Todos nós, somos uns burros,
Sem um tempo para zurrar;
Levamos a vida aos sussurros,
Apanhamos fortes murros,
Não desprezamos o albardar.
Ornamentados por guizeiras,
Abrimos alas aos fanfarrões;
Damos montada às peneiras,
Suportamos as mesmas asneiras,
Daqueles vaidosos garanhões.
Fazemos coro na burricada,
Julgada um dia, em extinção;
Perdemos a força na dentada,
Pelo freio na beiçada,
Nem damos coice, na ocasião.
Vem de outrora, o vendar dos olhos,
Presos à nora, no tirar água;
Para que o lucro cresça aos molhos,
A Bolsa vai enchendo os folhos,
Este viver é de triste mágoa.
De orelha murcha e comprida,
Seu caminhar fica incerto;
De curta arreata oprimida,
Com longa cinta sentida,
Neste Mundo dito aberto.
Setúbal, 27/10/2008
Inácio Lagarto
Sem um tempo para zurrar;
Levamos a vida aos sussurros,
Apanhamos fortes murros,
Não desprezamos o albardar.
Ornamentados por guizeiras,
Abrimos alas aos fanfarrões;
Damos montada às peneiras,
Suportamos as mesmas asneiras,
Daqueles vaidosos garanhões.
Fazemos coro na burricada,
Julgada um dia, em extinção;
Perdemos a força na dentada,
Pelo freio na beiçada,
Nem damos coice, na ocasião.
Vem de outrora, o vendar dos olhos,
Presos à nora, no tirar água;
Para que o lucro cresça aos molhos,
A Bolsa vai enchendo os folhos,
Este viver é de triste mágoa.
De orelha murcha e comprida,
Seu caminhar fica incerto;
De curta arreata oprimida,
Com longa cinta sentida,
Neste Mundo dito aberto.
Setúbal, 27/10/2008
Inácio Lagarto
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