sábado, 30 de abril de 2011

M Ã E


MÃE símbolo de vida
com três letras apenas;
por todos é repartida
numa viagem sentida
torna as almas amenas.


Recorda o sonho ao nascer
promete renovação...


espalha semente ao Destino.


Com beijos o amor toca
na ternura que vem à boca


traz afecto, na sua fala,
no seu doce embalar;
olha a luz com esperança
...seu coração não se cala!
Mãe é Anjo... a vigiar.


Setúbal, 29/04/2011
Inácio Lagarto

sábado, 23 de abril de 2011

PRIMAVERA DE ABRIL


Aquele Abril na Primavera
foi sol entre nevoeiro;
belo sonho sobre quimera
acendeu luz da verdade
contra perigo sorrateiro.
Floriu a esperança
na raiz da igualdade
...com o querer da união.
O Povo saiu à rua,
com cravos desfraldados
erguidos com o coração;
novos caminhos rasgados
a madrugada era sua.

Passados que são os anos
mentes vazias não fluiram;
entre cobiças e enganos,
com segredos levianos
esquecem lutas...que não partiram.

Setúbal, 23/04/2011
Inácio Lagarto

sexta-feira, 22 de abril de 2011

RESSURREIÇÃO


Na caminhada, calvário da vida
a Páscoa é abraço e carinho;
Neste Tempo em sobressalto
a alma não encontra saída
...segue ferida pró cadafalso.
Pede ao futuro encanto
no presente o corpo dói
pela lança... bem urdida;
com promessa que o destrói,
fica esperança crucificada,
envolta em frágil manto
numa cruz bem erguida.


Para além dos matagais
chuva cai... apaga a chama;
os ventos sopram os ais,
limpam velhos pinheirais
Fazem florescer nova rama.


Setúbal, 22/04/2011
Inácio Lagarto

quinta-feira, 14 de abril de 2011

É URGENTE GRITAR


Há que regar os cravos
que setenta e quatro floresceu;
o Povo não guarda agravos
nem a bela flor perdeu.
Hoje trocam a melodia
querem desafinar a vontade?
Façam florir a esperança
desenhem novos ideais
...tragam Abril à confiança.
O perigo anda escondido
por alguém que mente a mais;
o futuro é incerto
o sonho está perdido
com um saldo a descoberto.


Cantemos a liberdade
não nos vão amordaçar;
no combate à saudade
é urgente bem gritar.

Seúbal, 14/04/2011
Inácio Lagarto

sábado, 9 de abril de 2011

JUNTOS, NA VIDA, CRESCEMOS


Juntos, na vida, crescemos,
sonhos no tempo florescem;
na caminhada aprendemos,
amarguras vivemos
...logo os sentidos aquecem.

Somos finitos como os demais,
mergulhados em nossa mente

carregamos, também, egoísmo.

As margens do silêncio
vão alagando os olhares

pela perda de consciência
doutro alguém em solidão;
não é a luz da Ciência
que nos traz generosidade,
quando afoga o coração.

Setúbal, 09/04/2011
Inácio Lagarto

segunda-feira, 4 de abril de 2011

GRITO DO PASSADO

Com o perfume do rosmaninho
e o verde do alecrim
a Serra mistura-se com a maresia;
Divaga no sonho o caminho
através da serrania
olhando o Sado de mansinho!
O sol brilha em Palmela.
Naquela beleza de aguarela;
Deus Baco se apaixonou
por um trago de vinho
a alma deixou
no Castelo em calmo ninho!


Com harmonia serena
no afagar os sentidos
lá no alto... ficou a luz;
É a mãe que acena
aos filhos em voos perdidos
e a nova rota conduz!
O murmúrio do mar escuta
grito forte do passado
pelos Mouros ali deixado
na sua hábil labuta;
no som do velho moinho,
o silêncio é calado
com o cantar do carinho!

Setúbal, 03/02/2011
Inácio Lagarto

TERRA DE ENCANTO

Palmela Terra de encanto,
do seu alto mostra beleza!
Estende do monte, seu manto
sempre alegre em seu canto,
um conjunto da Natureza.

Traz no peito sol dourado
da vinha e seu arvoredo;
do castelo nobre passado
protege Oceano e Sado, 
ergue força... sem ter medo!

Pelos cristãos conquistada
aos Califas com valentia!
Santiago é sua espada...
naquela terra lavrada
que Ordem e riqueza cria!

Povo honesto, trabalhador;
da cultura tira o pão!
Dá vida a novo labor
na vindima grande valor
aos amigos dá a mão.

Beija a  Serra , a criação;
com um grito que acarinha,
olha a luz com o coração
eleva o vinho com paixão,
PALMELA... és a Rainha!


Setúbal, 03/02/2011
Inácio Lagarto

SEMENTES DO ALENTEJO

Trago de Florbela o sonhar
Do Alentejo bela semente;
Guardo-os no tempo e na mente
Floresceu no peito a cantar.

De alma perdida seu viver,
Na terra lavrada de paixões;
No gesto colhido as emoções
Na eira debulhou o saber.

Mulher impossível no amor
Amargurada e fiel à dor
criou imagem em noite fria.

Divagou triste no caminho,
No silêncio cravou um espinho
Viveu sofrida em agonia.

Setúbal, 02/03/2011
Inácio Lagarto

DIA DE ANOS

No silêncio espiritual
porque um Deus nos desperta,
a paz do céu não mente
e ouvem-se Anjos a cantar.
Vive-se entre corpo e alma,
festejam ANOS de imagem bela,
a luz do Alto nos protege.
Nesta grande oscilação
em que o sentir existe
por viagem que não se perde.
Calou-se a fé no caminho,
o coração em nada cede
num dormir devagarinho.

Neste calmo paraíso
rodeado de amizade;
se acarícia o mistério
embalado na saudade.

Seúbal, 17/03/2011
Inácio Lagarto

COFRE DA INFÂNCIA

Já fui artesão, camponês, escriturário
que guardo no cofre da infância
aquele desejo de voar.

Ficou a recordação
da vida querer pintar,
esculpir o mundo
na argila da razão.
Rasguei a terra lavrada,
pelejei atrás da sombra
fugi de tantoa medos
agarrado ao destino;
troquei de lugar
não perdendo as raízes
daquele força de menino.


Sou metade do passado
das incertezas e feridas;
da inocência trabalhada
entre histórias traídas.


Setúbal, 28/03/2011
Inácio Lagarto