quarta-feira, 15 de outubro de 2008

IRONIA DO PASSADO


Cão faminto da infância,
Nunca deixou de morder;
Anda perdido pela ganância,
Dorme à sombra da arrogância,
Novo tempo não sabe esquecer.

De trela preso ao canil,
Ficou agarrado ao trambolho;
Mora nele uma vida vil,
A mente danada, está senil,
Sem visão, ao canto do olho.

De sorriso escarniçadeiro,
Viveu ao vento a uivar;
Não suportou o cativeiro,
De pata pronta por dinheiro,
De nada valeu seu troçar.

Com gestão mal concebida,
O esforço não chegou ao fim;
Afiada língua e perdida,
Com espuma desmedida,
Sente que a caçada foi ruim.

O passado com o presente,
Não deixam cair o Vilão;
Como ontem, ele não sente,
Sofre por inveja de gente,
Açaime destrui-lhe a razão.


Setúbal, 12/10/2008
Inácio Lagarto

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