

Os amigos que ali deixaste
E amores nunca esquecidos;
As corridas que partilhaste,
Os sonos pouco dormidos.

Recorda a alma de estudante,
Adolescência em turbilhão;
Os passos rápidos do caminhante
Que se ouviram ao Serão.

Novo sonho, nada perdeu,
Somos frutos, filhos de gente;
A luz da vida não cedeu,
Traz a paz à nossa mente.


Setúbal, 14/10/2008
Inácio Lagarto

A SAUDADE


Há uma estrada da vida
Que abre portas ao caminhar;
Nesta cavalgada sentida,
Nada nos pode parar.

Neste Mundo em turbilhão,
Em que o Sol queima e arde;
Mora em nós, doce paixão,
O amor, vem cedo ou tarde.

Na encruzilhada do viver,
Em que os sonhos são pesadelos;
Não basta querer e saber,
É preciso poder vencê-los.

Chegado ao cume da montanha,
A Luz do Céu nos invade;
Naquela força tamanha,
Fica a pairar A SAUDADE.


Setúbal, 13/10/2008
Inácio Lagarto

PERDI UMA PARTE DA VIDA


Mandei meu amor embora,
Fiquei na vida sozinho;
O meu peito ainda chora,
Está sangrando devagarinho.

Perdi uma parte da vida,
Como triste é o sonhar;
Aquela mulher querida...
Está no Céu a descansar!

Olho o Sol e o Luar,
O soprar de fortes ventos;
Dão encanto ao expirar,
Fazem calar meus pensamentos.


Gelei na noite e no dia,
À espera da razão;
A manhã foi tão vazia,
Trouxe de volta a solidão.


Setúbal, 13/10/2008
Inácio Lagarto

ESTRELA DA VIDA


Há uma estrela da vida
Que nos traça o destino;
Faz parte do existir -
Alimenta o saber;
É uma luz tão querida,
Vem do berço em pequenino,
Acompanha o sentir -
Nosso provir!
Até embriaga o viver.
Ela ilumina,
É cintilosa,
Leve como a pena;
Acompanha a nossa sina,
É famosa
Ardilosa,
É Divina!
Segue no nosso caminho;
Decide a solidão,
A paixão
Mas, foge de mansinho
E, o sonho, fica em vão.

Setúbal, 13/10/2008
Inácio Lagarto

PENSAR NO GLOBO


Sentado
Fico a pensar!...
Olho a rua
E a Avenida;
O caminhante
De dor sentida
Ou, de crença florida;
Contudo... Fico pasmado!
No tráfego, sempre a rolar,
Nesta Cidade, ao Sol e à Lua,
Em que a vida se desvirtua,
Neste tempo, por ora inconstante.
Vejo o Céu,
O casario,
O pássaro a chilrear,
No arvoredo sob um véu!
O cliente que entrou e saíu,
Nesta força que nos irmana,
Por vezes, com solidão tirana;
Esquecemos o existir,
Quando falta o repartir -
Neste Globo que é o seu
E, como o outro, nele nasceu.



Setúbal, 09/10/2008
Inácio Lagarto

IRONIA DO PASSADO


Cão faminto da infância,
Nunca deixou de morder;
Anda perdido pela ganância,
Dorme à sombra da arrogância,
Novo tempo não sabe esquecer.

De trela preso ao canil,
Ficou agarrado ao trambolho;
Mora nele uma vida vil,
A mente danada, está senil,
Sem visão, ao canto do olho.

De sorriso escarniçadeiro,
Viveu ao vento a uivar;
Não suportou o cativeiro,
De pata pronta por dinheiro,
De nada valeu seu troçar.

Com gestão mal concebida,
O esforço não chegou ao fim;
Afiada língua e perdida,
Com espuma desmedida,
Sente que a caçada foi ruim.

O passado com o presente,
Não deixam cair o Vilão;
Como ontem, ele não sente,
Sofre por inveja de gente,
Açaime destrui-lhe a razão.


Setúbal, 12/10/2008
Inácio Lagarto

VELHO DESTINO


Sei que do Alentejo venho,
Um dia de lá parti...
Ao Sado eu aportei!
Hoje, azar e mágoa tenho,
Houve um tempo, em que sorri,
À minha raíz eu voltei.
O velho destino traçou
E, levou uma bela fada!
Deixou-me grande frieza;
Eu não sei para onde vou,
Nem tão pouco o que sou!
Olho e não vejo nada -
Só recordo a beleza.
O destino, é como aurora,
Mandou um anjo do Céu
Que nos protege, com branco véu;
Ele promete e não demora.
Somos frutos, sua riqueza,
Nos ilumina com verdade,
Saudade,
Com firmeza.


Setúbal, 10/1O/2008
Inácio Lagarto

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

LINDA ESTRELA


Subiu ao Céu, uma estrela,
Faz parte da Constelação;
Porque a Mãe queria tê-la,
Recebeu-a com devoção.

A Primavera chorou,
Numa manhã silenciosa;
A nossa força quebrou...
Perdeu uma flor graciosa!

Fascinada por viagens,
Partiu para não voltar;
Sorri alegre entre folhagens,
Dando esperança ao nosso amar.

Emana perfume p´ró Mar e Terra,
Fragrâncias ao nosso viver;
Sonhos que a vida não encerra,
Neste tempo por compreender.

Minha alma, secou raíz,
Com o vento do sofrimento;
Aquele temporal, eu não quis,
Trouxe a mágoa, como lamento.

Tornei-me figura peregrina,
Viajante de velho caminho;
Venho ver-te, minha menina,
Dizer-te adeus de mansinho.


Viana do Alentejo, 06/10/2008
Inácio Lagarto

FOGO QUE ARDE


Perdi coragem, na jornada,
Se acordo...Eu, já não sei!...
Sigo sem rumo, na estrada,
Naquela...Que um dia viajei!

Húmidas pálpebras por rotina,
Ofuscam brilho no momento;
Sombra negra duma sina,
Dum belo sonho em tormento.

Criei Santo e terno Anjo,
Naco de barro no seu esculpir;
Tocando trombeta ou banjo -
Tão alegres no bom sorrir.

Traz a infância segredo,
Com o tempo, forja a razão;
Há-de o SER: - Rir, não ter medo,
Tarde ou cedo, vem a solidão.

Quem da primavera semeia
E, à vida dá um abraço;
Da montanha, desce a areia,

Arrasa campos, aperta o laço.

Sou Humano, um precursor,
Faço do silêncio meu voar;
Colho a semente da dor...
Fogo que arde... Não deixo queimar!

Tudo que é real aparece,
Até o querer, a força nos tira;
O longo vazio nos parece...
Toda a verdade ser mentira!

Suspira fundo o sentir,
Muito e tudo do que perdemos;
Está sangrando o existir!...
Por aquilo... Do que não queremos!

Setúbal, 23/05/2008
Inácio Lagarto

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

VOZ DO POETA


Grande é a voz do poeta,
Tão sublime e de verdade;
Está presente, na hora certa,
Esgrimando por uma meta;
Defendendo a liberdade.
-//-
Ela também é a razão,
Com uma força Divinal,
Trepidada pela emoção;
Luta com alma e coração,
Procurando o seu ideal.
-//-
Vai buscar, muita luz à fonte;
Se tem poderes, ela não sabe;
Firme, olhando o horizonte,
Vagueando de vale em monte,
Bela palavra, também arde.
-//-
Ela é Sol, para aquecer,
Uma semente que semeia;
Tal é o grito e poder...
Duma esperança a renascer...
Como grão a grão de areia!
-//-
Emite uma nobre memsagem,
Suculenta seiva que corre;
Faz parte daquela viagem,
Reproduz quão bela imagem,
D´alguém que vive e não morre.
-//-
Setúbal, 19/12/2000
Inácio Lagarto

VIVO A CANTAR


Cantando
Vou divulgando
A verdade
Uma mensagem

Vou divulgando
Ensinando
A pintar
Bonita imagem

Ensinando
Cantando
Vou divulgando
A palavra saudade
Que tanto nos faz sentir
Sofremos
Com a infelicidade
Nascemos
Para existir
A canção
é arma e lição
Versando
Vamos recordando
Com ritmo ou nostalgia
A paz, a esperança,
A dor ou alegria
Até a miragem
Que fomos criando
E, alimentando
Nesta bela VIAGEM.


Setúbal, 23/09/2000
Inácio Lagarto

FILHO DE DEUS


QUEM É ELE?

A Vida ------------ para viver
A paixão - -------- para acreditar
A força ------------ que faz aprender
O sofrimento ----- para admirar
A luta ------------- Suprema aspiração
O trabalho ------- missão a cumprir
O Amigo - --------- que respeitas de coração
A Fé - -------------- que te faz existir
A Luz -------------- a brilhar
A consolação ---- porque tanto amas
O alimento ------- para te acalmar
O grito ------------ porque reclamas
A esperança ------do amanhã
A Imagem -------- naquela Cruz
O exemplo -------- duma vida sã


Aquele é ............. J E S U S !


Setúbal, 22/11/2000
Inácio Lagarto





IGUALHA


Todos nós, somos iguais
Como nós, somos diferentes
Alguns sofrem, por demais
Outros, vivem docemente.


O Mundo é grande e distante,
Em pensamento disperso;
Na cobiça, é tão perverso
Que esquece o semelhante.
P´lo Poder, está vigilante,
Faz dos homens, seus rivais;
Divide cada vez mais,
Omite a Lei do Viver;
Quanto ao nascer e morrer,
Todos nós, somos iguais.

Tantos são os Oceanos,
Mares e Rios navegados;
Quantos Povos massacrados,
Por Senhores, como os Romanos;
De conquistas por tiranos,
São Cinco os Continentes -
Com Nações de várias mentes,
Na luta p´la liberdade!
Em nome da Unidade,
Como nós, somos diferentes.

Sempre houve escravatura,
Quanta classe explorada?
Para gente entesourada
Que ainda hoje perdura!
Muda só a nomenclatura,
Por «Mistérios Sociais»;
Ferem sonhos e ideais -
Tiram emprego, surge mágoa;
Do silêncio, brota água,
Alguns sofrem, por demais.

Tanto espaço, muita paisagem,
Davam quadros de aguarelas;
Barcos, içando as velas -
Natureza mostra imagem!!...
A vida não é miragem,
Vamos defender o ambiente -
Criar esp´rança decente,
Respeitar Direitos Humanos;
Para uns, roubarem anos,
Outros, vivem docemente.


Setúbal, 15/01/2006
Inácio Lagarto


TUDO ROLA


Rola
Rola
Devagar!...
Vai rolando
Sem parar.
Rola a roda
Rola a vida
Rola o arco do rapaz;
Rola a Fé
E a Paz.
Rola a rola,
P´ra acasalar;
Rola o homem
e a mulher!...
A festa vai
animar.
Rola o velho
E, o moinho,
Rolam muitos Natais!...
Rola a pedra,
devagarinho...
Até a água dos beirais.
Todo o Mundo
a girar...
Tudo rola
a pensar!!!
Como irão ,
então rolar?
Setúbal, 22/10/2001
Inácio Lagarto

DESEJO


Desejar
Será querer
Um pouco, também viver
Porque não? Ambicionar!
A Paz
Saúde
Confiança
A tolerância;
Aquela que faz
Tão nobre atitude.
Que haja esperança,
Fé e União;
Não apenas ilusão.
Ver criança
Sorrir!...
Neste tempo que avança;
Com coração a florir,
O Sol a brilhar,
Frutos a amadurecer,
Homens a pensar,
Cujo direito é ter...
Sim! Ter de amar.


Setúbal, 16/12/200I
Inácio Lagarto

terça-feira, 7 de outubro de 2008

PLANÍCIE MARAVILHOSA




Todo o Sol do Alentejo,
Nesta Planície, nada é igual;
VIANA - Terra que beijo,
Une Províncias de Portugal.

O Baixo, casa com o Alto,
Nasce filho Alentejano;
BEJA e ÉVORA, abraçam acto,
PORTALEGRE, traça o plano.

Neste trio de altivez
Há: - Serra e Campo Verdejante!
Espraia ao longe, suave nudez,
Na bela Costa, p´ra o mareante.

Dos montados aos trigais,
Vai criando tanta riqueza;
Entre noras e laranjais,
O Povo adora a Natureza.

Cidades e Vilas, do canto,
De Festas e Romarias;
Deixam sonhar, doce encanto,
Do viver de novos dias.

Quem escolhe o Sul e caminha...
Vê paisagem, rara e pintada!
Brilha no Céu, uma Estrelinha,
Reflecte na casa caiada.

Berço branco - nosso jardim,
Sopram do arvoredo, bons ares;
São páginas, escritas sem fim...
Com o Santuário da Senhora D´Ayres!

Quem nas Fontes já bebeu
E, ao tempo não fugiu...
Os amigos, não esqueceu,
Sabe que a partilha repartiu!


Viana do Alentejo, 12/07/2008
Inácio Lagarto

PONTE NA VIDA




Somos aprendizes dos saberes,
Vamos seguindo aos turbilhões;
Num querer antes sonhado!!...
Servos de tantos poderes -
Passam por nós, muitos Verões,
Neste Mundo, hoje integrado.

Com audácia e disciplina,
Fazemos de ponte na vida;
Numa viagem sem fim!...
Atravessamos a neblina,
Da razão tão escondida...
Em canteiros de jardim!

Partilhamos da existência,
Para doá-la ao futuro -
Queremos sentir-lhe o paladar...
Ninguém é dono da Ciência
Só, recebemo-la, como seguro,
Como bem... não irá cessar!

Chega a hora, do ter sido,
Tudo e nada nos invade;
Cresce no tempo a esperança...
Muito do ser, não foi perdido -
Floresce nova verdade
Mas, não seca a confiança.

Setúbal, 12/06/2007
Inácio Lagarto

RUA VASCO DA GAMA


Foi um grande Navegador,
Abriu portas a novos Mundos;
Alentejano e Senhor -
VASCO DA GAMA - Descobridor,
Rasgou Oceanos profundos.

Tem Rua em PORTO COVO,
Bela Aldeia a recordar;
Sala de visitas do Povo,
De espaço feito de novo,
É encontro com o Mar.

Praça Marquês de Pombal,
Um covite à Natureza;
Tanta artéria magistral,
Espreitam a Ilha divinal
... Multiplicam a beleza.

O passado está presente,
D´ali vê-se o horizonte;
A imagem é imponente...
Com futuro convicente!!!
Sines, banha além do monte!

Puras águas silenciosas,
Protegidas por rochedos;
As areias são mimosas,
De brancas praias famosas
... Entre falésias, com segredos.

O pisqueiro vence a idade,
Neste porto com protecção;
Traz de Roma antiguidade,
Nesta Costa em liberdade,
De Festas com tradição.


Porto Covo, 20/08/2005
Inácio Lagarto

COSTA VICENTINA


Nesta Costa Litoral -
Sudoeste Alentejano!!...
De paisagem em nada igual,
Sopra um clima natural -
Na partilha, não há engano.

Entre praias e rochedos,
De cantinhos a espreitar!!!
Vive o mar, guarda segredos,
Bela Ilha...Vigia os medos!
Protegem a fauna, p´ra pescar.

Pelo Atlântico é banhada -
Por lençol fino, de água;
Límpida e tão salgada,
De branca espuma, ondulada,
Temperam a velha mágoa.

É linda a Natureza!!...
Com raios do Sol a brilharem!
Raro quadro de beleza,
Com falésias, escondem riqueza
E, de prainhas a espraiarem.

Tão perto e, flutuando,
Olha Pessegueiro, p´ró Povo;
Quer crescer... Fica sonhando!!!
Em futuro acreditando!!...
No progresso de PORTO COVO.

Na Terra... Os Deuses não dormiram!
Criaram «Casa Pombalina»;
Daquele Largo partiram -
P´ra Horizonte fluiram ...
Refletem a «Estrela Divina».


Porto Covo, 18/09/2006
Inácio Lagarto

TEM VIANA SEU ENCANTO




Minha VIANA, meu encanto,
Me alegra o teu cantar;
Tem a Santa, com seu manto,
Que afaga todo o pranto,
Nesse Alentejo sem par.

Tem um Castelo a brilhar
E, os Paços do Concelho;
Grandes forças no lutar,
Hoje conquistam um lugar,
Dum passado terno e velho.

Nesse denso casario,
Com um Povo, humilde e sério;
De searas e baldio,
Muita água e um Rio,
Quanta fonte com mistério?

Rompe na Serra, o Sol Nascente,
Na Planície, aquece a terra;
Cresce na espiga a semente,
Toda a faina fica contente,
No calor que a noita encerra.

É parte d´uma paisagem,
Aberta a novos caminhos
... Olival, de verde ramagem,
Gado em bela pastagem,
Cercada d´unos vizinhos.

VILA fértil, com tradição,
De festas e romarias;
Perdeu no tempo a ambição,

Cresce a fé e união,
Liberdade de nossos dias.


Setúbal, 26/02/2005
Inácio Lagarto














PLANÍCIE ALENTEJANA


Só VIANA me acalma,
Faz renascer o viver;
Aqui mora a minha alma,
Bela existência do SER.

Os velhos sonhos, não dormem,
Abriu-se um novo caminho;
Forças perdidas se recolhem,
Neste tempo, triste e sozinho.

Da Serra, fixo o horizonte,
Vejo Santuário a brilhar!
Longe... Até cerrar do monte,
Há planície a verdejar.

Numa trilogia da vida,
Num olhar sobranceiro;
A imagem é dividida,
Por Évora, Aguiar e Outeiro.

Está Alcáçovas a deleitar-se,
Partilhando o Rio Xarrama;
Com arte e engenho, veio juntar-se,
Ao Concelho por Organograma.

De «Casario Alentejano»,
Com paisagens divinais;
Em que se cruza querer humano,
Por ente montados e trigais.


Viana do Alentejo, 05/10/2008
Inácio Lagarto

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O HOMEM NÃO CALA!


Todo o Sol Alentejano - findo o dia,
Há convívio social, na taberna;
Joga, come e bebe, troca conversa serena,
Reforça a alma, por momento, com magia.


CANTA em desespero, a sua mágoa,
Naquele choro triste, cheio de revolta;
Com mistério, só Família, trá-lo de volta,
Cora a face e, brota gota de água.


De voz trémula e dolorida o homem fala,
Sobre orgulho dum Povo, no belo cantar,
Foi explorado, na dignidade, NÃO CALA!


De nobre coração e mente humana,
Solta a raiva do querer, ao gritar...
Contra a força da vida que foi tirana!


Setúbal, 11/08/2008
Inácio Lagarto

HISTÓRIA DO POVO




Há um sonho, em cada esquina,
Muito segredo por descobrir,
Guardados por gente no sentir
Que na noite o silêncio domina.


Nas ruas, ouvem-se passos, na calçada;
Naquele vaivém, sempre constante;
É força e vida do caminhante
Ou, alguém com a alma apagada.


Nasce o Sol, o dia aclareia,
O branco das casas floresce...
O dever cumprir, corre na veia!


O hábito da Terra, vive presente,
O sino da torre, já velho, permanece;
A história do Povo é resistente.


Setúbal, 07/08/2008
Inácio Lagarto

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ÁGUA É RIQUEZA


A água, corre para o rio -
Que vai desaguar no mar;
Mesmo em tempo muito frio,
O líquido, chega a um Lar.

ELA é fonte de riqueza -
Que brota em qualquer nascente;
Poupá-la é uma certeza,
UM DEVER, para toda a gente.

Cai a chuva, bonita imagem,
Vem regar, nossa agricultura;
Enche agrandiosa barragem,
Limpa ruas, tanta doçura.

Bebe o rico e também o pobre,
Mata a sede, a quantos mais!...
Rega a flor que tanto sofre,
A árvore e vegetais.


Vamos todos agradecer
Aquele bem defender.


Setúbal-2000
Inácio Lagarto