Sou filho do Mestre Oleiro
Fiz panelas e alguidares,
Cântaros, lindo mealheiro;
Cozi louça, fui forneiro,
Pesguei potes com meus pares.
Extraí do subsolo a argila,
Transportei-a na carroça
Para a oficina da Vila!
Em que a luz da vida cintila
Cuja criação se esboça.
Acordei a alvorada
Com um inocente olhar!
E de alma enamorada
Encetava nova empreitada,
Tinha o Artista para acompanhar.
Como o combate nos inflama
E os sonhos guiam os passos!...
Na juventude alimentei a chama.
Procurei na Escola glória e fama,
Novos saberes, partilha de laços.
Segui no tempo paixão e dever
Sempre lutando insatisfeito!
Pela conquista pura de vencer,
Não esquecendo o velho sofrer
Do irmão com fome, sem leito.
Setúbal, 05/07/2022
Inácio José Marcelino Lagarto
Sem comentários:
Enviar um comentário