segunda-feira, 8 de agosto de 2022

MARIA LEMBRA O MAR

 


                                                               (Foto retirada da Net)

Maria lembra o mar
Na sua força de navegar
Nas ondas dos caracóis sorrindo.
Foi terno o calmo ancorar
O esbelto corpo beijar
Quando do cais ia partindo.

Ela veio de Belém - Lisboa
Com o vento que sopra à toa
A fim de encontrar o caminho.
No fino do belo cante entoa 
A voz de fadista numa canoa
No Alentejo cresceu no ninho.

De cabelo ao sol a brilhar
Saudosa na sua janela;
Palpitante pelo namorar
Aquela linda donzela.

Numa tarde fresca e louca
O sol aqueceu a minha boca
Senti o desejo dos pecados.
Beijei-a como coisa pouca
Tirou o chapéu e a touca
Foram tempos bem passados.

Corremos por entre trigais
Azinheiras e olivais
Bebemos da água das fontes.
Fomos selvagens como animais
Partilhamos festas anuais
Olhando em frente os horizontes.


Setúbal 08//08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

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