(Foto retirada da Net)
Maria lembra o mar
Na sua força de navegar
Nas ondas dos caracóis sorrindo.
Foi terno o calmo ancorar
O esbelto corpo beijar
Quando do cais ia partindo.
Ela veio de Belém - Lisboa
Com o vento que sopra à toa
A fim de encontrar o caminho.
No fino do belo cante entoa
A voz de fadista numa canoa
No Alentejo cresceu no ninho.
De cabelo ao sol a brilhar
Saudosa na sua janela;
Palpitante pelo namorar
Aquela linda donzela.
Numa tarde fresca e louca
O sol aqueceu a minha boca
Senti o desejo dos pecados.
Beijei-a como coisa pouca
Tirou o chapéu e a touca
Foram tempos bem passados.
Corremos por entre trigais
Azinheiras e olivais
Bebemos da água das fontes.
Fomos selvagens como animais
Partilhamos festas anuais
Olhando em frente os horizontes.
Setúbal 08//08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto
Sem comentários:
Enviar um comentário