PROSSIGO VIAGEM

 

Tenho pressa quero viver, 

Pisar o chão da linda Terra;

Partilhar harmonia e lazer

Trepar ao cimo da verde serra.

Trago experiência na sacola

Que está guardada na mente;

Aprendida na antiga escola

Ouvindo o que o outro sente!

Leio livros sobre as viagens

Que falam da labuta ardente;

Pintados com ricas imagens

Penso no ontem, no presente.

São somados ao aprender

Os desejos, paz e ambição!...

Para adocicar o compreender

Um querer forte de união.

Vou melhorando na vida o belo

Prossigo passos na tecnologia;

Um bom futuro consigo vê-lo

Através da noite e do longo dia.

Pelo sonho vou caminhando

Ao som do gritar de um povo;

Sobre progresso estão lutando

Construindo um mundo novo.

Ouço as vozes do campo à Cidade

Que seguem em frente sem temor;

Sua arma é a Fraternidade

Em querer e união do trabalhador.

A Poesia atenta estende a mão,

Ao amigo  que nos enlaça;

Compreende o seu ideal e paixão

Que cada um no tempo abraça.

Setúbal, 31/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

GLÓRIA DO PASSADO

 

Das Torres de Nossa Senhora do Amparo

Vejo a Cidade de Setúbal no seu brilhar!...

Desde as Praias do Sado à Anunciada,

Do Castelo de São Filipe ao de Palmela, reparo

Na Tróia ao longe a abraçar o rio e o mar,

Percorro a visão, pelo horizonte, na caminhada.

Vou aos Bairros: - Viso, Reboreda e Montalvão,

Ao dos Pescadores, ao Mercado na Avenida,

Falo com o Bocage no seu belo pedestal 

E ao Jardim do Bonfim entrego o Coração! 

Bairro do Liceu, Praça do Brasil c/dor sentida,

Visito o  Quebedo, São Sebastião e o Hospital.

Sem medo olho o Rio Sado a navegar,

Fico extasiado pela Serra da Arrábida e beleza,

Assim como a Praia da Figueirinha e o Outão.

Junto da Lota encontro o Cais para ancorar,

Visito o Museu do Trabalho sobre a Natureza

Que Deus Criou com amor e elevação.

A seguir a julho muda o tempo no cenário!

Há Feira de Santiago, muito divertimento

Que transporta para o viver a saudade.

A mente divaga sobre o belo imaginário

Lembra a pesca, Cultura em movimento,

Tem na verde paisagem, Povo e Bondade.

 

No Convento de Jesus crescem sonhos,

Desatam virtude e glória do passado 

que iluminam um lindo futuro

Entre ensejos férteis e risonhos

Como Poema por Sebastião da Gama lavrado

E declamado por Actor hábil e seguro.

Setúbal, 30/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

ALEGRE ROTEIRO

Manhã de julho assolarada

Vou no tempo caminhar; 

Passo pelo Moinho das Marés,

Vejo uma paisagem encantada!

Rumo às Praias do Sado,

Olho o belo em redor de lés a lés.

Reparo no velho casario

E sigo na marginal do Rio Sado,

Palmilho São Sebastião com orgulho!

Sinto na mente um arrepio

Ver aonde Bocage nasceu, criado,

Do Mirante na Baía mergulho.

Descanso, no Jardim do Quebedo,

Para visitar a zona das Fontainhas!

Relembro o homem, lobo do mar,

Pescador corajoso e sem medo

Na traineira na pesca das sardinhas

E do fresco carapau para assar.

Entro na Igreja Da Sé, de Santa Maria,

Caminho por entre ruas e ruelas,

Abraço o  Bairro de Montalvão.

Petisco nas tabernas com magia!... 

Troino -Anunciada tem  muitas e belas 

Bairro de Setúbal com amor, tradição.

Estão protegidos com fino manto

Pela luz do céu, da Arrábida a verdejar

Para quem no rio e mar navega.

Completam em glória, sonho e espanto,

Uma visão solene, um aceso altar 

E quando a foz atravessa se verga.

Ó  Setúbal em que o vento sossega

E Deus supremo a vida cuida,

Dos barcos amarrados, como precaução.

O receio ao temporal às vezes cega,

Em terra com o amigo a faina saúda!

Acalma a dor que sente no coração.

Setúbal, 24/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

ACORDEI O NASCER DO SOL

 

Acordei o nascer do sol

Ao falar com a terma lua;

O olhar acendeu o farol

E vi gente a vaguear na rua!

Levantei o madrugar

Daquele sonho presente;

Fui ao passado buscar 

Um dos registos da mente.

Viajei por vilas e cidades,

Visitei monumentos;

Bebi das fontes a saudade -

Água fresca sem lamentos.

Recordei a velha escola

O amigo e o aprender;

Trabalhador a pedir esmola

Para ajudar o seu viver.

Acompanhei o progresso,

Encontrei lindo amor;

À família tive acesso

Como paraíso em flor.

Na Juventude aninhado

Planeei novo objectivo;

Falta o livro projectado

A fim de dizer que estou vivo!

Com alma solidária

Mantenho puro o ideal;

Amante da classe operária,

Do Alentejo em Portugal.

Caminho no dia sem temor

Ouvindo a voz do existir!

Penso no sábio trabalhador

 De cante alegre e a sorrir.

Setúbal,23/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto 

PASSEIO PELA CIDADE

 

Ao passear pela Cidade

Muito monumento admirei

Por entre Avenidas construídos.

Falam ao presente da idade,

No Rio em que um dia ancorei

Cujos sonhos foram erguidos.

Fui à Lota da Pesca passear

E vi velhas traineiras ancoradas

A descarregarem o bom pescado.

Vieram da faina do sado e do mar

Com as redes de pesca rasgadas

Pelo peso do peixe alcançado.

Fui ao Jardim à Beira Rio

E à Praia calma de Albarquel,

À sombra da verde Serra da Arrábida.

Protegido do calor e do frio

Reparei na Fortaleza que foi quartel,

Hoje a Sala de Cultura promovida.

Do Mirante de São Sebastião

Vejo Setúbal a beijar a Tróia!...

Num amor sincero e profundo.

Olho desde Praias do Sado ao Outão,  

Têm  Bocage,  Luísa Todi como joia

E a Mais Bela Baía do Mundo!

Abraço a Capela do Senhor do Bonfim,

Visito o Campo de Futebol  do Vitória,

Vou rezar a Nossa Senhora da Anunciada.

Saúdo o Largo da Misericórdia por fim

Tudo em honra, esperança e glória

Numa vivência saudável partilhada.

Fim da tarde elevo o pensamento,

Regresso a casa ao terno lar

Na Avenida Dom João Segundo.

Brilha Castelo de São Filipe ao vento

Vigiando o tempo, labor e lutar

Assim como as marés ao sol jucundo.

Setúbal, 22/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

VERÃO ABRASADOR

                                                                 (Foto retirada da Net)

Neste Verão Quente abrasador

Em que está alerta o Povoado

Porque a chuva não vem regar.

O arvoredo pede ao Criador  

Que um decreto seja lavrado

E que deixe o campo de chorar!

O vento sopra pelo planalto,

Altera as correntes do mar, rio

E as marés vivas de quem sonha.

Traz o viver em sobressalto!

Provoca ansiedade e arrepio

No povo, caminhada tristonha.

Queremos um Verão Temperado

Em que haja equilíbrio racional

Entre cautela e protecção.

O Ser anda triste e cansado,

Os fogos provocam tanto mal

E o pensamento fala ao coração.

As barragens gritam por socorro

E os cântaros estão por encher

Cujo outono espreita para entrar.

Chapéu de palha é trocado p´ lo gorro,

Acabam-se as férias, o terno lazer!

Só a dádiva do céu nos pode salvar.

Neste combate ávidos de liberdade 

Em que luta-se contra vírus e guerra,

Somos fieis amantes da Natureza.

Acreditamos no progresso, vontade 

Na confiança que ele encerra,

A seca retrai caudais como riqueza.

Setúbal,  20/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

TORMENTA

 

Setúbal está com Palmela em compaixão,

Viu arder toda a bela encosta do Castelo;

Da Serra dos Barris a Mira Ventos em exaustão

E Aires sofreu com elevada combustão,

A verdejante Arrábida assistiu com medo e zelo!

O Povo, em perigo, temeu pelo pior,

Acompanhou apavorado a dura tormenta! 

Mas, os Bombeiros no seu saber melhor

E ajuda da população com seu suor,

Mudaram tão triste vestimenta.

O Rio Sado, ali perto, vigiava o negrume,

Abastecia os aviões que cruzavam  os céus!

A fim de apagar a luz que irradiava do lume

Deixando as cinzas na terra como estrume,

Renova o existir, da Natureza, criado por Deus. 

O vento soprava forte e criminoso no espaço,

Rompia por entre clarões de chama quente;

No sonhar e no tempo permanecia cansaço,

A ternura amiga, da família apertou o laço,

Florescia a esperança de quem o viver sente!

PALMELA, Terra de Vindima, ideal e virtude,

Ninho de amor, Cultura, labor e de vida;

Audaz no  querer da sua longa juventude

Jamais esquece o nobre povoado e atitude,

Em defesa de bens comuns que foi vivida.

Setúbal, 17/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

PALMELA ACORDA TRISTE

 

                                                                (Foto retirada da Net)

O Castelo de Palmela acordou triste na alvorada,

Viu arder em redor a sua fértil e linda paisagem;

Com receio que a Serra da Arrábida fosse queimada 

Quando beijou de Aires aos Barris na viagem.

As chamas, destruíram casas, animais e bens gerais,

Visões do Além, sonhos que o povo atormentam;

Ouviram-se gritos, ecos vindos da Serra aos ais,

Pedindo ajuda aos Bombeiros cujo perigo enfrentam.

Vieram aviões, cruzando povoados, vales e montes,

Transportando água do Rio, piscinas e fontes

A fim de salvarem a Serra, vindima, bela riqueza!

Naquela hora, silenciou-se o pensamento,

Foi árdua a luta  e coragem em movimento  

 Pela união popular em defesa da Natureza.

Setúbal, 15/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto 

ALENTEJO TERRA SONHADA

 

Sou nascido no Alentejo

Meu berço foi a Olaria;

O campo de Viana beijo!

Em Évora conquistei desejo,

Tenho Setúbal por companhia.

Adoro a planície Alentejana

E todo o belo Povoado;

Revejo-me naquela força humana

Numa Província Transtagana,

Fértil em agricultura e montado.

Com igrejas e monumentos

Tem Nossa Senhora D´Aires no Altar;

Para orar e pedir bons momentos

Quando surgem sofrimentos!...

Que atormentam o viver a brilhar.

Na Capital Eborense, foi meu sonhar,

Como Geraldo, o sem Pavor, libertei

A imagem de quem quer caminhar!

Pelo Convento de Santa Clara a planear

A vida que noutro tempo desbravei.

O Rio Sado, na corrente me abraçou 

Na Avenida Luísa Todi a lutar;

A visão do olhar de luz iluminou

Cujo pensamento nestas águas acordou,

Um novo poema para escrever e cantar!

Setúbal, 12/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

ONDE O SADO ABRAÇA O MAR

Setúbal, Cidade junto ao Outão

Onde o Rio Sado abraça o mar;

Olha a Arrábida com terna paixão

Cuja Serra vem do cimo a verdejar!

Tem praias de Albarquel, Figueirinha, 

Lindas traineiras e hábeis pescadores;

Trazem da faina carapau e sardinha

Que na Lota trocam por bons valores.

Vendem no Mercado do Livramento,

Revestido de azulejos, movimento,

Na Avenida Luísa Todi, A Cantora!

Olhamos O Bocage, grande Poeta Sadino

Que no alto enaltece o seu porte divino

Por entre imagem real e criadora!

Setúbal,10/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

CALOR DE VERÃO

 

Já chegou o belo verão

Com o sol abrasador;

Há festa, romaria e paixão!

Convinda à partilha do amor.

Com o coração a palpitar

Pensa-se em sonhos! Loucura!

Vamos ao campo passear,

Voltamos à tarde pela frescura.

De alma  fresca e olhares serenos

Procuramos conforto no povoado;

Caminhámos sem que ao menos, 

Não cantássemos, terno fado.

À noite acendem-se as estrelas,

Vêm iluminar a esperança;

Na bondade parecem velas,

Oferecem ao mundo confiança.

Fazem esquecer a pandemia,

A guerra entre povos irmãos!

Que estremecem a harmonia

E a solenidade do aperto de mãos.

Veranista, de fronte erguida aos céus,

Afrontas desgostos e tanta dor;

És do povo e filho do divino Deus!

Toma cuidado com a onda de calor.

Setúbal, 09/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

ACORDEI A ALVORADA

 

Sou filho do Mestre Oleiro

Fiz panelas e alguidares,

Cântaros, lindo mealheiro;

Cozi louça, fui forneiro,

Pesguei potes com meus pares.

Extraí do subsolo a argila,

Transportei-a na carroça

Para a oficina da Vila!

Em que a luz da vida cintila

Cuja criação se esboça.

Acordei a alvorada

Com um inocente olhar! 

E de alma enamorada

Encetava nova empreitada,

Tinha o Artista para acompanhar.

Como o combate nos inflama 

E os sonhos guiam os passos!...

Na juventude alimentei a chama.

Procurei na Escola glória e fama,

Novos saberes, partilha de laços.

Segui no tempo paixão e dever

Sempre lutando insatisfeito!

Pela conquista pura de vencer,

Não esquecendo o velho sofrer

Do irmão com fome, sem leito.

Setúbal, 05/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto

 

 

CARTEIRA ESCOLAR

 

 Na carteira escolar me sentei

Ao encontro do conhecimento,

Na Escola Primária à Comercial.

Aprendi a ler, no espaço sonhei,

Alimentei o pensamento!

Corri atrás do belo ideal.

A luz da vida foi acesa

A fim de iluminar o caminho,

Com fé na criatividade.

Respeitar o amigo com nobreza, 

Conquistar o futuro e o carinho

Jamais esquecer a bondade.

Usei caderno, ardosia e giz

Fui ao quadro escrever a lição,

Recordo a caneta e o tinteiro.

Percorri no mapa viagem feliz

Brinquei no Páteo em união,

Cantei versos do cancioneiro.

Ouvi soprar o vendaval,

Abracei o nosso estandarte

Pela justiça, paz e amor!

Torne a esperança divinal

Na fábrica, em toda a arte,

Faça crescer o querer sem dor.

Tive suprema aspiração

De uma meta vir a atingir,

Prosseguindo na alegria.

Com alma solidária de paixão

Fui falando com o existir

Modelando o tempo com magia.

Setúbal, 03/07/2022

Inácio José Marcelino Lagarto