quarta-feira, 31 de agosto de 2022

TERRAS IRMÃS



(Imagem retirada da Net)
Olhai Viana por tão bela viagem!...
O destino é por Deus perfumado;
Faz parte da linda e verde imagem
Com glória no presente e no passado.
 
Terras irmãs, amigas circundantes,
Desde o Alto ao Baixo Alentejo!...
Évora e Beja, Capitais importantes,
Com monumentos de grande ensejo.
 
De Alcáçovas, Aguiar a par de Alvito,
São Bartolomeu do Outeiro é um salto;
De Vila Nova da Baronia ouve-se o apito 
Do comboio do sul em sobressalto.
 
O Rio Xarrama beija Alcácer do Sal
Na corrente que passa pelo Torrão;
Vai alongar a beleza do Sado afinal
Que tem a foz em Setúbal, doce paixão. 
 
Tem Oriola, Vila Ruiva, Vilalva, Vidigueira,
Vila de Frades com adegas do bom vinho;
Portel e Cuba em paisagem conselheira,
Ao Aeroporto de Beja é um pulinho.
 
Abraça Montemor, Reguengos de Monsaraz,
Os povoados e montes no caminho;
Pastores, trabalhadores, patrão e capataz 
Porque o montado não floresce sózinho.
 
Brilha o sol, sopra a brisa e o vento,
Os arvoredos parecem andores;
Em procissão sagrada em movimento
Neste paraíso repleto de trigo e flores.
 
O sangue que corre em fortes veias
A uma terna irmandade nos conduz;
O Cante que na calma voz semeias
Vem dos Anjos a brindarem Jesus.
 
 
 
 
Setúbal, 31/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

terça-feira, 30 de agosto de 2022

LINDA VILA ALENTEJANA

 




Na mais linda Vila Alentejana
Existe um Santuário peregrino;
O mais piedoso na crença humana
Com Senhora D´Aires e o Filho Divino!

Tem torres e muralhas o antigo Castelo 
E lá dentro brilha a igreja Matriz;
Cá fora circundado por povoado belo
Junto ao grande Largo de São Luís.

Terra de fecundas Fontes a brotarem
A fim de darem de beber à Vida!
São frescas correntes a saciarem,
Alegrando sonhos e a dor sentida.

O riso da Serra anima a paisagem
Faz vibrar os lábios de boa gente;
Como um beijo de amor em viagem
Numa curva dado solenemente.

As tardes são quentes, as noites amenas,
A sombra convinda ao descanso, abrigo;
No peito surgem saudades e outras cenas
E partilhar o tempo, cantar com o amigo.

Quem a trabalhar acalmou o coração
Viu acrescentar ao suor a sua riqueza;
Ultrapassou a forte resignação
Com altivez elegeu o viver em nobreza.
 
O Pintor escolheu a planície como pintura
Sobre a tela com costumes de eleição;
Não esqueceu a tradicional arte segura
Esculpida no campo, oficina e à mão.

VIANA concelho de Évora com encanto
Tem na agricultura o desenvolvimento
Ao longe ouve-se o som do suave canto
A cor da Natureza a florir no sentimento. 


Setúbal, 30/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto



















segunda-feira, 29 de agosto de 2022

VIAJO PELA VIDA

 


Em silêncio, no tempo, viajo pela vida,
Procuro nos sonhos clarões das auroras;
Aqui e ali ouço o som duma voz querida
Acompanhada do badalar das horas.
 
 
Caminho por entre curvas nas estradas
Para ver a vindima no esmagar das uvas;
Vão ao lagar a fim de serem  purificadas 
E no São Martinho não estarem turvas.
 
 
As nuvens correm no céu ao desafio,
Seja no verão quente ou no inverno
A razão medita e como a ave esvoaça!...
 
 
Na juventude encontrei paixão, ternura,
Partilhei estudos, saberes pela ventura
Hoje olho a montanha que nos enlaça.

 
Setúbal, 29 /08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto
 
 
 
 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

MONTADO NUMA NUVEM

 
                                                                      (Imagem retirada da Net)

Já bebi seiva do sonho
Declamei  versos ao luar
Montado numa nuvem a cantar
Vi a luz duma estrela a vigiar
Um terno anjo tocando
A paz da Terra acordando
Num timbre suave e risonho.

Beijei as pétalas da bela rosa
Colhi com ternura a papoila
Para oferecer à triste rola
Que voava quão cansada
A fim encontrar sua pousada
Em árvore calma e frondosa.

Viajei no tempo sobre o mar 
Nas asas do desassossego
Pedindo às ondas emprego
E colo à verdejante serra
Pela beleza que nela encerra
Generoso silêncio a partilhar.

Falei com o querer e desencanto
A chuva abraçou o sol por magia
À caminhada iluminou a alegria
Floresceu uma suave primavera
O que antes foi triste quimera
Tornou em paisagem com encanto.

Hoje ouço o cântico das sereias
Bebo das fontes sem medos
Com elas palavras e segredos
No pensamento vive a saudade
Da glória e fraternidade
Dos frutos semeados a meias.

Há um horizonte a desbravar
O qual alimenta a solidão
E causou uma estranha união
Criando enormes feitiços
A escolas, comércio e serviços
Assim como a liberdade a findar.


Setúbal, 23/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

A VIDA É UMA RODA

 


A vida é uma roda
Que rola o dia inteiro
Como a roda do oleiro
Não deixa de descansar
Tem trabalho a terminar
Desde a manhã que acorda.

Segue a viagem com paixão
Ou como um grito de revolta
Como um cavalo à solta
No meio de verde pastagem
Sem um sinal de paragem
Só ouve a voz do coração.

Quando é jovem e sonhador
Caminha alegre com ternura
E com a família segura
Procura novos enlaços
Entre amigos e abraços
Vai verdejando o amor.

Na fábrica, na oficina
Ou na escola a aprender
Formata arte ideal e saber
A acreditar com esperança
Pensa no  futuro e bonança
A olhar a estrela divina. 

Montado na sela do viver
Tem um troféu a conquistar 
Mundo técnico a desbravar
De uma paz forte solidária
Não esquece a classe operária
Que tem muito para oferecer.

Chega ao cimo da montanha
Com a nobreza do labor
Enfrentou alegria e a dor
Alimentou a juventude
Que ilumina a virtude
Em romagem e façanha.

Setúbal, 22/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

sábado, 20 de agosto de 2022

VIANA TERRA DE CANTE

 

                                                                   (Foto retirada da Net)  

Viana Terra de Cante
Do Alentejo verdejante
Em campo fértil de olival.
Convinda o caminhante
E o povo crente visitante
A visitar um Santuário Divinal!

Tem na sua Serra rara beleza,
No povoado união e riqueza
Num concelho de esperança.
O Castelo mostra a fortaleza,
A Igreja Matriz a certeza
Na Fé, adoração e confiança.

Fontes correntes, brotam sonhos,
Que dão de beber a eventos risonhos
Fazendo ouvir a saudosa voz.
Acalmam viveres, ditos tristonhos,
Perfumam os mais bisonhos
Contados. no tempo, por nossos avós.

Cada rua fala da sua aventura!...
Da oficina, da arte, da agricultura,
Das loiras searas de trigo ceifadas.
 Com a mente na tecnologia futura
E desejo de paz, uma vida segura
Jamais esquece as conquistadas.

À tarde o sol brilha, é mais quente,
Aquece a alma e o corpo que sente
Faz renascer o lindo amor.
À noite acalma, floresce docemente, 
Sombra que passa de repente
Por jardim alentejano em flor.



Setúbal, 20/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

SONHOS PALPITANTES



 

Sentado no café na esplanada
Vejo na rua uma donzela dotada,
Circulando a mostrar sua beleza!
Desfila no palco na caminhada,
Paço assertivo e de corpo fadada,
Ia perfumando o ar da Natureza.

Ouvem-se palavras entre sorrisos,
Silêncios, emitindo no tempo juízos
Que iluminam o universo!
Cuidado com gestos, são precisos,
De pensamentos indecisos
Ao fomentarem momento perverso.

Queria deitar-me no seu regaço,
Apertar de perto a força do abraço
Empoleirado na frescura do peito.
Subir à montanha sem cansaço,
Estreitar por ambos suave laço,
Na barca do amor navegar no leito.

Pensa-se na idade de adolescente
Cujo calor do coração bate e sente,
Na boa partilha no mundo.
Hoje recorda a vida docemente
Que torna o sonho diferente,
O viver perigoso e moribundo. 

Levantam-se barreiras ao que somos,
Recordamos com saudade quem fomos,
Chegam até nós novas emoções.
Criativos em arte que folgazamos,
Ao progresso não nos opomos
E jamais calamos as paixões.


Olhos nos olhos vamos oferecer
Um poema acabado de escrever,
Pão e vinho, telemóvel na mesa.
Sorrateiramente compreender
Toda a idade tem nobre vencer
A Terra, o sol, a lua como riqueza.


Setúbal, 19/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto



terça-feira, 16 de agosto de 2022

CHEIRA A TERRA QUEIMADA

 

                                                          (Imagem retirada da Net)



Cheira a terra queimada,
Ficou negra a caminhada 
Neste País belo e florido.
A cinza cobre a cultura lavrada,
Esvoaça sob a abóboda sagrada
E o sol ilumina campo despido.

Por entre arvoredos, na paisagem,
Corre livre o perfume da aragem
E brilha no tempo infinita mágoa.
Sente-se triste o rio na viagem
Sem o verdejar da folhagem, 
Ouve-se ao longe o marulhar na água!

Perdeu-se a beleza do jardim terreste,
Mostra a forma do rochedo agreste
E em perigo a expansão do futuro.
Fomenta doenças e nova peste,
Pede ajuda à estrela celeste
Que oriente o viver num sonho puro.

Tenho saudades da visão animada,
Da flora, fauna e vida conquistada
Desafiando rios, riachos e o mar.
Numa liberdade assombrada
O vento não respeita o viver e, nada!...
Os pássaros não sabem aonde pernoitar.

Canteiros alegres de rosas em flor
Em que crescem pétalas de amor
Sofrem tormentos por cobiça humana!
Tornam a Natureza em braseiro e dor
Em grito sentido de fé e de temor
Por incúria e malvadez de gente tirana.


Setúbal, 16/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto



sábado, 13 de agosto de 2022

UM ANO DE AMOR


 

Em janeiro floresce a esperança
Com  fogo estrelado a embalar;
Ilumina homem, mulher, a criança 
Para que no mundo cresça o amar.

Cingem os corpos a beijarem o luar
No desejo de terem filhos como bênção;
Amor é corrente de frescura a brotar
Que acalma a fonte da quente paixão.

Junho fomenta sonhos dispersos: 
- Com balões, bailes cantes e versos,
Faz-se balanço ao convívio social!

Chega dezembro, com gente na rua,
Dando carinho ardente, vida sua,
Festeja-se com alegria o Natal!

Setúbal, 13/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

 



quinta-feira, 11 de agosto de 2022

O CORAÇÃO IMPLORA

 



O coração aquece o corpo e implora,
Viaja no tempo por caminho diferente;
Não tira bilhete na mente naquela hora,
Afaga o sonho e o viver de quem sente.

Percorre sentimentos por vales e montes,
Deixa cair uma lágrima no momento
Que brota do belo olhar vindo das fontes!
Amor em silêncio envolto com o vento.

É obra perfeita que Deus no céu criou, 
Paixão ardente cuja terra iluminou
Numa fraternidade feliz e vibrante!

Entre abraços, beijos quentes dispersos,
Florindo em desejos, alegria, ternos versos,
Pintou a vida como brilha o diamante.


Setúbal, 11/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto      

terça-feira, 9 de agosto de 2022

CAVALGADA DE AGOSTO

 



Agosto cavalga entre nevoeiros
À espera de setembro p´ los vindimeiros
Que tragam a boa uva para esmagar.
São dois meses de festas, conselheiros
Ao povo que labuta como guerreiros
E cujas aulas lectivas vão iniciar.

Mentes mundiais escutam conselhos
De sábios, agricultores e de velhos
Tecnologia num novo cenário.
A desfilarem no tempo é vê-los
Contra a fome, guerra e desvelos
Extasiados por crer extraordinário.

Na noite brilham o sonho e o luar
Viajam nas nuvens ternos amores;
Percorrem caminhos ao som do musicar
Beijam as estrelas no jardins de flores.
  
Renasce na mente a sementeira
No emprego e na futura carreira
Obtida através de uma vida mansa!
Que espera uma decisão verdadeira
Num ano percorrido com canseira
Acreditamos nas vozes da esperança.

Toda a época tem tamanha beleza
Quando respeitam a Natureza
E trazem os cálculos revestidos.
A paz nos horizontes é feliz riqueza
Fonte de luz a brotar certeza
Que fortalecem todos os sentidos.



Setúbal, 10/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto




segunda-feira, 8 de agosto de 2022

MARIA LEMBRA O MAR

 


                                                               (Foto retirada da Net)

Maria lembra o mar
Na sua força de navegar
Nas ondas dos caracóis sorrindo.
Foi terno o calmo ancorar
O esbelto corpo beijar
Quando do cais ia partindo.

Ela veio de Belém - Lisboa
Com o vento que sopra à toa
A fim de encontrar o caminho.
No fino do belo cante entoa 
A voz de fadista numa canoa
No Alentejo cresceu no ninho.

De cabelo ao sol a brilhar
Saudosa na sua janela;
Palpitante pelo namorar
Aquela linda donzela.

Numa tarde fresca e louca
O sol aqueceu a minha boca
Senti o desejo dos pecados.
Beijei-a como coisa pouca
Tirou o chapéu e a touca
Foram tempos bem passados.

Corremos por entre trigais
Azinheiras e olivais
Bebemos da água das fontes.
Fomos selvagens como animais
Partilhamos festas anuais
Olhando em frente os horizontes.


Setúbal 08//08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

domingo, 7 de agosto de 2022

LINDA TELA

 


Passou por mim uma donzela
Vestia a alma de cor bela
E o mundo no pensamento.
Saiu de uma linda tela
Pintada com aguarela
Atrevida  no movimento. 

Foi criada num jardim
A olhar sempre assim
Com caminhar ondulado.
Despia-a na rua p´ra mim
Cujo tempo tinha um fim
Um desejo ali sonhado.

Logo nasceu o meu fado
Bateu forte  o coração;
Beijei o seu lábio pintado
Nasceu na hora uma paixão.

Com a mente a divagar
Não a consegui parar
Só pensei no existir!
Convidei-a para jantar
Depois fomos dançar 
O corpo esbelto sentir.

Era noite aluarada 
Seguimos a calma estrada
Ao encontro da aventura.
Acordamos a alvorada
Com amor na cruzada
Por uma vida futura.


Setúbal, 07/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

O MUNDO ROLA ROLANDO

 


(Imagem retirada da Net)

O mundo rola rolando,
Avança no tempo sonhando,
Fomenta doença, dura guerra!
Rouba hospital, maternidade à vida,
A verde floresta é ardida
Em nome dos interesses da terra.

A tecnologia, planeia bonança,
À juventude vende esperança -
Futuro, paz e liberdade!
Modifica, na hora, o aprender
Baseado na urgência do saber
E esquece a fraternidade.

A memória fica ignorada,
Pela urgência iluminada
Com a ânsia de querer vencer!
Vão omitindo a velha enxada,
A vasta seara, de semente, ceifada
E querem ser donos do poder.

Uma lágrima, ao perto, visiono!...
Silêncios que despertam no sono
Do barco a naufragar no naufrágio.
Povoado a caminhar no deserto,
Fontes e rios sem água a descoberto
Quero  acordar do triste presságio.

Com a partilha desejada,
Vida temporal conquistada
Olho de frente ilustre união!
Que vem do pátio escolar
Através do aprender a brincar
E trata o amigo como irmão.

Além do Planeta Terra existe mundo,
Um Deus terno e de amor profundo
Que nos protege, nos enlaça!
Na virtude, trabalho com nobreza
Indica-nos o caminho da certeza
Através da luz do céu aquece e abraça.


Setúbal. 05/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

ASCENSÃO DA VIRGEM MARIA


                                                             (Imagem retirada da Net)

Em agosto brilha o sol no caminho!
Fazem balanço os lavradores;
Canta alegre o passarinho 
Mudam de contrata os trabalhadores,

Na Ascensão Da Virgem Maria,
Dia quinze é Feriado Nacional!
Há festejos, alegre romaria,
Numa partilha tradicional.

Banham-se os corpos nas praias,
Estendem-se toalhas nos areais;
Dormem sem fatos nem saias, 
Leem mensagens, livros ou jornais.

Entre o deve e o haver nos sonhos
Pensa-se, no balancete do existir;
Surgem uns cálculos tristonhos
Que deixam o coração a sentir.

Porém,  estamos no verão quente,
Vamos ao campo, ao museu e jardim;
Em que o amor floresce ternamente
E o fogo que arde não se apaga assim!

Queimam a floresta na Natureza
E a forte chuva tarda em regressar;
Árvores e o povo choram de tristeza,
Falam dos grãos de trigo por semear.

Ficam negras as montanhas
O que outrora verdejava!
As cinzas causam  dores tamanhas
E sem abrigo o gado que pastava.

No mundo não habita a perfeição,
Todo aquele que labuta pela cobiça!
Esquece o poder de Deus na Criação
E da força das Leis que faça Justiça.


Setúbal, 01/08/2022
Inácio José Marcelino  Lagarto