(Imagem retirada da Net)
Cheira a terra queimada,
Ficou negra a caminhada
Neste País belo e florido.
A cinza cobre a cultura lavrada,
Esvoaça sob a abóboda sagrada
E o sol ilumina campo despido.
Por entre arvoredos, na paisagem,
Corre livre o perfume da aragem
E brilha no tempo infinita mágoa.
Sente-se triste o rio na viagem
Sem o verdejar da folhagem,
Ouve-se ao longe o marulhar na água!
Perdeu-se a beleza do jardim terreste,
Mostra a forma do rochedo agreste
E em perigo a expansão do futuro.
Fomenta doenças e nova peste,
Pede ajuda à estrela celeste
Que oriente o viver num sonho puro.
Tenho saudades da visão animada,
Da flora, fauna e vida conquistada
Desafiando rios, riachos e o mar.
Numa liberdade assombrada
O vento não respeita o viver e, nada!...
Os pássaros não sabem aonde pernoitar.
Canteiros alegres de rosas em flor
Em que crescem pétalas de amor
Sofrem tormentos por cobiça humana!
Tornam a Natureza em braseiro e dor
Em grito sentido de fé e de temor
Por incúria e malvadez de gente tirana.
Setúbal, 16/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto
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