segunda-feira, 20 de outubro de 2008

MESTRE OLEIRO


Duas Famílias se cruzaram,
Naquele campo soalheiro;
Em barro molhado moldaram -
Peças de arte honraram...
No ofício de OLEIRO!

Foi duro o seu viver,
Na Vila ou serrano mato;
No forno, com louça a cozer,
Viram lenha seca, a arder,
Onde o sonho era ingrato.

Conviveram com o camponês
E, com operário liberal;
Tiveram vida pequenez,
Com Artesanato Português...
Obtiveram rumo divinal!

Ninguém esquece o passwado,
Nem a roda da olaria!!!
Nunca o querer é terminado,
Quando, na técnica, é preparado,
Hoje recorda-se rara magia.

Vivem-se tempos de extinção,
Porque o futuro, tudo compromete;
Não existe ingratidão,
Só o criar mostra, uma benção...
Jamais mata o que promete!

Nossa alma ainda sente,
Os amores que não se negam;
Sobre sofrer da minha gente,
Tosca carroça está presente
E, os dias que em nada chegam.


Setúbal, 02/08/2008
Inácio Lagarto

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