quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O CARTEIRO



Na Era da Internet,
É declarado o Simplex;
Alguns navegam na Net,
O carteiro também repete,
Traz notícia, com rapidex.

Com a sacola sempre à mão,
Serve o Povo, de velho meio;
Nos prédios, no rés do chão,
Nas Caixas, cumpre missão,
Ao deixar algum correio.

A palmilhar tanta estrada,
Vai tocando às campainhas;
A encomenda é esperada,
A água e luz tão fadada...
As cartas das avozinhas.

Vem o cheque, vale do dinheiro,
Envelope da saudade;
A palavra do Estrangeiro,
Da amante, do companheiro,
Como fraterna é igualdade.

SER de rota azafamada -
Vive em pleno desassossego;
Sobe e desce a escada,
Vai à casa apalaçada
E, aos Bairros sem aconchego.

Conhecedor do segredo...
Tudo anseia, muito sente!
Espreita o perigo e o medo,
Transporta o sonho, bem cedo,
Sua sombra está presente.
Setúbal, 2006
Inácio Lagarto



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