segunda-feira, 31 de agosto de 2009

REFLECTIR


Nunca fui de avarias,
Sempre gostei do lutar;
Vivi sonhos e fantasias,
Naquele querer, quis acordar.

Pouco a pouco, fui formando...
Personagens e minha mente!
Com o tempo alcançando,
O que outrora estava ausente.

Com qualidades e defeitos,
Confiante no sentir;
Não fiz parte, dos eleitos,
Soube com razão, resistir.

Cheirei perfume das aragens,
O som dos ventos magoados;
Fixei olhar nas paisagens,
Senti corpos revoltados.

Transportei as tentações,
Modifiquei velho destino;
Parti amarras, segui paixões,
Como um dócil peregrino.

Mestre Sábio não imito,
Quebro a alma em estilhaços;
Medito, na luz do infinito,
Aguardo de Cima, longos abraços.

Nesta vida, sou caminheiro,
Em que a tarde já se esfuma;
O Sol que irradia por inteiro,
Com a noite, fica em bruma.


No reflectir verdadeiro,
Sem Ele, a força não é nenhuma.

Setúbal, 29/08/2009
Inácio Lagarto

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