terça-feira, 16 de agosto de 2022

CHEIRA A TERRA QUEIMADA

 

                                                          (Imagem retirada da Net)



Cheira a terra queimada,
Ficou negra a caminhada 
Neste País belo e florido.
A cinza cobre a cultura lavrada,
Esvoaça sob a abóboda sagrada
E o sol ilumina campo despido.

Por entre arvoredos, na paisagem,
Corre livre o perfume da aragem
E brilha no tempo infinita mágoa.
Sente-se triste o rio na viagem
Sem o verdejar da folhagem, 
Ouve-se ao longe o marulhar na água!

Perdeu-se a beleza do jardim terreste,
Mostra a forma do rochedo agreste
E em perigo a expansão do futuro.
Fomenta doenças e nova peste,
Pede ajuda à estrela celeste
Que oriente o viver num sonho puro.

Tenho saudades da visão animada,
Da flora, fauna e vida conquistada
Desafiando rios, riachos e o mar.
Numa liberdade assombrada
O vento não respeita o viver e, nada!...
Os pássaros não sabem aonde pernoitar.

Canteiros alegres de rosas em flor
Em que crescem pétalas de amor
Sofrem tormentos por cobiça humana!
Tornam a Natureza em braseiro e dor
Em grito sentido de fé e de temor
Por incúria e malvadez de gente tirana.


Setúbal, 16/08/2022
Inácio José Marcelino Lagarto



Sem comentários: